Cap.4 -Você não tem o direito de me tratar assim

No dia seguinte era sábado. Nina pode descansar um pouco mais, mas logo Janine apareceu para atazanar a manhã dela.

Janine - Bom dia irmã. Como vai? Tenho uma coisa pra te contar, mas por favor, não me olhe com inveja..

Nina - Não estou interessada em saber da sua vida Janine, então não se preocupe. E outra, eu não tenho nem um pingo de inveja de você.

Janine - Hahaha isso é o que você diz, mas por dentro se corrói por eu ter sido agraciada com beleza e você não.

Nina - Se você precisa disso pra se sentir bem...

Deu de ombros..

Janine - Você está diferente.. agora até se atreve a me afrontar...

Nina deu uma risada e voltou a se deitar, Janine viu que não tinha jeito de provocar a irmã, saiu do quarto irritada.

Depois que ela saiu, Nina se levantou e foi pro banho, iria passar no mercado e em seguida, ir pra casa de Aline. Ela tinha alguns pedidos de doces finos e bolos para o final de semana. Isso significava muito trabalho, então nem tomou café em casa.

Depois de comprar os ingredientes e frutas frescas, seguiu para casa da amiga, ela estava bastante animada para contar as novidades enquanto trabalhava.

Aline - Oi amiga. bom dia.

Nina - Oie, Belo dia!

Aline - Me conta logo Nina. Você foi muito cruel comigo, me deixou curiosa esse tempo todo.

Nina - Ai amiga, desculpa vai.Mas eu queria contar tudo pessoalmente.

Aline - viesse dormir aqui né!

Nina deu risada e começou a contar sobre o primeiro encontro, enquanto elas tomavam café da manhã...

Nina - Foi lindo Aline, o Léo é carinhoso, atencioso, cheiroso e tem um beijo tão bom,(suspirou), eu queria ficar beijando ele a noite toda sabe...

Aline - Hum... Que bom Nina! Me conta mais... vocês vão continuar se vendo, vão namorar?

Nina - Ai Aline, eu acho que sim. Como é estar apaixonada? Eu já estou ansiosa pra vê-lo outro vez, eu mal dormi de tanta euforia, não conseguia parar de sorrir...e eu me sinto emocionada só em lembrar o olhar dele... Será que isso é amor?

Aline - Amor eu não sei, mas você deve estar apaixonada, isso sim. Olha pra você, seus olhos estão brilhando. Só tem uma coisa amiga, não vá com muita cede ao pote.

Nina - Não eu tô ligada. Eu esperei tanto pelo cara certo, também não vou me entregar de assim... tem que ser especial e ele tem que me amar, aliás, eu quero me casar virgem.

Aline - É um sonho muito bonito amiga, hoje em dia são raras as meninas que pensam assim. Tomara que esse Léo te mereça, se não eu vou partir a cara dele.

Nina - Aquela carinha tão linda.. Oh não! rsrsrs

As duas riram e se abraçaram. Nina foi preparar as encomendas e Aline a ajudou.

Nina estava fazendo alguns planos de empreendedorismo, até mesmo começando a procurar um lugar, mesmo que pequeno para alugar. Pois só estas encomendas de final de semana, tem rendido bons lucros; ela guarda cada centavo, exceto o que contribuiu com Aline , por usar a cozinha dela. Aline se sente constrangida em aceitar, mas ela mora com os pais.

Aline - Ah Nina, quero que você saiba que esse sonho também é meu e amiga, pode contar comigo pro que você precisar. Eu me sinto mal por você ter que alugar minha cozinha.

Nina - Não tem que se sentir mal coisa nenhuma. Eu te conheço, sei o coração generoso que você tem, mas as coisas funcionam assim mesmo amiga, pelo menos assim, seus pais não reclamam com você da minha bagunça rsrsrs, e nem me olham torto, por invadir e usar o espaço deles.

Aline - Isso é verdade. Então eu vou te ajudar a procurar um lugar. .. Embora eu ame esse cheiro delicioso das gostosuras que você faz, você merece ter o seu espaço!

Elas continuaram trabalhando e combinaram ver a loja, os utensílios para equipar e assim o dia foi passando, no horário combinado, ela fez as entregas. Nina preza muito a pontualidade, e desta forma, os clientes já conhecidos ficam satisfeitos e divulgam o trabalho dela, e os novos ficam impressionados com a apresentação e qualidade...

Os dias foram passando e Nina e Léo continuaram se encontrando, mas ele diferente do que ela pensava, não estava apaixonado, só queria mesmo era curtir, porém Nina estava cada dia mais encantada com ele, e não podia nem pensar em terminar com ele. Era o seu primeiro" amor", e em sua cabecinha inocente e inexperiente, ele era o seu príncipe encantado, porém ele já a estava pressionando, mas ela conseguia o evitar e fazer esperar.

O fato é que ele a cativou de um jeito que, o menor gesto de gentileza dele para com ela, já era bom. Nina estava completamente iludida com a ideia de que eles teriam um relacionamento futuro, por isso aceitava se encontrar com ele, mesmo ele não querendo ir a lugares públicos com ela. Assim um mês se passou...

🍃🍃

Nina estava prestes a fechar o aluguel de uma loja, não era muito grande, mas tinha dois ambientes que ela podia adaptar para a cozinha e outro, a vitrine...Estava olhando o lugar e planejando com Aline, quando viu o pai se agarrando num barzinho com uma mulher que ela conhecia bem..

Nina - Ham! Aline, olha o meu pai e aquela é a Adela, amiga da minha mãe. Que nojentos!

Aline - Nossa, e eles nem se importam se alguém os vêem...

Nina - Eu não sei como a minha mãe tolera isso. Que vergonha! Eu vou lá falar com ele.

Aline - Não amiga, não vai não, não vale apena, é provável que ao invés de se envergonhar, ele vá te humilhar. Deixa eles... Apesar da sua mãe não ser legal com você, ela não merece isso, mas não há nada que você possa fazer.

Nina limpou as lágrimas e falou indignada:

- Não merece, mas não só aceita, como não faz nada pra mudar, ela já se conformou Aline.. Das vezes que tentei conversar com ela, me recriminou e ainda disse que ele é homem e é assim mesmo..

Aline - Credo, quer saber amiga, eu retiro o que disse, sua mãe merece isso! Desculpa. Olha nunca aceite isso de homem nenhum. Se respeite, se ame e se valorize. Isso serve pro Léo também viu.

Nina concordou com a cabeça e elas foram pra casa. Ela iria se encontrar com Léo mais tarde. Depois de muito insistir, ele concordou em levá-la ao restaurante..

🍂🍂

Janine estava nesse momento com o que ela chama de namorado..

Ja**nine** - John, quando você vai lá em casa hein? Meus pais querem te conhecer...

Falou com uma voz manhosa, deitada na cama sobre o corpo dele.

John - E quando foi garota, que eu te dei permissão ou liberdade de falar que sou seu namorado? Hum?

Falou com uma voz ríspida e um olhar severo, Janine se encolheu na cama amedrontada .

Janine - É que você disse que tinha gostado de mim e queria me ver... Estamos saindo a um mês, eu pensei...

John - Pensou errado. Eu não tenho essa coisa de namorada, tão pouco sogros para perturbar a minha paz. Se quiser continuar comigo é isso, posso te levar pra sair, te dar presentes... Mas não se iluda.

Janine - Vô você é casado?

John - Não. Nem pretendo. Agora levanta da minha cama, se veste e vá embora.

Janine tentou argumentar, mas John a olhou feio, então ela só pode engolir o choro e ir embora, com o orgulho ferido. Ela ainda teria que inventar mais uma boa desculpa para os pais, para justificar o fato dele ainda não ter ido em sua casa os conhecer.

🌺🌺

Por volta das 20 horas, Nina terminou de se aprontar e já ia saindo, quando o pai chegou em casa, bêbado.

Antônio - Onde você pensa que vai, hein sua vadia?

Nina - Eu não sou nenhuma vadia pai. Não sei porque você me trata assim, e não sei o que te dá o direito de me ofender, sendo que você não tem moral nenhuma para criticar. Você Não tem trabalho fixo, gasta o que recebe com mulheres e bebidas, não dá atenção a minha mãe e ainda a traí com as que se dizem amigas dela...

Antônio - Cala a boca sua estúpida.(deu um tapa no rosto dela que a fez cair).. Agora você vai aprender uma lição..

Ele arrancou o cinto da cintura e antes que nina pudesse correr, ele começou a bater nela dando-lhe uma surra; ela chorava e gritava implorando para ele parar, mas ele batia ainda mais.

Antônio ficou irado por ser afrontado por ela. Enquanto ele ainda estava batendo em Nina, Janine chegou, chateada por ter levado um fora de John, então se sentiu realizada vendo a irmã apanhar covardemente. Ela foi fria ao dizer:

- Isso pai, bate mais, essa sonsa merece!

Com a gritaria Maia que estava dormindo, acordou assustada. O coração dela apertou ao ouvir Antônio dizer:

- Eu vou acabar com você Nina!

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