Hoje estava completando três semanas que absolutamente tudo que eu comia era jogado fora, minha mãe se preocupava por pensar ser uma doença contagiosa por isso ela pediu permissão para que fossemos a um médico.
Não queria sair de casa por nada nesse momento, mas como meus sintomas eram apenas quando comia algo, passei a viver somente de água. Era final de tarde quando cheguei com algumas sacolas nas mãos, disse que ia buscar alguns remédios na farmácia o que facilitou minha ida e volta, meu pai desconfiava até mesmo da sombra.
— Negativo, que dê negativo, por favor, por favor… — Estava sentada na tampa do vaso sanitário a vinte minutos, suplicando que minhas suspeitas fossem erradas. A porta do banheiro estava aberta, enquanto a do quarto se mantinha fechada.
Esperei por trintas minutos no total antes de pegar o teste nas mãos e ver as duas barrinhas que mudariam minha vida, em choque fiquei ali parada me olhando no espelho, o medo corria por minhas veias, e quando voltei a mim a porta do quarto estava sendo aberta com um solavanco só.
— Siobhan, o que está acontecendo? Seu cheiro é de puro… — Meu pai parou de falar quando viu o teste em minhas mãos e a embalagem em cima da pia.
— Eu… eu… posso… — Antes mesmo que terminasse a frase senti apenas o aperto em meus braços, ele havia me puxado para fora do banheiro com força enquanto me arrastava escada abaixo.
— Isobel! Leve ela agora mesmo no médico da tribo, quero todos os exames possíveis feitos! E avise a ele que quero com urgência. Você não entra nessa casa sem todos os exames em mãos, entendeu? — Meu sangue gelou quando vi o medo nos olhos de minha mãe. Sierra desceu as escadas quando ouviu os berros de meu pai, mas logo foi barrada quando ele apenas apontou indicando que a mesma voltasse para seu quarto.
(...)
Descobrir que está grávida deve ser a coisa mais feliz na vida de uma mulher, saber que carrega uma vida no ventre que está gerando e nutrindo algo dentro de si, deveria ser motivo de felicidade para todos. Deitada na maca do médico enquanto ele realizava todos os exames, mantive meus olhos fechados apenas ouvindo o choro baixo de minha mãe, talvez ela estivesse feliz por mim. Era o que pensava.
— Os resultados estão aqui, lacrei apenas para que o Jacinto Dick possa abrir. — O médico falou sério enquanto seus olhos se voltaram em minha direção e rapidamente foram ao chão. Ser filha do Alfa implicava que ninguém poderia lhe olhar por mais que três segundos, do contrário a cabeça rolaria.
Engoli seco quando o carro parou na frente de casa, não queria descer, mas a figura de Sierra na varanda com o olhar preocupado me dizia que se não entrasse tudo iria piorar.
Os minutos se tornaram horas, o silêncio deu lugar aos berros e por fim a fúria dele explodiu bem na minha cara, senti apenas a ardência do tapa em minha bochecha enquanto caia no chão da sala com minha mãe choramingava sendo abraçada por Sierra.
— Sua cadela! Como pode fazer isso? — Ele esbravejava com os resultados do exame na mão.
— Não prestou nem mesmo para ficar com as pernas fechadas? Isso não vai nascer! — Ele gritou mais uma vez avançando em minha direção, nesse momento Sierra entrou na nossa frente com os braços abertos.
— Basta! Que tipo de alfa é esse que, ao invés de proteger, bate na sua cria? — Minha irmãzinha tinha coragem, devo admitir.
— Cria? Você é a minha cria… E vai proteger essa vagabunda… — Ele cuspiu as palavras ao me olhar com nojo, as lágrimas se formavam em meu rosto porém me recusava a chorar.
— Ela é minha irmã, sua primogênita e está grávida! Já aconteceu, não tem como voltar atrás… Gritar, ofendê-la e agredi-la não vai resolver. — Sierra continuava falando enquanto apenas olhava para o chão sentindo meu rosto arder.
— Já tenho a solução, você vai até a clínica e vai tirar essa coisa. — Ele soltou as palavras e involuntariamente passei as mãos ao redor de meu ventre.
— Não serei conhecido por ter uma prostituta desonesta como filha! — Ele falou ao sair caminhando em direção a cozinha onde jogou algumas cadeiras no chão. Assim que me vi livre dele finalmente me permiti chorar, minha mãe tentou se aproximar mas recuei.
— Não! A senhora não questiona nada que ele faz, ele nos mantém presa dentro de casa e a senhora aceita! — Explodi em lágrimas enquanto falava, sabia que a culpa não era dela, quem havia saído para uma festa escondida e deveria arcar com as consequências de tudo era eu, não deveria jogar a culpa nas costas da minha mãe.
Engravidar sem um companheiro era o pior que poderia acontecer com uma loba, era o que muitos chamavam de sinal para que você não respeitava seu corpo e que qualquer lobo poderia se aproveitar, a tomando para si e a jogando fora na manhã seguinte. Deveria ter pensado nisso antes de me deixar levar pelo momento, maldito seja Harlan Vaughn, maldito seja!
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Lourdesmar Luz Neves
maldito prq? não gostou tbm? agora vê?!🤨
2025-01-10
1
Lu e a Estante de Sonhos
Literalmente!!! Loba é da família dos cães, né??🤔🤔🤔😅😅
2024-12-03
1
Cleide Almeida
na hora do vuco vuco é bom né kkk nem lembra das consequências e agora terá q deixar d ser ingênua e encarar a realidade
2024-10-22
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