Luna
Conhecer o Igor eu posso dizer com toda a certeza que foi uma das melhores coisas da minha vida, poderia passar anos e nunca me esqueceria do garoto lindo com um ar de preocupado entrando na escola ele diferia, de todos os garotos que passaram por lá e não digo em relação a sua cor por ser negro.
Ele tinha uma luz algo especial que eu não sabia dizer o que era, mas tinha certeza que queria ser amiga dele fui em direção a ele que estava distraído a procurar o seu armário eu poderia desviar, mas não eu queria aquele contato e depois de todos os meus livros caírem e ele ajudar-me dei o meu melhor sorriso. E assim tudo começou ele era um garoto belíssimo o cabelo era bem baixo raspado a pele negra tinha um brilho lindo, o sorriso então era enorme de um alinhamento perfeito e o seu perfume era de deixar qualquer garota de quatro por ele, sempre tive vontade de tocar as suas mãos eram lindas e perfeitas os seus dedos longos com os nós dos dedos tão bem desenhados.
Talvez por não poder tocar fascinava tanto as suas mãos, ele não tocava em ninguém e nem deixava ninguém fazer eu pensava ser mania ou uma doença como o Breno falava quando alguém questionava, mas uma vez quando estava sozinha com ele na praça um senhor passou por ele e pegou na sua mão procurando por um apoio para não cair a passar mal, o senhor teve um princípio de enfarto após ajudar e chamar a ambulância como a nossa cidade não era tão grande ficamos a saber que o senhor ficou bem ao final de tudo, foi socorrido a tempo.
Mas eu nunca vou esquecer o que eu presenciei nós olhos escuros do meu amigo, a dor e sofrimento o tempo que ele levou a se recuperar com a respiração ofegante parecia que ele compartilharam algo com aquele homem, ele fez-me prometer que nunca comentaria nem com os nossos amigos o que aconteceu ali, mas eu sabia que, no fundo, era algo mais grave que acontecia, mas que também ele não se sentia pronto para compartilhar eu respeitava isso.
Os anos foram a passar e ele sempre um amigo presente e querido, ele era atencioso e protetor sempre me mantendo alegre mesmo nós momentos mais difíceis, sabe na época da escola nunca o via com garota nenhuma, mas na faculdade isso mudou ele conheceu a Rebeca garota bonita e alegre e iniciaram o namoro e pela primeira vez senti-me incomodada tentei-me controlar e enganar-me que era porque não estava acostumada a dividir o meu amigo.
Depois comecei a namorar também, então ficou mais fácil de conviver, daí ele apareceu com a novidade do noivado a sensação de incómodo voltou com tudo até que eles terminaram a minha paz voltou e sei que é egoísmo meu admitir isso.
Depois disso ele não voltou a namorar eu até fiquei com alguns caras, mas sempre ele se voltava ao meu pensamento, lentamente o meu amigo ocupava mais um espaço do meu coração, e viver com ele só me confirmava isso ou quando acidentalmente toquei na sua mão e senti uma corrente elétrica percorrer-me e um frio na barriga sensação que nunca senti por homem algum.
Mas como mudar de amigo para algo mais, não sabia como mostrar esse meu interesse estava perdida entre estes sentimentos não queria afastar ele e se não fosse correspondida, mesmo com a Melissa falando que ele tinha uma queda por mim já da época da escola eu não tinha certeza, como ficaria a nossa amizade a partir desse dia não poderia e não suportaria perder ele em minha vida.
Acordo é uma manhã linda de domingo, eu tenho sempre o domingo e a segunda de folga, pois normalmente abrimos aos sábados a loja o consultório de veterinária.
Levanto da cama cheia de preguiça sempre foi uma dificuldade para mim, acordar cedo, mas tento manter essa rotina vou ao banheiro faço a minha higiene e vou para cozinha com o pijama mesmo sinto o aroma de café pensei que estaria sozinha, pois não consegui estar com Igor a semana toda chegava tarde em casa emendando plantões no hospital, e para minha surpresa ao invés de estar acabado estava lindo e inteiro como sempre mesmo com a rotina e estressante penso que trabalhar no que ama ajuda muito.
Luna: — Bom dia visitante.
Ele vem na minha direção e beija a minha testa.
Igor: — Bom dia princesa eu tive uma semana corrida o outro pediatra do hospital teve uma queda durante um atendimento, teve uma fratura no braço então já sabe-me sobrou vários plantões.
Luna: — Imaginei que aconteceria algo, tentei-te esperar um dia mais falhei consideravelmente.
Ele soltou uma risada gostosa.
Igor: — Eu sei te encontrei a babar no sofá.
Eu olhei com cara de brava, era assim o nosso estilo de amizade cheio de provocações.
Luna: — E tenho certeza que eu estava linda da mesma forma.
Igor: — Pode apostar quer café?
Luna: — Uma xícara pode deixar que eu pego.
Contorno a bancada da cozinha para pegar a xícara e sinto o seu olhar acompanhar-me o que fazia o meu corpo inteiro esquentar.
Luna: — Como está o seu tempo folga até que horas?
Igor: — consegui trocar com um colega que tenho hoje e segunda para descansar, não ia aguentar mais uma semana tocando direto.
Igor: — Até pensei em convidar-lhe para fazer algo preciso tomar um ar fora de um hospital, não observei o sol um dia sequer durante essa semana, não sai do hospital para nada.
Igor: — Mas também podemos fazer isso amanhã porque não quero ver nada além da minha cama hoje.
Luna: — Claro, amanhã nós pensamos em algo, vai deitar descansar que mais tarde eu chamo-lhe para almoçar vou fazer ‘strogonoff’ que você gosta.
Ele passa por mim e dá-me um beijo no rosto indo em direção ao quarto dele.
Igor: — É meu anjo.
Dei uma organizada no nosso apartamento, uma limpeza no chão tirei o pó, e coloquei as minhas roupas para lavar enquanto escutava música no meu fone de ouvido, o Igor sempre me ajuda nas tarefas, mas achei melhor dar esta folga para ele.
Depois vou fazendo o almoço quando fica pronto vou até o quarto do Igor, estava lindo no seu sono tranquilo sem camisa e com o lençol ate a cintura e sento-me silenciosamente na beirada da sua cama de casal ao seu lado olho para o seu quarto, o que me faz sorrir é tão diferente do seu quarto da adolescência eu passei mais no quarto dele na época de escola do que na minha casa eu amo a tia Sónia a mãe do Igor então sempre, que podia estar lá eu ia para casa dele, o seu quarto era de um típico adolescente vários cartazes de banda e um mural com vários desenhos ele era ótimo desenhando eram de carvão e muito expressivos nunca entendi o significado deles eram de pessoas e dentro de cada olhar tinha algo refletido não sei alguns olhares eram sombrios e escuros tinham medo ou tristeza outros, alegria eram silenciosos ao mesmo tempo expressivos.
O que eu mais gostava era um nosso que ele desenhou na época de colégio que ele reproduziu de uma foto nossa no muro da escola, ele o Breno conversando eu a Melissa mandando beijo foi a tia Sónia que tirou no dia da nossa formatura do ensino médio.
Esse desenho dele tenho até hoje numa moldura na parede, da sala do nosso apartamento com o tempo ele foi parando de desenhar vejo ele raramente fazendo isso, e sei que devem estar guardados no seu quarto de agora em alguma pasta.
Agora o seu quarto era de paredes brancas e alguns detalhes em azul-marinho era um quarto de adulto, uma poltrona creme e poucos detalhes.
Passo a minha mão delicadamente fazendo carinho no seu rosto, ele abre os olhos e fica-me olhando com intensidade, eu não desvio o olhar nem por um momento.
Igor: — Quando se tornou essa pessoa delicada, não me lembro na vida de ser acordado por você com carinhos, e sim com uma cutucada ou levando um travesseiro no meio do rosto.
E devo admitir que ele sempre foi o mais carinhoso de nós dois, mas ele não faz a mínima ideia do que se tem passado dentro de mim nestes últimos tempos.
Luna: — Posso voltar a acordar-lhe da forma antiga se preferir.
Igor: — Não estou reclamando, foi só uma observação.
Luna: — Vem o almoço tá pronto!
E levanto e antes que eu me afaste da cama ele puxa-me pelo braço, ele faz eu abaixar-me e mesmo ele estando deitado ele abraça-me apertado e eu aproveito aquela sensação de estar naquele abraço perfeito e retribuo.
Igor: — Fiquei com saudade de conversar com você está semana, cheguei com você sempre dormindo.
Luna: — Eu também fiquei. Tá carente, hem!
Sinto o seu peito movimentando enquanto sorri pelo meu comentário.
Quando eu saio do quarto fico a tentar recuperar a minha respiração como ele podia não notar o quanto me afetava ultimamente, volto para cozinha e fico a esperar por ele quando ele entra de calças de pijama camisa e cabelo molhado do banho pois ao longo dos anos ele foi deixando crescer um pouco não era mais totalmente raspado, e ficamos a conversar enquanto almoçamos.
Igor: — O que vai fazer agora à tarde?
Luna: — Vou só na dona Agnes, fiquei de aplicar um medicamento na cachorra dela, hoje a Melissa vai para casa dos meus tios não marcamos nada teve notícias do Breno?
Igor: — Vai ficar de plantão hoje e amanhã no hospital.
Igor: — Tá! Ótimo o almoço.
Luna: — Obrigada.
Igor: — Vou dormir mais um pouco a tarde, à noite podemos olhar um filme e comer pizza você tá proibida de chegar perto do fogão, está de folga também e notei que limpou o apartamento sozinha.
Luna: — Está cansado, na próxima semana eu cobro-me.
Luna: — Ou hoje podia fazer brigadeiro na panela?
Igor: — Perfeito.
O Igor lava a louça acaba a voltar para o quarto eu tomo um banho demorado e depois pego a minha maleta e a minha bolsa e vou de carro, para casa da senhora Agnes morar numa cidade pequena tinha os seus pró e contras era bom conhecer todo mundo mas também a fofoca corria solta eu e os meus amigos tentávamos ficar fora do radar das fofoqueiras, de plantão uma dessas é a Agnes estar a ir na casa dela não era meu esporte favorito tudo poderia, ser usado contra mim.
Chego e assim que entro já vou direto perguntando pela Lilica que era uma linda Labradora que tinha o hábito recorrente de procurar e comer coisas do lixo. Então às vezes tinha problemas digestivos, e intestinais por suas estripulias.
Agnes: — Doutora Luna, comprei as lixeiras com travas aqui para casa como você me recomendou.
Luna: — Isso é ótimo.
Examino a Lilica que já parece bem melhor!
Luna: — Ela parece bem mais animada hoje, a diarreia parou e o vómito?
Agnes: — Sim, ela já até comeu um pouco.
Luna: — Ela já vai ficar bem né grandona vamos aplicar essa última aplicação de remédio, depois vamos continuar os antibióticos por via oral.
Luna: — Assim que terminar a medicação que vou passar quero, que a leve na clínica para olhar ela novamente, ver se está tudo ok.
Luna: — Qualquer coisa que notar de anormalidade pode me trazer antes disso.
Agnes: — É um anjo e como andas as coisas têm namorado?
Luna: — Tenho estado muito ocupada com o meu trabalho.
Agnes: — Não quer ficar e tomar um café? Eu tenho um sobrinho que gostaria de rever-te, ele está solteiro.
Luna: — Fica para outra hora tenho outro compromisso.
Deus me livre, sei muito bem quem é o galinha do sobrinho dela.
Agnes: — Como anda seu amigo escurinho ainda estão morando juntos assim vai ficar difícil encontrar um rapaz.
Claro que ela sabe que o Igor ainda mora comigo como eu queria dizer e se o rapaz que eu quero e interessa-me é o meu amigo negro, ia adorar chocar aquela preconceituosa, mas não poderia meter o Igor na boca de todas as fofoqueiras da cidade.
Luna: — Dona Agnes ele é negro, não é escurinho e ainda moramos juntos e não estou preocupada em relação a isso.
Luna: — Estou indo agora até a próxima semana, dona Agnes nós vemos no consultório.
À noite escolhemos a pizza e conto a minha ótima visita à casa da dona Agnes.
Igor: — A próxima vez responde que estamos a namorar e escandaliza ela de uma vez.
Luna: — Ela vai morrer, ter um ataque, você vai virar o tema das fofoqueiras o preferido.
Igor: — Imagina a Luna de família rica se pegando com o cara negro da cidade.
Luna: — Isso nunca foi um problema para mim.
E o olho intensamente eu quero que ele entenda que nunca tive esse preconceito, para mim ele é lindo, perfeito e fofoca sempre vão existir e não vai ser por elas que vou deixar de viver.
Igor: — Para você não importa, mas para sua mãe, ela lhe mataria, ela só me suporta, ela é velada, mas não gosta de mim, ela não pensa diferente de muitas pessoas com preconceito nessa cidade.
Não sei quando este assunto virou sério assim, mas, não ia fugir dele queria que ele soubesse que o defenderia de todos até da minha mãe para ficar ao lado dele se ele quiser, estar ao meu lado de outra forma.
Luna: — Igor, você pensa que se ela tivesse alguma autoridade sobre mim, eu estaria a dividir apartamento com você, ela fez a última semana que passei em casa um inferno por isso.
Luna: — Eu contei na época, Igor vou-te responder a mesma coisa que eu lhe respondi a anos atrás quando tentou, fazer eu desistir de morar com você para não ter problemas.
Luna: — Eu luto por você até o fim, se ninguém entender o que temos é problema das pessoas, eu sou eternamente grata por ter você na minha vida.
Igor: — Agora pegou pesado princesa.
Ele abraça-me, estávamos a arrumar os pratos na mesa para comer a pizza, eu retribuo esse era os melhores momentos de viver com ele como eu era pequena, ele músculos, mas nada exagerado e mais alto que eu os seus braços e seu peito envolviam-me totalmente sentia-me protegida isso sempre foi assim.
Igor: — Sabe que eu vou estar sempre aqui.
Luna: — Eu sei que a melhor parte nunca ia abrir mão disso.
Jantamos o Igor fez o seu brigadeiro perfeito depois de uma briga, básica para escolher o filme ele adora ação eu romance as vezes olhávamos um que tinha os dois misturados, ou cada vez um olhava o seu preferido hoje era a vez dele olhar ação, mas tentei fazer ele mudar de ideia só para poder implicar, mas no final de tudo ele venceu.
Como tínhamos só um sofá que virava sofá-cama na sala em dia de filme, abríamos e ficávamos espalhados por ele quando eu não deitava no braço do Igor para assistir.
Hoje enquanto ele comia o brigadeiro direto da panela na colher eu olhava disfarçadamente para ele não conseguia não ficar excitada vendo aquela cena o chocolate na sua boca, e ficar a imaginar qual gosto o seu beijo tinha. Uma vez eu observei a ex dele falando para Melissa que ele era maravilhoso na cama eu nunca fiquei com tanto ciúme e incomodada por um simples comentário, não sei exatamente quando começou, mas de uns tempos para cá cada vez mais acabava me pegava tendo pensamentos eróticos com o meu amigo as vezes acho que vou acabar ficando louca e partindo para cima dele, viver com ele ultimamente era um exercício diário de autocontrole. Quando o filme acabou nem sabia muita coisa sobre ele, assisti mais ao Igor e seus movimentos que qualquer coisa.
Luna: — Vou dormir.
Naquele momento eu coloquei na cabeça que não ia mais me esquivar, ia fazer ele entender de qualquer forma que eu queria.
Abaixo-me e como de costume ele espera um beijo no seu rosto, pois é assim que costumo fazer, mas tomo coragem e beijo no canto da sua boca um beijo não tão rápido para ele ficar na dúvida que foi sem querer que esbarrei o beijando de forma errada, e não tão demorado para pensar que ia atacar ele.
Sei que com esse problema de tocar suas mãos posso assustar ele não quero assustar sempre deixava ele se aproximar primeiro quando eram gesto de carinhos não era porque ele era mais carinhoso eu também tinha vontade, mas gostava de deixar ele a vontade ter o espaço dele.
Aproximei-me do seu ouvido e falei num tom suave.
Luna: — Boa noite!
E saí ainda pude constatar pelos meus ombros que ele ficou de boca aberta sem entender muito bem o que aconteceu, eu fui dormir tranquila e feliz com o meu objetivo atingido pelo menos deixei ele na dúvida que algo diferente estava a acontecer.
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Atualizado até capítulo 15
Comments
Lina Lina
Eu já falei e fiz isso por uma pessoa. Foi um amigo que eu tratei como irmão, cuidava, protegia e defendia infinitamente mais do que fazia com meu marido que me trata como se eu fosse uma rainha, como se eu fosse a única mulher em um mundo só de homens, como se eu fosse a melhor pessoa do mundo (que eu sei bem que não sou). Só que essa amizade acabou há 1 ano, a amiga era só eu e ele aprontou muito com a minha boa vontade. Depois dele eu mudei muito, nunca mais me dediquei a alguém da mesma forma. Acho que ninguém merece ser mais bem cuidada por mim do que eu mesma.
2023-04-09
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