Alice...
Para quem não me conhece, o meu nome é Alice, completei 20 anos recentemente, estou a cursar administração. Sou uma pessoa centrada, meiga e amiga. Após o trauma que passei a algum tempo atrás, hoje consigo confiar novamente nas pessoas, aquela agressividade passou, devo isso a minha estádia aqui no Brasil, com meus tios e meus primos.
Aqui conheci gente nova, me tornei membro de uma ong que ajuda pessoas que passaram por abusos assim como eu, no começo, foi muito difícil superar, mesmo estando aqui, tinha dias que acordava apavorada, minha vontade era tirar a minha própria vida, mas tia Hilary e Valentina, começaram a me acompanhar na terapia e nas reuniões que a ong promovia, o apoio delas foi muito importante neste momento. Consegui vencer muitas barreiras, agora sou voluntária dessa ong, minha família manda dinheiro todos os meses, para ajudar o projeto. Aqui conheci mulheres que passaram por coisas muito piores, até mesmo adolescentes, como foi o caso de Sara.
O único trauma que não consigo vencer, é o de ser tocada, eu e Valentina sempre saímos a noite para baladas, festas, barzinhos e tal, mas quando algum cara chega em mim, rola até um papo legal, mas quando me toca sinto falta de ar e as lembranças vem como um flash. Fico apavorada com um simples toque do sexo oposto, a psicóloga diz que preciso de tempo, que logo vou conseguir superar, mas não acredito mais nisso, afinal já se passaram dois longos anos que tudo aconteceu e ainda não superei... confesso, que já perdi as esperanças de conhecer alguém legal, viver um romance, viver uma história de amor verdadeiro.
Retirando tudo isso, tenho uma vida normal, tenho conseguido ser feliz na medida do possível, aqui podemos fazer muitos passeios, até aprendemos a dançar fank e samba com as meninas da ong, que é no morro.
Ontem, conhecemos Patrícia e dona Josefa que insistiu muito para ser chamada de vó Efa, são muito simpáticas e tem uma história de vida muito comovente. Patrícia está muito triste com tudo o que aconteceu, nem consigo imaginar, a dor que está sentindo agora. Não compreendi o motivo, mas estou convicta de que seremos grandes amigas.
No final da tarde, foram para Búzios e para nossa surpresa, recebemos a ligaçaõ da empresa Mancinni, parece que montaram um programa de estágios grande e fomos uma das selecionadas.
Acordei, fiz as minhas higienes pessoais, tomei um banho e fui preparar o nosso café da manhã. Estávamos a morar na pousada com os nossos tios, vínhamos diariamente de carro para a faculdade, mas agora precisamos fazer o estágio, então optamos por morar aqui.
Estava terminando de colocar a mesa, quando Valentina entrou na cozinha, nos cumprimentamos e ela sentou-se na mesa.
Valentina: Animada, prima?
Alice: Muito! E você?
Valentina: Também estou muito animada, não vejo a hora!
Alice: falou com o Saulo ontem?
Valentina: Sim, ele está bem chateado... finalmente terminou com aquela chata da Belinda!
Alice: Só ele não percebeu, que ela é muito chata e mesquinha!
Valentina: Estava enfeitiçado pelo melzinho! kkkkk. -disse e riu.
Alice: Que horror, Tina!
Valentina: Mas é a verdade! Ah, tenho uma novidade... ele está voltando para o Brasil em alguns dias!
Alice: Que legal, então foi por isso que terminaram?
Valentina: Nada! Acredita que a vara pau queria dar o golpe da barriga, tentou até rasgar a camisinha durante o ato, mas o idiota do meu irmão, percebeu!
Alice: Pare de chamar ele assim, Tina! Coitado!
Valentina: Coitado nada! Alertei ele várias vezes, sobre o tipo que estava se envolvendo! Quase que fica amarrado na vara pau!
Alice: Ontem também conversei com Vicenzo, ele e a Eva estão super bem! Fico tão feliz de vê-los tão felizes!
Nos trocamos e seguimos para a empresa.
(imagem retirada da internet)
Fomos direcionadas para um local muito amplo, cheio de cadeiras e com um palco, havia mais ou menos uns cinquenta estágiarios. Nos sentamos logo na frente, para nos atentar a tudo que for falado. Assim que nos acomodamos na fileira da frente, três homens elegantes, entraram por uma porta traseira que havia ali mesmo no palco, quando constatei o homem que vinha logo atrás dos outros dois, reconheci imediatamente.
Alice: Puta merda! -sussurrei.
Valentina: O que foi?
Alice: Nada, depois te falo!
Mesmo se passando tanto tempo, ainda me lembraria daquele olhar, daquela boca desenhada e daquela arrogância em pessoa, que ficaram guardadas, desde o primeiro momento que o vi naquele aeroporto. Não vou mentir, que ainda tenho aquela maleta dele, guardada em meu closet, ele não pode me ver, pois sabe que a mala ficou comigo, dois dias depois, o aeroporto me ligou perguntando sobre a mala, disse que havia jogado fora, pois não era minha e como ninguém procurou, não devia ser nada importante.🤭
💭💭... O que ele faz aqui? Será que trabalha aqui? Não é possível que com um mundo tão grande, tenhamos nos reencontrado aqui... justo aqui!💭💭
Cobri meu rosto discretamente com a mão, pousada na testa e me encolhi na cadeira, para que não me visse, porém não adiantou muito coisa, ele parou bem na minha direção, ao redirecionar o meu olhar no palco, o mesmo sorria de canto com sarcasmo ao me ver.
💭💭... Não é possível, será que ele me reconheceu? Não claro que não! Não seja boba, porque ele guardaria a sua fisionomia no rosto... bem, eu guardei, mas um homem como esse, não guardaria, ou guardaria? Aí que saco! Que confusão na minha cabeça.😟💭💭
Respirei fundo, me ajeitei na cadeira e fingi não vê-lo, também não vou dar o gostinho dele ficar se sentindo, por eu estar me escondendo.
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Atualizado até capítulo 132
Comments
Gil Vania
sabia que os dois ia se encontrar no Brasil país maravilhoso
2024-05-08
3
Denise Figueiredo
às vezes o destino nos prega cada peça... quando pensamos que nunca mais veremos o problema de novo,acontece.....👀🤔🤫🙄
2024-04-25
2
Summer 🔥
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2024-04-26
0