Nicolas ainda se lembrava da primeira vez que tinha matado. Ele tinha 10 anos de idade e estava brincando com o filho de um empregado que sempre aparecia no jardim quando ele estava no intervalo das aulas de piano. Naquele dia ele estava irritado por não ter conseguido a atenção do pai durante a sua apresentação de uma peça de piano que ele havia ensaiado por dias, e quanto a sua mãe? Provavelmente estava em algum hotel com algum amante.
Mesmo ele sendo jovem, ele sabia o quanto a mãe era uma depravada e o pai só vivia para suas pesquisas duvidosas. O filho dos empregados se considerava amigo dele, coisa que ele nunca seria, afinal ele fazia parte da elite do mundo dos negócios. O pequeno infeliz acabou quebrando uma réplica de um avião que Nicolas havia ganhado do pai.
O jovem Wesker empurrou o garoto no chão próximo a piscina. O som da cabeça do garoto batendo no chão foi único, mas era uma quina de um degrau e logo o sangue começou a escorrer para a água. O garoto achou tão bonito o sangue escorrendo pela água que ficou por ali até a velocidade do líquido diminuir.
Ele ouviu um grito de desespero vindo da sua cuidadora e logo ele foi cercado por empregados e retirado dali. Culpa era algo que ele não sentiu, na verdade ele sentiu um prazer enorme em ver aquele líquido escorrendo pelo piso até alcançar a água cristalina da piscina. Horas depois ele ficou sabendo que o garoto havia morrido, mas que ele não precisava se preocupar, que aquilo tinha sido apenas um acidente e que tudo ficaria bem.
Até então, ele sempre era a vítima. Cercado de cuidados e mimos. Toda a atenção era apenas para ele, até o fatídico dia em que Ritchie Seifer foi transferido para mesma escola e sala em que ele estudava. O Seifer tinha carisma e era eloquente durante as conversas, além de ser bonito e ter um jeito cavalheiresco. A turma e professores que tanto o adoravam passaram a dividir a atenção entre ele e Ritchie, o que despertou ódio e inveja no Wesker.
Mas a gota d’água foi quando a menina mais popular da escola o trocou por Ritchie no baile daquele ano. Eles foram os vencedores como rei e rainha, enquanto ele teve que se contentar com o segundo lugar ao lado de uma garota não tão popular quanto a outra. Naquela noite ele convidou a sua companheira para vir até a casa dele, a jovem claramente apaixonada aceitou e ele pode se aproveitar dela de todas as formas possiveis. Como ela era influente e próxima da atual namorada do Seifer, ele aproveitou para descobrir as fraquezas do loiro, foi então que ele descobriu sobre Karol.
A Seifer mais jovem não estudava fora, recebia sua educação toda dentro da compainha do pai. O que era um tanto estranho, mas visto que era a única filha do presidente, era normal ter todo um cuidado ao redor dela. Havia rumores que ela tinha a saúde frágil e que poderia ter uma aparência desagradável. Foi então que ele começou a arquitetar uma maneira de encontrar essa garota e sequestrá - la.
Que vingança melhor contra aquele que tinha roubado o seu lugar do que deflorar e torturar a irmãzinha querida dele? Com esse plano em mente, ele contratou pessoas e arrumou tudo para que ele pudesse acabar com a alegria do Seifer. Tudo ocorreria em um lançamento de um empreendimento novo da sua família, ali ninguém desconfiaria dele.
Na noite da festa ele estava mais paciente que o normal, ele tinha a certeza de que aquele seria o dia da sua grande vitória sobre Ritchie Seifer. Nicolas havia escolhido usar um um conjunto de gala com terno e calça dourados e uma camisa social preta embaixo do terno. Optou por não usar gravata, queria estar bem bonito e chamativo para atrair a sua vítima. Não que ele não confiasse em sua beleza, herdada de sua mãe, mas se ele pudesse estar mais belo, ele o faria.
Era a primeira vez que ele colocaria os olhos em Karol, e mesmo se ela fosse tão horrível quanto diziam, ele ainda assim a atacaria. O local da cerimônia de lançamento do empreendimento seria no espaço de eventos de um grande shopping. Por ser um empreendimento voltado mais para o público popular, foi escolhida uma decoração mais simples e voltada para o corporativo.
As mesas estavam espalhadas em frente a um pequeno palco, havia umas quatro mesas para o buffet com diversos tipos de comida e dois bares com atendentes especializados. A música era bem suave para trazer leveza e dar espaço para que os presentes pudessem conversar sobre seus negócios corporativos.
Muitos convidados haviam trazido suas famílias. Sua mãe tinha se preocupado em criar um espaço para crianças menores para agradar as demais mães. E ao fim da apresentação do empreendimento teria uma festa com uma banda famosa e no fim um DJ encerraria a noite. Nicolas andava entre os convidados distribuindo sorrisos, acenos e elogios. Sempre foi assim naquele mundo. Até que, como um imã atrai o ferro, sua atenção foi atraída para a entrada e lá estava os Seifer.
Ritchie estava ao lado do pai, como sempre impecável, mas o que o surpreendeu estava a um passo atrás de Ritchie: uma jovem com longos cabelos loiros, a pele alva praticamente coberta por um belo vestido rosa claro. Os olhos dela eram azuis como os de Ritchie, mas transmitiam uma doçura e serenidade enorme. A maquiagem e os acessórios que ela usava eram bem leves. Era como se um anjo tivesse passado pela porta e ele sentiu uma surpresa enorme tomar conta do seu ser. Seria possível que aquela fosse a Karol?
De repente um aglomerado se formou ao redor dos Seifer. Era incrível como até em uma festa da família dele, eles perdiam o protagonismo para aquela família maldita. Ele ouviu passos e logo seu pai surgiu ao seu lado:
-Vamos cumprimentar os Seifer. - Albert ordenou.
-Pai, quem é aquela garota?
-Aquela é a filha mais nova.
-Eu a quero.
Albert sorriu e colocou uma mão sobre o ombro do filho:
-Você tem bons olhos, Nicolas. Se conseguirmos firmar um compromisso entre você e ela, o valor das nossas empresas vai aumentar muito e tenho certeza que o senhor Seifer compartilha da mesma opinião que eu.
-Isso quer dizer… - Nicolas observou o pai surpreso.
-Vou conversar com ele agora e lhe propor essa aliança, até o fim da noite eu lhe dou uma resposta.
-Obrigado pai. - Nicolas sorriu animado com a ideia que lhe foi exposta.
Nicolas viu o pai se afastar e ir na direção dos recém chegados. Ele queria ir junto mas era como se algo impedisse ele de segui-lo. Por alguns segundos ele pode ver Karol novamente em meio ao aglomerado, e ela tinha um doce sorriso nos lábios. Seu coração disparou com aquela imagem. Ela ajeitou uma mecha do cabelo atrás da orelha e por uma fração de segundos os olhares se cruzaram e o ruivo poderia jurar que ela sorriu para ele.
Seu rosto começou a esquentar assim como todo o seu corpo. Ele sentiu - se sufocado e resolveu sair do local para tomar um pouco de ar, quando saiu para o estacionamento pode ver a sua suposta namorada. A garota de cabelos castanhos se aproximou animada ao vê- lo:
-Nick, achei que estava lá dentro. - A jovem o abraçou.
-Eu vim te procurar. - Nicolas mentiu. - estava demorando a chegar.
-Desculpe, acabei me atrasando por causa do salão. Mas agora estou aqui.
-Eu sei que acabou de chegar, mas e se nós… - Nicolas deslizou as mãos pelas laterais do corpo da namorada.
-Hum…mas eu acabei de me arrumar… - A moça falou dengosa.
-Prometo que vou tomar cuidado para não estragar o seu cabelo e nem a sua maquiagem. - Ele acariciou os cabelos dela. - O que acha de clarear seus cabelos? Acho que você ficaria incrível loira.
-Você acha?
-Tenho certeza.
Depois daquela breve conversa, ele levou a namorada para um hotel ali próximo onde passou algumas horas com ela. Quando voltou para festa, ele sentia - se revigorado. Afinal, nada melhor que sexo para acalmar seus instintos. Assim que entrou no local ele percebeu que a apresentação do empreendimento havia terminado e agora a banda já tocava no palco. Assim que contasse ao pai o que estava fazendo ele tinha certeza que o mesmo não o reprovaria. Ele observou tudo ao redor à procura dos Seifer mas não os encontrou.
Logo ele avistou o pai e se aproximou curioso. Ao perceber a presença do filho, Albert dispensou o grupo com quem conversava e se aproximou do jovem com um sorriso:
-Onde estava?
-Me aliviando com aquela garota de sempre. - Nicolas respondeu. - Onde estão os Seifer?
-Já fora embora, mas fique tranquilo. O senhor Seifer aceitou sem problemas o nosso acordo. Como hoje não foi possivel, você será apresentado formalmente a Karol daqui a dois meses, no aniversário dela.
-Isso é sensacional! Obrigada Pai! - O ruivo abraçou o pai e se afastou alegre, indo comemorar a sua vitória.
Ele havia ficado tão feliz com a notícia que tinha se esquecido do seu plano inicial. Na manhã seguinte, o Wesker acordou com o som do toque do telefone na cabeceira da sua cama. Sem paciência, ele se levantou e atendeu:
-Diga.
-Senhor, estou ligando para informar sobre o seu pedido especial.
-Oh! - Nicolas sentou na cama. - Me diga como foi.
-Infelizmente perdemos o contato com todos os nossos homens. Aparentemente um dos seguranças era um soldado de elite.
-Droga, esqueci desse detalhe. Procure os homens e os elimine, não quero nenhuma evidencia sobre isso.
-Sim senhor!
O ruivo colocou o fone no lugar de origem e deitou novamente na cama. O plano dele havia falhado porque ele havia esquecido que além de uma compainha elétrica, a Seifer também era uma empresa de armamento e claro que tinha seu próprio exército, o poder deles era uma coisa incalculável. Mas agora ele estava tranquilo, já que ele estava de compromisso firmado com o pai dela.
Para manter a aparência, ele resolveu se comportar mais, afinal, ele tinha que conquistar a confiança do pai e do infeliz do irmão dela. Alguns dias haviam se passado e no momento ele estava deitado na cama enquanto via sua namorada Mary cavalgar em cima de si. Aquela coitada fazia qualquer coisa para agradá - lo, inclusive manter o namoro deles em sigilo a pedido dele. Ela havia pintado os cabelos de loiro como ele havia pedido e até mesmo a redução nos seios que ele havia cogitado, ela havia feito. Não era Karol, e estava longe de ser, mas o ruivo se divertia transformando aquela pobre garota em sua boneca de luxo.
Com destreza, ele inverteu as posições e a estocou com força até se sentir satisfeito. Como sempre fazia, ele marcou o corpo dela com mordidas e chupões. A pele avermelhada lhe dava um prazer enorme e como Mary era extremamente obediente, deixava ele fazer o que quisesse com ela. De repente ela saiu dos braços dele, o que o ruivo estranhou:
-Algo errado?
-Tenho algo sério para conversar com você. - A jovem pegou um roupão e se vestiu.
-Conte enquanto eu deixo as minhas marcas em você. Venha, volte para cama. - Ele estendeu a mão na direção dela.
-Isso é sério Nick. - Mary estava com um semblante sério. - Eu estou grávida.
Nicolas sentiu como se um raio atravessasse o seu corpo. Logo agora que as coisas estavam indo bem essa vadia tinha mesmo que engravidar? Não, ele não poderia permitir isso de forma alguma:
-Quando descobriu? - O ruivo perguntou direto.
-Ontem.
-Contou para alguém?
-Apenas para Beca.
O ruivo se levantou e controlou todo o ódio que surgia dentro de si. Aquela vadia tinha que contar logo para a namorada do Ritchie? É claro que a essa altura, Ritchie já sabia da história e aquilo poderia prejudicar o seu noivado:
-Mary, você pediu a Beca para ficar de bico fechado?
-Claro né, não somos loucas de sair espalhando esse tipo de coisa. - Mary falou visivelmente ofendida.
-Certo, eu vou te ajudar com tudo. Pode ficar tranquila.
-Preciso dos remédios para abortar, não quero estragar o meu corpo parindo uma criança.
-Isso é fácil para mim. - Nicolas se aproximou dela e a abraçou. - Independente disso, você ainda vai permanecer comigo?
-Eu não vejo problema. - Mary sorriu.
Depois de deixar Mary em casa, Nicolas voltou para casa às pressas, ele tinha que pedir a ajuda da mãe para resolver esse caso da melhor forma possível, e a melhor forma da família Wesker era eliminar toda e qualquer testemunha. Como Mary havia espalhado para toda a escola que eles haviam se separado, ele estava isento de qualquer responsabilidade do que acontecesse com ela.
Apressado, ele entrou na construção e rapidamente foi até o quarto da mãe, onde bateu na porta e logo uma empregada jovem, visivelmente corada abriu a porta:
-A minha mãe esta?
-Entre querido! - Virgínia falou de dentro do quarto enquanto ajeitava um robe de seda verde sobre o corpo escultural.
-Mãe, preciso da sua ajuda.
-Tudo para o meu lindo filho. - A mulher ruiva deslizou pelo quarto até se aproximar do filho e lhe acariciar o rosto.
Nicolas sentiu o afago da mãe e lhe segurou a mão que estava em seu rosto:
-Mãe, eu cometi um erro ridículo e peço a sua ajuda.
-Ora meu querido, vindo de você nunca será rídiculo. Mamãe estava indo se banhar, poderia me contar o que aconteceu enquanto faço isso?
-Sem problemas.
Virginia caminhou até o banheiro da suíte onde havia uma enorme banheira com vista para o grande jardim nos fundos da mansão. Com a ajuda da empregada que havia aberto a porta minutos antes, ela se despiu e entrou na água. Nicolas se orgulhava da mãe linda que ele possuia e tinha pena de todos que se apaixonaram por ela. Sua mãe era uma destruidora de corações, as únicas coisas que ela amava era ele e o marido, mas como esse ultimo quase não lhe dava atenção, ela se divertia com quem e com o que queria:
-Pronto querido, conte para mamãe o que aflige esse lindo coração. - A mulher prendeu os longos cabelos acobreados em um coque para não molhar e sentou - se na banheira.
-Minha ex-namorada esta grávida. - Nicolas confessou fingindo estar arrependido.
-Isso é bem simples de resolver, ela vai abortar a criança, mas eu não confio nela, ainda mais quando ela souber que esta noivo da filha do Seifer.
-Essa é a minha preocupação.
-Pode ficar tranquilo que eu providencio tudo para que esse aborto aconteça de uma forma que não vai atrapalhar os seus planos. Sei que se apaixonou pela Karol, e bem, quem não se apaixonaria, aquela moça é muito refinada.
-Ela é uma jóia extremamente rara e eu quero estar a altura dela.
-Você estar, meu príncipe. - Virginia sorriu e acariciou novamente o rosto do filho. - Se depender dos seus pais, o mundo será seu.
-Obrigado mamãe. - Nicolas beijou o rosto da mãe e saiu animado da suíte, foi então que ele viu uma foto de Karol em cima da cama da mãe, pelo jeito ela também estava mexendo seus pauzinhos.
Na imagem, Karol usava um vestido estilo camponesa com tons de branco e azul claro, na cabeça um chapéu branco com um laço azul escuro. Era o retrato da inocencia e pureza, tão diferente daquele maldito irmão mais velho que ela possuia, sem falar do pai que era um canalha. Mesmo ela não sendo culpada da família que possuía, ela pagaria por cada vergonha que ele havia passado desde que Ritchie havia surgido na vida dele.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Mara Melo
Que horror , o homem e toda a família são psicopatas .
2024-11-10
1
Marcia Ramalho Mecias
rapaz pisicopata
2023-06-18
2