Me despedi da Romina, mamãe e eu viemos embora. Ela não disse nada, mas fez o trajeto todo abraçada comigo, e isso era tudo o que eu precisava.
Apesar de tudo que aconteceu, eu ganhei uma amiga.
Eu mentiria se dissesse que estou bem, mas eu não ia permitir que isso me atormentasse. Eu cuidaria de mim, não ia ceder aos velhos vícios para conseguir esquecer disso.
Chegando em casa, eu tomei um banho e fui até o quarto da minha mãe, bati na porta da minha mãe.
— Pode entrar - ela disse.
— Vick, tá tudo bem? - ela
perguntou e já veio na minha direção me analisando de cima a baixo.
— Sim, mamãe. Eu só queria que a senhora me passasse o número da Romina. Por favor? -
A minha mãe me olhou e me disse:
— Filha, não posso passar o número dos meus funcionários, isso é errado - ela disse calmamente.
Então, depois de me olhar, ela simplesmente riu de mim.
— Estou brincando, Vick, não faça essa cara, por favor - minha mãe disse sorrindo.
Não gostei dessa brincadeira, pelo menos não era sério.
Ela pegou o celular e me enviou o número.
— Obrigada, mamãe - eu disse, abraçando-a. Quando estava saindo, ela me chamou.
— Vick, convida a Romina para vir almoçar conosco amanhã - minha mãe disse, e eu não consegui esconder a minha satisfação.
— Tá bom, mamãe. Boa noite - eu disse e saí rapidamente do quarto dela, fui procurar o meu celular.
Achei-o dentro da bolsa, vi o horário e achei que estava muito tarde; era uma da manhã e ela deveria estar dormindo.
Verifiquei o horário de novo e disse para mim mesma: na verdade, está cedo, e se eu estou acordada, ela também deve estar.
Salvei o número dela e liguei.
Chamou, chamou, chamou até cair.
Liguei novamente e aconteceu a mesma coisa.
Eu sei que deveria desistir, ela não iria atender. Então, eu disse a mim mesma que era a última tentativa.
Então liguei novamente e, no segundo toque, ela atendeu.
Chamada on
— Oi? - ela disse com uma voz arrastada, a típica voz de quem ainda não despertou totalmente.
— Oi. Te acordei, né? - eu falei e escutei ela derrubando algo do outro lado da linha.
— Vick!? - ela perguntou completamente surpresa.
— Sim. Desculpa te ligar - eu falei, torcendo para ela não se incomodar com isso.
— Não tem problema. Você está melhor? - ela me perguntou, parecendo totalmente acordada agora.
— Eu estou e você? - eu falei e ela sorriu do outro lado da linha.
— Você me ligou pra perguntar se estou bem? - ela disse em tom de incredulidade e sorrindo.
Mordi os lábios pensando em algo para falar.
— Na verdade, eu te liguei pra perguntar se você quer almoçar comigo amanhã. Com nós, a minha também vai almoçar. - eu falei nervosa e ansiosa pela sua resposta.
E ela ficou em silêncio. Esperei mais um pouco e não tive resposta.
— Obrigada por ter me ajudado hoje, e me desculpe por ter acordado você. - eu disse, pronta para desligar.
— Que horas? - ela perguntou.
— Que horas? - ela perguntou.
— O quê? - eu perguntei, parecendo uma idiota.
Ela riu e eu sorri junto.
— Que horas é o almoço? - ela me perguntou.
— Eu não sei. - Respondi, sendo sincera.
— Você não sabe? - ela perguntou, incrédula novamente.
— Você pode vir para o café e depois almoçamos, e depois a gente pode sair para jantar. O que você acha? - eu perguntei a ela.
— Tá falando sério? - ela me perguntou, surpresa, e posso jurar que ela estava contente com o meu convite.
— Sim. E aí, você aceita passar o dia inteiro comigo? - eu perguntei a ela.
— Aceito. - Ela me disse, e eu fiquei muito feliz. Não sei exatamente o porquê, mas eu estava muito animada.
— Então nos vemos amanhã aqui em casa bem cedinho.
— É, daqui a pouco eu vou para a sua casa. - ela disse.
— Se você quiser, pode vir agora.
— Não posso, eu tenho que dormir um pouquinho, e você também tem que descansar. - ela disse.
— Tudo bem então, bons sonhos. Ah, e descansa bastante porque vamos nos divertir muito.
— Ok, boa noite.
Chamada off
Eu tentei dormir, mas estava muito ansiosa. Então, deitei na cama e comecei a ler o livro mais chato que eu tinha, para que o sono viesse.
E deu certo, aos poucos adormeci. Acordei com a Silvina me chamando.
— Trocou de lugar com a mamãe, Silvina? - perguntei, fazendo graça.
— Que bom que está de bom humor - disse Silvina, sorrindo.
— Hoje o meu humor está ótimo e tenho certeza que vai melhorar muito ainda - disse a ela, me cobrindo novamente com a coberta.
— Que bom. A Romina já chegou - ela disse, e eu me levantei rapidinho. Foi o meu novo recorde.
— Sério? - perguntei a ela.
— Sim. Você quer que eu mande ela voltar mais tarde? - ela me perguntou.
— Tá doida, Silvina. Eu já estou indo - falei, levantando e pegando uma roupa para tomar banho. Silvina estava rindo igual uma hiena.
— Eu vou pedir que a Romina venha mais vezes, nunca vi você levantar tão rápido da cama.
Eu adorei a ideia.
— Diga a ela que já vou descer - falei e fui para o banheiro.
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Atualizado até capítulo 57
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