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Emma
Seu rosto é um poema, mas o meu riso congela quando diz.
— O que você planeja é indecente. Está louca? Indecente? Louca?
Plano A: mando-o passear.
Plano B: esqueço o que ele disse e continuo.
Plano C: agora aproveito e depois o mando passear.
Finalmente decido o plano B... Quero que continuemos. Agarro o fecho de sua calça e murmuro disposta a fazê-lo mudar de ideia!
— Ninguém nos vê. E se nos veem que aproveitem! Vamos, Fernando...
Desejo-te.
— E eu a você... Mas...
— Mas o queeeeeeê?
Seu rosto é um mar de contradições. Não sei o que fazer.
O Fernando primitivo e apaixonado que conheço na intimidade de um quarto luta para sair e desfrutar como um louco, mas ele recusa e responde:
— Não sou um exibicionista.
— Nem eu...
Sorrio.
- Mas estamos só eu e você... Não tem que desabotoar a calças e...
— Não.
— Vamos bobo... Sei que você gosta.
— Eu disse que não.
Replica.
Tem a respiração acelerada, enquanto olha meus seios. O que aconteceu? Por que com o passar dos meses, tornou-se tão puritano?
Quando o conheci era mais atrevido, mais ousado, mais selvagem.
Sei que tenta fazer o que proponho, ele gosta de se*o e eu gosto de fazer com ele, mas ele resiste.
Engraçada, agarro um dos meus seios e insisto, provocando-o:
— Vem...
Mas nem "vem", nem por*a.
Pegando meu braço, me desce do capo do carro, abre a porta rapidamente, me empurrando, sussurrando:
— Para dentro!
Acabou!
Não posso continuar!
Eu não gosto dessa ordem, nem sua voz, nem de seu gesto.
Não gosto e me recuso. Irritada, volto para ele e grito, empurrando-o também:
— Não volte a me agarrar assim em sua vida, entendido?
E ao ver seu olhar pergunto.
-Que diabos está acontecendo?
Nenhuma resposta. Olhamos-nos. A raiva cresce em mim e eu coloco a camisa. O desejo de sexo evaporou e a última coisa que desejo neste momento é o seu contato.
— Não sei o que acontece.
Digo.
— Sempre tão preocupado que alguém nos veja.
— Eu me preocupo com você...
— Por mim?
E ao ver que ele não respondeu, prossigo.
— Se você realmente se importasse comigo, nós não estaríamos discutindo. Estaríamos nos beijando, nos acariciando e nos divertindo. Sabe? Estou cansada. Cansada de sua falta de espontaneidade. Cansado de suas limitações.
Cansada.
Minhas palavras tocam fundo. Eu sei. Eu vejo. Nunca me viu tão irritada como hoje e disposta a terminar a discussão que já havíamos tido:
— Olha, Fernando, acho que você e eu como um casal atingimos o fundo. Nós não queremos as mesmas coisas, somos muito diferentes. Cada dia está mais claro, e eu não estou disposta a mudar por você e por ninguém, e tão pouco vou pedir para que você mude por mim. Você é um grande cara, maravilhoso, mas nossa relação não funciona. Acabou.
Sem me mover do lugar, vejo como o homem que há alguns meses atrás me deixava louca, assente finalmente e diz:
— Você tem razão. Isso não funciona.
-Estou à procura de uma garota que me queira, que me faça sentir especial, e você, Emma, não fará nunca. É melhor acabar.
Ao ouvi-lo falar assim, o meu nível de raiva baixou. Tenho pena e concordo. Ele está certo, eu nunca vou querê-lo como ele deseja.
— Foi bonito.
Exponho.
-Mas sabemos há algum tempo que não funciona. Eu gosto e eu sei que você gostou, mas não te amo como eu deveria e...
— Eu sei. Não é necessário que jure.
Isso deixa tudo claro e, não querendo continuar cutucando a ferida, eu olho e concluiu:
— Então acredito que é o fim.
Fernando acena com gesto sério, e me olhando diz:
— Você está certa. Levei um mês pensando, mas era incapaz de dar um passo. Obrigado, Emma. Você me ajudou a fazer algo que me custou muito.
Está claro que ambos pensamos o mesmo e me sinto aliviada.
Fernando me pergunta se eu quero que me leve para casa, mas eu não tenho vontade de continuar mais tempo ao seu lado, então eu dou-lhe um beijo na bochecha, pego minha bolsa no carro e respondo:
— Não, obrigada. Eu prefiro ir dando um passeio.
— Você tem certeza?
— Sim.
— Amigos?
Pergunta-me olhando.
Eu olho para ele com carinho. Fernando é uma pessoa excelente, e com um sorriso, respondo:
— Claro que sim, meu menino. Embora o nosso relacionamento tenha terminado, temos carinho um pelo outro e estarei feliz em ser sua amiga. Agora fique tranquilo. Chegarei sozinha até minha casa. Você sabe que não é longe.
Ele sorri para mim e, em seguida, entra no carro e arranca. Quando ele vai, digo em voz baixa:
— Que a força esteja com você!
Dane-se! Que força! O que eu faço dizendo isso?
— Soou como o nerd do meu irmão!
Isso me faz sorrir e enquanto o carro se afasta, não sinto pena, nem tristeza ou indiferença.
Simplesmente, me sinto liberada!
Volto a ser dona cem por cento da minha vida. Fui demitida do meu trabalho e estou solteira, posso decidir o que eu quero ou não quero fazer.
Luxo incrível!
Olho ao meu redor e escolho voltar para casa caminhando pela orla do mar. Eu amo molhar meus pés e, enquanto eu faço, cantarolo a música de Shakira.
“Agradeço-te, mas não,
Agradeço-te, mas menina, não.
Eu já consegui deixar de te amar...
Eu não faço outra coisa além de te esqueceeeerrrrr.”
Em Tenerife, a temperatura em maio é ótima para caminhar, mesmo sobre a areia úmida. Olho para o relógio 01h40min. Sorrio.
Depois de um tempo ao longo da costa, absorta em minhas coisas, decidi me sentar ao lado de umas redes antes de deixar este local maravilhoso e ir para casa.
A lua, boa temperatura e o som do mar são maravilhosos. Relaxantes.
Fecho os olhos e inspiro profundamente. Que bom respirar em minha ilha!
Mas então eu ouço o som de vozes. A poucos metros depois de uma barcaça abandonada na areia, vejo um casal que, entre risos se entrega ao prazer do se*o.
Protegida pela rede decido assistir ao show. Minha respiração acelera.
Nunca tinha visto nada assim e como eu sou muito curiosa, não perco os detalhes. Seus suspiros me excitam.
Estou apenas cinco metros e não posso me mover. Só posso olhar... E observar... E alucinar com sua alegria.
Eles fazem amor na praia, sem qualquer vergonha, protegidos apenas por uma barcaça a poucos metros da orla marítima.
Ouço a voz da mulher que exige mais...
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Atualizado até capítulo 43
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