Capítulo 4

— Como?- pergunta Suzana curiosa- se você disser que tem um emprego que me aceite, isso me ajudará muito.

— você pode cuidar do meu sobrinho. Ele tem 4 anos e se chama Nicollas. Minha irmã trabalha como secretaria executiva e não sabe mais com quem deixá-lo. Posso te indicar, se quiser.

— mas ela nem me conhece. Será que ela irá confiar o filho dela comigo?

— bem, podemos tentar. Vou mandar seu contato para ela.

— se puder mesmo fazer isso, te agradeço muito.

— farei, só não garanto que irei conseguir- ele dá um sorriso tímido- mas que tal falarmos de outro assunto?

— claro. Sobre o que quer saber?

— me fale sobre você. Que você tem uma filha eu sei porquê te vi naquele dia com ela.

— bem, eu morava em Copacabana, num apartamento com meu esposo Leandro, mas ele me traiu com sua secretária. Então, eu e minha filha nos mudamos pra cá e você?

— bem, eu sou chefe de uma empresa de logística. Não tenho filhos e nunca fui casado. Já morei com uma moça, mas não deu certo. Porém, tem muito tempo.

— entendo. E o que você gosta de fazer para se divertir?

— sou bem caseiro. Amo cozinhar, assistir um bom filme, mas as vezes curto viajar, ir ao cinema e você Suzana?

— me diverti com minha filha, ir ao cinema, parque, viajar, basicamente as mesmas coisas que você descreveu.

— olha, então temos coisas em comum, isso é bom- ele dá um sorriso- bom, irei fazer nosso pedido. Tem algum em especial?

— não, deixarei você escolher.

— tudo bem- ele chama o garçom que vem logo em seguida- boa noite. Gostaria de ver o cardápio por gentileza.

— só um momento senhor- o rapaz sai de perto deles e trás o cardápio para Maxiwel- aqui está senhor. Quando forem fazer o pedido, podem me chamar.

— ok, obrigado.

Maxiwel abre o cardápio no meio da mesa, de modo que Suzana também possa escolher o que deseja comer no jantar.

— pode escolher. Não sei se você curte comidas caseiras, mas eu costumo vir aqui quando saio do trabalho às sextas-feiras.

— eu gosto, mas pode escolher primeiro, é melhor.

— tudo bem. Posso escolher o seu?

— claro- responde ela timidamente- eu não sou enjoada para comer.

— tudo bem- ele chama o garçom- nós já escolhemos nosso pedido. Um Nhoque a bolonhesa e um caldo verde com bucho.

— ok. Os pedidos vêem com refrigerante de acompanhamento. Hoje temos disponivel as latas de Coca-cola, fanta uva, laranja e sprite.

— duas Cocas, por favor.

— ok, anotado e já trarei os pedidos.

— obrigada- ela agradece e o garçom sai de perto deles- qual vai ser o seu pedido?

— eu imaginei que você não curtisse sopas, então, o nhoque é para você.

— obrigada. Não tenho o costume de comer, apenas quando ficava doente.

— tudo bem, sem problemas, mas um dia quero cozinhar algo para você e não aceito não como resposta.

— tudo bem, convite aceito- ela sorrir, o deixando contente.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

O pedido deles chegaram e os dois foram comendo, enquanto trocavam olhares discretos. Depois, ele pediu uma sobremesa- baffone de morango no pote, no qual eles dividiram juntos.

Ao irem embora, Maxiwel ofereceu uma carona a Suzana, que aceitou após algumas insistências:

— vem, eu te levo em casa.

— não precisa, eu chamo um Uber- ela pega seu celular, mas ele segura na mão dela.

— eu insisto. Posso deixar na esquina, se não se sentir confortável com isso.

— não quero te incomodar.

— não irei deixar uma mulher andar sozinha na rua, ainda mais à essa hora da noite. Não irei tentar nada.

— tudo bem, pode ser na porta da minha casa. Minha filha está com o pai hoje na casa dele.

— bom que você terá a noite de descanso.

— sim, mas não gosto de estar longe da minha filha. Eu ficava apenas quando trabalhava e já sentia saudades, mas nunca ficamos uma noite longe uma da outra.

— eu imagino que seja difícil para você, mas agora essa será sua nova realidade. Espero que consiga resolver seu problema. Vocês pensam em reatar o casamento?

— não, ele já deve ter colocado outra no meu lugar. Apenas quero viver uma nova vida em paz.

— entendo. É melhor irmos- ele abre a porta do carro para ela- as damas primeiro.

— obrigada- ela entra no veículo e ele fecha a porta, indo para o lado do motorista.

Maxiwel dirige calmamente enquanto Suzana reflete em como está sua vida. Ela não consegue esquecer o fato de que tudo mudou tão depressa por causa de uma traição.

Querendo ou não, quando descobrimos algo assim, é difícil de se reerguer imediatamente. Essas coisas levam tempo e nos causam cicratizes profundas. Mas quando nos recuperamos, conseguimos seguir em frente e, ao olharmos para trás, aquela ferida não nos doe mais como antes e percebemos que aquilo ocorreu apenas para nos fortalecer.

Maxiwel deixa Suzana em frente de sua casa e diz que irá contatar sua irmã para lhe conseguir um emprego.

— irei conversar com minha irmã e ela aceitando, poderá marcar uma entrevista com você.

— tá bem, obrigada e o jantar estava delicioso.

— fico feliz que tenha gostado. Podemos nos ver amanhã? gostaria de te levar para passear pela cidade. Suponho que não conheça muito por aqui.

— meu irmão mora por aqui perto, mas não temos muito contato. Somos irmãos por parte de pai.

— entendo. Mas podemos nos encontrar amanhã?

— sim. A minha filha voltará apenas a noite.

— então eu passo aqui para te buscar às 14hs.

— tá bem, nos vemos amanhã- ele acaricia a mão dela e a mesma sai do carro com as bochechas rosadas- boa noite Suzana.

— boa noite Maxiwel.

Ela abre a porta de sua casa e vê Maxiwel dando partida no carro, indo embora.

Dentro de casa, ela coloca os brinquedos de sua filha numa caixa de papelão e pega uma roupa para tomar banho. Depois, toma um banho morno, veste seu pijama e deita na cama, adormecendo em seguida.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***