O Alfa tem como obrigação trazer segurança aos seus e também melhorar a vida de todos, meu irmão era bom em trazer segurança pois muitos tremiam apenas de ouvir seu nome, mas no quesito melhoria essa parte ficava comigo.
— Fiquei sabendo que tivemos uma visita no portão sul. — Falei ao descer do carro de guarda enquanto caminhava aos lobos que estavam de guarda, eles me olhavam com receio, muitos me viam como irmão mais novo do Alfa, isso até eu mostrar que não precisava viver a sombra de Harlan, ele podia ser o alfa que nasceu para ser enquanto eu viveria a minha vida sempre lhe apoiando, mas não morando em sua sombra.
— Era uma mulher querendo falar com o chefe, mandei ela embora. — Ele me respondeu com um sorriso de tarefa cumprida.
Me aproximei dele com cuidado enquanto analisava toda sua expressão.
— É somente isso ou tem mais alguma coisa a me dizer? — Perguntei friamente.
— Você é apenas irmão do Alfa, por qual motivo tenho que lhe contar tudo? — No segundo em que as palavras saíram dos lábios dele, meu punho acertava em cheio sua boca o forçando a cair no chão.
— Quem foi colocado no comando na ausência do Alfa, eu ou você? Me esclareça se quiser patrulhar sob as quatro patas ainda. — Abaixei meu rosto até ficar rente a ele. Vi o momento em que ele engoliu em seco antes de me responder gaguejando, todos que assistiam aquilo se mantinham calados.
— Ela v-veio do lado dos Clermont, disse que era urgente e… — Antes mesmo que ele terminasse de falar desferi um chute em seu rosto o fazendo cair desacordado.
Todos sabiam que minha paciência para os lobos que se achavam no direito de esconder informações e depois passar para Harlan como se o culpado por não sabê-las era eu mesmo, me tirava do sério. E todos os lobos que desejavam subir na cadeia de comando faziam isso, omitiam informações e revelavam apenas quando algo grave estivesse prestes a explodir.
— Vocês dois, vão patrulhar o lado norte. Os demais fiquem aqui e abra o portão. — Ordenei ao caminhar em direção ao meu carro, ligando o motor do mesmo. Assim que o portão se abriu saí para minha ronda pelo lado sul.
(...)
A mesma floresta de sempre, o som dos pássaros se empoleirando nos galhos das árvores, os animais correndo, e o som de água correndo no riacho mais ao fundo da floresta. Tudo parecia estar em ordem, exceto pela marca de pneus que avistei entrando na floresta.
Estacionei meu carro e desci pegando meus acessórios, a lanterna estava em minha mão a medida que seguia aquelas marcas de pneus. Era um carro preto parecendo uma SUV de última linha, seja lá quem estivesse ali deveria ter como se manter ou ter dinheiro o que me levava a última opção, essa pessoa era um intruso que tentava invadir nossa alcateia.
Podia ouvir seu coração acelerado, seja quem for estava correndo, seu cheiro exalava medo e se continuasse assim os demais lobos que estavam patrulhando iria sentir e sair a caçada. Guardei a lanterna no suporte em minha cintura e comecei a correr, conhecia aquele lugar como a palma da minha mão.
Quando finalmente cheguei a uma clareira, não tinha ninguém, porém as batidas do coração não me enganavam. Com cautela me aproximei até uma pedra, esta ficava na entrada de uma caverna.
— Se não sair agora por bem, será difícil te salvar do que está por vir. — Falei ao cruzar meus braços e logo o choro de criança me surpreendeu.
Uma mulher suja e maltrapilha saiu segurando um bebe nos braços, este chorava bastante. Caminhei dois passos em sua direção e ela recuou no mesmo momento.
— Não vou te fazer mal. — Minha voz era baixa queria transmitir que estava calmo e assim quem sabe o bebê também se acalmar.
— Fica longe! Não quero problemas… — Ela falou firme e logo se voltou na tentativa de fazer o bebe se acalmar. Eu vi que ela estava mais desesperada que a criança naquele momento, por isso estiquei meus braços em um pedido silencioso.
— Posso ajudar com a criança, deixe-me ve-lo. — Ela me olhou com desconfiança, sobretudo quando viu o símbolo em minha farda.
— Não machuca ele por favor… Faça o que quiser comigo, mas não machuca meu filho. — Aos poucos ela foi se aproximando e quando os dois estavam pertos o suficiente procurei esconder meu espanto ao ver que aquela mulher era Siobhan Clermont.
Assim que peguei a criança em meu colo o mesmo me olhou e por uns segundos vi os olhos dele brilharem em um tom que apenas tinha no sangue da minha família, os olhos âmbar. Um olhar espantado surgiu em minha face e no segundo seguinte olhei para a Siobhan.
— Como… onde conseguiu essa criança? — Perguntei ainda a encarando e vi quando um olhar de ofensa passou por sua face.
— Até onde sei, carreguei essa criança por quase nove meses, é meu filho. E serio mesmo que saber como é feito um bebe? — Ela respondeu ao pegar a criança do meus braços e somente então percebi que ela tinha parado de chorar.
— Não preciso saber os detalhes de como transou com meu irmão… Mas porque não veio até nós logo que descobriu a gravidez? — Perguntei ao cruzar meus braços, mas depois de analisar melhor sua postura percebi que ali naquela clareira não era o melhor lugar para se ter essa conversa.
— Vem, vou te levar para casa. Não vou deixar meu sobrinho aqui ao relento. — No segundo em que terminei de falar isso ela me olhou assustada, talvez não soubesse do meu parentesco com Harlan. E a rápida lembrança veio de que uma mulher tinha ido até o portão sul procurando por Harlan. Rosnei baixo ao ligar os pontos e ver que ela realmente procurou por nós, mas os idiotas do portão não a deixaram passar.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Cleide Almeida
tomara q ele dê apoio a ela
2024-10-22
0
ARMINDA
UFAAAAA TA PARECENDO QUE AS COUSAS VÃO MELHORAR PRA SIOBAN.
2024-09-24
4
Mellika Duarte
ela vai ainda sofrer humilhação
2024-08-29
1