capítulo 1 :o acidente

Saio do hospital com pressa, uma terrível tempestade está ameaçando cair a qualquer momento raios e trovões cortam o céu escuro como uma noite de trevas e eu já deveria ter saído daqui a umas duas horas porém chegou quatro vítimas de um tiroteio praticamente ao mesmo tempo e a coisa ficou uma loucura por Aqui, não seria justo simplesmente virar as costas e ir embora e deixar pessoal além de sobrecarregado sem uma das melhores cirurgiãs daqui. Fazer isso iria contra o meu juramento de salvar vidas feito a quase vinte e quatro anos além de ferir os meus próprios princípios.

Entro no meu carro e antes de sair mando uma mensagem a Benjamin avisando que só sai da cirurgia agora e estou indo para casa, ele responde de imediato dizendo para ter cuidado pois a tempestade ameaça cair pesada e o trânsito vira uma loucura e eu concordo com ele. Prendo o meu cinto e ligo o rádio para me distrair e manter acordada, confesso que estou bastante cansada hoje e um bom banho e um jantar quentinho é uma benção. O plantão foi exaustivo , sabe aqueles dias em que tudo acontece ? pois foi assim hoje e eu já não sou uma jovem de vinte anos , a minha idade já é o dobro disso embora eu não queira admitir preciso maneirar o ritmo ,porém ainda não achei uma brecha para isso ,enfim volto a minha atenção ao trânsito , a chuva começou a cair, o vidro esta embaçado, os limpadores trabalham sem parar no para brisa do carro e a pista molhada exige mais atenção. vou devagar e sem pressa focando no trânsito movimentado.

A alguns quilômetros de distância me deparo com um acidente que acabou de acontecer e pelo visto foi grave, procuro um lugar para estacionar e já vejo a loucura dos motoristas se formando em meio a chuva densa.

Retiro o meu cinto de segurança e pego a minha maleta o mais rápido possível , saio do carro clareando o caminho com a lanterna do celular e caminho a passos largos em direção ao acidente onde alguém tenta tirar a pessoa de dentro do carro, porém antes mesmo de chegar ao local sinto um forte impacto me atingir , o meu corpo é arremessado longe e tudo gira em minha cabeça ,nesse momento parece que estou caindo em câmera lenta e tudo o que consigo pensar é em minha família, os meus filhos e o Benjamim vem na minha mente como se eu nunca mais fosse vê-los sorrindo e me abraçando ,então sinto o choque violento com o chão e algo quente escorrendo pelo meu corpo o frio e a escuridão se aproximam misturados com a água da chuva e não sinto mais nada perdendo a consciência.

Por Benjamin

A sofhi está demorando mais que o esperado, está caindo uma forte tempestade lá fora parecendo até que o céu vai desabar com tantos raios e trovões ; talvez tivesse sido melhor ela ter ficado no hospital mesmo , pelo menos assim eu sabia que estava segura, mais um raio corta o céu escuro seguido de um trovão alto que faz Samira descer as escadas correndo para me abraçar

_ papai a mamãe ainda não chegou?

_ Não sami , ela deve ter parado em algum lugar para esperar a chuva amenizar, está impossível dirigir com esse mal tempo.

_ Você já ligou para ela? estou com uma sensação ruim .

_ Se acalme querida, nada de ruim vai acontecer a sua mãe, vamos esperar mais um pouco e daqui a alguns minutos eu ligo.

_ tá Certo, eu vou voltar pro meu quarto, assim que ela chegar me avise.

_ pode ficar tranquila querida.

A garota sobe as escadas e volta para o quarto, mas Benjamim não está tão seguro de suas palavras e anda de um lado para o outro preocupado com a esposa.

Ele é sofhi são casados a vinte anos e ja passaram por muita coisa juntos inclusive um divórcio, mas como o amor que os une é um laço muito forte os dois não conseguiram seguir longe um do outro.

_ Calma meu filho, Vitória diz com uma voz rouca e até um pouco fraca, daqui a pouco ela chega, não precisa afundar o chão andando em passos duros de um lado para o outro.

_ Não sei mãe, eu estou com um aperto no peito.

Enquanto isso na estrada sofhi era socorrida por uma equipe alfha do Samu, as pessoas estavam chocada com a mulher caida no chão com um intenso sangramento na cabeça, o homem que estava no carro que capotou várias vezes e a quem sofhi pensava socorrer não resistiu e morreu antes mesmo de ser retirado do veículo pelo corpo de bombeiros e agora ela que se tornará vitima também estava sendo transferida em estado gravíssimo para o hospital de onde acabará de sair em menos de uma hora.

O policial que atendeu a ocorrência se desesperou quando viu a mulher caída ao solo, ele nem se preocupou com mais nada apenas em cuidar que a ambulância a socorresse o mais breve possível e cuidasse para que ela fosse levada para o hospital onde trabalha pois ali pelo tanto que é querida lhe prestariam o melhor atendimento disponível. só depois da ambulância a levar ele resolveu ligar para o seu o seu bom amigo Benjamin, ele não sabia como iria dizer que a sua mulher estava sendo levada ao hospital entre a vida e a morte mas precisava avisar o quanto antes para evitar que eles soubessem pelo noticiário que já estava ali feito abutres.

A chuva diminuiu gradualmente e agora só caia uma leve neblina , o clima estava abafado e quente mesmo depois da chuva torrencial, já liguei inúmeras vezes para sofhi e ela não me atende o que está me deixando com os nervos à flor da pele , ainda estou com o telefone nas mãos discando o seu número mais uma vez quando ele toca, eu vejo a identificação da chamada e é o Torres, um velho policial amigo meu que trabalha no departamento de trânsito.

_ Fala aí cara! atendo a chamada já preocupado.

_ ben meu amigo eu vou ser direto com você, aconteceu um acidente e a sua mulher está sendo levada para o hospital em estado grave.

_ o quê? como assim? que hospital? o encho de perguntas agoniado já pegando as chaves do meu carro.

_ eu a mandei para o hospital onde ela trabalha

_ Estou indo para lá.

_ vai com calma cara, ela vai ficar bem.

Encerro a chamada sem nem me despedir, a minha mãe está no quarto e a Samira já veio aqui umas cinco vezes, Benicio não mora mais com a gente , se mudou para os Estados Unidos atrás da Isabela então resolvo não as preocupar por enquanto , já basta eu tendo um ataque de nervos.

Pego o giro Flex e sigo feito louco avançando os sinais vermelhos pelo caminho, preciso ver o meu anjo loiro e saber que está bem o quanto antes. Pego uma rota alternativa e com o apoio da luz piscando encima do carro e a sirene da polícia rasgando a rua todos vão saindo do meu caminho e em quarenta minutos estou adentrando o hospital correndo feito um louco.

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