CAPÍTULO 16

— Ajudem ele por favor... Eu choro feito uma louca, estou com uma sensação ruim.

— Calma Ava, ele vai ficar bem não se preocupe. Virgínia me abraça enquanto vejo Matias se transformando.

— Levem ele não estamos longe de Manir..

— Me deixa ir junto...

Eu grito assim que colocam ele no carro.

— Ava,vamos em um carro logo atrás,ele ainda está em transformação pode ser perigoso.

Virgínia fala e eu corro para o carro, Matias acelera e eu o vejo por uma fração de segundos ir.

Logo Virgínia para o carro e eu entro.

— Por que ele não ficou na árvore,por que teve que me salvar,a essa hora eu estava morta e ele bem, ele não pode morrer ele é o Alfa..... Eu falava não para Virgínia mais para mim,eu chorava...

— Ava, Acalme-se ele vai ficar bem..

— Por que ele fez essa burrice,eu não sou nada sou uma ômega incompetente por que ele me salvou...

— Ah Ava, para de falar isso, você é mais que uma ômega qualquer...

— Não Virgínia, eu não sou capaz de me defender, tenho que sempre ser salva por pessoas como vocês, sou um nada e por minha causa o Alfa mais justo, mais leal que tivemos está naquele carro, com uma tora de madeira em sua cintura.... Falo gritando, não queria gritar com ela, isso era mais um desabafo para mim.

Chegamos em Manir todos na mesma hora,vejo eles o tirando do carro e salto do carro em movimentos e para minha felicidade caio e ralo os joelhos, parabéns Ava...

— Levem..

Escuto Matias falar e ele ainda está meio lobo,meio humano.

— Matias...

Tento passar mais ele me segura, não estou raciocinando.

— Ele vai ficar bem Ava...

— Não,me deixem vê-lo,por favor.

Virgínia chega até mim e me abraça forte.

— Calma querida, ele vai ficar bem, ele se recupera rápido.

— Mais e se ele morrer,mais e se....Eu não vou me perdoar nunca, ele tinha que ter me deixado cair...

Grito e choro ao mesmo tempo,escutamos um uivo seguido de um grito,que arrepiou minha alma,algo dentro de mim tremeu e eu acabei vomitando no corredor do hospital.

— Pela Deusa da lua Ava... Virgínia grita comigo e eu acabo desmaiando...

Ver a Ava naquela situação me fez ficar pensativo,como ela precisa de mim e como eu preciso dela, me senti um fraco por não conseguir sair daquela árvore sozinho,mais a dor era dilacerante,assim que chegamos no hospital eu sentia por algumas frações de segundos seu medo,seu pânico e isso estava acabando comigo e com Argus.

— Senhor,vamos retirar o pedaço de madeira..

Ouço o médico dizendo e grito e uivo de dor, sinto meu corpo sendo partido ao meio,sei que depois que tirarem esse corpo estranho de mim estarei bem em poucas horas, mais ainda assim é uma dor dos infernos.

Depois que me operaram me levaram para o quarto, já era Demétrio em sua forma humana de novo.

— Alfa...

Matias entra no quarto,pedindo licença estava um pouco fraco devido a perca de sangue,mais sentia meu corpo se curando.

— Cadê a Ava.. Pergunto assim que ele para próximo a minha cama.

Ele me olha sem jeito e fico confuso.

— Cadê ela Matias..

— Ela está bem,e o senhor...

Sei que ele está me escondendo algo.

— Algumas horas e estarei bem,agora cadê ela.

— Acho que para ela o laço de companheiro está aparecendo,ela sentiu sua dor e acabou desmaiando.

Quando ele fala isso eu me desespero.

— Onde ela está...

—Calma senhor, ela está bem...

Nem deixo ele falar,me levanto meio ao custo, arranco todos os fios que me prendem a cama e saio do quarto,farejando seu cheiro,sentindo no ar onde ela está.

— Alfa,o senhor precisa repousar. Escuto uma enfermeira,pouco me importa preciso ver ela, assim que sinto o cheiro dela em um quarto eu entro, Virgínia se assusta e me olha.

— Alfa, senhor, ela só precisava descansar.

Olho para ela na cama,calma e serena dormindo,chego perto dela e passo minha mão em seu rosto meu algodão,inspiro seu perfume que me revigora.

Assim que ela abre os olhos ela sorri lindamente para mim com seus olhos azuis maravilhosos.

— Pela Deusa o que faz aqui senhor..

Ela me olha e se levanta.

— Como você está... Pergunto e ela bufa se levantando,vejo que ela fica um pouco tonta ao se levantar mais ela não me deixa fazer nada.

— Deita aí, Virgínia chama o médico.

Eu acabo sorrindo e me deito em sua cama.

— Está sangrando,por que se levantou,por que senhor .....

Ela fala e começa a chorar, eu a paro pegando em seu braço.

— Vou ficar bem.. Falo e sorrio.

— Por que se arriscou para me salvar,poderia ter me deixado morrer...