Cap. 7 - Eu não quero ser diversão de ninguém

Nos dias que se seguiram, Nina estava cada vez mais próxima da mãe. Por outro lado, isso foi bom pra Maia também, sentir o carinho da filha lhe fez muito bem. Nina diferente de Janine, era doce e carinhosa com ela e a convenceu a voltar a trabalhar, ser produtiva... Pois isso a faria bem, e ela estava certa.

Maia era uma boa costureira e tinha várias máquinas em casa, mas fazia séculos que não colocava a mão. Ela também era muito boa com bordados. com isso, ela estava com planos de montar uma fábrica. Queria fazer isso por ela e também por Nina...

Nina ficou uns dias sem ver Léo. Depois que ela contou a mãe sobre ele, se encontraram no dia seguinte na saída do curso. Ela o convidou a ir em sua casa conhecer os pais mais uma vez, mas o que ele respondeu vocês não vão acreditar:

- Nina, você é uma garota linda, incrível, mas...

- Mas?

- Mas eu não tenho interesse em me envolver, em relacionamento sério agora.

- Como não? Você só quer se divertir comigo?

- Sim eu quero viver, ter experiência e histórias para contar um dia para os meus netos.

Os olhos de Nina estavam cheios de lágrimas, mas ela as segurou e disse:

- Poxa Léo, eu me apaixonei por você. Eu gosto de estar com você, do que a gente tem e acho de verdade, que podemos ir mais longe; podemos ser melhores ainda.

- Claro que podemos ir mais longe, é isso que eu quero, mas você age pior que uma garotinha de 15 anos..

Nina sentiu seu coração se apertar e doer muito. Ela sabia do que ele estava falando, embora se sentisse pressionada e até magoada por ele ter sido tão insensível e grosso com ela, não queria o perder. Mesmo assim, aquele encontro acabou em discussão. Ela não tinha mais nada a fazer diante do cinismo e frieza dele. De frieza ela já estava cheia!

Nina - Nossa Léo, você só pensa nisso.. Quer saber? Eu não ligo se você acha que eu pareço uma garotinha boba. Eu não estou pronta e não vou acelerar as coisas, só porque você quer ter história pra contar.

Com isso, ela se virou e foi embora. Apesar de estar magoada, ela esperava desesperadamente que ele a parasse, mas ele não o fez. Por esta razão, ficaram uma semana sem falar.

No sábado, depois de muito tempo, Nina estava livre. Ela só teve uma encomenda pequena que fez e entregou cedo. Então Aline a convenceu a ir passear no shopping. Ela notou a tristeza no olhar da amiga, e quis saber o que estava acontecendo.

Aline - Amiga, o que você tem? Anda tão triste ultimamente..

Nina - Ai Aline, eu briguei com o Léo. Essa insistência dele pelo sexo.. ele nem ao menos quer conhecer minha família..A sensação que tenho é que ele só quer sexo casual sem se envolver, sem se ligar a um relacionamento.

Aline - Ah menina boba e inocente... É exatamente isso o que ele quer. A maioria dos caras hoje em dia são assim. É muito difícil encontrar alguém que queira um relacionamento, esse Léo não tá nem aí se é sua primeira vez ou não...Eles não se importam.. Tudo o que ele quer é poder se divertir. Desculpa te falar isso assim, mas é a realidade.

Nina - Eu não quero ser diversão de ninguém amiga. Eu quero amar e ser amada também. Será que eu nunca vou ter um amor para chamar de meu? Sem contar que eu gosto dele e estou com saudades...

Aline deu um olhar compreensivo a amiga e a abraçou dizendo:

- Não se preocupe com isso amiga. Você é linda e inteligente. Logo vai encontrar um homem digno de você, que te valorize e que te mereça. Esqueça esse idiota!

Nina assentiu com um sorriso fraco, então para aliviar o clima, Aline mudou de assunto.

Aline - Como está seu relacionamento com a sua mãe?

Nina - Ah cada dia melhor Aline. Eu nem esperava mais que esse dia fosse chegar. Minha mãe está melhor da depressão, está mais alegre, mais bonita.. Tudo porque ela voltou a trabalhar, produzir seu próprio dinheiro... isso a ajudou na alto estima também. Nós duas estamos mais próximas e eu estou muito feliz com isso.

Aline - Que bom, você merece!

Elas almoçaram no shopping e depois foram ao Cinema...

Enquanto isso...

🍂🍂

Janine que estava cada dia mais incomodada com a boa relação da mãe com a irmã, marcou um encontro com Gregório. Desde que ouviu do interesse dele por Nina, estava buscando uma oportunidade de atrair a irmã para um encontro, mas não foi bem sucedida ainda.

- Olá Gregório. Que bom que veio.

- Oi mocinha bonita. Imagina se eu desperdiçaria uma oportunidade de ficar a sós com você, principalmente porque você teve a iniciativa de me convidar.

Janine deu um sorriso irônico e disse:

- Não vá se animando comigo. Meu interesse é outro.

Ele olhou confuso para ela e então perguntou:

- E o que você quer comigo se não é diversão?

Janine não conseguiu conter o riso sarcástico. Na verdade ela tem nojo dele e sob nenhuma circunstância, permitiria que ele pusesse as mãos nela, mas não se importa nem um pouco se ele está mal intencionado com a irmã. Ela parou de rir e respondeu:

- Eu não tenho a menor pretensão de me divertir com você. Mas a minha irmã sim. Ela até me disse que...

Fez um ar de suspense deixando Gregório curioso...

- O que, o que ela disse ?

Janine mordeu um canto do lábio inferior antes de dizer:

- Bom, promete que não vai dizer a ninguém? É que ela disse que tem muita curiosidade de saber como é ficar com um homem como você... Ela imagina que você sendo assim mais maduro, tenha uma boa pegada...

Gregório sorriu pra ela já com mil pensamentos...

Janine foi irresponsável e não mediu o peso e nem as consequências de suas palavras. Ela ainda foi além, informando o horário que Nina costuma chegar em casa. Pelo olhar dele ela já podia saber o que se passava em sua cabeça, mas fingiu inocência e concluiu:

- Mesmo já sendo um pouco tarde, talvez você possa ir a nossa casa conversar com ela, talvez marcar um encontro. ou quem sabe por ser tarde, acompanhá-la até em casa...

Gregório sorriu ainda mais...

🌱🌱

Chicago...

- Rodrigo meu filho, até quando você vai ficar assim?

Meu amor, eu sinto falta do seu sorriso, suas brincadeiras; sua energia... Não gosto de te ver assim tão triste, além disso me preocupo; você está sofrendo por alguém que não vale apena.

Falou Regina, enquanto fazia um carinho na cabeça do filho; ele estava focado em um projeto.

Rodrigo - Mãe não se preocupe comigo. Eu estou perfeitamente bem. Eu já superei a Alicia, pode acreditar...Estou focado em meus estudos e no trabalho, é só isso que me importa agora, dificilmente vou me decepcionar com o que eu domino bem.... Semana que vem, vou a uma cidade ver um projeto.

Rodrigo é o filho mais velho de Regina, com quem ela tem mais afinidade. Eles são muito próximos e parecidos. Ele tem 25 anos. É Arquiteto e trabalha na construtora Valverde com o pai. Ainda pretende viajar para fazer Pós graduação...

Rodrigo tinha uma namorada por quem era apaixonado, mas ela o deixou e foi embora para outra cidade.

Ele fazia tudo para o relacionamento deles dar certo, mas ela não estava tão interessada assim, pois não foi difícil para ela se jogar em uma aventura sem se despedir, sem dizer adeus. Ela só ligou para ele no outro dia, quando já estava longe, dizendo:

"Desculpa querido, não temos nada a ver."

Isso o deixou muito magoado...

Regina como mãe amorosa e atenciosa que é, não aguenta ver tristeza do filho, mesmo ele disfarçando com os estudos e o trabalho, é nítida a mudança no comportamento e até no humor; ele já não sai, quase não sorri mais e se tornou muito fechado.

Depois de sair do quarto dele, ela voltou para sala e logo Rogério, o outro filho apareceu e ouviu ela resmungando sozinha.

Regina - Como pode um rapaz tão bonito, jovem e responsável sofrer assim. Se ele fosse como esses outros rapazes que não ligam e até fogem de compromisso... mas não, ele é sério, comprometido... queria casar...

Rogério - A questão é essa mãezinha, ele é o cara bom, as garotas não gostam. É por isso que eu sou o oposto, tô correndo de compromisso.

Regina - Eu sei... Estudar e trabalhar nada né rapaz? Cadê os estudos para a ordem ?

Rogério deu-lhe um sorriso torto e disse:

- Ei, o assunto aqui é o Rodrigo, não eu!!

Deu um beijo na bochecha dela, depois saiu. Foi encontrar uns amigos para irem a balada.

Ele não abre mão da vida solta nem da diversão. Tem 23 anos, terminou faculdade de Direito, mas ainda estuda para o exame da ordem dos advogados ; porém o pai o quer na empresa também..

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