Jimmy acordou de repente, assustado com mais um pesadelo, mas dessa vez não devido ao bullying de seu ex companheiro de trabalho; sonhou com seu pai, ou melhor, seu ex pai. Ele se manteve na cama com os olhos fixos no cobertor, até ouvir alguém bater na porta, só então levantou e se dispôs a atender.
— Bom dia flor do dia, vamos levantar, toma seu café, toma um banho, se arruma que temos muita coisa para fazer hoj...
— Calma respira meu Deus Derek! —Falo o interrompendo.
— Certo, me desculpa! Estou um pouco animado hoje, o festival sagrado está chegando e nós temos que te preparar, começando pelas roupas, vou te comprar novas, você é um guardião agora, não pode mais andar por aí como um externo. Ah! E seu uniforme, o manto dos guardiões, eu trouxe para você.
— Calma Derek! Uma coisa de cada vez — Sorriu da animação alheia — Festival sagrado? O que é isso? — Perguntou pegando a caixa a sua frente.
Enquanto Derek falava, o menor olhava o conteúdo da caixa de tamanho médio, com engrenagens douradas nos cantos, e um pequeno cadeado também dourado no centro; Derek lhe entregou a chave, e assim que abriu a mesma, revelou o uniforme dos guardiões, consistia em uma manta pequena com o emblema dos guardiões desenhado, um pingente símbolo, redondo, com uma estrela de esmeralda e correntes de ouro. Uma blusa verde, uma calça preta simples e um relógio de bolso, decorado com um pingente de coração. Este era o uniforme dos guardiões de baixa patente.
— Essa pergunta me deixa muito feliz, é só o dia mais importante do ano, o aniversário da cidade; é quando o grão Mestre concede perdão a uma almas condenadas, absolve alguém que ainda está em julgamento, e executa as almas condenadas a morte é muito legal, você vai ver! — Indaga com tom de animação.
— Isso parece horrível! — Digo incrédulo.
— Vamos, você vai gostar! Anda vá se arrumar — Falou o empurrando
Alguns minutos depois, ele já estava pronto, e saíram para perambular por aí, Woodwell era responsável por manter a economia de Nigthmare e o treinamento das guildas. Durante a viagem, Derek não parava de falar desse tal festival sagrado; o líder dos guardiões estava realmente ansioso.
Observando as ruas, não parecia diferente de nenhuma outra cidade, cheia de lojas, barracas e sujeira por toda parte, mas um um alvoroço podia ser visto, pelo visto, não era somente Derek que estava ansioso, a cidade inteira estava, preparativos estavam sendo feitos por todos os lugares.
Passaram mais de uma hora comprando roupas para o novo guardião, depois seguiram em direção a uma Praça, onde Derek sentou e não parou mais de falar
— Sabe Jimmy? Agora que você mora aqui...
— Contra minha vontade, NÉ?— O menor o interrompe.
— Não se apegue as aos detalhes Jimmy — Gargalha.
— Vou te ensinar mais sobre a cidade, você vai precisar saber de algumas coisas, começando pelo setor mais importante, por pura conveniência, o do grão Mestre, Barther Rutherford, ele decide tudo, inclusive quem vive e quem morre, é dono dos setores mais ricos de Nigthmare, incluindo Rivergate, a capital, onde está localizado o Castelo Starford, moradia dos anciãos, logo atrás, vem o guardião das Almas, Kole Leighton, você vai conhecê-lo em breve, mantenedor do Rio das Almas e responsável por encaminha-las ao limbo, cobre o setor da segurança em Oldport, que por sua vez, é muito mais bonita que a capital, em seguida, temos o juiz do limbo, Osmin Benson, ele é responsável por toda a política da cidade, e também pelo julgamento e condenação das almas, cobre o setor político em Lakemere, e por último, temos o jovem Leon Lee, é o líder da Vila, cuida de todo o lado comercial, de educação, lazer e empresarial, incluindo todas as guildas de assassinos...
— O que vai acontecer com Petter? — Falou o interrompendo novamente
— Com o festival chegando, não podemos fazer mais nada por ele, agora é só o grão Mestre que decide se ele vive ou morre, caso ele queira ser julgado, se continuar foragido, será considerado um Leng.
— Leng? — Questionou curioso.
— Renegados! E terá seu nome escrito na lista negra, e qualquer um que quiser poderá matá-lo.
— Temos que o achar antes disso então, precisamos ajudá-lo — Gritou preocupado
— É fofo você se preocupar com ele assim, apesar de tê-lo visto uma única vez
— Por que estamos fazendo compras, enquanto ele está correndo perigo?
Aquelas palavras saíram com um ar duvidoso, havia soado estranho até para mesmo, mas não importava.
— Já chega! Eu vou atrás dele! — Disse saindo logo em seguida não esperando para ouvir sua resposta.
— Espera, Jimmy, espera, você vai se perder... pelo menos compra um MAPA! — Grita passando a mão na cabeça —Eu deveria ir atrás dele? — Questiona indo para o lado oposto.
Saiu correndo pela cidade, sem rumo algum, Derek estava certo, ele não conhecia nada, e iria acabar se perdendo, então resolveu parar em uma barraquinha no canto da rua, para comprar um.
Com o mapa em mãos, que não serviu para muita coisa, afinal ele não sabia ler mapas, começou a vasculhar Woodwell, buscando em todos os lugares, quando já não havia onde procurar, seguiu direto para Lakemere, no setor político; demorou quase uma hora para chegar lá, afinal era do lado oeste da cidade.
Já na Vila de Lakemere, Cidade mais fria dos quatro setores que regem Nigthmare, com uma arquitetura medieval padrão, tal como se via nos filmes e séries, perguntou a uns moradores se haviam avistado Petter, descrevendo sua aparência há eles, o que foi inútil, já que o garoto parecia ter evaporado, resolveu perguntar a um último senhor, que o indicou uma casa abandonada no final da Rua, que servia perfeitamente como um esconderijo.
A casa era escura e parcialmente quebrada, seu interior estava sujo e cheio de teias de aranha, possuía dois cômodos, com uma escada ligando os dois, no andar de baixo, ficava a cozinha, a sala e um quarto vazio, já no de cima, ficavam dois quartos e um banheiro. Jimmy se aproximou devagar para não fazer muito barulho, coloco a mão na maçaneta, abrindo a porta com cuidado, e se surpreendeu com o que viu lá...
Petter havia se sentido muito culpado por deixá-lo lá, daquele jeito, mas não pudia fazer nada, pois afinal, era um criminoso e ele um guardião, não poderia dar certo.
Após horas fugindo, acabou indo parar em Lakemere, em uma casa abandonada no final da Rua 7; a casa estava velha e caindo aos pedaços, mas teria que servir. Já no andar de cima, um quarto parecia não ter sido atingido pelo tempo, estava sujo, porém toda a mobília intacta, o moreno apenas limpou levemente e cama e deitou, precisava descansar um pouco antes de pensar no que fazer.
Ele estava dormindo, quando ouviu barulhos de passos se aproximando, constatando que havia mais alguém na casa, automaticamente o mesmo fingiu estar dormindo, a porta logo se abrira atrás dele, e o rapaz estava pronto para lutar e fugir mais uma vez, mas quando se deu conta de quem era,e que ele havia ficado ali, parado em frente a cama, o observando por alguns segundo, como se não quisesse o atrapalhar, logo se virando para ir embora.
Se adiantando, agarrou o braço do menor, impedindo ele de saísse, o trazendo direto para si; agora caído em na cama, virado para Petter, que manteve seu corpo em cima do dele, fixo, não havia como fingir, seus olhos estavam imersos na beleza do menor.
— Pare de tentar fugir de mim guardião! — Cochicho em meio a seu ouvido
Logo ele cessa seus movimentos
— Pare de me render sempre que nós encontramos — Disse com tom de desaprovação aos seus atos.
— Você está atrás de mim, e essa parece ser a única maneira de ganhar sua atenção!
— Minha atenção para quê? O que você quer de mim?
Seu questionamento era perfeitamente compreensível, mas nem ele mesmo sabia o motivo de precisar tanto dele assim, seu rosto não saia de sua mente, desde a primeira vez que o viu.
— Quero uma oportunidade de te mostrar que não sou apenas um assassino. Não vou pedir que me ame apenas que confie em mim.
— C..confiar em você? — Gaguejou atordoado.
— Sim! Não tenho muito tempo, serei condenado a morte pelo meu crime, e se irei morrer, quero ir sem arrependimentos.
— Não diga isso, você não vai morrer, o festival está chegando, talvez o grão Mestre te perdoe.
Aquela fala causara um enorme espanto, como pode ser tão burro, aponto de esquecer do festival? Era sua única oportunidade de ser perdoado, mas como chegar a capital, sem ser pego?
— Eu sabia que você seria minha luz — Disse animado logo pulando da cama, estava cheio de esperanças agora, não podia perder essa oportunidade.
— Eu vou com você! — Exclamou de forma direta.
Viro-se para olhá-lo, aquilo deixara Petter muito feliz.
— Eu adoraria ter sua companhia, mas é muito perigoso, você é um guardião, não pode ser visto ajudando um fugitivo.
— Então é melhor que ninguém veja.
Ele estava decidido, e nada que o moreno dissesse o faria mudar de ideia, e ele não queria isso; agora a segurança do menor seria mais importante que a sua missão. Então, lentamente Petter vai até ele, que estava de pé ao lado da cama, segurou em sua cintura com uma mão, e com a outra, deslizou sobre seu rosto, parecia ser o melhor momento para beija-lo, mas antes que pudesse tomar qualquer atitude, o líder dos guardiões aparece, apontando a arma em nossa direção.
— Parado, se afasta dele devagar! — Gritou na direção de Petter.
— Derek calma, abaixa a arma por favor, ele não fez nada comigo, confia em mim — Fala colocando seu corpo em frente ao do maior.
— Jimmy não faça isso, sai da frente!
— Não! Eu vou ajudá-lo, nós vamos até à capital, você sabe melhor que ninguém que ele pode ser perdoado, eu só te peço para confiar em mim, você disse que eu teria que descobrir meu propósito aqui sozinho, então, me deixe cumprir meu propósito.
— Eu sabia! — Balançou a cabeça em negação — Desde a primeira vez que você entrou em contato com ele — Fala abaixando a arma — Vocês não podem ser vistos juntos, existe um jeito mais seguro de ir até à capital, vá até o barqueiro e peça para levá-los até a Muriel, ela sabe o que fazer, mas Jimmy muito cuidado, ela vai querer um pagamento, e só viaje a noite — Termina o abraçando — Cuidado pequeno!
— Não se preocupe Mestre, eu serei cuidadoso.
— Ta, já chega! Vamos! Já vai anoitecer e o barqueiro fica longe daqui — Petter Interrompeu, pois não estava gostando nenhum pouco daquela aproximação.
Então eles partiram rumo ao barqueiro, pensando quem seria essa tal Muriel? E que tipo de pagamento ele exigiria? Eram muitas perguntas a serem feitas, quando anoiteceu, eles já haviam chegado ao barqueiro, mas se esqueceram de um pequeno detalhe importante
— Precisamos ir até a Muriel por favor!
— São cinco twons — Diz o barqueiro
— Merda! Me esqueci que teria que pagar, eu não tenho dinheiro aqui.
— Sem dinheiro, sem viagem.
— Calma Petter, eu tenho dinheiro aqui! — Diz entregando os twons ao barqueiro.
— Eu sabia que você seria minha luz!
— Você já disse isso — Ambos gargalham
E logo subiram no barco rumo ao desconhecido, Petter estava inquieto, preparado para qualquer coisa, caso essa tal Muriel não colaborasse, e durante toda a viagem, ele não saiu de perto do pequeno.
— Quando nós chegarmos, não saia de perto de mim, entendeu? E qualquer coisa você corre, não se preocupe comigo.
- Eu não vou deixar você! — Entoa com firmeza
— Não seja tão fofo, se não quiser que eu te beije aqui mesmo — Disse vendo suas bochechas corarem de vergonha o deixando ainda mais fofo.
Foram cerca de uma hora e quarenta minutos pelo Rio até conseguirem chegar a floresta vermelha, o único lugar que não fazia parte do domínio dos guardiões.
— Esse é o ponto final, seguindo a trilha estreita pelo Leste da floresta vocês vão ver uma cabana de madeira, é lá que a Muriel mora — Ensina o barqueiro
Desceram do barco, e seguiram em frente até a entrada da floresta.
— Lembre-se de não sair de perto de mim, temos só dois dias para atravessar a floresta
— Nós vamos conseguir — Sua voz saíra cheia de motivação.
Essa simples frase motivou muito o moreno, agora não importava o quão recente eram os acontecimentos, ele queria estar vivo, não importava como, e iria ficar, por ele, custe o que custar.
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Atualizado até capítulo 18
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