Frankie acordou às 07 horas da manhã e Eva já não estava mais no quarto. Ele estranhou essa novidade.
Ela nunca levantou antes das dez horas da manhã. Nem mesmo quando Aiden era um bebê.
Ele tomou o seu banho e desceu para o café da manhã.
Antes de entrar na sala, Frankie cruzou com Yasmim que subia para arrumar o quarto. Cumprimentou-a e seguiu o seu caminho.
Olhou para traz e viu a jovem subindo as escadas, observou suas panturrilhas torneadas à mostra.
"Se eu fosse mais jovem, não deixaria essa escapar." — Ele sorriu ao pensar.
Aiden era mulherengo como o seu pai na juventude. A diferença era que Frankie após casar, nunca se envolveu com outras mulheres.
Quando chegou na sala, Eva estava à mesa.
Tão cedo e a mulher já usava um quilo de maquiagem. Ele suspirou.
— Parece que a sua noite não foi muito boa. Que pesadelo você teve para te deixar tão atordoada?
— Como você disse, foi um pesadelo sem sentido.
— No entanto, algumas vezes são reflexos do nosso subconsciente. Principalmente se tivermos feito algo de errado. — Frankie não deixou de criticar.
Ele encarou a mulher por um tempo. Ela abaixou a cabeça e continuou a tomar o seu chá importado.
Há dias, Frankie percebeu que Eva estava sempre ansiosa, principalmente com telefonemas e mensagens no celular. Não sabia o que era, mas algo lhe dizia que ela aprontou.
— Eva, hoje vamos visitar os Johnsons, eles estão empolgados com a neta que nasceu. Providencie um bom presente. — Disse enquanto colocava o guardanapo sobre o colo.
Nessa hora, Eva lembrou das frases que ouviu durante a madrugada.
— Vovó, por que você nos matou?
— Éramos inocentes...
Frankie suspirou mais uma vez.
— Era para os nossos netos terem completado quase três anos. Se tudo aquilo não tivesse acontecido.
— Já lhe disse que assunto está proibido aqui em casa. Aqueles bastardos já foram tarde. Nunca seriam considerados os meus netos, eu jamais permitiria isso. Em breve, Lina engravidará, assim teremos netos legítimos e à nossa altura.
— Eva, você é inacreditável. — Frankie jogou o guardanapo de tecido com força sobre a mesa, levantou e saiu.
Yasmin que voltava dos seus afazeres, além de ter tirado do quarto as quatro micro caixas de som acionadas por bluetooth, ouviu a fala maldosa da patroa.
Não só ela ouviu aquele absurdo, como a cozinheira e o motorista.
Quando chegou na cozinha o assunto era só um: A maldade de Eva e a possibilidade dela ter provocado o aborto.
Yasmin decidiu contou a verdade aos colegas, sem comunicar ao Sr. Morris. Esperou que terminassem a conversa.
— Que absurdo! Quanta maldade! Aqui se faz, aqui se paga, ela vai ter o que merece. — A cozinheira disse.
— Tomara que não demore acontecer. A Sra. Ágata não merecia ter perdido os bebês.
— O que acham de darmos uma boa lição nela? — Yasmim que estava parada na porta de acesso à cozinha perguntou.
— Ela merece, mas podemos ser demitidos.
— Sei de um jeito de assustá-la e ela não poderá nos demitir, mas para isso, todos têm que prometer guardar sigilo.
— Eu topo dar uma lição naquela megera. Que mulher desprezível e preconceituosa. — O motorista falou indignado com as falas da patroa.
Yasmin assentiu.
Ela contou tudo o que sabia e eles ficaram horrorizados.
Os dois colegas aceitaram a participar do plano.
Passados algum tempo, a patroa chegou histérica na cozinha.
— Seu bando de imprestáveis, estou chamando há horas.
— Vovó por quê você nos matou?
— Éramos inocentes...
As vozes foram ouvidas pela cozinha.
Os três falaram com a patroa como se não estivessem ouvindo nada. Trataram como uma música ao fundo de uma conversa.
— Sra. Eva, em que podemos ajudá-la? — A cozinheira perguntou.
— Vovó, por que você nos matou?
— Éramos inocentes...
Eva os encarou.
— Sra. Eva, desculpe-nos, porque estava nos chamando? — Yasmim perguntou desconsiderando a pergunta da cozinheira.
As vozes continuavam.
A mulher foi ficando pálida.
— Por acaso, vocês ouviram vozes de crianças?
— Não! — Os três responderam em uníssono.
— Chegou alguma criança na casa? Deixa eu ir até à sala verificar. — Yasmin começou a caminhar.
— Não precisa. — Eva adiantou-se, penso que foi só uma impressão.
— A senhora disse que estava nos chamando antes... O que precisa? — Yasmin falou.
As vozes das crianças soaram de novo.
— Não é nada, eu mudei de ideia.
Eva ficou pálida e saiu quase que correndo da cozinha em direção ao jardim.
Ela ofegava quando sentou no banco próximo à entrada da casa. Colocou a mão no peito enquanto tentava se acalmar.
Os três funcionários ficaram de longe assistindo à derrocada da mulher imponente, da megera da patroa. Eles riram e voltaram às suas tarefas.
Todos prometeram manter sigilo.
O restante da semana não foi diferente, em dias alternados a cozinheira adicionava uma pequena dose de sonífero nos sucos, assim como Yasmim tinha feito no primeiro dia.
No entanto, agora eram três pessoas que sabiam.
A cozinheira já era uma senhora de mais idade, então a sua ajuda era o sonífero e fingir que não ouvia as vozes.
Já o motorista, ajudou em uma das noites a colocar sombras de duas bonecas grandes para parecerem crianças no quarto com a ajuda de espécie de refletor pela sacada. Nessa noite, Yasmim havia deixado aberta parte da cortina da janela. Enquanto as vozes se repetiam.
— SUMAM. EU NÃO MATEI VOCÊS. — A mulher gritou apavorada.
O grito de Eva ecoou pela casa inteira.
Os dois, Yasmim e o motorista tiveram que correr para aparecerem com os outros funcionários na cozinha para não parecerem suspeitos.
— A patroa está enlouquecendo? — Uma funcionária perguntou.
Para eles valeu a pena o risco. A sua tarefa estava quase que completa. A patroa estava cada vez mais assustada e viram-lhe chorando uma noite antes de subir para a sua suíte.
No quarto, Frankie acordou com as palavras da mulher.
— Quem você não matou? — Ele indagou.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Eliana Regina da Silva
Está muito bom!!!kkķkk
Ela merece!!!
2025-03-18
1
Joana Sena
Quem planta colhe.🐍🐍🐍
2025-03-30
0
Gilvanise Azevedo
Gostando muito 😂😂😂😂
2025-03-08
1