O tempo passava devagar, os minutos se tornavam uma eternidade e cada som da respiração dele batendo contra o outro lado do telefone me causava a sensação de pânico. Paralisei naquele telefone, meu coração estava batendo tão forte que parecia que ia sair por minha boca a qualquer momento.
Demorou cerca de uns quinze segundos para minha mente processar tudo o que deveria ser dito a ele, e ainda sim sentia medo.
— Harlan Vaughn? — Perguntei tentando juntar coragem para contar tudo que precisava.
— Se você ligou para o meu número, então sabe que sou eu. Anda, diz logo quem é e o que quer. — Ele não tinha paciência, percebi isso com as suas palavras.
— Sou eu, Siobhan Clermont… Preciso da sua ajuda, eu e seu filho precisamos de ajuda. — Falei como se uma bola de pelo estivesse na garganta, um silêncio se fez do outro da linha e logo a gargalhada do homem me assustou.
— Certo, certo, gostei da pegadinha… Nota dez pela imaginação, só em sonhos que eu engravidaria uma imunda dos Clermont… — Doeu ouvir isso, ele não acreditou em minhas palavras, as lágrimas queriam descer já.
— Harlan… É verdade, sou eu a Siobhan e na noite que passamos juntos, isso nos deu um filho… — Antes que continuasse a falar sua voz me cortou, havia ameaça em seu tom de voz.
— Olha, não sei quem é você, e pouco me importa isso. Se está tentando lucrar com algo aqui não vai conseguir, e se quer me chantagear com a informação que passei a noite com uma Clermont, será a sua palavra contra a minha, o alfa. — Ele falou sem me dar tempo de interromper.
— Não sei com quem apostou para me passar trote, mas se continuar a falar besteiras farei com que seus dias sejam curtos aqui na terra. Tenho mais o que fazer. — Ele desligou o telefone antes que eu pudesse falar mais alguma coisa e nesse momento cai de joelhos não segurando por fim minhas lágrimas.
Será que minha voz não mostrou o medo e a preocupação necessária? Ele se lembrava mesmo de mim ou talvez estivesse enganada e naquela noite apenas fui mais uma na cama do famoso Harlan Vaughn. Eram tantos pensamentos que bombardearam minha mente naquele momento que não sabia mais o que fazer além de chorar, era um choro dolorido e carregado de puro desespero, o ar chegava a faltar em meus pulmões à medida que as lágrimas desciam sem freios.
Sierra se aproximou de onde estava ajoelhada segurando seu celular, ela ainda mantinha Ravi no colo e se abaixou ao meu lado beijando minha testa com carinho.
— Ele não acreditou… Acha que não passou de um trote… — Falei entre lágrimas, talvez por saber que sua mãe estava vulnerável Ravi também começou a chorar. Sequei minhas lágrimas ao ouvir o choro de meu bebe, e voltei meus olhos para Sierra, beijei sua testa antes de pegar meu filho de seus braços.
— Acho melhor não mantermos contato por alguns dias, não quero criar problemas para você. — Falei ao me sentar no chão, ainda ninando meu filho ali.
— Não! Ficou maluca? Não vamos cortar contato, mamãe está tentando convencer o papai a te aceitar de volta, nós duas estamos. — Voltei meus olhos para os dela e sorri.
— Sabe que ele pode ser teimoso, não quero minha irmãzinha metida em encrencas com o alfa Clermont. — Fechei meus olhos pensando no que poderia fazer, minha mente voltava para a imensa floresta que rodeava a pista por onde passei quando fui até a tribo Vaughn, não queria preocupar minha irmã, mas talvez viver no meio da floresta fosse a saída mais apropriada naquele momento. Lá teria água e abrigo contra a chuva e qualquer outra coisa que pudesse colocar em risco meu filho pequeno.
Ficamos ali sentadas até o sol começar a se pôr e o céu ficar alaranjado. O telefone dela começou tocar de forma desesperada, mas ela não atendeu, pelo menos não nas cinco vezes que ele tocou.
—É a mamãe ligando… Preciso ir. — Ela se levantou e abaixou para pegar Ravi que havia adormecido em meus braços.
Assim que me coloquei de pé a olhei sorrindo, beijei sua testa com carinho em uma despedida silenciosa e abri a porta do carro para acomodar Ravi na cadeirinha sem acordá-lo.
— Sabe que só estou segura aqui ainda, porque todos me conhecem… Porém não podem me dar abrigo ou comida. — Falei baixo.
— Preciso sair daqui se quiser sobreviver mais um tempo. — Finalizei por fim limpando uma lágrima solitária que rolou pelo rosto dela.
— Custe o tempo que for, lhe trarei de volta pra casa… Eu vou convencer o papai. — Sierra falou ao despedir.
Entrei no carro com as mãos firmes no volante, tombei minha cabeça para frente e respirei fundo. As palavras de Harlan ainda ecoavam em minha mente novamente e ali sozinha com meu filho adormecido, me permiti chorar mais uma vez.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Ceci
Mano ... eu tô quase chorando aqui... /Cry/ tadinha velho
2024-12-11
1
Lu e a Estante de Sonhos
Dura realidade das mães abandonadas!!😓😓 Antes tivesse ouvido seu pai!!! Ele queria poupa-la desse sofrimento!!!
2024-12-04
1
Cleide Almeida
nossa essa vai sofrer viu
2024-10-22
0