Capitulo 04

Doutor Murilo, após limpar o ferimento, ele começa com o procedimento de sutura, isabela fica com um pouco de medo e o seu corpo estremece um pouco, ela está com os olhos fechados, morrendo de medo de sentir dor, mas depois de algum tempo, ela escuta a sua voz.

— Pronto, senhorita Jarvis, já está pronto. — Ele diz tirando as luvas.

Isabela abre o olho, curiosa para saber se realmente já terminou? Porque ela não conseguiu sentir nada, apenas como se ele estivesse acariciando a sua mão, ela não sentiu nem ao menos a agulha passando entre a sua pele.

— Já está pronto, o senhor, já fez o procedimento?

— Já, sim, já está todo pronto, inclusive, já coloquei curativo, só peço para não molhar, e se por um acaso você molhar, você tira esse curativo molhado e coloca um novo curativo, tá bom? Para que não causa nenhuma infecção no local.

— Nossa, doutor, eu nunca imaginei que fosse tão rápido desse jeito, se eu soubesse já tinha vindo, teria evitado todo aquele sofrimento.

— Tá vendo? Eu disse a você que não ia doer nada.

Murilo pega na mão de Isabella para se despedir, e beija gentilmente olhando em seus olhos, isabela sente que Murilo está flertando com ela, mas como ela não deseja ter nada com homem, nenhum homem, ela faz de conta que não percebeu.

— Daqui a sete dias, você tem que vir aqui, para que eu possa retirar os pontos, e daqui a quinze dias, eu quero que você venha aqui para eu ver novamente, como é que está a sua mão, se tomar os remédios direitinho, tenho certeza que já estará quase sarado!

— Está bem, doutor, muito obrigada! — Isabela fala saindo do consultório.

Stela, que estava do lado de fora apreensiva, pois não sabia como a sua sobrinha estaria reagindo lá dentro,  quando vê Isabela saindo, se levanta, indo até ela.

— E aí, filha, como foi? Foi tudo bem, eu espero que sim?

— Tia, na realidade foi bem tranquilo, eu nem imaginava que seria desse jeito, fechei meus olhos, esperando sentir a dor, mas quando dei por mim, o doutor já estava falando que tinha terminado, eu fiquei impressionada com ele,  realmente, sabe trabalhar muito bem.

— Está vendo? Eu não disse a você, eu tinha certeza que não ia doer nada, mas você fica fazendo drama, minha filha, não precisa ter medo de médico, eles não mordem, pelo contrário, eles só ajudam quando a gente está precisando deles.

— É tia, mas quando os meus pais mais precisaram dos médicos, eles não puderam ajudá-los.

— A minha filha, mas aquilo ali foi diferente, você quer comparar com o seu caso? No caso dos seus pais, meu amor, não tinha mais jeito, os médicos não podiam fazer mais nada, eles já estavam mortos quando o avião caiu, praticamente.

Isabela, abaixa a cabeça lembrando da morte de seus pais e uma lágrima rola em seu rosto, ela limpa rapidamente para não demonstrar tristeza na frente de ninguém, pois ela prometeu para si mesmo que seria uma pessoa forte e dura com todos.

— Agora podemos ir, num gosto muito do cheiro do hospital.

— Tudo bem, querida, vamos embora, o jonas está nos esperando lá fora.

Isabela segue para o carro, com a sua tia.

— Jonas, como você sabe, eu não estava muito bem, mas se eu não entendi direito, houve um problema hoje na fazenda, e um peão foi me procurar, você sabe do que se trata?

— Na realidade, não Senhora, ele não falou para mim, ele queria falar diretamente com a Senhora.

— Tudo bem, então, quando eu chegar em casa, eu vou direto para o meu escritório e você peça para que ele vá até lá, que quero falar com ele, para saber o que estava acontecendo, enquanto eu não estava podendo atendê-lo.

— Tudo bem, patroa, como a Senhora quiser.

— Filha, eu não acredito! Você mal se recuperou, você já está pensando em trabalho? Nada disso, nem pense nisso, jonas não precisa falar com ninguém, quando a Isabela estiver melhor, ela resolve este problema.

— Mas eu não posso esperar tia, vai que seja algo que a gente não pode esperar, eu tenho que resolver o, mas rápido possível, e eu já estou melhor.

— Nada disso, menina, pode deixar de ser teimosa, quando chegar em casa, você vai tomar um banho, comerá alguma coisa e vai direto para a cama descansar, você está trabalhando demais e isso não faz bem, isso faz muito mal.

— Mas tia trabalhar nunca matou ninguém, eu só quero saber o que foi que estava acontecendo, para que um peão viesse até minha fazenda para falar comigo, com certeza é alguma coisa urgente que precisa da minha total atenção.

— Meu Deus, menina, você não tem jeito mesmo, não é? Eu não sei mais o que faço com você.

— Eu prometo, que vou só falar com ele, e faço depois o que a Senhora quiser, não se preocupe.

— Você tem certeza, belinha, que é isso mesmo que você vai fazer, porque olhe, se você entra naquele escritório, se tranca lá novamente, dessa vez chamo um peão e manda arrombar aquela porta, viu? Você não fica mais trancada dentro daquele escritório, está me entendendo? Se você tivesse morrido lá dentro, a gente não ia ficar sabendo.

— Tudo bem tia, eu prometo, não se preocupe.

— Jonas, dirigi até a fazenda e no restante do percurso, Stela e Isabela não falam mais uma palavra, ficam todas às duas em silêncio total, ao chegar na fazenda, isabela vai diretamente para o seu escritório, e pede para que Jonas vá chamar o tal peão, para que possa lhe informar o que está acontecendo, ao entrar no escritório, isabela toma um choque, pois ela não se lembrava de que seu escritório, estava tão desorganizado daquele jeito, ela ver várias coisas jogadas pelo chão, vasos quebrados, s@ngue em alguns lugares, ela sai do seu escritório e vai diretamente para a cozinha, atrás de Vanusa.

— Babá, o que está acontecendo, que o meu escritório não foi arrumado, cheguei lá agora quase que eu caia para trás.

— Foi a sua tia, minha querida, que pediu para que a gente não arrumasse, para que você pudesse ver a forma que o seu escritório ficou, depois que você saiu de lá.

— Você sabe que eu não gosto do meu escritório desorganizado, não precisava ter esperado para eu ver, eu já sabia que eu tinha deixado ele daquele jeito.

— É minha, querida, mas infelizmente a gente teve que acatar a ordem da sua tia, não é?

— Pois pronto! Agora acate, as minhas ordens, peça para que a Catarina vá lá agora, arrumar o meu escritório.

— Tudo bem, não se preocupe, mandarei agora mesmo

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