Cap. 12 - É hora de cortar os laços...

Depois da partida de Maia, a vida de Nina ficou pior, ela mal teve tempo de vivenciar o luto, pois em casa não tinha paz. Ela foi convidada e aceitou passar uns dias na casa de Aline, assim, mesmo depois do trabalho fazia suas encomendas; mas como nada dura para sempre, ela não podia ficar morando na casa da amiga. Por esta razão voltou para casa.

Embora Nina tivesse tentado levar a vida da melhor forma possível, voltar para casa foi muito difícil, pois além de tudo lembrar Maia, ainda tinha o fato de Antônio e Janine a hostilizar sempre que podiam, assim duas semanas se passaram.

É sábado e Nina se deu folga, pois finalmente seu aniversário chegou, não que ela faça muita questão de comemorar, mas como antes ela já tinha planos de ir embora, agora sem Maia, não há mais motivos para continuar vivendo com Antônio e a irmã.

Ela estava no quarto dela arrumando umas coisas, mas lembrou de um álbum de fotos que estava no quarto da mãe..

A princípio pensou em deixar de lado, pois entrar naquele quarto era difícil para ela, mesmo assim, resolveu ir, pois queria ter alguma recordação que fosse de Maia. Sendo assim ela não pensou muito e entrou no quarto. Ainda estava tudo lá, ninguém mexeu em nada. Nina pegou uma echarpe e levou ao rosto, como se fosse uma carícia da mãe, depois sentiu o cheiro que ainda estava lá..

Nina - Que saudades da senhora mamãe.. Descanse em paz...

Falou isso e olhou para o alto, uma caixa chamou a sua atenção.. Então ela resolveu pegar.. Ela puxou a caixa com cuidado e pôs na cama e ao abrir, teve uma surpresa.. Tinham muitas fotos dela de quando pequena, algumas recordações de escola, os boletins escolares, fotos de peças de teatro que Nina fez... Ela se deu conta de que sua mãe sempre a amou e prestou atenção nela, mas por um motivo que ela ainda não sabe ao certo, nunca pode demostrar..

Nina chorou ao ver todas aquelas recordações, ela continuou olhando, encontrou cartões que escreveu para a mãe no dia das mães escrito:

"Eu te amo mamãe..",

E chorou mais ao ver que Maia respondia:

"Eu também te amo Nina.."

Também achou um pequeno diário, nele tinha fotos de cada ano dela, com anotações carinhosas sobre seu crescimento. Por fim achou uma foto de Maia com uma moça que ela desconhecia.

Atrás da foto escrito: amiga e irmã Léa em Chicago...

Nina ficou intrigada pois nunca viu essa amiga da mãe e ela nunca foi mencionada...em casa.

Nina - Quem é essa amiga mãe? Por que ela nunca veio aqui?

Ela ainda estava olhando quando ouviu um barulho, alguém chegou em casa, então rapidamente, ela pôs a foto no bolso da calça e devolveu as coisas a caixa; já ia voltar para o quarto dela com a caixa, quando Janine entrou no quarto.

Janine - O que você pensa que está fazendo aqui? E por que estava mexendo nas coisas da minha mãe? Já não basta ela ter morrido por sua culpa, Você ainda tem que xeretar as coisas dela?

Falou aos berros, e Nina que já não aguentava mais ser insultada, a encarou indignada, e disse:

- Já chega Janine, eu não tenho que aturar sua grosseria gratuita. Você tem prazer em me atacar e eu nada te fiz!

Janine - Você fez sim, não bastasse você existir, estar sempre entre nós, você foi culpada pela minha mãe ter morrido.

Os olhos de Nina estavam cheios de lágrimas, ela queria retrucar, mas no fundo se sentia culpada pela morte da mãe.

Nesse momento Antônio chegou em casa e encontrou as garotas no corredor.

Antônio - O que está acontecendo aqui?

Janine apontou para Nina e disse que ela estava pegando as coisas da mãe.

Ele olhou pra Nina e viu a caixa na mão dela,

então não pensou duas vezes e foi para pegar a caixa, mas Nina saiu da direção dele.

Nina - Eu não estava fazendo nada de errado, além do mais, essa caixa é minha, a minha mãe fez pra mim.

Janine - Ah é mesmo? Não é mais!

Ela avançou na caixa derrubando da mão de Nina, a caixa caiu virando as coisas no chão, enquanto Nina tentava pegar, Janine rasgava as outras, Antônio só olhava com um sorriso e Nina pedia pra Janine parar aos prantos, mas ela destruiu tudo o que pegou, deixando em mil pedaços...

Depois de rasgar metade das coisas de Nina ela passou pisando com seu salto, olhou com frieza para Nina que estava ajoelhada no chão e falou, com um sorriso sínico:

- Isso é pra você aprender que nessa casa, você não é ninguém e você não tem nada!

Nina - Você não tinha esse direito Janine, eram minhas coisas, a mamãe guardou.

Antônio até aprovou o que Janine fez, mas achou pouco e completou a crueldade:

- Não importa se aquela inútil guardou ou não, ela não está mais aqui. Isso graças a você, que sempre foi um peso pra nós, uma verdadeira maldição nessa casa. Você provou isso trazendo um mal para aquela estúpida, eu sempre disse que ela iria se arrepender de ter você... Você nunca devia ter nascido e você Nina, devia ter morrido com ela.

Depois de ouvir essas coisas, Nina pegou o que pode do chão onde estava e correu para o quarto dela, fechou a porta atrás de si; ela deslisou até o chão caindo sentada, abraçou os joelhos e chorou enquanto lamentava...

- Ah mãe, por que que a senhora teve que ir para um lugar que eu não pude ir? Por que teve que me deixar para trás?

A senhora me pediu para ser forte, mas está difícil viu, ta doendo muito...

Ela chorou mais um pouco até que se lembrou da promessa que fez a mãe. Então disse:

- Tudo bem mãe, é hora de cortar os laços. Eu vou seguir o meu caminho...

As lágrimas banhavam seu rosto e desciam até molharem o chão...Aquilo foi duro e cruel de se ouvir. Mas ela não podia ficar sentada, levantou a cabeça e enxergou as malas em ao lado do guarda roupas ... Estava decidida,

pôs tudo o que podia nas malas, queria partir daquela casa para sempre, porém enquanto ela guardava tudo o telefone tocou.

Aline - Amiga!! Feliz aniversário!! Vamos sair para comorar.

Nina - Eu não tenho motivos para comemorar, mas eu preciso muito sair, preciso desesperadamente esquecer a droga de vida que estou vivendo. Vou pra onde quiser que a gente vá...

Depois disso ela arrumou uma pequena mochila e saiu trancando o quarto...

Nina passou o resto da tarde com Aline. Os pais dela fizeram um bolinho para cantar parabéns, mas Nina, embora tenha ficado emocionada, não conseguia se sentir melhor.

Aline notou que ela não estava animada, nem um pouco e levou para o quarto para conversar..

- Amiga, o que você tem? Ainda chateada por causa daqueles parasitas?

Nina afirmou com a cabeça e voltou a chorar.

Nina - Eu sinto com se estivesse carregando um peso maior que as minhas forças amiga, não estou aguentando mais...

Aline - Não fica assim, eles não te merecem. E não dê importância ao que eles dizem.. Apenas os ignore! Vamos sair mais tarde. OK? Eu tenho uma surpresa pra você, se anima Nina! rsrs...

Nina - Que seja...

Depois de falar isso, Aline não sentiu segurança em suas palavras, mas não ia voltar atrás, estava disposta a fazer a amiga se distrair..

Por volta das 20 horas elas se arrumaram e foram para a boate. Estavam lindas...

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