Seth sabia que algo estava errado desde que Karol havia o abordado em sua festa. Ele a aguardava com ansiedade na sala de treinamento, que era o único lugar que eles podiam conversar em paz. Porém ela estava muito atrasada, coisa que não ocorria desde que eles passaram a treinar juntos anos antes.
Foi então que um auxiliar da divisão de ciências, que era responsável pela camara, surgiu apressado com um semblante preocupado:
-Senhor Seth o treinamento de hoje esta suspenso. - O auxiliar avisou.
-Posso saber o por quê? - Seth se levantou do chão segurando as espadas de treino e se aproximou do auxiliar.
-O prédio esta uma loucura, aparentemente a senhorita Karol desapareceu.
-O que? - O soldado estava surpreso.
-O presidente esta enlouquecendo os diretores para descobrir onde ela esta e se por acaso foi sequestrada ou algo do tipo.
-Mas por que não me avisaram nada?
-Aparentemente o senhor Ritchie deu falta dela ontem depois que ela saiu da festa e ontem mesmo ordenou uma busca por ela, mas até agora não encontraram nada, até parece que a senhorita evaporou.
-E onde esta o Ritchie agora?
-Rastreando as rotas até a fronteira. O senhor deve se preparar para ir para a base na fronteira nesse instante. O Diretor Wolf que solicitou.
-Já vou me preparar.
O soldado saiu apressado para a sala de armas onde deixaria as espadas e de lá iria para o vestiário para começar a se arrumar para sair. Karol havia pedido para conversar com ele na noite anterior, como assim ela havia desaparecido? E se tivesse acontecido algo com ela, ele jamais se perdoaria em sua vida, por mais que fosse quase impossível ela ter sido morta por alguém, já que ela conseguia ser melhor que muitos soldados de elite.
Ele se arrumou rapidamente, vestiu todo seu equipamento e se apressou para se apresentar ao diretor que até aquele momento já havia ligado algumas vezes para o seu celular. Assim que entrou na sala de Wolf, ele pode ver o homem mais velho completamente desesperado, ao que parecia o presidente realmente estava o enlouquecendo:
-Ah que bom que chegou Seth. - O diretor de porte alto e corpulento se aproximou dele. - Temos uma crise para conter mas uma que tem que estar em sigilo.
-Pode me deixar a par da situação, senhor.
-A filha do presidente desapareceu ontem a noite e o presidente esta desesperado atrás dela. Ninguém pode saber que ela desapareceu porque ele firmou o noivado dela com a família Wesker e de forma alguma isso deve vir a público.
Seth sentiu seu coração falhar uma batida. Então era isso que Karol queria ter contado a ele e ele simplesmente ignorou a dor dela. O soldado pode imaginar o tamanho da dor da sua namorada. Sim, eles estavam namorado já havia alguns meses escondidos e ele estava fazendo o possível para subir de patente e se tornar importante dentro da companhia só para ter a aprovação do presidente:
-...então você irá para a base na fronteira e lá tente rastrear qualquer sinal de entrada de pessoas que vieram dessa região. Compreendeu bem? - O diretor tinha um olhar desesperado.
-Sim senhor. Vou partir imediatamente e darei relatório de toda a minha investigação.
-Ainda bem que ainda temos você para confiar, Seth. Se conseguir achá - la ganhará uma promoção com toda a certeza.
O jovem de cabelos platinados apenas acenou com a cabeça e saiu do local. Como já tinha preparado tudo para viagem, ele só organizou o grupo com quem ele iria partir e logo estava no veículo que o levaria para a base. Local onde passava mais tempo do que na cidade desde que a guerra havia estourado.
Durante a viagem ele não parava de pensar em onde Karol poderia estar e o que ela poderia estar fazendo. Ele a conhecia, nunca que ela iria se rebelar contra o pai só por um noivado de conveniência, ela era inteligente e esperta o suficiente para sair daquela situação e pelo que sabia a família Wesker era exemplar. O filho deles tinha uma reputação até melhor do que a de Ritchie. Havia algo errado e ele precisava descobrir.
Como a base era na fronteira do país, levava praticamente dois dias para chegar até a base que ficava no porto. Na saída da cidade ele encontrou Ritchie, que parecia tão desesperado quanto o pai e o diretor Wolf. O loiro implorou que ele encontrasse sua irmã, o que preocupou mais o soldado, já que Ritchie sempre foi super protetor com a irmã desde que ela nasceu.
O clima da base da fronteira era árido devido o relevo rochoso e o local mais fresco era perto da costa. Quando mais para dentro do continente, mais o relevo barrava o vento que vinha do mar. Como ele já tinha alguns níveis mais altos de habilidades, sempre recebiam algumas regalias da companhia e ali naquele acampamento, ele tinha uma barraca só dele que ficava estrategicamente afastada do pelotão principal.
Assim que se aproximou ele pode notar os dois soldados na entrada. Sempre que ele passava um tempo fora, sempre ficava alguns guardas ali para vigiar seus pertences. Mas o que ele achou estranho é que havia uma soldado feminina como vigia. O regimento feminino ficava justamente atrás dos aposentos dele para garantir que nenhum engraçadinho fosse perturbar as moças do regimento de snipers de elite que era composto apenas por mulheres.
Logo que ficou à frente dos dois vigias ele falou:
-Até onde sei as soldados do regimento de snipers não podem ficar aqui, o que ela faz aqui?
-Perdão senhor, um segurança nível 1 que solicitou que ela o aguardasse aqui. - O soldado informou.
-Entendi. Dispensado. - Seth ordenou e o soldado desapareceu rapidamente da sua vista. - Entre. - Ele abriu a porta da barraca e indicou para a soldado entrar.
Assim que ela entrou, logo ela tirou o capacete o surpreendendo:
-Karol?
-Quieto. - Ela colocou um dedo sobre os lábios dele. - Ritchie me ajudou a vir até aqui, mas preciso da sua ajuda para atravessar o continente para pegar o barco do outro lado.
-Espere, o que esta acontecendo? Por que esta aqui como um soldado?
-Eu te falei do meu noivado, acabou que descobri que aquele cara que matou a moça que encontraram morta na saída de incêndio. Ritchie também me contou que aquele cara não é boa coisa e que eu não devo me casar com ele de forma alguma.
-Bem, se o Ritchie que o conhece pediu isso para você e esta tomando todo o cuidado para que você desapareça do radar, quem sou eu para ir contra. Mas se quiser eu posso dar um jeito de matar aquele cara.
-Melhor não, a culpa cairia em você e isso seria problemático.
-Por que seria problemático?
-Seth. - Karol sorriu amargamente. - Porque você é apenas um soldado, não faz parte da elite como ele.
-Isso é uma vantagem, não?
-Não. - Karol acariciou o rosto alvo do rapaz a sua frente. - Essas pessoas podres de ricas não sabem o significado da palavra ética. - Ela suspirou. - Não posso te envolver nessa sujeira, a única coisa que posso te pedir é para cada dia ficar mais forte. Tão forte que todos irão temer a sua existência.
-Se é isso que deseja, eu o farei. - Seth pegou a mão dela e beijou.
-Eu tenho que voltar para o meu posto.
-Não precisa, eu estou aqui agora. Vou te ajudar com o transporte, sei que consegue se proteger durante o percurso. Agora só preciso ver quanto eu tenho de dinheiro para poder te dar para manter as despesas da viagem.
-Não se preocupe com isso, eu trouxe um pouco comigo e também aquela coroa que meu pai me deu de aniversário, só que preciso de um artesão para poder desmontá-la para que eu possa vender as partes aos poucos para me manter.
-Posso conseguir o contato de um para você. Já escolheu onde vai ficar?
-Primeiro vou procurar um local onde posso fazer algumas plásticas, mudar a minha aparência é essencial. - A jovem suspirou novamente. - Nunca pensei que teria que fazer isso na minha vida, não sei nem como eu poderia ficar.
-Eu também não gostaria que mudasse, eu te acho perfeita dessa maneira.
-Por que eu não nasci em uma família comum? Eu só queria ter um pouco de liberdade.
Seth se aproximou dela e a abraçou:
-Agora você esta livre.
Karol aproveitou o abraço para iniciar um leve beijo. Parecia uma vida que eles não tinham aquele tipo de interação. Tantas coisas haviam acontecido nas ultimas horas que parecia que uma vida toda havia passado. Mas agora nada mais importava, ela não era mais uma Seifer, ela era apenas uma garota comum nos braços do homem que amava.
Seth sentia seu corpo esquentar, seu coração estava disparado e parecia que o mundo lá fora não existia mais. Karol agora era uma fugitiva, sua missão era encontrá - la e levá - la de volta para casa, mas ele jamais faria isso, ainda mais agora que ele teria a chance de estar com ela para sempre. O soldado queria torná - la, mas ainda era muito cedo para eles terem aquele tipo de contato, se ele havia esperado até aquele momento, ele esperaria um pouco mais.
A contra gosto, o soldado se afastou dos lábios que tanto amava e encarou os inocentes olhos azuis dela, que naquele momento estavam carregados de luxúria:
-Fique aqui na minha tenda, pela madrugada eu te levarei até uma pessoa da minha confiança que a acompanhará até o porto.
-Seth…
-Karol, depois que atravessar o oceano estará sozinha, acha que consegue se virar?
-Vou ter que me virar de alguma forma e não poderei fazer nada muito formal para não chamar a atenção.
-Sim. Eu não posso segui-la agora, mas dentro de alguns meses eu darei um jeito de te encontrar.
-Não se preocupe tanto. - Ela sorriu.
-Vou preparar as coisas para sua saída, precisa de algo?
-Seth, aqui eu sou um soldado, se continuar me mimando assim todos vão desconfiar.
-Ah droga, é mesmo. Mas não tem como eu não te mimar, afinal você é a minha princesa. - Ele a beijou no rosto.
-Espero nunca deixar de ser.
Naquela noite, ele providenciou tudo para que Karol fosse transportada em segurança. Vê - la dormindo tranquilamente em uma cama de acampamento militar não combinava com ela. Os cabelos impecáveis estava espalhados pelo travesseiro de má qualidade e ela parecia bem menor dentro da farda de soldado comum, Karol realmente não combinava com aquele tipo de vida. Ele suspirou imaginando o quanto a caminhada dela dali para a frente seria dificil, mas ele faria o possivel para auxilia - la.
Rapidamente ele terminou de realizar os preparativos para a partida dela e com cuidado se juntou a ela na pequena cama. Era a primeira vez que se deitava ao lado dela. Ao sentir a presença de Seth, Karol despertou e se agarrou a ele, que a abraçou carinhosamente e a beijou na testa.
Já havia alguns meses que eles haviam se declarado um para o outro e desde então passaram a se encontrar escondidos nos cantos do prédio da companhia, onde Seth morava e onde ela treinava regularmente. Uma oportunidade como aquela jamais iria surgir novamente. O soldado puxou o rosto dela levemente na sua direção e a beijou. Seth nunca havia amado nada nem ninguém, mas os sentimentos dele para a moça em seus braços não tinha outro nome que não fosse amor. Ele queria que aquele momento durasse por toda a eternidade, que não existisse barreiras sociais, nem preconceito e nem nada que pudesse os separar.
Foi com muito pesar que ele teve que vê - la partir na manhã seguinte. Como tinha muitos contatos, ele providenciou um veículo e um mercenário de sua confiança para acompanhá - la até o porto. Karol sabia lutar muito bem e a segurança dela era o menor dos problemas, mas ele queria manter contato, por isso enviou o mercenário. O soldado sabia que ela não poderia ter nenhum tipo de aparelho eletrônico para comunicação ou seria rastreada. Assim que ela fizesse as cirurgias plásticas para alterar a aparência, ela providenciaria uma nova identidade e assim eles poderiam manter o contato necessário.
Já haviam se passado quatro meses desde que ele colocou Karol naquele transporte e não obteve notícias desde então. Depois de um dia difícil realizando uma infiltração em uma base inimiga, ele recebeu uma carta que foi entregue por uma criança de uma vila próxima da base em que estava. Ele pegou o envelope branco que estava lacrado e observou por alguns instantes.
Como ainda trajava o equipamento de combate, não se preocupou em ser contaminado ou com algum material explosivo, e também havia a verificação de todo o material que entrava no acampamento por uma tecnologia que detectava qualquer coisa que poderia ser prejudicial. Com cuidado ele abriu o envelope que continha um panfleto de uma cafeteria na região litorânea do outro lado do globo. O endereço estava em destaque e no verso havia uma mensagem: Eu te espero.
Um leve sorriso surgiu no rosto do agora nomeado major. Aquele era o sinal de que ela estava viva e agora ele tinha que encontrá - la. Rapidamente ele sacou o celular do bolso da calça e ligou para o superior pedindo alguns dias de folga para resolver algumas pendências, o que foi prontamente atendido, já que ele havia sido excepcional nas últimas missões.
Seth nunca ligou muito para a questão de tempo, mas quando se tratava de Karol, tudo mudava. Ele só queria vê -la, abraçá - la e beijá - la. Queria saber como ela estava nos últimos meses, o que ela havia feito, como estava se virando. A preocupação antes esquecida devido as missões que vinham uma atrás da outra, agora havia chegado com força e estava o sufocando. Quando ele chegou a frente do local indicado no panfleto, sentiu um leve alívio.
As paredes tinham alguns detalhes em relevo, a cor era cinza claro. Uma porta de madeira com vidro e uma grade era a entrada do local e a discreta placa acessa indicava que estava aberto. Assim que entrou, ele pôde observar o interior. Um balcão de atendimento de um lado e algumas mesas vazias do outro.
Um homem jovem, na casa dos vinte e cinco anos, estava sentado no balcão com alguns papéis. Assim que percebeu a presença de Seth, o homem chamou por um nome feminino e logo uma jovem surgiu. Cabelos longos negros e com ondas e olhos castanhos. Para o major, aquela moça tinha algo familiar, mas ele não quis arriscar antes de realmente saber se aquela era Karol, até porque o homem havia a chamado por outro nome.
A jovem, que parecia ter a mesma idade que ele, se aproximou do balcão rapidamente:
-Boa tarde, em que posso ajudar. - Ela sorriu e ele teve certeza de quem era aquela jovem.
-Um café sem açúcar e um donut. - Seth pediu.
-Certo, já esta saindo. Caso queira se acomodar em alguma mesa, eu levo para você.
-Vou esperar na mesa.
Seth escolheu uma mesa e se acomodou ali. O homem que estava no balcão deu algumas instruções para a jovem e logo saiu carregando os papéis. Logo ela surgiu com uma bandeja o servindo:
-Supreendente a sua mudança. - Seth começou a falar.
-Gostou? - Ela se juntou a ele na mesa.
-Só não gostei do nome. - Ele implicou.
-Mesmo? - Karol pegou o crachá escondido na roupa e mostrou para o major, que se engasgou com o café.
-O meu sobrenome?
-Eu tinha que escolher rápido, e foi o primeiro que lembrei.
-Bem, não vejo problema. Deve ter outras pessoas com o mesmo sobrenome que eu. Então, me conte como esta conseguindo se virar.
-A coroa esta me rendendo um dinheiro considerável, mas como não podia só aparecer com dinheiro do nada, resolvi arrumar esse trabalho de meio período e agora estudo numa escola normal. Com a documentação consegui forjar uma emancipação, então estou resolvendo as coisas da melhor forma possível. A guerra tem suas vantagens. Aqui eu sou uma refugiada tentando dar um jeito na vida.
-Então por isso os cabelos negros e os olhos castanhos?
-Características orientais fazem bastante sucesso e distraem os adversários.
-Adversários?
-Me diga, quanto tempo vai poder ficar?
-Uns cinco dias.
-Então você vai se divertir comigo. - Karol sorriu. - E ao menos na cafeteria você tem que me chamar de Marin.
-Por mim tudo bem.
-Você não vai poder ficar muito tempo por aqui então pegue isso. - Ela tirou um chaveiro com um coração de resina rosa e entregou para ele. - Eu moro no quarto andar desse prédio. Eu já avisei ao porteiro que chegaria uma visita para mim a qualquer momento, só fale o sobrenome que ele vai liberar a sua entrada.
-Não precisa, eu estou em um hotel.
-Nós passamos quatro meses longe um do outro e você quer mesmo passar mais tempo longe de mim? - Ela brincou.
-Ok, você tem razão. Vou pegar as minhas coisas e vou para sua casa. A que horas você sai?
-Por que esta perguntando isso?
-Então… - Seth ficou vermelho. - Eu gostaria de vir te buscar…tipo, eu ouvi de alguns soldados que quando eles estão em casa, eles buscam as mulheres deles no trabalho.
Um enorme sorriso surgiu no rosto de Karol, que puxou Seth pela camisa e o beijou rapidamente:
-Às dezoito.
-Estarei aqui para te buscar.
Conversaram mais um pouco e depois de uma leve discussão sobre o pagamento do pedido, que ela não queria que ele pagasse, mas que no final acabou aceitando. Ele voltou para o hotel, onde pegou suas coisas, pagou a diária e seguiu para o apartamento de Karol. Como ela havia dito, não foi dificil achar o local, que era bem próximo a suposta escola e da cafeteria.
O prédio tinha a fachada laranja com detalhes em branco e pequenas varandas com grades de metal com arabescos. A porta da recepção estava encostada e como Karol havia dito, havia um porteiro. Um senhor de idade avançada, com um corpo baixo e calvo, de aparência simpática:
-Bom dia meu jovem, posso te ajudar? - O senhor perguntou.
-A Marin Crescent me pediu para vir para este endereço, ela disse que mora aqui. - Seth respondeu.
-Ah sim, você deve ser o namorado dela. Me surpreende ver o quão jovem você é.
-Ela falou algo de mim?
-Sim. Disse que estava ansiosa para que você voltasse são e salvo. Guerras são difíceis, meu jovem. Já estive lutando algumas vezes para proteger a paz desse local. A propósito, meu nome é Domenico.
-É um prazer conhecê - lo senhor Domenico e obrigado por cuidar da Marin.
-Ela é uma jovem muito doce e educada, será sempre uma boa companheira. Gostaria que meus netos tivessem o juizo que vocês dois tem.
-Ela é mesmo uma jóia rara. - Seth sorriu. - Me perdoe, mas estou um pouco cansado e logo devo ir buscá - la no trabalho, então se me der licença eu vou subir.
-Ah sim, claro. Antes de subir meu jovem, poderia levar a correspondência dela? Não a vi quando chegou da escola pela manhã, então não pude entregar a ela. Claro, se não for um incomodo.
-Incomodo algum. - Ele se aproximou e pegou os dois envelopes que Domenico estendeu na direção dele. - Pode deixar que eu entrego a ela.
-Obrigado meu jovem e tenha um bom descanso.
-Obrigado.
Seth subiu as escadas até o quarto andar. Como era um prédio antigo não tinha elevador. Ele chegou até o andar e se aproximou da porta onde tinha o número 402. Assim que colocou a chave na fechadura para abrir a porta, a porta do vizinho da frente se abriu e um rapaz de longos cabelos castanhos e olhos azuis surgiu animado:
-Marin, até… - O rapaz parou de falar assim que viu Seth. - Quem é você? E o que esta fazendo abrindo o apartamento da Marin?
-Namorado. - Seth respondeu friamente enquanto abria a porta.
-Ah, então você existe mesmo e não era uma desculpa para não ficar comigo. - O rapaz olhou para Seth com desdém. - Já vi que tenho um inimigo a altura.
Um leve sorriso surgiu nos lábios de Seth. Quem aquele idiota achava que era para o desafiar, ainda mais se tratando da sua mulher:
-E eu nem o considero um inimigo. - O major falou e fechou a porta em seguida, deixando o outro pasmo.
Seth suspirou e então pode observar o local. O apartamento era pequeno, o chão era de madeira e as paredes eram brancas. Logo na entrada havia um aparador de madeira clara assim como a estante que ficava na frente do sofá creme. Uma leve cortina cobria a porta da varanda.
Ele caminhou pelo piso impecavelmente limpo e logo encontrou a cozinha e o banheiro, ambos bem decorados com armários brancos e puxadores bronze. No banheiro havia uma banheira antiga com pés de cobre, provavelmente Karol havia escolhido aquele local por ser realmente bem decorado. O major voltou para sala e deixou a correspondência sobre o aparador e seguiu para a única porta que havia ali, sinalizando que havia apenas um quarto na construção.
Uma grande cama de casal com uma cabeceira de tubos de metal preto e detalhes dourados ocupava grande parte do quarto. Havia uma cômoda grande e uma mesa de cabeceira onde um livro repousava ao lado de um abajur. Ver toda aquela acomodação o tranquilizou, mesmo sozinha, Karol estava bem acomodada e aparentemente segura. Vencido pelo cansaço, ele deixou a mala ao lado da porta de entrada, se despiu e se deitou na cama, que ainda tinha o cheiro da dona, o que o ajudou a pegar no sono bem mais rápido.
Ele acordou com o despertador do celular avisando que já era quase o horário de Karol sair do trabalho. Como agora ela era uma civil, ele passou a se empenhar em aprender algumas coisas para poder agradá- la e conviver bem com ela. Sua garota era a única pessoa que tinha no mundo e ele gostaria e muito que ela continuasse ao seu lado por toda sua existência.
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Atualizado até capítulo 80
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