O sábado chegou e eu levantei cedo para dar uma olhada se estava tudo conforme o combinado para a festa. E estava tudo incrível. Quando eu voltei para o meu apartamento, já eram três horas da tarde, e então comecei a preparar a roupa que eu iria usar. De repente, me peguei pensando por que a Paola não colocou o nome daquela garota na lista. Será que a discussão foi tão séria a ponto de não se reconciliarem? O lado bom é que eu não encontraria com ela lá. Não que ela seja uma pessoa desagradável, e talvez esse seja o problema, ela é super agradável.
Quando deu oito da noite, fui para a festa planejando apenas marcar presença e voltar para casa. Ao chegar lá, cumprimentei meus colegas e também a senhora Paola. Fiquei curiosa para conhecer a filha dela, mas Paola disse que ela tinha ido ao banheiro.
Com o passar do tempo, a festa foi ficando cada vez mais chata e não tinha uma gota de álcool para me animar. Decidi ir para o jardim, onde tinha poucas pessoas. Escolhi um lugar pouco iluminado e me sentei, tirando os saltos. Respirei aliviada enquanto massageava os meus tornozelos.
— Você sabe aproveitar uma festa, hein? - escutei a voz da namorada da Paola.
Olhei para ela e ela estava ainda mais bonita, ostentando um lindo sorriso na boca. Enquanto nas mãos ela segurava um copo de suco, e brincava com os dedos na borda do copo.
— Pensei que você não viesse - eu disse, ela me olhou sem entender.
— Como eu poderia faltar? Sou a convidada de honra - disse com uma falsa arrogância e se sentou ao meu lado.
— "Convidada de honra"? Seu nome não estava na lista - disse sorrindo e ela retribuiu o meu sorriso.
— E como você sabe disso? - ela me perguntou com uma sobrancelha arqueada.
- Bem simples, eu que fiz a lista de convidados - respondi vitoriosa.
— Ah, então você é a responsável por reunir as pessoas chatas todas no mesmo lugar. Meus parabéns, você fez um grande trabalho - disse debochando.
— Na verdade, eu só escrevi os nomes na lista. Quem indicou os nomes foi a Paola - respondi tranquilamente para ela.
Ela bebeu um pouco do seu suco e ficou em silêncio, refletindo sobre algo.
— Vocês discutiram, né? - fiz mais uma afirmação do que uma pergunta.
— Quem? - ela me perguntou, olhando nos meus olhos.
— Você e a sua namorada - eu falei e ela deu uma gargalhada escandalosa , agradeci mentalmente por estarmos afastadas dos demais.
— Desculpa - ela disse se recompondo.
— Paola e eu discutimos, mas não temos esse tipo de relacionamento que você está insinuando - ela disse.
E eu fiquei muito curiosa para saber que tipo de relação elas tinham.
— Você conhece a filha da Paola? - ela me perguntou.
— Ainda não tive esse desgosto - falei e me arrependi assim que vi a cara que ela fez.
— E você a conhece? - perguntei.
— Conheço bem melhor do que eu gostaria - ela disse, parecendo pensativa.
— Você também tem uma relação com ela? - perguntei, torcendo para que a resposta fosse um "não".
— Pode se dizer que sim - ela disse, se divertindo às minhas custas.
— Que legal, assim fica tudo em família. Você pega a mãe e a filha - falei.
— Eca - ela disse, me fazendo rir.
— Por quê? Não foi você quem disse que tem uma relação com as duas?
Ela colocou as mãos nos meus braços e eu arrepiei com o contato.
— Você sabe o meu nome? - ela perguntou, me olhando nos olhos. Confesso que poderia me perder naquele olhar.
E eu não sabia o nome dela.
— Não - respondi baixo, envergonhada por nunca ter perguntado.
— Você sabe sim - ela respondeu com convicção.
— Não sei - respondi.
— Então como você se refere a mim? - ela me perguntou, mordendo os lábios e parecia ansiosa pela resposta.
Eu abaixei a cabeça e senti o meu rosto queimar de vergonha.
— Fala - ela sussurrou no meu ouvido e ergueu meu queixo com a mão.
— Estou super curiosa - ela disse, fazendo uma carinha travessa.
Continuei em silêncio, ela retirou as mãos de mim e, assim que ela fez isso, senti falta do calor delas.
Ela pegou o suco novamente e bebeu, enquanto pensava, e sorriu de lado.
— Amor da minha? - ela falou e eu me assustei.
— O-o quê? - gaguejei.
E ela sorriu ainda mais.
— É assim que você se refere a mim? Não acredito! - ela falou como se tivesse acertado, e agora entendi o que ela disse.
— Não - falei rapidamente.
— Não? Então como é? - ela me perguntou, como se me desafiasse.
— Moça do estacionamento e ruivinha - falei.
— Uau, eu tenho dois apelidos - ela disse sorrindo.
— E você, como se referia a mim? - perguntei.
— Senhora mau humor - ela falou séria.
— Sério? - perguntei incrédula.
E ela confirmou com a cabeça.
— Nossa, eu não te culpo, mas você poderia ter colocado um apelido melhorzinho - falei para ela.
Ela me olhou balançando a cabeça em negação.
— Na verdade, eu te chamava de garota do estacionamento, mas admito que eu gostei bem mais da maneira que você me chamou - ela disse olhando para mim.
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Atualizado até capítulo 57
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