Capítulo 6 Recordando

Maya Wolff

Tive uma noite de sábado muito legal junto com meus amigos,eles sabem exatamente como me alegrar e estavam um tanto quanto solidários com a minha nova condição.

Aproveitamos cada minuto daquela noite,comemos,bebemos,e cantamos no Karaokê.

Naquela noite Tom me apresentou seu amigo,Thiago Zepf.Uau como ele era bonito,inteligente e simpático.

Me chamou para dançar e até nos beijamos e foi uma sensação maravilhosa quando nossos lábios se tocaram.

Lívia nos interrompeu chamando para ir embora.Thiago pediu meu contato e eu passei,mas imaginei que ele nem fosse me mandar nada.

Eu ainda nem tinha chegado em casa e Thiago Zepf já estava me mandando mensagem.Conversamos por um longo período e quanto mais ele me contava sobre sua vida,mais encantada eu estava.

Ele curtiu meus stories nas redes sociais,estávamos nos entendendo super bem.

Thiago disse que queria me ver novamente, eu também queria isso mas não posso me deixar iludir,afinal na segunda tenho que ir para o tal convento.

Respondi apenas que poderíamos conversar mais sobre isso depois,que eu precisava dormir pois estava muito cansada.

No domingo eu e Lívia aproveitamos bem o dia,fizemos um piquenique,passeamos e brincamos com Eloá,e só a noite ela foi embora.

Comecei a arrumar minhas coisas sem o mínimo de empolgação,pois amanhã era dia de ir para o tal convento.A Madre Carmelita estaria me aguardando e meus pais faziam questão de me levar.

Tive uma péssima noite,acordei e fiz minha higiene.

(Maya Wolff)

Minha mãe me chamou para tomar café,prepararam um banquete!

Apenas Eloá conseguiu me arrancar um sorriso embargado pela vontade de chorar,ela estava uma bonequinha.

Eloá tem agora 7 meses,senta sozinha e eu adoro cuidar dela,esse cabelinho ruivo e olhos claros me derrete.

(Eloá Wolff)

O fato de ir para o convento também me deixava chateada por me privar de estar mais tempo acompanhando o desenvolvimento da minha sobrinha,sinto a necessidade de protegê-la e estar com ela.

Chegamos ao meu martírio depois de horas na estrada,fui o caminho todo calada.O convento era interessante,bonito,mas definitivamente não era o meu lugar!

(Convento do Espinheiro)

Durante este primeiro mês preparatório até a ida definitiva para o convento,fiz visitas às congregações e fui acompanhada por uma irmã que conheceu meu ambiente familiar.

Pareço estar sendo condenada por um crime,eu sonhava com uma carreira promissora como advogada e cá estou eu prestes a me tornar uma noviça.

Engavetei meus sonhos e desejos,tudo isso para não contrariar meus pais.Eles julgam estar fazendo a coisa certa e querem que eu acredite nisso.

(Maya Wolff)

Fui deixada pelos meus pais no convento e recebida pela madre Carmelita que me mostrou as dependências do lugar.Eu chorava organizando minhas coisas no quarto,Amanda era uma jovem noviça que seria minha companheira de quarto.

-Oi,você deve ser Maya Wolff,prazer Amanda Santos.Sou sua colega de quarto!

Maya Wolff: Que ótimo!Me desculpe a indelicadeza mas é que eu não queria e nem deveria estar aqui.Prazer conhecer você Amanda.

Amanda Santos: Se quiser podemos conversar sobre isto em outra ocasião,quando estiver mais familiarizada por aqui.

Maya Wolff:Sim, eu adoraria.Muito obrigada!Quando me acalmei, Amanda estava ali me observando e pronta para conversarmos.

Ela me contou como descobriu sua vocação e eu compartilhei minha história,senti confiança nela.Amanda é bastante amigável e compreensiva .

O convento tem uma rotina estabelecida e é cheio de regras,apesar de conhecer as doutrinas da igreja estou me sentindo um peixe fora d'água.

Único consolo que tenho é que nesse começo ainda posso visitar meus familiares a cada duas semanas e trouxe meu celular escondido assim posso manter contato com Lívia e meus amigos.

Amanda prometeu que este seria nosso segredo e que faria de tudo para me ajudar.

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