Conversa com os pais

Estou deitada e o meu pai entra.

-Quero falar com o Senhor painho antes da mas chegar.

-Pela sua cara você quer que eu a convença de algo junto com você não é mesmo Ragazza?

- Sim quero que o Senhor convença a mainha a deixar eu ir para o Rio de Janeiro, tenho uma proposta de trabalho lá até a mulher que vai embora do país acabar de cumprir o aviso prévio.

-Onde seria esse trabalho?

-No morro do Alemão, eu cuidarei da recuperação do dono do Morro.

- Você está doida Bella? Filha eu sei que eles são pessoas batalhadoras eu mesmo já fiquei meses em uma favela e sei que muitos lá são honestos e que não tem nada a ver com o tráfico, se você me disesse que iria cuidar de qualquer morador lá eu te da ira todo o meu apoio, mais Isabella você vai cuidar do chefão de tudo, vai cuidar do bandido que gerencia todo o complexo filha entende o perigo.

-Pai olha a nossa dispensa não tem nada, olha os remédios caros da mamãe acabou, veja a situação da sua coluna melhorou bastante, porém ainda sente muita dor e com o trabalho braçal só vai fazer com que sinta mais.

-Mas estará aqui segura debaixo das nossas assas longe e todo o perigo.

-Esta na hora de voar papai e sinto que aqui em Salvador não é o meu lugar, eu quero ir, não é como se eu fosse fazer parte de uma quadrilha, só vou ficar cuidando dele até se recuperar, fala que me apoia vai, será por pouco tempo e logo estarei trabalhando no hospital no Rio, me dê esse voto de confiança.

- Eu só fico com medo dos perigos que você vai enfrentar filha.

- Eu sei me cuidar painho, deixa eu voar, deixa eu realizar os meus sonhos, por favor.

- Tudo bem filha vou te da o meu apoio, a janta está pronta?

-Esta sim.

-Vos tomar banho, jantar e esperar a sua mãe chegar para conversarmos com ela, por mim você pode ir.

- Eu te amo, obrigada por sempre me apoiar.

Assim que o meu pai acaba, minha mãe entra toda triste.

-O que houve mamãe? que cara é essa?

- Acabei de descobrir que tenho um câncer no colo do útero e já está se alastrando rapidamente.

-Mas você nunca falou nada de sentir dores a mais mainha, estava escondendo da gente?

- Nao queria preocupar vocês atoa meu amor, resolvi esperar os resultados dos exames saírem.

-E agora? Meu pai diz desolado

- Eu vou para o Rio de Janeiro e ficarei na favela cuidando do dono do Morro e mandarei o dinheiro para cá, na verdade farei melhor, vou me estabelecer melhor lá e busco vocês, não se preocupe mamãe você vai conseguir todo o tratamento que precisa e merece.

— Como assim cuidar de um dono de morro senhora Isabella? Pergunta minha mãe de cara fechada.

Lá vamos nós tentarmos convencer a minha mãe que é preciso ir, além da osteoporose que ela sente, tem o câncer agora, não posso deixar a minha mãe piorar, não posso deixar o câncer se alastrar mais.

- Mãe eu recebi uma proposta.

- Nem continue Bella não irei permitir. Minha mãe nem deixa eu acabar de falar.

- Mãe para de ser cabeça dura.

- Não insista Isa.

— Dê a chance dele falar sobre o assunto mulher, senta si no sofá, Isabella filha comece a falar para a sua mãe sobre o trabalho e ela ora ser compreensível e ouvir tudo antes de voltar a falar.

Minha mãe senta de vara fechada, olhando frio para o meu pai suspira e balança a cabeça como se dissesse para começar a falar, passo a minha língua nos lábios e começo a contar.

— A Marisol ligou hoje durante o dia falando que dono do morro do Alemão sofreu um acidente de carro e machucou feio a perna precisando assim de uma fisioterapeuta, a menina que vai embora para fora do país está de aviso prévio então até ela sair irei cuidar dele até se recuperar e logo em seguida entro para o hospital, não serei fisioterapeuta dele para sempre é por pouco tempo, o dinheiro é bom e a senhora já começa o seu tratamento se for esperar pelo governo vai demorar muito e isso pode complicar a sua situação, mãe o pai já concordou, ele também surtou assim que eu contei mais devido a situação em que nos encontramos é a melhor solução.

A minha mãe fica a olhar do meu pai para mim, abaixa a cabeça e começa a chorar.

— Pobre não deveria ficar doente. Diz minha mãe entre soluços.

-Maizinha. Eu a abraço chorando também, se o que daqui para a frente a situação só vai piorar ainda mais com a Quimioterapia de mainha.

- Você quer ir mesmo sabendo que vai cuidar de um homem perigoso e que não conhece a personalidade dele filha, meu amor mesmo que seja por pouco tempo, sabe que não deixa de ser perigoso.

- Mainha por você eu enfrentou tempestades em alto mais, imagina entrar em uma favela e lá também existe pessoas maravilhosas, cidadãos do bem que correm atrás do seu sustento, então por favor mãe deixa eu ir e te ajudar, não posso ficar aqui vê o tempo passar e você não receber o tratamento.

— Tudo bem filha, mais tem que prometer se alguma coisa da errado ou você não se adaptar lá vai voltar correndo para casa, também promete que nunca vai me esconder nada eu te admiro por sempre ser limpa no que sente, não quero que longe comece a esconder as coisas, você já é maior de idade mais sempre será a minha princesinha.

- Obrigada por me deixar ir, obrigada por permitir cuidar de você. Agradeço passando as mãos pelos cabelos dela.

- Não é como se tivesse muita opção. Diz ela sorrindo.

— Bem que a senhora pediu para eu tomar cuidado com o que digo.

- Isso tome cuidado com o que fala lá, não cospe para cima pois pode cair na tua cara.

— Kkķkkk tá bom mãe.

Olho para o meu pai e o vejo sorrindo, vem um frio na minha barriga com a sensação que vou experimentar o desconhecido e por ficar longe dos meus pais por tempo indeterminado.

- Eu volto para buscar vocês assim que me estabilizar.

-Estaremos esperando filha e ficaremos aqui na torcida pelo seu sucesso.

- Obrigada painho.

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