7:13 am...
Jake abriu os olhos naquela manhã e, como de costume, olhou para o lado, na esperança de ver Adie ali. Porém, já fazia alguns dias que essa esperança era interrompida pela lembrança de que agora seu tempo com ela, era limitado. Essa lembrança vinha acompanhada de um suspiro entristecido, mas ele compreendia que era para o bem dela.
Ele se levantou e foi até a janela. Ao se aproximar e sentir o sol, ele respirou fundo, apreciando aquela sensação de paz, que ele sequer lembrava a última vez que havia sentido. A atípica sensação também lhe trouxe pensamentos diferentes, pensamentos que vinham se repetindo a um tempo e era sobre coisas que ele já havia deixado de acreditar. Porém, desde que ele viu Adie pela primeira vez, esses pensamentos começaram a surgir, hora ou outra, e a cada vez que vinham à sua mente, lhe traziam sensações novas, fazendo-o não só voltar a acreditar, mas também, almejar que tudo se tornasse real.
Sempre surgiam as mesmas imagens: Em um dia ensolarado, como aquele, Adie e ele caminhando de mãos dadas por um lugar, parecido com o Lago Blackwater. Em certo momento, ele para de caminhar, fazendo-a olhá-lo e também parar. Ele a observa de frente e aprecia a visão daquele rosto perfeitamente desenhado, daqueles olhos castanhos e daqueles lábios que logo apresentam um lindo sorriso. Ele sente que depois de tanto tempo vivendo uma vida vazia, de repente, ele se tornou o homem mais sortudo e feliz pelo simples fato de ter aquele olhar voltado para si. Depois de um tempo observando-a, ele tira algo do bolso, uma pequena caixinha da cor preta. Ela observa atentamente aquela caixa e ele abre, mostrando um lindo anel com uma pedra de diamante, o que a deixa extremamente surpresa.
(Jake) - Você aceita ter uma vida "normal" comigo... para sempre?
Ela fica boquiaberta por alguns segundos, até que sorri, o sorriso mais lindo que ele já viu.
(Adie) - Sim! É claro que eu aceito!
Ela o abraça e lhe dá um beijo cheio de felicidade e entusiasmo, fazendo-o sorrir também. Em seguida, ele tira o anel daquela pequena caixa e coloca no dedo anelar da mão esquerda dela. Após colocar o anel, ele beija sua mão e sorri sutilmente, voltando a olhá-la.
(Jake) - Eu te amo.
(Adie) - Eu também te amo, Jake. – Ela sorri.
...
Aquele pensamento sempre tirava dele um suspiro apaixonado e um sorriso sutil.
..............................................................................................
À tarde, Dan estava na sala e assistia um filme. Estando distraído, ele não percebeu que alguém se aproximou e o observava.
(Jessy) - Oi.
Ele logo a olhou.
(Dan) - Oi, bebe.
(Jessy) - Eu… Posso assistir com você? – Ela perguntou com timidez.
Dan esboçou um sutil sorriso.
(Dan) - Você não precisa nem pedir.
Jessy sorriu sutilmente e, mesmo acanhada, se sentou próxima a ele. Alguns instantes se passaram e ela se distraiu com o filme. Aproveitando sua distração, Dan começou a observá-la, mas ela notou e o olhou.
(Jessy) - O que foi?
(Dan) - Nada. É só que eu não me canso de te admirar.
Ela sorriu sutilmente e desviou o olhar, com timidez, e voltou a olhar para a televisão. Dan esboçou um sorriso sutil e também voltou a olhar para a televisão por um breve momento.
(Dan) - Sabe... Eu ainda não desisti de ter um encontro com você.
Ela voltou a olhá-lo.
(Dan) - O que me impede de lhe convidar para sair comigo hoje mesmo é essa porcaria de cadeira de rodas.
Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.
(Jessy) - Dan, que bobagem! Você sabe que não me importo com isso.
(Dan) - Eu sei, bebe. Mas você não merece isso.
Ela bufou e desviou o olhar, balançando a cabeça em negação.
(Dan) - Ei... – Ele colocou o braço atrás do pescoço dela, abraçando-a de lado, e se aproximou um pouco mais.
Ela o olhou e seus rostos ficaram próximos.
(Dan) - É por isso que eu não desisti do nosso encontro. Eu prometo que em breve vou me livrar dessa porcaria. – Ele tocou o rosto dela com carinho. - Você pode esperar por isso?
Ela pensou por alguns segundos, até que assentiu com a cabeça.
(Dan) - Ótimo.
Os dois continuaram se olhando, estando próximos, até que Dan começou a aproximar seus lábios dos dela. Mesmo tímida, Jessy seguiu seu ritmo e quando seus lábios estavam prestes a se tocarem, alguém abriu a porta da sala, o que fez os dois se assustarem e se afastarem rapidamente.
(Adie) - Tudo bem, Thomas, eu vou comprar essa droga de whisky! – Ela disse levemente irritada.
(Thomas) - Ótimo, obrigado! – Ele disse com deboche, estando do lado de fora.
Adie revirou os olhos, bufou e fechou a porta.
Jessy ficou envergonhada e logo voltou a olhar para a TV, enquanto Dan bufou e também voltou a olhar para a TV, mas sem conseguir disfarçar sua expressão de raiva.
Após anotar algo em um pequeno caderno que segurava, Adie se aproximou dos dois.
(Adie) - Ei, Jack Daniels, estou fazendo a lista do que vamos comprar para a festa. Você tem algum pedido especial?
(Dan) - Que tal um minuto de paz? – Ele a olhou com raiva.
Adie arqueou uma de suas sobrancelhas, cruzou os braços e os observou por alguns segundos, intrigada.
(Adie) - Eu interrompi alguma coisa, foi? – Ela esboçou um sutil sorriso debochado.
Jessy a olhou por um breve momento, levemente surpresa, mas logo abaixou o olhar, envergonhada.
(Dan) - É sério, sai daqui!
Adie ficou surpresa, mas ainda com um sorriso debochado.
(Adie) - Que fofo, Dan! Até que enfim você tomou coragem.
(Dan) - Anda logo! – Ele disse irritado.
(Adie) - Tá, já vou! Cruzes, que mau humor. – Ela continuou sorrindo com deboche e saiu da sala.
Depois de alguns segundos, Jessy olhou para Dan, ainda estando envergonhada e deu uma leve risada.
(Jessy) - Bom, e-eu… eu acho que... com licença, depois nos falamos.
Ela se levantou e seguiu até a porta da casa, enquanto Dan a olhava. Quando ela saiu e fechou a porta, ele suspirou, frustrado.
Enquanto isso, Adie foi até a cozinha e continuou fazendo a lista do mercado. Ela abriu a geladeira e observou por alguns instantes as bebidas que ainda tinham. Estando distraída, ela não notou Phil entrar na cozinha e ficar parado, observando-a por trás. Alguns segundos depois, ela fechou a porta da geladeira e se virou, anotando algo na lista, mas, ao notar alguém ali parado, ela se assustou.
(Adie) - AI, MEU DEUS! – Com o susto, ela jogou a lista e a caneta para longe, o que fez Phil também se assustar. - Mas qual é o seu problema?! – Ela colocou uma das mãos no peito, em direção ao coração, enquanto o olhava irritada.
(Phil) - Perdão, Adie! Eu não queria te assustar.
Ela o encarou por alguns segundos, respirando pesadamente, até que respirou fundo e passou a mão direita no rosto, se recuperando do susto.
(Adie) - E o que diabos você queria, chegando sem avisar e ficando parado aí? – Ela se abaixou e pegou o caderno e a caneta.
(Phil) - Bom... Em minha defesa, posso dizer que algumas pessoas ficam um pouco pasmas quando vêem algo ou alguém muito bonito e acabam se esquecendo de todo o resto. – Ele esboçou um sutil sorriso galanteador.
Ela arqueou uma de suas sobrancelhas, olhando-o com raiva.
(Adie) - Nossa, que péssima justificativa. – Ela se virou e caminhou para fora da cozinha.
Phil a acompanhou com os olhos e após ela sair, deu uma leve risada.
Adie passou pela sala, seguindo em direção a porta e anotava algo em sua lista.
(Dan) - Black Label.
Ela parou e o olhou.
(Adie) - Me chamou de que?
(Dan) - Eu disse Black Label. Você perguntou se eu queria algo especial para a tal festa. – Ele disse sem olhá-la, com a atenção voltada para a TV.
Ela se aproximou e se sentou ao lado dele.
(Adie) - Antes de eu levar em consideração seu pedido, me diz... Você e a Jessy iam mesmo se beijar? – Ela perguntou com entusiasmo.
Ele a olhou com o cenho franzido.
(Dan) - Você é muito enxerida.
(Adie) - Ah, qual é? Somos amigos, me conta!
Ele bufou e desviou o olhar, pensando por alguns segundos.
(Dan) - Tá, a gente ia sim. Mas certa pessoa entrou na pior hora possível. – Ele voltou a olhá-la, com raiva.
(Adie) - Ah, me desculpe, vai. Eu não tinha como saber.
(Dan) - Tá tá.
Ele voltou a olhar para a TV, como um rabugento, e ela o encarou por alguns segundos.
(Adie) - Ei…
(Dan) - Que?
(Adie) - Pela cara que a Jessy estava, posso dizer que ela está muito na sua.
(Dan) - Hum. – Ele continuou sem olhá-la, mas não pôde conter seu sorriso de canto.
(Adie) - Por isso, da próxima vez que vocês forem deixar esse lindo sentimento ser expressado através de um beijo e não quiserem ser interrompidos, façam isso em um local privado, ou coloquem uma plaquinha de aviso na porta.
Ela sorriu com deboche e deu dois tapinhas de leve no ombro de Dan, que a olhou com raiva. Em seguida, ela se levantou e saiu da casa.
Quando Adie chegou do lado de fora, ela deu uma olhada rápida em sua lista e anotou o pedido de Dan.
(Adie) - Bem, última chance de vocês me falarem o que... – Ela levantou o olhar em direção aos amigos, mas ficou levemente surpresa ao ver Jake sentado próximo aos demais. - Jake! – Ela sorriu.
(Jake) - Olá, Adie. – Ele sorriu sutilmente.
Jake havia se juntado aos demais na varanda, quando Adie estava na cozinha e era a primeira vez que eles estavam se vendo naquele dia.
(Adie) - Bom... Como eu dizia. – Ela voltou sua atenção aos demais. - Alguém mais tem algum pedido em especial para a festa?
(Cleo) - Eu já anotei tudo aí.
(Jessy) - Bom, para mim não precisa de nada especial.
(Hannah) - Eu já pedi o que queria.
Dan abriu a porta e saiu, se aproximando dos outros.
(Lilly) - Eu também.
(Thomas) - Eu também. – Ele sorriu com deboche.
Adie arqueou uma de suas sobrancelhas por um breve momento, mas balançou a cabeça em negação, bufou e olhou para Jake.
(Adie) - E você, Jake?
(Jake) - Não tenho nenhum pedido especial.
Enquanto isso, Phil também abriu a porta e saiu da casa.
(Dan) - Você anotou o que eu pedi?
(Adie) - Sim. Bom, então vou ao mercado. Você vem comigo? – Ela perguntou para Dan.
(Dan) - Porque eu?
(Adie) - Por que assim eu não preciso pegar nenhum carrinho de compras, já vou ter você.
Todos ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Cleo começou a rir, o que fez os demais também deram risada, até mesmo Jake, que esboçou um sutil sorriso. Dan os olhava com uma de suas sobrancelhas arqueada e Adie se intrigou.
(Adie) - Qual foi a graça, gente? Eu quis dizer que, ao invés de ficar empurrando um carrinho, ele carregaria... – Ela entendeu a piada que fez. - Aaaah… – Ela o olhou e começou a rir.
(Dan) - Nossa, hahaha, que engraçado! – Ele ironizou.
(Adie) - Me desculpe pela piada despretensiosa, Jack Daniels.
(Dan) - Hum, é bem difícil acreditar que foi despretensiosa, mas, tudo bem.
(Adie) - Bom, eu realmente gostaria que você fosse ao mercado comigo, o que me diz?
(Dan) - Ta ta, eu vou.
(Adie) - Ótimo. Mais alguém quer ir?
(Lilly) - Acho que vocês dois dão conta de trazer tudo da lista.
(Phil) - Bom, se incomodariam se eu fosse com vocês?
Todos o olharam e Adie ficou levemente surpresa.
(Adie) - B-Bom...
(Dan) - Eu não me importo, afinal, o carrinho aqui não é tão espaçoso, não é, engraçadinha? – Ele olhou para Adie com cara de bravo.
(Phil) - Concordo com você. E eu estou disposto a carregar qualquer coisa que o Dan não aguentar, só para que você não precise carregar nada, Adie. – Ele esboçou um sutil sorriso galanteador.
Adie o olhou por alguns segundos e, em seguida, olhou para Jake, que estava sério e olhava para Phil, mas suspirou incomodado e desviou o olhar.
(Dan) - Aí, vamos logo, eu não tenho o dia todo. – Ele se dirigiu para perto do carro de Adie.
(Adie) - É… Vamos. – Ela ainda olhava Jake, que estava com o olhar distante.
Depois de alguns segundos, ela se virou e seguiu até o seu carro. Phil também seguiu até o carro, mas passou um pouco à frente de Adie e abriu a porta para ela entrar. Enquanto isso, Jake observava tudo, com uma expressão levemente irritada e Lilly o olhou, notando sua raiva.
(Lilly) - Ei, você tá legal?
(Jake) - Sim. – Ele respondeu sem olhá-la.
Ela voltou a olhar em direção ao carro de Adie, que havia acabado de sair. Depois de alguns segundos, Jake se levantou e foi para dentro da casa. Lilly o seguiu com os olhos e, após ele entrar e fechar a porta, ela suspirou com pesar.
A caminho do mercado, os três estavam em silêncio, até que Dan olhou para Adie, que estava claramente inquieta.
(Dan) - Aí, coloca uma música.
Ela o olhou e pegou o celular no bolso de sua calça.
(Adie) - Hoje você escolhe. – Ela entregou o celular.
Dan o pegou e, depois de alguns segundos procurando por uma música, começou a tocar Hey Jude - The Beatles. Adie logo o olhou, pois à alguns dias, ela havia confessado para ele que essa canção sempre a animava nos momentos ruins. Dan, que também a olhava, piscou para ela, o que a fez compreender a razão pela qual ele colocou aquela canção, que era animá-la e aliviar a tensão dos últimos minutos. Ela suspirou e voltou a olhar para a estrada, esboçando um sorriso sutil.
Em uma das Florestas de Duskwood
Naquela mesma cabana em ruínas em meio a uma floresta, a mesma pessoa que mancava de uma perna, entrou, estando com uma mochila preta nas costas. Ao fechar a porta da cabana, ele abriu a mochila e tirou de dentro dela uma corda, uma mordaça e um capuz preto, deixando essas coisas jogadas em um canto, onde parecia estar preparado para receber alguém.
Ao chegarem no mercado, Phil, Adie e Dan seguiram até a adega de vinhos e whisky. A adega era um corredor inteiro e eles ficaram alguns minutos procurando pelas bebidas colocadas na lista.
(Dan) - Aí, eu vou lá na frente procurar meus queridinhos de Johnnie Walker.
(Adie) - Certo. – Ela respondeu sem olhá-lo, enquanto procurava nas prateleiras a tal bebida que o Thomas queria.
Enquanto isso, Phil estava distraído, olhando alguns vinhos do outro lado.
(Adie) - Oof! – Ela bufou. - Mas que merda!
Phil a olhou.
(Phil) - Algum problema?
(Adie) - É essa droga de whisky que o Thomas me pediu. Além de ser uma porcaria, não consigo encontrar.
Phil se aproximou.
(Phil) - Qual o nome?
Ela mostrou o nome escrito na lista.
(Phil) - Hum, conheço bem.
(Adie) - Ah é? E onde encontro isso?
(Phil) - Hum… – Ele a olhou de um jeito malicioso e esboçou um sutil sorriso.
Adie se intrigou e ele começou a se aproximar dela. Por conta da aproximação, ela ficou assustada e se arredou para trás, a ponto de encostar nas garrafas na prateleira. Porém, com uma de suas mãos, Phil a puxou de leve pela cintura, aproximando-a de si e evitando que ela derrubasse as garrafas. Adie arregalou os olhos e não percebeu que com a outra mão, ele pegou uma das garrafas na prateleira.
(Phil) - Aqui está. – Ele a mostrou e sorriu. - É a última garrafa, por isso você não a viu. – Ele se afastou dela e a entregou a garrafa.
Ainda estando tensa, ela pegou a garrafa.
(Adie) - Obrigada.
(Dan) - Olha só isso aqui, Adie.
Ela se virou e viu que ele se aproximava, segurando duas garrafas de whisky.
(Dan) - Johnnie Walker, Black e Red Label. – Ele mostrou as garrafas, esboçando um largo sorriso.
Ela se animou.
(Adie) - Uh! Boa, Jack Daniels!
(Dan) - Ah, isso mesmo, falta o Jack Daniels, que você ama tanto quanto me ama.
Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.
(Adie) - Que história é essa?
Ele entregou as garrafas para ela, mas Phil logo se prontificou a pegá-las.
(Dan) - Não precisa fingir. – Ele piscou para ela e logo se virou, se afastando dos dois.
(Adie) - Por favor, me diga que você não está abrindo as bebidas da adega!
Dan não respondeu e seguiu até a outra parte da adega.
(Phil) - Sabe, eu acho bem legal a amizade de vocês dois. De todos no grupo, você é a que mais suporta e consegue lidar com o jeito hostil dele.
Ela o olhou.
(Adie) - Talvez porque sejamos iguais.
(Phil) - Hum, eu não acho você hostil. Acho você divertida. – Ele sorriu sutilmente.
Adie sorriu sutilmente e desviou o olhar, vendo Dan um pouco à frente pegando mais duas garrafas de whisky.
(Adie) - Bem, eu acho que vamos precisar mesmo de um carrinho de compras.
(Phil) - É, eu concordo.
Alguns instantes depois, após pegarem mais algumas bebidas, os três decidiram se separar para pegarem as demais coisas da lista. Depois de alguns minutos, Dan e Phil se encontraram na fila do caixa, Phil com um carrinho de compras e Dan segurando uma cesta de compras. Não demorou muito para que Adie aparecesse, também segurando uma cesta de compras, que continha alguns itens e comendo algumas balas de um pequeno pacote que também segurava.
(Adie) - Oi, pessoal!
Dan arqueou uma de suas sobrancelhas.
(Dan) - Você não deveria pagar por isso primeiro, antes de abrir?
(Adie) - Hum? – Ela olhou para o pacote de balas. - Mas o código de barras ainda está intacto.
(Dan) - Sei. Já pegou tudo que faltava?
(Adie) - Acho que sim. Aí, pega um docinho aqui para disfarçar seu hálito de whisky. – Ela estendeu o pacote de balas para Dan.
Ele se surpreendeu.
(Dan) - Do que você está falando?!
(Adie) - Ah, não pense que eu não sei que você estava bebendo as amostras grátis da adega.
Ele arqueou uma de suas sobrancelhas.
(Dan) - Foi por isso que você demorou e abriu esse pacote de balas, não é?
(Adie) - Shiii, pega logo isso aqui!
Dan deu risada e pegou algumas balas.
(Phil) - Espera, porque ninguém me falou dessas amostras?
(Adie) - Eu pensei que você soubesse. O hálito do Dan estava tão forte aquela hora que imaginei que você também tinha sentido.
(Dan) - Ei, fala baixo! – Ele disse com a boca cheia de balas.
(Phil) - Será que dá tempo de voltar lá, enquanto não chega nossa vez?
A última pessoa da fila, antes deles, terminou de pagar e saiu.
(Caixa) - Próximo.
(Adie) - Já era, Phil.
(Dan) - Esquece.
(Phil) - Merda.
Depois de alguns minutos, Adie chegou ao estacionamento do mercado, carregando algumas sacolas e abriu o porta-malas para colocá-las dentro, enquanto Dan e Phil ficaram no mercado, fazendo sabe-se lá o que.
Ela estava distraída, ajeitando as sacolas no porta-malas, quando sentiu seu celular vibrar no bolso de trás de sua calça. Após colocar mais algumas sacolas no carro, ela pegou o celular e se intrigou ao ver que havia recebido uma mensagem de um número desconhecido.
CHAT:
Desconhecido
(Desconhecido) - Que bom que agora você está aqui.
(Desconhecido) - Assim posso observá-la de perto.
Desconhecido enviou um vídeo
Estando receosa, Adie clicou no vídeo. As imagens mostravam ela de costas, em frente ao supermercado, enquanto guardava algumas sacolas no porta-malas de um carro.
Ela se assustou e jogou o celular, que caiu dentro do porta-malas, e começou a olhar à sua volta, procurando por alguém que pudesse ser aquele desconhecido. Ela parou seu olhar em direção a floresta, que não estava muito longe e logo percebeu que pela distância da imagem, o vídeo provavelmente havia sido gravado de lá. Enquanto observava aquela direção, ela não notou que alguém se aproximava por trás.
(Phil) - Voltei.
Ela se assustou, mas apenas fechou os olhos e continuou de costas.
(Phil) - Droga, eu te assustei, não é?
Ela suspirou e se virou, olhando-o.
(Adie) - Onde está o Dan? – Ela perguntou extremamente séria.
(Dan) - Estou aqui. – Ele estava se aproximando por trás. - Já sentiu saudade?
Ela o olhou e ele se aproximou, segurando uma outra garrafa de whisky.
(Dan) - Já bebeu esse aqui? Experimentei pela primeira vez e gostei.
(Phil) - É sério que gostou disso?
(Dan) - Ah, não vem com essa! Percebi que o seu paladar é tão maluco quanto o do Thomas.
(Phil) - Ah, não viaja!
Adie pegou seu celular no porta-malas.
(Adie) - Terminem de colocar as coisas no carro e vamos sair logo desse lugar. – Ela caminhou até a porta do motorista e entrou no carro.
Os dois a acompanharam com os olhos, estando intrigados.
(Dan) - O que você fez com ela?
Phil o olhou com o cenho franzido.
(Phil) - E porque você acha que eu fiz alguma coisa?
(Dan) - Hum, palpite.
Phil arqueou uma de suas sobrancelhas e revirou os olhos. Em seguida, ele começou a guardar o restante das compras no porta-malas.
Quando já era noite, Adie estava pronta para se deitar. Trajada com calças moletom preta e uma blusa de cor cinza, de mangas compridas, ela estava sentada em sua cama, observando aquelas mensagens que recebeu mais cedo. Muitas perguntas surgiram em sua mente e, por conta disso, ela sequer conseguiu pensar no que responder ou se realmente deveria dizer algo para aquele desconhecido. Já estando exausta de tanto pensar sobre tudo aquilo, ela se levantou para colocar o celular para carregar, mas ao passar em frente a janela, ela notou algo com sua visão periférica, parecia ter alguém do lado de fora. Ao virar a cabeça para olhar, ela confirmou que sim, havia alguém ali parado, olhando diretamente para ela. Ela ficou assustada e com passos receosos, começou a se aproximar da janela, observando aquela silhueta que não se mexia e, seja lá quem fosse, parecia usar um moletom preto e estava encapuzado. Naquele momento, aquela pessoa pegou algo luminoso, como se fosse um celular e abaixou a cabeça para olhá-lo. Depois de um segundo, seu celular vibrou, indicando que ela havia recebido uma mensagem. Ela ficou ainda mais assustada e teve sua mente invadida por lembranças de quando o homem sem rosto a ameaçava por ligações e mensagens... Será que estava tudo se repetindo? Se sim, dessa vez, quem seria? Estando aflita com essa ideia, ela abriu o chat receosa, mas ao ver quem havia lhe mandado uma mensagem, pôde respirar aliviada.
CHAT:
Jake
(Jake) - Não se assuste, sou eu que estou aqui embaixo. :)
(Jake) - Se incomodaria de vir até aqui?
(Adie) - Jamais me incomodaria de ir até você.
(Adie) - Chego aí em um minuto. :)
(Jake) - :)
Adie está agora offline
Do lado de fora, Jake guardou seu celular no bolso e olhou para a direção em que ela viria ao seu encontro. Depois do que aconteceu mais cedo, ele pôde compreender que a raiva que sentia, era por não poder estar tão perto dela como antes. Embora o motivo deles terem que esconder a relação que tinham fosse para o bem dela, ele não conseguia deixar de pensar no quanto gostaria de ser livre para amá-la, em todas as ocasiões. Queria ter sido ele a ter aberto a porta do carro para ela e a acompanhado para o mercado. Ele almejava demonstrar o quanto ela é importante, nos mínimos detalhes. Mas, devido às circunstâncias, mesmo morando na mesma casa, ele sentia saudade, saudade do abraço dela, do cheiro, do beijo, de todas aquelas sensações que ele sentia ao olhar para ela estando bem perto de si.
Enquanto perdido em seus pensamentos, ele ficou cabisbaixo por alguns instantes, até que ouviu passos se aproximando e levantou o olhar. Era Adie, que estava vestida com um moletom preto e caminhava em sua direção, tendo seus cabelos levemente agitados pelo vento que soprava naquela noite fria. Era inevitável, ao vê-la, ele logo esboçou um sutil sorriso apaixonado e ao mesmo tempo, tímido. Ela se aproximou, também esboçando um sorriso tímido e os dois se olharam em silêncio por alguns segundos, até que Adie não pôde se conter e o abraçou. Ao receber o abraço dela, Jake logo correspondeu, envolvendo-a com seus braços e fechou os olhos, sentindo aquela sensação de que nada mais importava, apenas ela. Mesmo que tenham faltado palavras, o abraço deixou claro que ela também sentia falta dele, na mesma proporção. Depois de alguns segundos, eles se soltaram, mas as palavras ainda faltavam. Eles se olharam com ternura e ela começou a acariciar o rosto dele. Mesmo com timidez, Adie permaneceu olhando-o nos olhos, até que desviou o olhar para a sua mão que acariciava a barba dele. Depois de alguns segundos, ela parou as carícias e começou a se aproximar dos lábios dele. Jake seguiu o seu ritmo e começou a aproximar seus lábios dos dela, e quando chegaram bem perto, ambos fecharam os olhos, sentiram suas respirações e se beijaram. O beijo começou tímido, mas logo se tornou envolvente. Jake entrelaçou seus dedos nos cabelos dela, enquanto o beijo continuava devagar, mas era possível sentir seus corações acelerados. O lugar estava silencioso e o único barulho era das folhas das árvores sendo movidas pelo vento leve que soprava. A sensação de mundo parado sempre acontecia quando eles se beijavam e era isso que tornava o momento sempre único. Depois de alguns segundos, Adie foi parando o beijo devagar.
(Adie) - Eu te amo, Jake... – Ela disse ainda estando com os lábios bem próximos aos dele. - Mais do que tudo que já amei nessa vida. Nunca duvide disso... – Ela voltou a acariciar o rosto dele. - Nunca.
(Jake) - Você é tudo o que importa para mim. Eu te amo e jamais deixarei de sentir isso, Adie.
Ele aproximou novamente seus lábios dos dela , fechou os olhos e os dois se envolveram novamente em um beijo lento e apaixonado. Aquele momento foi a confirmação de que a vida "normal" que ele tanto desejava, podia se tornar real.
Porém, algo ameaçava esse sonho de Jake, algo que ele sequer podia imaginar.
Enquanto envolvidos no beijo e em todas as sensações incríveis que sentiam naquele momento, eles estavam sendo observados por alguém que estava em meio às árvores, não muito distante. Aquela pessoa também usava um moletom preto e estava encapuzado.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 66
Comments
Samily Mily
slk bom demais 🤩❤️
2025-03-15
1