Capitulo 05

Após, isabela sair da cozinha, indo em direção a sala, Vanusa Vai até Catarina, que já está finalizando a limpeza do último cômodo, e pede para Catarina fazer a arrumação do escritório de Isabela,  o mais rápido possível, pois ela quer o seu escritório limpo, Catarina, então, tem que deixar de fazer o que estava fazendo, e ir correndo para lá.

— É Sério dona Vanusa, que eu tenho que ir agora, mas eu já estou terminando aqui, esse é o último canto da casa que falta.

— Ai, é melhor você ir, sim, porque vocês sabem como a Isabela é, e se ela chega lá no escritório dela e não vê que já foi limpo, ela vai ficar pê da vida, então é melhor a gente fazer logo que ela tá mandando, porque aí ficamos mais tranquilas.

— Mas eu já terminando, falta só um pouquinho, é uma questão de 30 minutos, eu já termino aqui e posso ir para lá.

— Olha, menina, eu acho melhor você ir para lá agora, caso você queira manter seu emprego, porque se não, não vai dar certo.

Catarina, então, deixa o que estava fazendo e segue para o escritório de Isabela, embora ela esteja muito irritada, porque detesta deixar o serviço pela metade, mas ela não pode fazer nada se não a cumprir as ordens que lhe foi dada.

“Eu não entendo as patroas! Quando eu vou limpar, não é para limpar, aí depois vem a outra, e diz que é para limpar! Por que não deixou eu limpar logo? Agora eu vou ter que praticamente refazer meu trabalho, que eu pensava que já estava terminado, eu odeio isso, não sei porque dona Stela não deixou eu limpar na hora que eu fui limpar, ela sabe que eu gosto de começar por lá, porque aí quando eu termino de uma vez, volto para a cozinha, e vou dar uma descansada para continuar a fazer o meu trabalho, agora vou ter que fazer o escritório e depois voltar de novo e limpar toda aquela sala, porque quando eu chegar lá, eu não vou saber o que eu já limpei, ou o que deixei de limpar, ai que ódio!” — Catarina pensa desapontada.

Isabela, então, decide que vai esperar o peão na sala, já que seu escritório está impossibilitado de receber qualquer visita, até agora, ela não entende porque sua tia não deixou que fizessem a limpeza de seu escritório, já que sempre é o primeiro cômodo da casa que ela quer que limpe pela manhã, independente de qualquer coisa, essa de não deixar limpar, para que ela visse o que fez para ela não cola, ela vai para o sofá, senta e fica aguardando o peão chegar, em poucos minutos, ela escuta alguém chamar na porta, então ela se levanta e vai até lá para ver quem é.

— Oi, patroa, tudo bem, me chamo Zé Berto! A Senhora mandou me chamar?

— Se foi você que veio aqui logo cedo, sim! eu mandei te chamar, quero falar com você, pode entrar.

O peão entra um pouco assustado, e Isabella aponta para que ele se sente em uma poltrona a sua frente, ele senta com o chapéu na mão e coloca no colo, olhando para a Isabela, um pouco aterrorizado, pois a fama dela na fazenda é de carrasca, ele tem medo que ela tenha chamado ele lá na fazenda, para demiti-lo! Já que sua fama não é muito boa, ele respira fundo e decide falar primeiro.

— Patroa, me desculpe lhe incomodar, sei que a senhora é muito ocupada, mas eu precisava vir aqui falar com a Senhora, pois é um assunto muito sério e de seu total interesse, na verdade, eu não queria ter vindo até aqui, pois fiquei com medo da sua reação, mas eu me achei na obrigação, de lhe prestar, uma boa explicação, de algo que aconteceu e que se eu deixasse, iria acontecer novamente.

— Não tem problema! Se tiver algum assunto muito sério, pode vir falar comigo, agora, se você  puder falar logo, eu vou agradecer, porque eu não tenho todo o tempo do mundo, para estar aqui lhe escutando, tenho várias outras coisas para fazer.

— Tudo bem, patroa, eu já vou falar, não se preocupe, eu vim aqui hoje de manhã, porque aconteceu uma situação no campo e eu precisava que a senhora desse ser alguma opinião, para que eu pudesse realizar o contrário, das ordens do seu capataz, a senhora não sabe, mas às vezes ele é um pouco contraditório demais!

— Mas eu não me meto nas coisas do Augusto, contratei ele como capataz dessa fazenda, justamente para ele cuidar de tudo em relação ao campo, então por que você está vindo aqui agora para me dizer, que quer ir de contra as ordens dele? Você sabe que o Augusto, ele é responsável por cuidar de vocês e vocês sabem que as ordens que ele dá, tem que ser acatada.

— Sabemos disso, sim, patroa, e sempre acatamos todas as ordens que ele dá, mas eu não achei justo a ordem que ele deu, porque das outras vezes ele deu a mesma ordem e acarretou morte de várias vacas, e agora mesmo ele sabendo disso, ele queria fazer a mesma coisa de novo.

— Eu agora eu não estou entendendo nada, o que tem a ver as ordens que o Augusto deu, com as vacas mortas? Me explique melhor, para que eu possa entender?

— O pasto que usamos para alimentar as vacas, ele está um pouco baixo e não tem tanta comida assim, então precisamos realocá-las em um novo lugar, porém, a sua propriedade é muito grande e tem vários lugares para colocar elas, mas os melhores lugares são mais longe, mas o Augusto, não sei se por preguiça, insistiu em colocar elas em um lugar, onde tem várias ervas daninhas, e tem uma planta chamada mamona, que é uma planta totalmente venenosa para os animais, tenho quase certeza, patroa, que as vacas comeram as frutinhas da mamona, e acabaram morrendo por conta disso, e quando foi agora, ele colocou as vacas no mesmo lugar novamente, eu não achei justo, porque se elas comerem de novo, acho que vão morrer, patroa! E a Senhora que vai ter todo o prejuízo?

— Eu não sabia disso, o Augusto não me contou nada sobre isso, nem sobre ter esse lugar com essas plantas venenosas aqui na fazenda, perguntei se ele sabia do que as vacas tinham morrido, e ele disse que não fazia ideia, só me disse que eu não poderíamos comer a carne, porque não sabemos que elas tinha morrido, até mandei que ele contratasse um veterinário, para fazer a autopsia das vacas, para sabermos as causas da morte, mas ele estava muito irredutível, sem querer que isso acontecesse e eu não estava entendendo o porquê, mas agora eu acho que eu sei, então quer dizer que a culpa na realidade foi dele?

— Me perdoe, patroa! Eu não deveria ter lhe dito isso, mas eu peço que a senhora não conte para ele que eu vim aqui, falar com a senhora, porque se não ele vai descontar tudo em mim, e vai acabar me demitindo, como ele sempre faz, com todos que se vão de contra ele, e eu preciso muito desse trabalho, tenho seis filhos para criar a senhora, e alguns ainda são pequenos e precisam muito de mim, eu não posso de jeito nenhum perder esse trabalho e sei como Augusto pode ser cruel.

— Não se preocupe, seu Zé Berto, pois aqui, o Augusto não tem mais esse poder, de demitir ninguém, isso compete somente a mim, que sou a dona e proprietária desta fazenda, o trabalho dele é somente supervisionar, e da ordem nos campos para você, peões e nada mais além do que isso.

— Muito obrigado, patroa, mas eu ainda peço que a Senhora não fale para ele, que eu vim aqui falar com a Senhora, porque se não ele vai fazer da minha vida um inferno, a senhora não conhece o Augusto! Ele quando quer ser cruel e impiedoso, ele consegue ser e muito, todos nós aqui temos medo dele, pois sabemos que ele é capaz, ele não se importa se temos filhos ou família, quando ele quer se vingar, ele se vinga.

— Não se preocupe, seu Zé Berto! Eu não vou dizer nada para ele, mas não porque eu tenho medo, só não vou dizer em consideração ao senhor que me deu uma ótima informação, mas eu precisei entender, mais um pouco, o que o senhor está falando, porque o senhor falou tão rápido, que eu ainda não consegui compreender, então quer dizer que o Augusto está colocando as minhas vacas em risco, por conta de não querer levar elas para um lugar mais afastado? É isso mesmo? No caso, o problema dele é preguiça. Na realidade, é isso que o senhor quer dizer? Fale claramente para mim.

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