Capítulo 7

Na empresa de Pedro, ele estava focado em seu trabalho, quando a sua secretária entrou em sua sala, avisando que os novos investidores já haviam chegado e estavam na sala de reunião esperando por ele. Terminando o que estava fazendo, Pedro seguiu para sala de reunião.

Quando ele entrou e avistou um rosto familiar, seu semblante ficou carrancudo e seu humor ficou péssimo. Se aproximando dele para lhe cumprimentar, Cristina falou:

-" Boa tarde Pedro, a quanto tempo?" Curto e direto, ele perguntou:

-"O que você está fazendo aqui?" Sem se importa da forma rude que ele falou, ela deu de ombro e comentou orgulhosa:

-" Estou aqui a trabalho não se preocupe, meu pai vai ser o novo investidor da empresa e eu sua representante."

Pedro bufou insatisfeito, e o homem de idade que era seu ex sogro e que ele mal via no passado, se aproximou dele e lhe cumprimentou, tentando apaziguar o clima:

-"Pedro Mancini, a quanto tempo, não se aborreça, viemos a negócios e nada mais, o que minha filha diz é a verdade. Soube que você está visando o mercado internacional e queremos fazer parte dessa expansão."

Pedro cantalorou em resposta e viu que seu ex sogro continuava o mesmo de sempre, ganancioso e ambicioso. Sem ver problema em Dorval, ser um dos novos investidores, ele caminhou até a cadeira principal e comentou:

-" Eu posso até aceitar que o senhor seja um dos investidores da expansão, mas eu não entendo o porque dela ser a representante. Sabendo da situação entre mim e ela, isso é uma tolice da sua parte."

O senhor olhou para a filha e ficou pensando no que falar, segundo a filha, ela disse que eles já estavam melhor e até tinham uma boa convivência graças ao neto. Indignada, Cristina falou entre os dentes:

-" Qual o problema comigo, o que te deixa insatisfeito?" Pedro sorriu de forma irônica e respondeu:

-" Você não tem escrúpulos, comprometimento ou honra, me diz o porquê eu confiaria em você, uma mulher que não tem o mínimo de compromisso com o filho. Vive indo embora, sem se importa com o que o menino vai pensar ou sentir, sem dar uma satisfação. Gael está crescendo e vendo o quanto você não esta presente na vida dele. Ele tem acompanhamento com a psicóloga e diz que a mãe dele não o ama e não quer saber dele. Você sabe o quanto isso é triste e dói ver um filho chorando?" Cristina respondeu tentando se justificar:

-" Eu não queria que as coisas fossem assim, eu só estava triste e queria um tempo para mim. Se coloca no meu lugar Pedro, eu queria conseguir minha família de volta, ser feliz com você e você me abandonou para ficar com uma put..."

Se levantando e batendo na mesa, Pedro a interrompeu, dizendo:

-" Lave sua boca para falar da minha esposa, você não tem o direito de ofende lá, independente do que ela fazia no passado, não podemos julgar, diferente de você ela é uma ótima mãe, mulher e pessoa." Ela sorriu se sentindo divertida e comentou:

-" Ah claro, a santa." Com os olhos em chamas de raiva, Pedro continuou a falar:

-" Para você ter uma ideia, Gael a adora e vê como uma segunda mãe, sabe quem é a primeira mãe para ele?"

Cristina estava cheia de raiva, da forma em que ele defendia e falava de Bianca e que seu filho a adorava. Respondendo a pergunta de Pedro, ela disse:

-" É claro que sou eu."

Ele deu uma gargalhada profunda, sua secretária que também estava na sala, estava de cabeça baixa, desejando não estar ali escutando aquela discussão. O ex sogro apenas escutava, não queria interromper Pedro e nem criar mais problemas. Balançando a cabeça em negação, Pedro falou:

-" Gael considera Samantha, minha irmã e tia dele, como uma mãe,mesmo sabendo que ela é tia dele, mas ela o criou, pois ela sim, sempre estava ao lado dele, cuidando dele desde que ele era um bebê e você foi embora sem se importa com ele. Mesmo ela viajando nesse exato momento, ela sempre liga ou manda mensagem procurando saber como ele está e querendo ter contato com ele. Já você, pouco se importa com o menino, não liga quando some, e só aparece quando lhe é conveniente."

Pedro colocou tudo que estava entalado na garganta para fora. Cristina estava sem reação, se sentindo frustrada e indagada. Sabendo ou não de tudo isso, Dorival comentou:

-" Como você pode ser tão displicente com seu filho, Cristina?" Pedro concordou e questionou:

-" E o senhor como avô não sabia? E quer que ela seja sua representante, uma pessoa sem comprometimento com o próprio sangue, imagina se ela resolver sumir e não cumpre com seu papel de "representante" e ir embora, abandonando tudo, igual faz com o próprio filho."

Dorival comprimiu os lábios descontentes com tudo aquilo e respondeu:

-"Não quero causar trastorno, vou repensar melhor e mudar de representante. Acho melhor encerramos essa reunião e remarcamos para quando tiver resolvido esse problema, o que você diz Mancini?"

Cristina choramingou, infeliz:

-" Papai você não pode fazer isso." Lançando um olhar reprenssivo, ele pediu que ela ficasse calada e disse:

-"Não fale mais nada, você já fez muitas besteira."

Ela cruzou os braços emburrada e bateu os pés no chão. Pedro a olhou indiferente, col raiva de como ela magoava o filho e nem se importava. Respondendo Dorival, Pedro falou:

-" Resolva esse problema e depois voltamos a entrar em contato, não leve muito tempo por favor."

O ex sogro assentiu e Pedro fez sinal para que a secretária se retirasse junto a ele. Sem olhar para Cristina, ele se retirou da sala. Ela estava queimando de raiva, a vontade dela era voar em cima de Pedro e xingar ele, mas seria pior e não resultaria em nada.

Quando Pedro entrou em sua sala, seu semblante ainda era carrancudo, mas logo se suavizou ao ver a irmã. Com um sorriso se formando no rosto, ele a abraçou, perguntando:

-" Samantha, quando você voltou de viagem, e por que não me falou nada?"

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