Wish - Volume I

Wish - Volume I

Capitulo 1 - O Retorno

Treze Anos Antes..

Scott

Alguém bateu na porta e então ouvi o barulho de pés se arrastando.

Já estava com uma dor no peito. Minha mãe havia ligado a caminho de casa para me contar o que fizera e dizer que precisava sair para beber com as amigas.

Eu teria que cuidar da Gi. Minha mãe não conseguiria lidar com aquele estresse. Pelo menos foi o que disse quando me ligou.

- Scott?

A voz da Gi saiu com um soluço. Ela havia chorado.

- Estou aqui, Gi!

Falei, levantando-me do puff em que estava sentado num canto.

Esse era meu esconderijo. Naquela casa, era preciso ter um.

Quando não se tinha, coisas ruins aconteciam.

Gi tinha o rosto molhado. Estava com o lábio inferior trêmulo e me encarava com aqueles olhos tristes.

Eu quase nunca os via felizes. Minha mãe só lhe dava atenção quando precisava arrumá-la e exibi-la.

No resto do tempo, Gi era ignorada.

Exceto por mim. Eu fazia o possível para que ela se sentisse querida.

- Eu não vi ele. Ele não estava lá!

Sussurrou ela, dando outro soluço.

Não precisei perguntar quem era ''ele''. Eu sabia. Minha mãe havia se cansado de ouvir Gi perguntar sobre o pai.

Então decidiu levá-la para vê-lo. Eu gostaria que ela tivesse me contado.

Queria ter ido junto. A expressão de mágoa no rosto da Gi me fez carrar os punhos.

Se algum dia visse aquele homem, eu lhe daria um soco no nariz.

Queria vê-lo sangrando.

- Venha aqui!

Chamei, estendendo a mão e puxando minha irmãzinha para um abraço.

Ela enroscou os braços na minha cintura e me apertou com força.

Era difícil respirar em momentos assim.

Eu detestava a vida que ela tinha. Eu pelo menos sabia que meu pai me queria. Ele passava algum tempo comigo.

- Ele tem outras filhas. Duas. E elas são... lindas. Tem cabelos de anjo. E a mãe deixa as duas brincarem na terra. Elas estavam usando tênis. Tênis sujos.

Gi estava com inveja de tênis sujos. Nossa mãe não permitia que ela fosse menos do que perfeita o tempo todo.

Ela nunca tivera um par de tênis.

- Elas não podem ser mais bonitas do que você!

Garanti a ela. Eu realmente acreditava nisso.

Gi fungou e se afastou de mim. Empinou a cabeça, e aqueles grandes olhos me olharam.

- São, sim, eu vi. Vi fotos na parede com as duas meninas e um homem. Ele ama as duas... e não me ama.

Eu não poderia mentir para Gi. Ela tinha razão. Ele não a amava.

- Ele é um imbecil idiota. Você tem a mim, Gi. Você sempre vai ter a mim.

Tempo Presente...

Allison

Vinte e cinco quilômetros de distância da cidade era longe o bastante.

Ninguém jamais ia a uma farmácia tão longe de Suntall.

A menos, é claro, que tivesse 19 anos e precisasse de algo que não quisesse que todo mundo soubesse que havia comprado. Em uma hora, toda a cidadezinha de Suntall, no Wakers ficava sabendo de qualquer coisa que se comprasse na farmácia local.

Ainda mais se fosse uma pessoa solteira comprando camisinhas... ou um teste de gravidez.

Pus o teste de gravidez em cima do balcão e não olhei para a atendente.

Não consegui. O medo e a culpa nos meus olhos eram algo que eu não queria dividir com uma estranha qualquer.

Eu ainda não havia contado nem ao Louis.

Desde que obrigara Scoot a sair da minha vida três semanas antes, eu tinha voltado lentamente á rotina de passar o tempo todo com Louis.

Era fácil. Ele não me pressionava para falar, mas quando eu queria falar, ele me ouvia.

- São 16 dólares e 15 centavos.

Disse a moça do outro lado do balcão.

Pude ouvir a preocupação na voz dela. Nada surpreendente.

Aquela era a compra vergonhosa que todas as adolescentes temiam.

Entreguei uma nota de 20 dólares sem levantar os olhos da sacolinha que ela havia posto na minha frente.

Ela continha a única resposta de que eu precisava e que me apavorava.

Ignorar o fato de que a minha menstruação estava duas semanas atrasada e fingir que nada estava acontecendo era mais fácil. Mas eu precisava saber.

- Aqui está o troco: 3,85 dólares.

Disse ela.

Estendi o braço e peguei o dinheiro da mão dela.

- Obrigada!

Murmurei, pegando a sacola.

- Espero que tudo fique bem.

Disse a moça num tom gentil.

Levantei o olhar e encontrei um par de olhos castanhos solidários.

Ela era uma estranha que eu jamais veria novamente, mas, naquele momento, ajudou que outra pessoa soubesse. Eu não me senti tão sozinha.

- Eu também.

Respondi, antes de me virar e seguir em direção á porta, de volta ao sol quente de verão.

Tinha dado dois passos no estacionamento quando olhei para a porta do motorista da minha picape. Louis estava encostado nela com os braços cruzados no peito.

O boné cinza que ele usava tinha uma letra W da Universidade do Wakers e estava puxado para baixo, escondendo os olhos dele.

Parei e o encarei. Não havia como mentir sobre aquilo. Ele sabia que eu não tinha ido ali para comprar camisinhas.

Havia apenas uma alternativa. Mesmo sem conseguir ver a expressão nos olhos dele, eu soube... que ele sabia.

Engoli em seco o bolo na garganta que vinha me sufocando desde que eu entrara na picape naquela manhã e saíra da cidade.

Agora não éramos apenas eu e a estranha atrás do balcão que sabíamos. Meu melhor amigo sabia também.

Obriguei-me a botar um pé na frente do outro. Ele faria perguntas e eu teria que responde-las.

Depois das últimas semanas, ele merecia uma explicação. Ele merecia a verdade. Mas como explicar aquilo?

Parei a apenas alguns metros diante dele.

Agradeci o fato de o boné encobrir seu rosto.

Seria mais fácil explicar se eu não conseguisse ver os pensamentos atravessando seus olhos.

Ficamos parados em silêncio. Eu queria que ele falasse primeiro, mas depois do que pareceram ser vários minutos, percebi que ele queria que eu dissesse alguma coisa antes.

- Como você soube onde eu estava?

Perguntei.

- Você está na casa da minha avó. Assim que saiu agindo de jeito estranho, ela me ligou. Fiquei preocupado com você!

Respondeu ele.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas. Eu não choraria por aquilo.

Já havia derramado todas as lágrimas que me permitiria. Segurando mais apertado a sacola com o teste de gravidez, endireitei os ombros.

- Você me seguiu!

Falei. Não foi uma pergunta.

- Claro que segui.

Ele balançou a cabeça e desviou o olhar de mim.

-Você ia me contar, Allison?

Eu ia contar a ele? Não sabia. Não havia pensando nisso.

- Ainda não sei se há alguma coisa para contar.

Respondi sinceramente.

Louis balançou a cabeça e soltou uma risada abafada sem qualquer senso de humor.

- Não sabe, é? Você veio até aqui porque não tem certeza?

Ele estava com raiva. Ou estava magoado? Não tinha motivo para nem uma coisa, nem outra.

- Enquanto eu não fizer este teste, não terei certeza. Estou atrasada. Só isso. Não há por que lhe falar sobre isso. Não é problema seu.

Lentamente, Igor virou a cabeça na minha direção.

Levantou a mão e empinou o boné para trás, removendo a sombra dos olhos. Havia descrença e dor em seus olhar. Eu não queria ver aquilo. Era quase pior do que reprovação. De certa forma, isso teria sido melhor.

- É mesmo? É assim que você se sente? Depois de tudo o que passamos, é assim que você se sente de verdade?

O que nós tivéramos era passado. Ele era o meu passado. Eu havia enfrentado muita coisa sem ele.

Enquanto ele aproveitava os anos do ensino médio, eu me esforçava para manter a minha vida. O que exatamente ele achava que havia sofrido? Meu sangue começou a ferver de raiva e levantei os olhos para encará-lo.

- Sim,Louis. É assim que eu me sinto. Não sei o que exatamente você acha que nós passamos juntos.

Nós éramos melhores amigos, depois viramos um casal, então minha mãe ficou doente e, como você precisava que alguém sinapse suas necessidades masculinas.

Eu cuidei da minha mãe sozinha. Sem ninguém para me apoiar. Então ela morreu e eu me mudei.

Meu coração e meu mundo foram destruídos, então eu voltei. Você ficou do meu lado. Eu não pedi isso, mas você ficou.

Sou grata a você, mas isso não faz com que todo o resto desapareça. Não compensa o fato de você ter me abandonado procuro quando meu mundo está mais prestes a ser puxado de baixo dos meus pés. Você ainda não fez por merecer isso.

Eu estava respirando com dificuldade, e as lágrimas que eu não queria derramar rolavam pelo meu rosto.

Droga, eu não queria chorar. Diminuí a distancia entre nós e usei toda a minha força para empurrá-lo para fora do caminho a fim de conseguir agarrar a maçaneta e abrir a porta do carro.

Eu precisava sair dali. Ir para longe dele.

- Saia!

Gritei, enquanto tentava abrir a porta com o peso dele ainda sobre ela.

Esperava que ele discuti-se comigo. Esperava qualquer coisa, menos que ele fizesse o que eu tinha pedido.

Sentei atrás do volante e atirei a sacolinha de plástico em cima do banco ao meu lado antes de engatar a picape e dar ré da vaga do estacionamento.

Pude ver Louis ainda parado ali. Ele não havia se mexido muito.

Apenas o suficiente para que eu entrasse no veículo. Ele não estava olhando para mim, mas para o chão, como se nele estivessem todas as respostas. Eu não podia me preocupar com ele naquele momento.

Precisava ir embora.

Talvez eu não devesse ter dito aquelas coisas a Louis.

Talvez eu devesse ter mantido tudo aquilo onde eu havia deixado enterrado todas aqueles anos.

Mas agora era tarde demais. Eles havia me provocado no momento errado. Eu não ia me sentir mal por isso.

Eu também não poderia voltar para a casa da avó dele. Ela estava de olho em mim.

Louis provavelmente ligaria para ela e contaria tudo.

Se não a verdade, algo bem próximo. Eu não tinha alternativa.

Teria que fazer o teste de gravidez no banheiro de um posto de gasolina. Era possível que a minha situação ficasse pior?

Scott

As ondas batendo contra a costa eram usadas para me acalmar.

Estive sentado aqui nesta plataforma observando a água desde que eu era criança.

Ela sempre me ajudou a encontrar uma melhor perspectiva sobre as coisas. Isso não estava mais funcionando para mim.

A casa estava vazia. Minha mãe e o homem que eu queria que queimasse no inferno por toda a po*ra da eternidade, tinham deixado a casa assim.

Eu estava com raiva, quebrado, e selvagem.

Depois de ameaçar a vida do homem que minha mãe era casada, exigi que eles saíssem.

Eu não queria ver nenhum deles. Eu precisava ligar para minha mãe e conversar com ela, mas não poderia fazer isso ainda.

Perdoar minha mãe, era mais fácil dizer do que fazer.

Gi, minha irmã, tinha parado várias vezes e me pediu para falar com ela. Isso não era culpa da Gi. mas eu não conseguia falar com ela sobre isso também.

Ela me lembrava do que eu havia perdido. O que eu mal tinha. O que eu nunca esperava encontrar.

Um barulho muito alto veio de dentro da casa e invadiu meus pensamentos.

Virando-me, olhei para trás e percebi que alguém estava na porta tocando a campainha e seguiu tocando novamente.

Que diabos foi isso? Ninguém tinha vindo, Exceto minha irmã e Gustavo desde que Allison havia ido embora.

Coloquei minha cerveja na mesma ao meu lado e me levantei.

Quem quer fosse precisava de um verdadeiro bom motivo para vir aqui sem ser convidado.

Andei pela casa que tinha ficado limpa, pois, Henrietta, na sua última visita tinha limpado a casa. Com nenhuma das festas ou vida social era fácil manter as coisas sem serem destruídas.

Eu estava achando que eu gostava muito disso.

A batida começou a subir novamente quando cheguei á porta e puxei-a aberta pronto para dizer a quem quer que fosse, para se foder quando as palavras me falharam.

Este não era alguém que eu esperava ver novamente. Eu só conheci o cara uma vez e imediatamente o odiava.

Agora que ele estava aqui, eu queria agarrá-lo pelos ombros e sacudi-lo até que ele me contasse como ela estava. Se ela estava bem.

Onde ela estava vivendo?

Deus, eu esperava que ela não morasse com ele. E se ele... não, não, não, isso não tinha acontecido.

Ela não faria isso. Não a minha Allison.

Minhas mãos apertaram com força em punhos ao meu lado.

- Preciso saber uma coisa.

Louis, o menino do passado de Allison, disse enquanto eu olhava para ele com confusa descrença.

-Será que você..

Ele parou e engoliu em seco.

-Você...

Ele tirou o boné de beisebol e passou a mão pelo cabelo. Notei os círculos escuros de cansaço sob os olhos, uma expressão cansada em seu rosto.

Meu coração parou. Agarrei o seu braço e o sacudi.

-Onde está a Allison? Ela está bem?

-Ela esta na minha... Quero dizer, ela está bem. Solte-me antes que você quebre meu braço, maldito.

Louis estalou, sacudindo o braço para longe de mim.

-Allison está viva e bem em Suntall. Não é por isso que estou aqui.

Então, por que ele estava aqui? Nós tínhamos uma conexão, Allison.

-Quando ela saiu de Suntall ela era inocente. Muito inocente. Eu tinha sido seu único namorado. Sei como ela era inocente. Nós temos sido melhores amigos desde que éramos crianças. A Allison que voltou não é a mesma que saiu. Ela não fala sobre isso. Ela não vai falar sobre isso. Eu só preciso saber se você e ela... se vocês... Eu só vou dizer isto, você dormiu com ela?

Minha visão ficou turva e me movi sem qualquer pensamento diferente a não ser assassiná-lo. Ele tinha cruzado uma linha. Ele não foi autorizado a falar sobre Allison desse jeito.

Ele não estava autorizado a fazer esse tipo de pergunta ou duvidar de sua inocência. Allison era inocente, maldito. Ele não tinha direito.

-Scott mano, o coloque no chão!'

A voz de Gustavo me chamou. E o ouvi, mas ele estava muito longe e em um túnel.

Eu estava focado na cara na minha frente e no meu primeiro contato com o seu rosto e sangue lançado do seu nariz.

Ele estava sangrando. Eu precisava que ele sangrasse. Eu precisava que alguém sangrasse pra caramba.

Dois braços em volta de mim por trás me puxaram e me afastaram enquanto Louis tropeçou para trás segurando suas mãos no nariz com um olhar de panico em seus olhos. Bem, um de seus olhos. O outro já estava inchando e fechado.

-O que diabos você disse a ele?

Gustavo perguntou atrás de mim. Era Gustavo quem me segurava.

-Não ouse dizer isso, droga!

Eu rugi quando Louis abriu a boca para responder. Eu não podia ouvi-lo falar sobre ela assim.

O que tínhamos feito era mais do que algo sujo ou errado. Ele agiu como se eu tivesse arruinado ela. Allison era inocente. Tão incrivelmente inocente.

O que fizemos não mudava isso.

Os braços de Gustavo me apertaram quando ele me puxou de volta contra seu peito.

- Você precisa ir agora. Eu só posso segurá-lo por um tempo. Ele tem cerca de vinte quilos a mais de músculo sobre ele do que eu e isso não é tão fácil quanto parece. Você precisa correr, cara. Não volte. Você é um bosta e sorte por que eu apareci.

Louis assentiu e, em seguida, tropeçou de volta na sua caminhonete.

A raiva fervia em minhas veias, mas eu ainda sentia.

Eu queria machucá-lo mais. Para lavar todo o pensamento que ele pode ter na cabeça que Allison não era tão perfeita quanto tinha sido quando ela deixou o Wakers.

Ele não sabia de tudo o que ela passou. O inferno que minha família tinha completamente colocando ela. Como ele poderia cuidar dela?

Ela precisava de mim.

-Se eu soltar você, você vai perseguir sua caminhonete, ou estamos bem?

Gustavo pediu afrouxando o seu poder sobre mim.

-Estou bem.

Eu assegurei a ele enquanto livrei meus ombros de seus braços e caminhei até o parapeito para segurá-lo e tomar várias respirações profundas. A dor estava de volta com força total.

Consegui enterrá-la até que ela só pulsava um pouco, mas ver o Louis llembrou-me de tudo. Aquela noite.

O que eu nunca iria recuperar. O que iria me marcar para sempre.

-Posso te perguntar que inferno estava acontecendo ou, você vai bater a merda fora de mim também?

Gustavo perguntou colocando alguma distancia entre nós.

Ele era meu irmão para todos os intentos e propósitos. Nossos pais foram casados quando éramos crianças, por tempo suficiente para que nós formássemos esse vínculo.

Mesmo que minha mãe teve um par de maridos, desde então, Gustavo ainda era a minha família. Ele sabia o suficiente para saber que isto era sobre Allison.

-O ex-namorado da Allison.

Respondi sem olhar para ele. Gustavo pigarreou.

-Então, uh, ele veio aqui para tripudiar? Ou apenas bateu nele como uma pasta de sangue, porque ele a tocou uma vez?

Ambos. Nenhum dos dois, Balancei minha cabeça.

-Não. Ele veio aqui fazer perguntas sobre mim e Allison. Coisas que não era da conta dele. Ele perguntou a coisa errada.

-Ah, entendo. Isso faz sentido. Bem, ele pagou por isso. O vara provavelmente tem um nariz quebrado e ficará com um olho fechado.

Finalmente levantei a cabeça e olhei para Gustavo.

-Obrigado por me puxar de cima dele. Eu apenas bati.

Gustavo balançou a cabeça, em seguida, abriu a porta.

-Vamos lá. Vamos ligar o jogo e beber uma cerveja.

Allison

O túmulo da minha mãe era o único lugar que eu poderia pensar em ir.

Eu não tinha casa. Não podia voltar para vovó Sonia. Ela era avó de Louis.

Ele provavelmente estava lá esperando por mim. Ou talvez ele não estivesse. Talvez eu tenha afastado também. Sentei-me ao pé da sepultura da minha mãe.

Puxei meus joelhos até embaixo do meu queixo e passei meus braços em torno de minhas penas.

Eu tinha voltado a Suntall porque era o único lugar que eu sabia que viria. Agora, eu precisava sair. Não podia ficar aqui.

Mais uma vez a minha vida estava prestes a tomar um rumo inesperado. Um que eu não estava preparada.

Quando eu era uma menina minha mãe tinha nos levado para a escola dominical na igreja batista local.

Lembrei-me de uma escritura que era lida na bíblia a respeito de Deus não colocar mais-- em nós do que podíamos suportar.

Eu estava começando a me perguntar se isso era apenas para aquelas pessoas que iam á igreja todos os domingos e oravam antes de irem para a cama á noite.

Por que ele não estava segurando qualquer golpe de mim?

Senti pena de mim mesma não me ajudava. Eu não poderia fazer isso. Eu tinha que descobrir como sair também.

Minha estadia com vovó Sonia e deixar Louis me ajudar a lidar com o dia-a- dia era apenas temporária.

Eu sabia quando me mudei para o quarto de hóspedes que não poderia ficar muito tempo. Havia muita história entre Louis e eu.

Histórias que eu não tinha a intenção de repetir.

A hora de sair tinha chegado, mas eu ainda estava mito sem noção sobre onde eu estava indo e o que faria com o que tinha acontecido á três semanas.

-Queria que você estivesse aqui, mamãe. Não sei o que fazer e não tenho ninguém para perguntar.

Sussurrei enquanto me sentei lá no cemitério silencioso.

Eu queria acreditar que ela pudesse me ouvir. Não gostava da ideia de ela esta sob a terra, mas depois que minha irmã gêmea, Estella, tinha morrido sentei aqui neste lugar com minha mãe e tinha falado com Estella.

Mamãe disse que seu espírito estava estava cuidando de nós e ela podia nos ouvir. Eu queria muito acreditar nisso agora.

-Sou somente eu. Eu sinto falta de vocês. Não quero ficar sozinha... mas eu estou. E estou com medo.

O único som era o vento farfalhando as folhas nas árvores.

-Uma vez você me disse que se eu escutasse bem forte saberia a resposta no meu coração. Estou ouvindo mamãe, mas estou tão confusa. Talvez você pudesse me ajudar, me apontando na direção certa de alguma forma?

Descansei meu queixo em meus joelhos e fechei os olhos, recusando-me a chorar.

-Lembra quando você disse que eu precisava dizer a Louis exatamente como eu me sentia. Que não iria me sentir melhor até que eu tivesse tudo para fora. Bem, fiz exatamente isso hoje. Mesmo se ele me perdoar nunca mais será o mesmo. Não posso continuar contando com ele para as coisas de qualquer maneira. É hora de descobrir isso por conta própria. Eu só não sei como.

Apenas perguntando pra ela me fez sentir melhor. Sabendo que eu não iria receber uma resposta não parecia importar.

A porta do carro bateu quebrando a tranquilidade e tirei meus braços das minhas pernas me virei para olhar para trás, no estacionamento para ver um carro muito caro para esta pequena cidade.

Voltado os olhos para ver quem tinha saído dele, engoli em seco, em seguida, pulei. Era Yngrid. Ela estava aqui.

Em Suntall. No cemitério... dirigindo um carro com aparência muito, muito caro. Seu longos cabelos foram puxados por cima do ombro em um rabo de cavalo.

Havia um sorriso puxando seus lábios quando meus olhos encontraram os dela. Eu não podia me mover. Estava com medo de estar imaginando coisas. O que Yngrid estava fazendo aqui?

-Você não tem um telefone celular, isso é para os pássaros. Como diabos vou chamá-la e dizer que estou chegando para buscar a sua bunda se não tenho um número para ligar? Hum?

Suas palavras não faziam sentido, mas só de ouvir a voz dela me fez correr a curta distância entre nós.

Yngrid riu e abriu os braços quando me atirei neles.

-Não posso acreditar que você está aqui.'

Eu disse depois de abraçá-la.

-Sim, bem, nem eu. Essa foi uma longa viagem. Mas você vale a pena e vendo que você deixou o telefone celular em Roseville eu não tinha como falar com você.

Queria dizer-lhe tudo, mas eu não podia. Ainda não. Eu precisava de tempo. Ela já sabia sobre o meu pai. Ela sabia sobre Giovanna. Mas o resto... eu sabia que ela não sabia.

-Estou tão feliz que você esteja aqui, mas como você me encontrou?'

Yngrid sorriu e inclinou a cabeça para o lado.

-Eu dirigi pela cidade á procura da sua caminhonete. Não foi tão difícil. Este lugar é como uma luz vermelha. Se eu tivesse piscado duas vezes, teria me perdido.'

-Esse carro provavelmente chamou um pouco de atenção pela cidade.

Eu disse olhando mais para ele.

-É do Cooper. Essa coisa anda como um sonho.

Ela ainda estava com Cooper. Bom. Mas o meu peito doeu.

Cooper me fez lembrar Roseville. E Roseville me fez lembrar Scott.

-Eu ia te perguntar como você está, mas menina, você parece em forma de vara. Você já comeu desde que deixou Roseville?

Minhas roupas estavam todas caindo de mim.

Comer era difícil com o grande nó que ficava apertando o meu peito em todos os momentos.

-Tem sido duro algumas semanas, mas eu acho que estou ficando cada vez melhor. Mudando as coisas. Lidando com isso.

Yngrid desviou o olhar para o túmulo atrás de mim. Ambos. Eu podia ver a tristeza em seus olhos enquanto ela lia as lápides.

— Ninguém pode tirar as suas memórias. Você tem isso.''

Disse ela apertando a minha mão na dela.

-Eu sei. Não acredito neles. Meu pai é um mentiroso. Não acredito em qualquer um deles. Ela, minha mãe, não teria feito o que eles disseram. Se alguém tem culpa é o meu pai. Ele causou está dor. Não a minha mãe. Nunca minha mãe.

Yngrid assentiu e segurou minha mão firmemente na dela.

Basta ter alguém me ouvindo e saber que acredita em mim, que acredita na inocência de minha mãe ajudou.

-Será que sua irmã se parecia muito com você?

A última lembrança que eu tinha de Estella era dela sorrindo.

Aquele sorriso brilhante que era muito mais bonito do que o meu. Seus dentes eram perfeitos, sem a ajuda de aparelhos. Seus olhos estavam mais brilhantes do que os meus.

Mas todo mundo dizia que éramos idênticas. Eles não viam a diferença. Eu sempre me perguntei o porque. Eu podia vê-lo tão claramente.

-Nós éramos idênticas.

Respondi. Yngrid não compreenderia a verdade.

-Não posso imaginar duas Allison Green. Você devem ter deixado corações quebrados por toda esta pequena cidade.

Ela estava tentando aliviar o clima depois de perguntar sobre a minha falecida irmã. Eu apreciei isso.

-Só Estella. Eu estava com Igor desde do momento que eu era criança. Não quebrei nenhum coração.

Os olhos de Yngrid ficaram um pouco grandes, então ela olhou para longe antes de limpar a garganta. Esperei até que ela se virou para mim.

-Apesar de que vê-la é incrível e que nós poderíamos balançar totalmente esta cidade, estou realmente aqui com um propósito.

Eu achei que estava, eu simplesmente não conseguia descobrir o que esse propósito era exatamente.

-Tudo bem.

Falei á espera de uma explicação.

-Podemos felar sobre isso durante um café?

Ela franziu atesta, em seguida, olhou pra a rua.

-Ou talvez o Donuts Han já que é o único lugar que eu vi enquanto dirigia pela cidade.

Ela não estava confortável andando entre os túmulos como eu estava. Isso era normal.

-Sim, está bem.

Eu disse e me aproximei para pegar minha bolsa.

-Aí está sua resposta.

Uma voz suave sussurrou tão baixinho que eu quase pensei que tinha imaginado.Virando-me para olhar para trás.

Yngrid estava sorrindo, com as mãos enfiadas nos bolsos da frente.

-Você disse alguma coisa?

Perguntei confusa.

-Ah, você quer dizer depois que sugeri irmos para o Donuts Han?

Ela perguntou.

Balancei a cabeça.

-Sim. Será que você sussurrou alguma coisa?

Ela torceu o nariz e, em seguida, olhou em volta nervosamente e balançou a cabeça.

-Não... hum por que não saímos daqui? Disse ela estendendo a mão para o meu braço e me puxando para traz de volta para o carro de Cooper.

Olhei novamente para o túmulo da minha mãe e uma paz pairou sobre mim. Será que...? Não. certamente não.

Balançando a cabeça, voltei-me e entrei no lado do passageiro antes de Yngrid se jogar dentro.

Scott

Era o aniversário da minha mãe.

Gi já tinha me ligado duas vezes me  pedindo para ligar para nossa mãe.

Eu não poderia ligar. Ela estava em uma praia nos Bechys com ele. Isso não tinha afetado ela.

Mais uma vez ela tinha fugido para desfrutar de sua vida, deixando seus filhos para trás para descobrir as coisas.

-Giovanna está chamando novamente. Você quer que eu responda isso e diga-lhe para deixá-lo em paz?

Gustavo entrou na sala de estar segurando o meu celular na mão, enquanto o telefone tocava.

Esses dois brigavam como verdadeiros irmãos.

-Não, dá para mim.

Respondi e ele me jogou o telefone.

-Gi.

Eu disse em saudação.

-Você vai ligar para a mãe ou não? Ela me chamou duas vezes agora me perguntando se eu falei com você e se você lembrou que era seu aniversário. Ela se preocupa com você. Pare de deixar a garota estragar tudo, Scott Ela puxou uma arma para mim, pelo amor de Deus. Uma arma, Scott. Ela é louca. Ela..

-Pare. Não diga mais nada. Você não a conhece. Você não quer conhecê-la. Então, basta, para. Não vou ligar pra mãe. A próxima vez que ela chamar diga isso a ela. Eu não quero ouvir a voz dela. Não dou a mínima para a sua viagem ou que ela tem para o seu aniversário.

-Ai.

Gustavo murmurou enquanto se sentou no sofá em frente a mim e apoiou as pernas em cima da poltrona á sua frente.

-Não posso acreditar que você disser isso. Não entendo você. Ela não pode ser tão boa em...

-Não Giovanna. Essa conversa acabou. Liga-me se precisar de mim.

Desliguei e depois pendurei meu telefone no assento ao meu lado e coloquei a cabeça para trás sobre a almofada.

-Vamos sair. Beba um pouco. Dance com algumas meninas. Esqueça essa droga. Tudo isso.

Disse Gustavo.

Ele sugeriu isso várias vezes ao longo das últimas três semanas.

Ou, pelo menos desde que eu tinha parado de quebrar as coisas e ele sentiu que era seguro o suficiente falar.

Não.

Respondi sem olhar para ele. Não havia nenhuma razão para agir como se eu estivesse bem.

Até eu saber se Allison está bem, nunca vou ficar bem. Ela pode não me perdoar.

Inferno ela pode nunca olhar para mim de novo, mas eu preciso saber que ela está se curando. Eu preciso saber de algo. Qualquer coisa.

-Fui muito bom em não intrometer. Deixei você ficar louco, urrar em tudo que se movia e amuado. Eu acho que é hora de me dizer alguma coisa. O que aconteceu quando você foi para o Wakers? Alguma coisa tem que ter acontecido. Você não voltou o mesmo.

Eu amava Gustavo como um irmão, mas não havia nenhuma maneira que eu estava dizendo a ele sobre a noite no quarto de hotel com Yngrid.

Ela estava sofrendo e eu estava desesperado.

-Eu não quero falar sobre isso. Mas preciso sair. Parar de olhar para estas paredes e lembrar dela... sim, eu preciso sair.

Levantei-me e Gustavo se levantou de seu lugar no sofá. O alívio em seus olhos era evidente.

-O que você está procurando? Cerveja ou meninas ou ambos?

-Música alta.

Eu respondi.

Realmente não precisava de cerveja e as meninas... Eu apenas não estava pronto para isso.

-Nós vamos ter que sair da cidade. Talvez ir para Destiny?

Joguei as chaves do carro para ele.

-Claro, mostre o caminho.

A campainha tocou interrompendo nós dois. A última vez que eu tive um convidado inesperado não tinha terminado bem.

É muito provável que poderiam ser os policiais que vieram me prender por bater no rosto de Louis. Curiosamente, não me importo. Eu estava entorpecido.

-Vou atender.

Gustavo disse, olhando para mim com uma expressão preocupada. Ele estava pensando a mesma coisa.

Sentei no sofá e apoiei os pés em cima da mesa de café na minha frente.

Minha mãe odiava quando eu colocava meus pés nesta mesa. Ela tinha comprado durante uma de suas viagens internacionais comerciais e tinha enviado para cá.

Senti uma pontada repentina de culpa por não chamá-la, mas empurrei pra longe. Toda a minha vida eu tinha feito aquela mulher feliz e cuidado da Gi. Eu não estava fazendo mais isso. Eu tinha acabado. Com toda a sua bagunça.

-Cooper, o que há? Nós estávamos saindo. Você quer vir junto?

Gustavo disse recuando e deixando Cooper entrar na casa. Eu não me levantei. Queria que ele fosse embora. Vendo Gustavo lembrou-me Yngrid, que então me lembrou da Allison.

Cooper precisava sair.

-Uh, não, eu uh... Eu precisava falar cm você sobre algo.

Cooper se, arrastando seus pés e colocando as mãos nos bolsos. Ele parecia pronto para fugir para fora da porta.

-Ok

Rspondi.

-O dia de hoje pode não ser o melhor momento para falar com ele, homem.

Disse Gustavo ppisando na frente de Cooper e focando em mim.

-Nós estávamos saindo. Vamos. Cooper pode despir sua alma mais tarde.

Agora fiquei curioso.

-Eu não sou um canhão solto, Gustavo. Sente-se. Deixe-o falar.

Gustavo soltou um suspiro e balançou a cabeça.

-Tudo bem. Quer dizer esta merda pra agora, então diga a ele.'

Cooper olhou Gustavo nervosamente, e em seguida, olhou para mim.

Ele se aproximou e sentou-se na cadeira mais distante de mim.

Eu vi quando ele colocou seu cabelo atrás da orelha e me perguntei o que ele tinha a dizer por que era um grande negócio.

-Yngrid e eu estamos ficando um pouco sério.

Ele começou. Eu já sabia disso. Não me importava senti a dor quebrar e abrir meu peito e eu apertei meus punhos.

Eu tinha que me concentrar em forçar o ar em meus pulmões. Yngrid tinha sido amiga de Allison. Ela sabia como Allison era.

-E uh... bem o aluguel da Yngrid subiu e aquele lugar era uma droga de qualquer maneira. Eu não me sentia seguro com ela ficando lá. Então, falei com Fernando e ele disse que o pai dele tem um apartamento de dois quartos disponíveis, e se eu queria alugar isso. Eu uh, consegui pra ela e  paguei com depósito e tudo mais. Mas quando a levei para ver ela ficou chateada. Muito tempo chateada. Ela não queria que eu pagasse o aluguel. Ela disse que a fazia se sentir barata.

Ele suspirou e o olhar de desculpas em seus olhar ainda não fazia sentido. Não me importo sobre sua briga com Yngrid.

-É o dobro... ou, pelo menos, Yngrid pensa que é o dobro de seu último lugar. Na verdade, é quatro vezes mais do que o último lugar. Fiz Fernando jurar segredo. Estou pagando a outra parte sem ela saiba. Enfim. Ela... ela... foi para o Wakers hoje. Ela ama o condomínio. Ela quer viver na propriedade do clube e na praia. Mas a única pessoa que ela pensa em ter como companheira de quarto é... Allison.

Eu me levantei. Não podia sentar-me.

-Calma homem, sente-se.

Gustavo pulou e acenei ausente.

-Não estou louco. Eu só preciso respirar.

Falei, olhando para as portas de vidro para as ondas batendo contra a costa. Yngrid tinha ido buscar Allison. Meu coração estava disparado. Será que ela vem?

-Eu sei que vocês dois tiveram um meu término. Pedi-lhe para não ir, mas ela ficou muito brava e eu não gosto de magoá-la. Ela disse que sente falta da Allison e que Allison precisa de alguém. Ela, uh, também falou sobre Fernando dar a Allison de volta seu emprego se ela trouxer Allison de volta.

Allison. Voltando...

Ela não iria voltar. Ela me odiava. Ela odiava Gi. Ela odiava a minha mãe.

Ela odiava o pai. Ela não iria voltar aqui, mas Deus, eu queria que ela voltasse.

Virei a cabeça e olhei para Cooper.

-Ela não vai voltar.

Eu disse. A dor na minha voz era inegável. Não me importava em esconder isso. Não mais.

Cooper deu de ombros.

-Ela pode ter tudo tempo suficiente para lidar com as coisas. E se ela voltar? O que você vai fazer?

Gustavo me perguntou.

O que eu faria? Eu imploraria.

 

Allison

Yngrid paro o carro de Cooper no estacionamento do Donuts Han. Notei que o pequeno Volkswagen azul da Thais estava lá e decidi ficar no carro. Eu só tinha visto Thais duas vezes desde que voltei e ela estava disposta a arrancar meus olhos. Ela era afim de Louis desde o colegial.

 Até eu chegar e estragar qualquer tipo de relação que eles finalmente tinham decidido ter. Não era o que eu queria. Ela poderia ficar com Louis.

Yngrid começou a sair do carro e eu a agarrei pelo braço.

-Vamos apenas conversar no carro.

Falei interrompendo-a.

-Mas eu quero um pouco de sorvete com Oreo.

Ela reclamou.

-'Não posso conversar lá dentro. Tem muita gente aí que conheço.

Expliquei.

Yngrid suspirou e recostou-se no assento.

-Tudo bem. Minha bunda não precisa de mais sorvete e biscoitos.

Sorri relaxada, grata pelos vidros escuros.

Sabendo que eu não estava em exposição caso as pessoas parassem e me vissem no carro de Cooper.

Ninguém por aqui olharia para os carros, nem mesmo um como esse.

-Não vou bater na mesma tecla sobre isso, Ali. Sinto sua falta. Eu nunca tive uma amiga por perto antes. Nunca. Então você veio e depois se foi Odeio você por ter ido embora. O trabalho é um saco sem você por perto. Não tenho ninguém para contar sobre a minha vida sexual com Cooper e quão doce ele está sendo, o que é algo que eu não tivesse te escutado. Sinto muito a sua falta.

Senti lágrimas arderem nos meus olhos. O fato dela ter sentido minha falta me deixou aliviada. Senti falta dela também. Sei que perdi um monte de coisas.

-Também fiquei com saudades.

Respondi, torcendo para não ficar muito chorosa.

Yngrid assentiu e um sorriso apareceu em seus lábios.

-Tudo bem. Porque preciso de que você volte e viva comigo. Cooper deu-me um apartamento na beira-mar que fica na propriedade do clube. Mas me recuso a deixá-lo pagar por isso. Então, preciso de uma colega de quarto. Por favor, volte. Eu preciso de você. E Fernando disse que você teria o seu emprego de volta imediatamente.

Voltar para Roseville? Onde Scott estava... e Giovanna... e meu pai.

Eu não podia voltar. Não podia vê-los. Eles estariam no clube. Será que meu pai chamaria Giovanna para jogar golfe? Eu podia conviver com isso?

Não. Eu não podia. Seria demais para mim.

— Eu não posso.

Botei para fora. Eu queria poder. Não sabia para onde eu estava indo depois que descobri que estava grávida, mas eu não poderia voltar para Roseville e não poderia ficar aqui.

-Por favor, Ali. Ele sente sua falta também. Ele nunca sai de casa. Cooper diz que é lamentável.

A ferida no meu peito ardeu novamente. Saber que Scott também estava sofrendo foi difícil. Imaginei que ele faria suas festas em casa e seguiria em frente.

Não queria que ele ainda estivesse triste. Eu só precisava que nós se guisemos em frente. Mas talvez eu nunca conseguisse. Sempre me pego lembrando dele.

-Não posso vê-los. Qualquer um deles. Seria muito difícil.

Fiz uma pausa. Eu não poderia dizer a Yngrid sobre a minha gravidez. Mal tive tempo para compreende-la. E não estava pronta para contar a ninguém. Nunca poderia contar a ninguém que não fosse Louis.

Vou embora daqui em breve. Indo para um lugar que ninguém me conhecesse. Seria um novo começo.

-Seu... hum, pai e Julia não estão lá. Eles foram embora. Giovanna está, mas ela está mais quieta agora. Acho que ficou preocupada com Scott. Vai ser difícil no começo, mas assim que você encarar tudo de frente, fica mais fácil deixá-los para trás. E tudo será superado. Além disso, a forma como os olhos do Fernando se iluminaram quando mencionei que você iria voltar, você pode se distrair com ele. Ele está mais do que interessado.

Eu não queria Fernando. E nada poderia me distrair. Além disso, Yngrid não sabia de tudo. Eu não podia dizer a ela o que realmente aconteceu. Pelo menos, não hoje.

-Por mais que eu queira. Eu simplesmente não posso. Sinto muito.

Eu estava arrependida. Mudar-se com a Yngrid e ganhar meu emprego de volta no clube seria a resposta para quase todos os meus problemas.

Yngrid deixou escapar um suspiro de frustração e colocou a cabeça para trás no assento ao fechar os olhos.

-Certo. Eu entendo. Não gosto disso, mas eu te entendo.

Estendi e apertei sua mão com força. Queria que as coisas fossem diferentes. Se Scoot fosse apenas um cara que eu tinha terminado seria mais fácil. Mas não era. E nunca seria. Ele era mais. Muito mais do que ela poderia entender.

Mel apertou minha mão de volta.

-Vamos deixar isso de lado por hoje. Mas não vou procurar por outra colega de quarto imediatamente. Estou te dando uma semana para pensar, ok?! Aí terei que encontrar alguém para me ajudar a pagas as contas. Então, você pode pensar sobre isso?

Concordei porque sabia que era o que ela precisava, mesmo sabendo que sua espera fosse inútil.

-Certo. Vou voltar para casa e orar, para ver se Deus ainda se lembra de quem diabos eu sou.

Ela piscou para mim e, em seguida, estendeu a mão sobre o assento para me abraçar.

-Coma um pouco de comida por mim, tá? Você está ficando muito magra.

Ela disse.

Ok.

Respondi, me perguntado se isso seria possível. Yngrid se sentou.

-Bem, se você não vai arrumar as malas e voltar para Rosevillecomigo, então pelo menos nós vamos sair. Preciso me hospedar antes de pegar a estrada novamente. Podemos encontrar um pouco de diversão em algum lugar e, em seguida, ficar em um hotel.

Concordei.

-Sim. Isso soa bem. Mas nada de barzinho caipira.Jamais poria os pés num lugar desse. Pelos menos não tão cedo!

Yngrid franziu a testa.

-Tudo bem. Mas há outro lugar além desse nesse estado?

Ela estava certa.

-Podemos dirigir para Birmyet é a cidade grande mais próxima.

-Perfeito. Vamos nos divertir.

Quando paramos na calçada da Vovó Sonia, ela estava sentada do lado de fora da varanda descascando ervilhas. Eu não queria enfrentá-la, mas ela me seu um teto durante três semanas sem contestar.

Ela merecia uma explicação. Eu não tinha certeza se Louis disse alguma coisa. A caminhonete dele não estar aqui e fiquei imensamente grata.

-Quer que eu fique no carro?

Perguntou Yngrid.

Seria mais fácil se ela ficasse, mas Vovó Sonia iria vê-la e, me chamar de rude se eu não deixasse minha amiga entrar.

-Você pode vir comigo.

Eu disse a ela e abri a porta do carro.

Yngrid caminhou ao redor da frente do carro e apressou os passos até chegar ao meu lado.

Vovó Sonia ainda não tinha olhado além de suas ervilhas, mas eu sabia que ela tinha nos ouvido. Provavelmente ela estava pensando sobre o que ia dizer. Louis deve ter dito a ela. Caramba.

Allison

Olhei para ela enquanto continuava a descascar as ervilhas em silêncio. Seu cabelo era tudo que eu podia ver dela. Sem nenhum contato visual. Seria muito mais fácil Simplesmente entrar e tirar proveito dela sem falar nada.

Mas esta era sua casa. Se ela não me quisesse aqui, eu faria as malas e iria embora.

-Ei, Vovó Sonia.

Falei e fiquei esperando ela levantar a cabeça para olhar para mim. Silencio. Ela estava chateada comigo. Decepcionada ou com muita raiva, não estava certa sobre qual. Eu odiava Louis agora por lhe dizer. Ele não poderia ficar de boca fechada?

-Esta é minha amiga Mel. Ela veio me visitar hoje.

Eu falei.

Vovó Sonia, finalmente levantou a cabeça e deu um sorriso a Yngrid e então voltou seus olhos para mim.

-Leve-a para dentro e lhe de um grande copo de chá gelado com uma daquelas tortas fritas que deixei esfriando sobre a mesa. Então volte aqui e converse comigo um minuto. hum.

Isso não foi um pedido. Era uma exigência sutil. Concordei e levei Yngrid para dentro.

-Como você conseguiu irritar tanto aquela senhora?

Yngrid sussurrou quando estávamos em segurança no interior da casa. Dei de ombros. Eu não tinha certeza.

-Não posso imaginar.

Respondi.

Fui até o armário e peguei um copo alto e fui pegar o chá gelado para Yngrid. Nem sequer perguntei se ela queria. Eu estava apenas tentando fazer o que a Vovó Sonia tinha mandado.

-Aqui. Beba isso e experimente uma torta. Volto em poucos minutos.

Falei enquanto corri para o lado de fora. Eu precisava acabar com essa angústia.

As tábuas de madeira racharam sob os meus pés assim que voltei para a varanda da casa da Vovó Sonia. Deixei a porta de tela fechar atrás de mim com um grande estrondo de lembrar que era antiga e suas dobradiças estavam há muito tempo enferrujadas. Passei muitos dias da minha infância nesta varanda, descascando ervilhas com Louis e Vovó Sonia. Não queria que ela ficasse chateada comigo. Mas mesmo assim meu estômago se contorceu.

-Sente-se menina e pare de olhar como se estivesse prestes a chorar. Deus sabe que te amo como se fosse minha. Pensei até que seria um dia.

Ela balançou a cabeça.

-Aquele garoto estúpido não se conserta. Eu esperava que ele acordasse antes que fosse tarde demais. Mas não, né? Você se foi e encontrou outra pessoa.

Isso não era o que eu estava esperando.

Sentei-me no banco a sua frente e comecei a descascar ervilhas, assim não teria que olhar para ela.

-Aqueles três anos provaram que não daria certo entre Louis e eu. Nada do que está acontecendo agora Influencia esta decisão. Ele é meu amigo. e apenas isso.

Vovó Sonia fez o som de 'tsk' e se moveu no balanço que ficava na varanda onde estava sentada.

-Eu não acredito nisso. Vocês dois eram inseparáveis quando crianças. Mesmo sendo um garoto, ele não conseguia disfarçar que gostava de você. Era engraçado ver o quanto ele te adorava, e nem sequer percebia isso. Mas quando os meninos atingem a adolescência, eles perdem a doçura. Eu odeio que ele tenha mudado isso. E detesto que ele tenha perdido você, menina. Porque não haverá outra Allison para Louis. Você era perfeita para ele.

Ela não tinha mencionado meu teste de gravidez.

Será que ela já sabe que eu o comprei? Eu não queria recapitular meu passado com Louis.

Claro que tínhamos uma estória, mas havia tanta tristeza e pesar que eu não queria reviver. Eu estava vivendo em uma mentira que meu pai tinha construído desde então.

Essa lembrança me doía.

-Louis apareceu por aqui hoje?

Perguntei.

-Sim. Ele veio esta manhã procurando por você. Eu disse a ele que você não voltaria para casa de onde fugi-o. Ele parecia preocupado quando se virou e saiu sem me dizer mais nada. Tem sido muito duro para ele. Não acho que já o vi chorar tanto quando agora. Pelo menos não desde que ele era um menino.

Ele tem chorado? Fechei os olhos e deixei cair as ervilhas dentro do grande balde de plástico que Vovó estava usando. Louis não deveria ficar chateado. Ele não deveria chorar. Ele me deixou há muito tempo. Por que tem sido tão difícil para ele?

-Há quanto tempo foi isso?

Perguntei, pensando nas horas que se passaram desde que eu tinha aberto  minha alma a ele no estacionamento da farmácia.

-Ah, mais ou menos uma nove horas atrás, eu acho. Era cedo. Ele estava uma bagunça, menina. Pelo menos, vá encontrá-lo e converse com ele. Não importa como vocês se sente sobre ele agora, mas ele precisa ouvir de você que as coisas estão bem.

Assenti.

-Posso usar seu telefone?

Perguntei, levantando-me.

-Claro que pode. Mas coma uma das tortas, enquanto você está lá dentro. Eu fiz o suficiente para um exército depois que ele saiu correndo esta manhã. Elas são as favoritas dele.

Disse ela.

-De cereja?

Eu adivinhei e ela me deu um sorriso. Eu podia ver tantas coisas nos olhos dela. Eu conhecia Louis.

Nada nele me surpreendia. Eu o entendia. Tivemos um passado. Eu amava sua família e eles obviamente me amavam também. Isso era certo.

Yngrid estava de pé do outro lado da porta, tomando seu copo de chá gelado e segurando o telefone para mim. Ela tinha ouvido, o que não me surpreendeu.

-Ligue para o garoto. Acabe logo com isso.

Disse ela.

Peguei o telefone e fui para a sala de estar antes de discar o número de Louis, para ter um pouco de privacidade. Eu conhecia de cor. Ele tinha o mesmo número desde que conseguiu seu primeiro telefone celular quando tinha dezesseis anos.

📱

-Alô?

Disse quando atendeu. Eu podia ouvir hesitação em sua voz. Alguma coisa estava errada. Parecia que ele estava falando com uma voz embargada.

-Louis? Você está bem?

Perguntei de repente preocupada com ele.

Houve uma pausa, depois um longo suspiro.

-Allison. Sim ... Estou bem.

-Onde você está?

Ele pigarreou.

-Eu, huh... Eu estou em Roseville, Allison.

Ele estava em Roseville? Como assim? Eu me afundei no sofá e agarrei o telefone apertado.

Será que ele estava contando a Scott? Meu coração bateu forte contra meu peito e fechei os olhos com força, antes de perguntar:

-Por que está em Roseville? Por favor, me diga que você não fez...

Eu não podia dizer isso. Não com Yngrid na sala ao lado e que provavelmente me escutava.

-Eu precisava ver a cara dele. Eu precisava ver se ele te amava. Eu precisava saber... porque, eu só precisava saber.

Isso não faz sentido.

-O que você disse a ele? Como você o encontrou? Você o encontrou?

Talvez ele não o tivesse encontrado. Talvez eu pudesse parar isso.

Houve uma risada dura na outra extremidade da linha.

-Sim, eu encontrei, está bem. Não é realmente difícil. Este lugar é pequeno e todo mundo sabe onde o filho do astro do rock vive.

Oh Deus, oh Deus, oh Deus...

-O que você disse a ele?

Perguntei lentamente á medida que o horror tomava conta de mim.

-Não contei nada. Eu não faria isso com você. De-me algum maldito crédito. Sei que te trai antes, mas era porque eu era um adolescente burro cheio de hormônios, mas caramba Allison, quando é que você vai me perdoar? Será que vou pagar por esse erro o resto da minha vida? Eu sinto muito! DEUS, estou tão arrependido. Eu gostaria de voltar e mudar tudo se eu pudesse.

Ele parou e fez um grunhido que parecia que ele estava sofrendo.

-Louis? O que há de errado com você? Você está bem?

Perguntei. Eu não queria reconhecer o que ele tinha dito. Mas sabia que ele estava arrependido. Eu também estava. Mas não, eu nunca ia superar isso. Perdoar é uma coisa. Esquecer é outra.

-Eu estou bem. Só um pouco agredido. Vamos apenas dizer que o cara não é louco por mim, tá bem.

O cara. Scott? Será que Scott o tinha machucado? Isso não soa como Scott agiria.

-Que cara?

Louis suspirou.

-O Louis.

Meu queixo caiu quando olhei para frente. Louis tinha machucado Louis.

-Não entendo.

-Deixa pra lá. Eu tenho um quarto para passar a noite e vou ficar por aqui. Estarei em casa amanhã. Temos algumas coisas para conversar.

-Louis?Por que o Scott te bateu?

Uma outra pausa e, em seguida, um suspiro cansado.

-Porque fiz perguntas que ele achava que não era da minha conta. Estarei em casa amanhã.

Ele fez perguntas.

-Que tipo de perguntas?

-Allison você não tem que dizer nada a ele. Vou cuidar de você. Apenas... precisamos conversar.

Ele vai cuidar de mim? Do que estava falando? Eu não ia deixá-lo tomar conta de mim.

-Onde você está exatamente?

Perguntei.

-Em algum hotel nos arredores de Roseville. Eles acham que a merda deles não fede naquela cidade. Tudo lá custa cinco vezes mais caro.

-Certo. Permaneça na cama e te vejo amanhã.

Eu lhe respondi e depois desliguei.

📱

Yngrid entrou no quarto. Ela levantou uma de suas sobrancelhas escuras quando olhou para mim esperando eu falar. Ela tinha ouvido. Eu sabia que ela faria isso.

-Eu preciso de uma carona para Roseville.

Eu disse a ela enquanto ficava em pé. Eu não podia deixar Louis machucado em um quarto de hotel e também não podia arriscar que ele voltasse e tentasse falar com Scott novamente.

Se Yngrid me levasse até lá, eu poderia vê-lo e depois traze-lo para casa.Yngrid assentiu e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. Eu poderia dizer que ela não queria que eu percebesse como estava feliz em ouvir isso. Eu não estava. Ela não precisa ter suas esperanças elevadas.

-Isso se trata apenas de Louis. Eu não... Eu não posso ficar lá.

Ela não pareceu acreditar em mim.

-Claro.Eu sei.

Eu não estava a fim de convence-la. Entreguei-lhe o telefone e voltei para o meu quarto temporário para arrumar algumas coisas.

Scott

Gustavo finalmente tinha desistido de mim e passou a dançar com uma das meninas que tinha flertado conosco desde que entramos no clube. Ele veio aqui para se divertir e eu precisava da distração, mas agora que estava aqui, eu só queria sair.

Tomando um gole de minha cerveja tentei não fazer contato visual com ninguém. Mantive minha cabeça baixa e uma carranca no rosto. Não foi difícil fazer. As palavras de Cooper ficavam se repetindo na minha cabeça. Eu estava com medo. Não, eu estava aterrorizado em acreditar que ela viria para cá.

Eu tinha visto o rosto dela naquela noite no quarto do hotel. Era tão vazio. A emoção em seus olhos tinha desaparecido. Ela tinha terminado comigo, com o pai, com tudo. O amor era cruel tão cruel.

O banco do bar ao meu lado rangeu contra o piso quando foi arrastado. Eu não olhei para o lado. Eu não queria que ninguém falasse comigo.

-Por favor, me diga que essa carranca em seu rosto bonito não é por causa de uma garota. Você vai quebrar meu coração.

A voz feminina suave era familiar.

Inclinei a cabeça para o lado apenas o suficiente para ver seu rosto. Embora fosse mais velha agora, a reconheci imediatamente.

Há algumas coisas que um cara não esquece na vida e uma delas é a garota que lhe tomou a virgindade. Brenda Seynoa.

Ela era três anos mais velha e visitava sua avó no verão que fiz quatorze anos. Não tinha sido uma ligação romântica. Tinha sido mais como uma lição de vida.

-Brenda.

Respondi, aliviado que não era outra mulher desconhecida para se atirar em mim.

-E ele se lembra do meu nome. Estou impressionada.

Ela me respondeu e então olhou para o barman sorrindo.

-Uma Coca-Cola, por favor.

-Um cara não se esquece de sua primeira.

Ela se mexeu no banquinho, cruzando as pernas e inclinando a cabeça para olhar para mim, fazendo o seu cabelo longo e escuro cair de lado sobre uma dos ombros. Ela ainda usava o cabelo longo, que eu era fascinado naquela época.

-A maioria dos caras esquece, mas você teve uma vida diferente em comparação com a maioria dos caras. A fama deve ter mudado você ao longo dos anos.

-Meu pai é que é famoso, não eu.

Respondi, odiava quando as mulheres queriam falar sobre algo que não sabiam da nada. Brenda e eu transamos algumas vezes, mas ela realmente não sabia muito sobre mim naquela época.

-Hum, sei lá. Então, por que você está tão triste?

Eu não estava triste. Eu estava uma bagunça. Mas ela não era alguém que eu pretendia descarregar tudo.

-Estou bem.

Respondi e olhei de volta para a pista de dança com a esperança de chamar a atenção de Gustavo. Eu estava pronto para ir embora.

-Parece que você tem um inferno de um coração partido e não sabe o que fazer com ele.

Disse ela estendendo a mão para sua bebida.

Eu não vou falar com você sobre minha vida pessoal, Brenda.

Dei um aviso em um tom alto e claro.

-Calma ai, gostosão. Não estava tentando te chatear. Só estava jogando conversa fora.

Minha vida pessoal não era um conversa fiada.

-Então porque não me pergunta sobre a droga do tempo.

Eu disse com um grunhido.

Ela não respondeu e fiquei contente. Talvez ela fosse embora. Deixando-me em paz.

-Estou na cidade cuidando da minha avó. Ela está doente e eu precisava de algo novo para fazer com a  minha vida. Acabei de passar por um divórcio conturbado. E a mudança de cenário com minha partida de Chuohso era o que precisava. Estarei aqui por pelo menos uns seis meses. Sabe me dizer se você será esse idiota durante todo o tempo em que estarei aqui ou, vai ficar agradável a qualquer momento no futuro próximo?

Ela queria me ver. Não. Eu não estava pronto para isso. Comecei a responder quando meu  telefone vibrou me alertando de uma mensagem de texto. Aliviado por ter uma interrupção para que eu pudesse pensar em como iria responder, tirei meu celular do bolso.

Era um número que não reconhecia. Mas o,

"Ei. É a Yngrid".

Chamou a minha atenção e eu parei de respirar quando abri o texto para ler a coisa toda. " Ei. É a Mel. Se você não é um estúpido idiota, então você vai acordar e começar a fazer a coisa certa."

O que diabos é isso? Alguém estava me procurando? Allison esteve em Roseville? É isso o que isso significava? Levantei-me e coloquei dinheiro suficiente no bar para cobrir a minha cerveja e a bebida da Brenda.

-Tenho que ir. Foi bom te ver. Cuide-se.

Eu disse sem ressentimento enquanto procurava através da multidão até encontrar Gustavo que estava de amasso na pista de dança com alguma ruiva.

Seus olhos encontraram os meus e eu acenei para porta.

-Agora.

Disse virando a cabeça para fora. Eu o deixaria aqui se ele não tivesse me alcançado quando chequei no carro. Ela poderia estar aqui. Eu ia descobrir.

Mas primeiro, vou perguntar a Mel o que ela quis dizer com esse texto inútil. que surgiu na minha caixa de mensagens.

Allison

Estendi a mão e cutuquei a perna da Yngrid para acordá-la. Ela estava dormindo durante as últimas duas horas.

Estávamos perto de Roseville Beach e eu precisava dela para dirigir para que eu pudesse procurar pelo caminhão de Louis em todos os motéis baratos.

-Nós chegamos?

Ela murmurou, sonolenta e sentou-se em seu assento.

-Quase. Eu preciso que você dirija. Tenho que procurar pelo caminhão de Louis.

Yngrid soltou um suspiro cansado. Eu sabia que ela só estava fazendo isso na esperança de me trazer a Roseville e me manter lá. Ela não se importava se eu encontraria o Louis.

Mas eu precisava de uma carona. Eu iria levar Louis de volta para casa. E nós iríamos conversar. Ele não tinha nada que vir aqui para ver Scott.

Eu só esperava que ele não tivesse contado a Scott sobre o que ele me pegou comprando. Não era que eu quisesse manter segredo de Scott.

Era só que eu não tinha deixado tudo se ajeitar ainda. Eu precisava processar isso. Descobrir o que eu queria fazer. Então eu iria contatar a Louis.

Louis ir atrás dele como uma pessoa louca não era o que eu queria. Eu ainda não podia acreditar que ele tinha feito isso.

-Encoste aqui. Preciso entrar e pegar um café antes.

Yngrid me disse. Fiz o que ela pediu e estacionei o carro na frente do Starbucks.

-Você quer alguma coisa?

Yngrid perguntou quando ela abriu a porta. Eu não tinha certeza de que cafeína era bom para o... para o bebê.

Balancei minha cabeça e esperei até que ela saísse do carro antes de eu deixar sair o soluço no meu peito, eu não estava esperando. Eu não tinha pensado sobre o que essas duas listras cor de rosa significavam. Um bebê. O bebê de Scott. Oh, Deus.

Saí do carro e caminhei em torno da frente para entrar no lado do passageiro. No momento em que eu estava de volta no carro e apertei o cinto Yngrid estava voltando para o carro. Ela parecia já um pouco mais acordada.

Empurrei os pensamentos do meu bebê de volta e foquei em encontrar Louis. Eu poderia me debruçar sobre o meu futuro, sobre o futuro do meu bebê, mais tarde.

-Certo. Tenho cafeína. Estou pronta para encontrar esse cara.

Eu não a corrigi. Sabia que ela sabia o nome dele agora. Eu tinha falado várias vezes. Ela estava se recusando a lembrar-se. Esta era sua forma de rebelião.

Louis representava Suntall e ela não me quer em Suntall. Em vez de me irritar, isso me sensibilizou. Ela me queria com ela o que fez sentir-me bem.

-Ele deixou Roseville por causa do preço dos quartos de hotel. Então, ele está em algum lugar acessível. Você pode me levar a algum destes lugares?

Perguntei.

Ela assentiu com a cabeça, mas ela não olhou para mim. Ela estava enviando mensagens de texto. Ótimo. Eu precisava que ela se concentrasse.

E era mais do que provável que ela estava dizendo a Cooper que estávamos quase lá. Realmente não queria que Cooper soubesse de nada.

Nós dirigimos por quase 30 minutos enquanto eu verificava estacionamentos em todos os motéis baratos na cidade. Isso estava ficando frustante. Ele tinha que estar aqui em algum lugar.

-Posso usar seu telefone? Vou ligar novamente e deixá-lo saber que estou aqui procurando por ele. Ele me dirá onde está, quando souber que vir até aqui.

Yngrid me deu seu telefone e rapidamente disquei o número de Louis. O telefone tocou duas vezes.

📱

-Olá?

-Louis. Sou eu. Onde você está? Estou perto de Roseville e não consigo encontrar o seu caminhão em lugar nenhum.

Houve um silêncio, em seguida.

-Maldição.

-Não fique com raiva. Eu precisava ver como você está. Eu vim aqui para te levar para casa.

Eu sabia que ele ia ficar frustado que eu cheguei tão perto de Roseville novamente.

-Eu disse que estaria em casa depois de descansar, Allison. Por que você não ficou lá?

O agravamento de sua voz me irritou. Você pensaria que ele não estava feliz que eu vim para vê-lo.

-Onde você está, Louis?

Perguntei novamente. Então ouvi. Uma voz de menina em segundo plano. O telefone tornou-se abafado. Não preciso ser um gênio para descobrir.

Louis estava com uma mulher e ele estava tentando esconder isso de mim. Isso me irritou.

Não porque pensei que Louis e eu tivéssemos uma chance, mas porque ele me deixou pensar que ele estava ferido e sozinho em uma cidade estranha. Babaca.

-Ouça. Eu não tenho tempo para mais um dos seus jogos estúpidos, Igor. Estive lá, já fiz isso. Da próxima vez, você não pode fazer parecer como se você precisasse de mim, quando é óbvio que não precisa.

-Allison, não. Ouça-me. Não é o que você pensa. Eu não consegui dormir depois que você ligou, então eu peguei o caminho e voltei para casa. Eu queria ver você.

Um grito de raiva de uma garota veio do outro lado do telefone. Ele estava irritando quem estava com ele. O cara era um idiota.

-Vá fazer a sua companhia se sentir melhor. Não preciso de um explicação. Não preciso de nada de você. Eu nunca precisei.

-ALLISON! NÃO! Eu te amo, baby. Eu te amo muito. Por favor, me escute.

Ele implorou e a  menina com ele ficou mais histérica.

-Cale a boca Thais.

Ele rugiu e eu sabia que ele estava de volta em Suntall. Ele estava com Thais.

-Você está com a Thais? Você chegou em casa para eu não me preocupar e foi ver a Thais? Você é ridículo, Louis. Na real? Isso não me machuca. Você não pode me machucar mais. Mas pare e pense sobre os sentimentos dos outros de vez em quando. Você vive mantendo a Thais a sua volta, isso é errado. Pare de pensar com a cabeça de baixo e cresça.

📱

Desliguei e entreguei o telefone de volta a Yngrid.

Os seus olhos estavam arregalados quando ela olhou para mim.

-Ele voltou para Suntall.

Eu disse com uma explicação.

-É, percebi essa parte.

Yngrid disse lentamente. Ela estava esperando por mais. Ela merecia muito mais. Ela me trouxe de volta aqui. Ela também, era a única amiga de verdade que eu tinha. Louis não era um amigo. Não de verdade. Um amigo de verdade não iria continuar fazendo coisas estúpidas como ele faz.

-Posso dormir na sua casa hoje? Não acho que vou voltar para lá. Eu estava indo embora logo de qualquer maneira. Eu vou descobrir para onde vou amanhã. E quando eu chegar lá, vou pedir a Vovó Sonia para enviar o resto das minhas coisas.

Não é como se eu tivesse muito de qualquer maneira. Meu caminhão está o cemitério. Ele nunca iria conseguir fazer a viagem novamente.

Yngrid assentiu e acionou o carro em seguida, guiando para a estrada.

-Você pode ficar comigo o tempo que você precisar. Ou mais.

Respondeu ela.

Obrigada.

Eu disse antes de colocar a minha cabeça de volta no lugar e tomar uma respiração profunda. O que vou fazer agora?

O cheiro de bacon ficou mais forte e mais forte, quando mais eu inalava.

Era como se o bacon estivesse tomando meus sentidos. Minha garganta apertou. Meu estômago revirou com o cheiro. O óleo chiou em algum lugar distante.

Antes que eu pudesse abrir completamente meus olhos, meus pés estavam no chão e eu fui correndo para o banheiro.

Felizmente o apartamento da Yngrid não era grande e não precisei muito para chegar lá.

-Allison?

A voz da Yngrid chamou da cozinha, mas eu não podia parar. Caindo de joelhos na frente do vaso sanitário segurei o assento de porcelana com as duas mãos e comecei a vomitar tudo do meu estômago, até não ter nada além de um seco esforço puxando meu corpo.

Toda vez que eu pensava que tinha terminado, sentia o cheiro da gordura do bacon misturado com meu vomito e começava de novo.

Eu estava tão fraca que meu corpo tremia enquanto tentava vomitar e nada mais vinha. A toalha fria estava no meu rosto e Yngrid estava de pé em cima de mim apertando a descarga do vaso sanitário e, em seguida, me recostando contra a parede.

Segurei o pano sobre o meu nariz para bloquear o cheiro. Yngrid percebeu e fechou a porta do banheiro atrás dela. Depois ela ligou o ventilador e colocou as mãos nos quadris e olhou para mim. A descrença em seu rosto me confundia. Fiquei doente. O que era tão estranho nisso?

-Bacon? O cheiro de bacon fez você vomitar?

Ela balançou a cabeça, ainda olhando para mim como se não pudesse acreditar.

-E você não ia me dizer, não é? Você apenas iria colocar sua bunda louca em algum maldito Ônibus e ir embora. Totalmente sozinha. Não posso acreditar em você, Ali. O que aconteceu com a menina inteligente que me ensinou a não deixar que um homem me usasse? Hummm? Onde diabos ela foi? Porque este seu plano é horrível. Bem ruim. Você não pode simplesmente fingir. Você tem amigos aqui. Você vai precisar de amigos... e espero que você pretenda dizer a Scott também. Eu te conheço bem o suficiente para saber que este bebê é dele.

Como é que ela sabe? Eu apenas vomitei. Muitas pessoas ficam doentes.

-É um vírus.

Murmurei.

-Não minta para mim. Foi o banco, Allison. Você estava dormindo tão pacificamente no sofá e na hora que comecei a cozinhar o bacon você começou a fazer barulhos estranhos e se virar. Então você disparou como uma bala para vomitar as tripas para fora. Bebês não são ciências de foguete. Tire esse olhar chocado de seus rosto.

Não podia mentir para ela. Ela era minha amiga. Possivelmente a minha única o momento. Puxei meus joelhos até meu queixo e passei meus braços em torno de minhas pernas. Esta foi a minha maneira de me manter unida. Quando senti que o mundo estava quebrando em torno de mim e eu não podia controlá-lo eu sempre ficava dessa maneira.

-É por isso que o Louis veio aqui. Ele me pagou comprando um teste de gravidez ontem. Eu sei que é por isso que ele veio aqui. Para falar com Scott. Para perguntar sobre a relação entre Scott e eu. É algo que me recuso a falar para Igor. Não quero falar sobre Scott de qualquer maneira. Então eu estava com a menstruação atrasada. Duas semanas atrasada. Pensei em comprar um teste e daria negativo e tudo ficaria bem.

Parei a minha explicação e descansei minha bochecha contra os meus joelhos.

-O teste... ele deu positivo?

Perguntou Yngrid.

Balancei a cabeça, mas não olhei para ela.

-Você vai contar para Scott? Ou você realmente vai simplesmente fugir?

O que Scott iria fazer? Sua irmã me odiava. Sua mãe me odiava. Eles odiavam a minha mãe. E eu odiava meu pai. Para Scott ser uma parte da vida deste bebe ele teria de abandoná-las. Eu não podia pedir-lhe para desistir de sua mãe e irmã.

Mesmo que fossem malvadas. Ele as amava. E ele não iria desistir da Giovanna. Eu já aprendi que quando ele tivesse que escolher entre mim ou Giovanna, ele escolheria Giovanna. Ele escolheria até o final. Quando descobri tudo. Ele manteve o seu segredo. Ele tinha escolhido ela.

-Eu não posso contar a ele.

Eu disse calmamente.

-Por que exatamente? Porque ele iria querer saber e iria levantar a sua bunda para ser um homem e estar lá para você. Esta sua fuga das coisas é estúpida.

Ela não sabia tudo. Sabia apenas pedaços. Foi a historia de Giovanna que foi contada e de mais ninguém aos olhos do Scott. Mas eu discordei. Era a minha historia também. Giovanna ainda tinha seus pais e seu irmão. Eu não tinha ninguém. Minha mãe estava morta.

Minha irmã estava morta. E o meu pai poderia muito bem estar morto.

Portanto, esta historia era tanto minha como era dela. Talvez até mais.

Ergui o cabeça e olhei para Yngrid. Ela era minha única amiga no mundo e se eu fosse contar essa historia, então seria pra ela que eu iria dizer.

Scott

Fazia três semanas, quatro dias e 12 horas desde que eu a tinha visto. Desde que ela tinha arrancado meu coração. Se eu tivesse bebido, eu culparia o álcool. Tinha que ser uma ilusão, uma bem desesperada.

Mas eu não tinha bebido. Nem uma gota. Não havia engano com Allison. Era ela. ela estava realmente aqui. Allison estava de volta a Roseville. Ela estava na minha casa.

Passei cinco horas ontem á noite dirigindo por essa maldito  lugar em busca de Yngrid esperando que ela me levasse a Allison.

Mas não tinha encontrado nenhuma delas.

Chegar em casa e admitir a derrota era doloroso. Eu tinha me convencido que Yngrid ainda estava em Suntall com Allison. Que talvez o texto de Yngrid tivesse sido um ato bêbado e nada mais. Fiquei embebido na visão dela.

Ela estava mais magra e eu não gosto disso. Ela não comia? E se ela tivesse ficado doente?

-Olá, Scott!

Disse ela, quebrando o silêncio. O som de sua voz quase me mandou para os meus joelhos. Deus, eu tinha sentido falta desta voz.

-Allison.

Eu consegui dizer, com medo de assustá-la só por falar.

Ela estendeu a mão e colocou uma mecha de seu cabelo em torno de seu dedo e enrolou nele. Ela estava nervosa. Eu não gostava que eu a estava deixando nervosa. Mas o que eu poderia fazer tornar isso mais fácil?

-Podemos conversar?

Ela perguntou em voz baixa.

-Sim.

Dei um passo atrás para deixá-la entrar.

-Entre.

Ela fez uma pausa e olhou através de mim para a casa. O medo e a dor intermitente em seus olhos. Xinguei-me silenciosamente.

Ela tinha sido ferida aqui. Seu mundo tinha sido destruído na minha casa. Caramba.

Eu não queria que ela se sentisse dessa maneira sobre a minha casa. Não quando havia boas lembranças aqui também.

-Está sozinho?

Ela perguntou.

Seus olhos se voltaram para mim.

Ela não queria ver minha mãe ou seu pai. Eu entendi agora. Não era a casa.

-Eu forcei-os a sair no dia em que você foi embora.

Respondi, olhando-a com cuidado.

Os olhos dela se arregalaram. Por que isso era surpresa para ela? Ela não entendeu? Ela vinha primeiro. Eu disse a ela, tantas vezes naquele quarto de hotel.

-Oh! Eu não sabia...

Ela parou. Nós dois sabíamos que ela não sabia por que ela tinha me cortado de sua vida.

-Só eu. Exceto por visitas ocasionais de Gustavo, é sempre apenas eu.

Ela precisava saber que eu não tinha seguido em frente. Eu não estava em movimento.

Allison entrou na casa e eu cerrei os punhos quando seu perfume doce familiar a seguiu. Tantas noites eu sentei aqui e sonhava em vê-la caminhar de volta para a minha vida. Meu mundo!

-Posso servir algo para beber?

Perguntei, pensando em como eu realmente queria pedir-lhe para falar comigo. Para ficar comigo. Para me perdoar.

Allison balançou a cabeça e se virou para olhar para mim.

-Não. Eu estou bem. Eu... eu... eu estava na cidade e bem...

Ela torceu o nariz e eu lutei contra a vontade de estender a mão e tocar seu rosto.

-Você bateu em Louis?

Louis. Droga! Ela sabia sobre Louis.Ela estava aqui para falar de Igor? ''Ele perguntou coisas que ele não deveria ter perguntado. Disse coisas que não deveria ter dito.

Eu respondi por entre os dentes cerrados.

Allison suspirou.

-Eu só posso imaginar.

Ela murmurou e balançou a cabeça.

-Eu sinto muito por ele ter vindo aqui. Ele não pensa sobre as coisas. Ele só age por impulso.

Ela não estava defendendo ele. Ela estava se desculpando por ele. Que não era o seu trabalho. O filho da puta idiota não era sua responsabilidade ou culpa dela.

-Não se desculpe por ele, Allison. Isso me faz querer caçar sua bunda."

Rosnei, incapaz de controlar a minha reação.

-É minha culpa que ele veio aqui, Arthur. É por isso que estou pedindo desculpas. Eu estava chateada e ele assumiu que era tudo por sua causa,por isso, ele veio correndo aqui antes de falar as coisas comigo.

Falar coisas com ela? Que porra Igor precisa falar com ela?

-Ele precisa recuar. Se ele é tão...

-Arthur. Acalme-se. Somos velhos amigos. Nada mais. Eu disse a ele algumas coisas que eu precisava dizer por um longo tempo. Ele não gostou. Eu fui cruel, mas eu precisava dizer-lhe. Eu estava cansada de proteger seu sentimentos. Ele me empurrou longe demais. Isso é tudo o que aconteceu.

Eu tomei uma respiração profunda, mas o barulho na minha cabeça tinha ficado mais alto.

- Você chegou a vê-lo?'

Eu precisava saber se era por isso que ela estava aqui. Se isso não tinha nada a ver comigo meu coração precisava lidar com isso.

Allison caminhou em direção aos degraus em vez de ir para a sala. Eu notei isso.

Eu entendi. Ela poderia ter vindo em minha casa, mas ela não podia entrar lá e encarar as coisa. Ainda não. Talvez nunca.

-Ele pode ter sido a minha desculpa para entrar no carro em Yngrid.

Ela fez uma pausa e soltou um suspiro.

-Mas ele foi embora quando cheguei aqui. Fiquei por outras razões. Eu... Eu preciso falar com você.

Ela veio aqui para falar comigo. Será que já passou tempo suficiente?

Eu usei cada grama de força de vontade que possuía para ficar parado e não pegá-la em meus braços. Eu não ligo para o que ela tinha a dizer. O fato de que ela queria me ver era o suficiente.

-Estou feliz que você veio.

Eu disse simplesmente.

A pequena carranca estava de volta e Allison não olhou diretamente para mim.

-As coisas ainda são as mesmas. Eu não fui capaz de esquecer isso. Eu nunca vou ser capaz de confiar em você. Mesmo... mesmo se eu quiser. Eu não posso.

Que diabos isso significa? O barulho nos meus ouvidos se tornou mais forte.

-Estou saindo de Suntall. Não posso ficar lá. Eu tenho que fazer isso sozinha.

O que?

-Você está indo morar com a Yngrid?

Eu perguntei, me questionando se eu ainda estava dormindo e isso era um sonho.

-Não. Eu não ia. Mas esta manhã falei com Mel e pensei que talvez se eu te visse e falasse com você e enfrentasse... isso eu seria capaz de ficar com ela por um tempo. Não seria permanente; Vou embora em alguns meses. Assim tenho tempo para decidir para onde eu estou indo.

Ela ainda estava pensando em sair. Eu precisava mudar isso. Eu tinha um par de meses se ela ficasse aqui. Pela primeira vez desde que ela tinha me dito para deixar o quarto de hotel eu tive esperança.

-Eu acho que isso é inteligente. Não há razão para tomar uma decisão precipitada quando você tem uma opção aqui.

Ela poderia ficar na minha casa gratuitamente. Na minha cama. Comigo. Mas eu não poderia oferecer isso. Ela nunca concordaria.

Allison

-Eu vou trabalhar no clube. Vamos... uh... nos ver em algumas ocasiões. Eu poderia ter pego um emprego em outro lugar, mas eu preciso do dinheiro que o clube paga.

Eu estava explicando isso para mim, tanto quanto para Scott. Não tinha certeza do que exatamente ai dizer quando apareci aqui. Eu só sabia que tinha que enfrentá-lo.

De primeira Yngrid me pediu para contar-lhe sobre a gravidez. No entanto, depois que ela ouviu exatamente o que aconteceu com meu pai e Giovanna e sua mãe naquele dia, ela não era mais tão da equipe de Scott, como antes.

Ela concordou que não havia necessidade de lhe dizer nada de imediato.

Trabalhei os nervos o suficiente para dirigir de volta para esta casa depois do jeito que eu o tinha deixado apenas três semanas e meia atrás, e foi difícil.

A esperança de que o meu coração não iria reagir quando visse o rosto de Scott tinha sido inútil.

Meu peito tinha contraído tão forte que tinha sido uma benção que eu pudesse respirar. Muito menos falar.

Eu estava grávida de um filho dele. O nosso bebê. Mas as mentiras.

O engano. Quem ele era. Tudo isso me impediu de dizer as palavras que ele merecia ouvir.

Eu não podia. Era errado. Eu estava sendo egoísta. Eu sabia. Isso não muda nada. O bebe em relação a ele, nublasse minhas decisões para o meu futuro.

Ou o futuro do meu filho. Meu pai, sua mãe e sua irmã nunca seriam parte da vida do meu bebê.Eu não permitiria isso. Eu não podia.

-Claro. Sim, trabalhando no clube ganhará um bom dinheiro.

Ele parou e passou a mão pelo cabelo.

-Allison, nada mudou. Não para mim. Você não precisa da minha permissão. Isto é exatamente o que eu quero. Te-la aqui novamente. Ver seu rosto. Deus, baby, eu não posso fazer isso. Não posso fingir que não estou feliz pra caramba por você está na minha casa agora.

Não conseguia olhar para ele. Agora não. Não estava esperando que ele dissesse uma dessas coisas.

A conversa nervosa e afetada era mais do que eu esperava. Era o que eu queria. Meu coração não poderia aguentar qualquer outra coisa.

-Eu preciso ir, Scott. Eu não posso, só queria ter certeza de que você ficaria bem comigo estando na cidade. Eu vou manter distância.

Scott mudou tão rápido que eu não percebi até que ele estava de pé entre mim e a porta.

-Sinto muito. Eu estava tentando ser legal. Eu estava tentando ser cuidadoso, mas eu estraguei tudo. Eu vó fazer melhor. Eu prometo. Vá para Yngrid. Esqueça o que eu disse. Eu vou ser bom. Eu prometo. Apenas... não vá embora. Por favor.

O que eu diria sobre isso?

Ele conseguiu me fazer querer confortá-lo.Para me desculpar com ele. Ele era letal para as minha emoções e bom senso. Distância. Precisávamos de distancia. Eu balancei a cabeça e caminhei em torno dele.

-Eu vou... uh... provavelmente vê-lo por aí.

Eu consegui sussurrar antes de abrir a porta e sair da casa. Não olhei para trás, mas eu sabia que ele estava me olhando sair. Era a única razão para eu não sair em uma corrida.

Espesso. Precisávamos de espaço. E eu precisava chorar.

Era como se ele soubesse que eu estava chegando. Eu já tinha decidido ir direto para a sala de jantar e procurar por Duncan.

Imaginei que Duncan saberia onde encontrar Fernando. Mas Fernando estava me esperando na porta quando abri a porta dos fundos do clube.

-E ela retorna. Honestamente, não achei que você faria.

Fernando falou quando a porta se fechou atrás de mim.

-Por um tempo, talvez.

Eu respondi.

Fernando piscou para mim, em seguida, acenou com a cabeça em direção ao corredor que levava até seu escritório.

-Vamos conversar.

-Ok.

Eu disse enquanto o seguia.

-Yngrid já me ligou duas vezes hoje. Querendo saber se eu já tinha visto você. Para certificar-se de que você teria o seu emprego de volta.

Disse Fernando quando abriu a porta do escritório e segurou-a para que eu pudesse entrar.

-O que eu não esperava era a chamada que acabei de receber cerca de dez minutos atrás. Ela me surpreendeu. Do jeito que você fugi-o daqui a três semanas e deixou Scott desesperado, não esperava que ele me ligasse em seu nome. Não que ele precisasse, falar por você. Eu já tinha concordado que você poderia ter seu emprego de volta.

Parei e olhei para ele. Eu ouvi corretamente?

-Scott?

Perguntei, quase com medo que eu tinha alucinado esse comentário.

Fernando fechou a porta e caminhou até ficar na frente de sua mesa. Ele encostou-se na madeira brilhante de aparência cara e cruzou os braços peito. O sorriso que ele tinha quando cheguei tinha ido embora. Ele parecia mais preocupado agora.

-Sim, Scott. Eu sei que a verdade veio á tona. Cooper me contou um pouco. O que ele sabe, pelo menos. Mas, então, eu já sabia quem você era. Ou quem Cooper e Giovanna pensaram que você fosse. Eu avisei que ele a escolheria, Ele já estava escolhendo ela quando eu te dei esse aviso. Você realmente quer voltar para tudo isso? Wakers é tão ruim assim?

Não. Wakers não era tão ruim assim. Mas ser a única garota de dezenove anos grávida e sem família era ruim. Embora, isso, não era algo que iria compartilhar com Fernando.

-Vir para cá não é exatamente fácil. Ver eles, não será fácil. Mas preciso descobrir o que vou fazer. Para onde vou. Não há mais nada para mim, no Alabama. Eu não posso ficar lá e fingir que não existo. É tempo de encontrar uma nova vida. E Yngrid é a única amiga que tenho. Minhas opções de lugares para ir são um pouco limitados.

As sobrancelhas de Fernando se ergueram.

-Ai, O que eu sou? Pensei que nós éramos amigos.

Sorrindo, aproximei-me e fiquei atrás da cadeira em frente a ele.

-Nós nos damos bem... mas não somos amigos íntimos.

-Não, porque eu não faço o meu melhor.

Uma pequena risada borbulhou e Fernando sorriu.

-É bom ouvir isso. Eu senti falta.

Talvez voltar não seria tão difícil.

-Você pode ter o seu trabalho. É seu. Eu tive uma dificuldade com as meninas do carrinho e Duncan ainda está de mau humor. Ele não lida bem com os outros empregados. Ele também sente sua falta.

-Obrigada.

Eu respondi.

-Eu aprecio isso. Embora quero ser honesta com você. Em quatro meses. eu pretendo sair. Eu não posso ficar aqui para sempre. Eu tenho...

-Tem uma vida para encontrar. Sim, ouvi você. Roseville não é o lugar onde você pretende colocar as suas raízes. Eu entendo isso. Por qualquer período de tempo, você tem o trabalho.

Decidi reescrever a novel Wish! Ela será agora dessa forma!

Deixa-lá mais misteriosa e romântica!

Deu trabalho, então por favor.. pensem antes de me julgar pelos comentários, deu trabalha para reescrever!

                                                                                               

                                                                             

                                                                                                      

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