Capítulo X

Logo, a Janete e a Bárbara são trazidas e como sempre, a Janete está armando um escândalo daqueles. Assim que elas me verem, elas congelam. Porém, vejo a minha mãe ficar ainda mais branca, quando o Ynokki sai de uma outra salinha com a cabeça da Flávia na mão. Ele segura pelos cabelos e dá um trago no cigarro.

Ynokki: Barão, é pra entrega?

Barão: É sim. Pode mandar lá pro Complexo dos Guarapes.

Ynokki: Pode deixar. Eu vou fazer uma embalagem bem bonita.

Ele sai sindo, e eu nego com a cabeça dando risada. As duas ainda olham para mim com os olhos arregalados, e a Bárbara começa a tremer ainda mais. A minha mulher está sentada. Ainda em choque com tudo o que aconteceu, e apesar de eu estar insistindo para que ela vá embora, ela quer ficar.

Janete: Meu filho, pode me explicar o que está acontecendo? Por que tudo isso?

Barão: As únicas pessoas que precisam esclarecer diversas coisas, são a Bárbara e você. Pode continuar. Quer contar tudo por bem, ou querem do modo mais difícil?

Janete: Eu não sei do que você está falando.

Barão: Ah, não sabe? Talvez, a senhora precise de ajuda para se lembrar.

Ele dá um sorriso de lado, e logo, as duas são amarradas. Iara pega uma arma de choque e após Shirley molhar a moça, elas começam a dar choques em Bárbara, que grita de dor.

Janete: Breno, para com isso! Não faz isso com a sua irmã.

Barão: Eu não posso fazer isso com ela, mas vocês podem me esconder o meu filho durante todos esses anos, tratando ele como se fosse uma aberração? Isso é permitido? Por que? Desde quando a senhora dita o que se pode ou não fazer? Ah, lembrei! Desde sempre.

Quando ela me ouve falar sobre o menino, ela arregala os olhos e a Bárbara me olha. Nem precisou de muito, porque sei que ela vai acabar abrindo a boca.

Bárbara: Tudo bem, tudo bem... eu falo tudo o que você quiser saber!

Janete: Ela vai inventar coisas, Breno.

Bárbara: Você não é filho dela, Breno.

Barão: Oi?

Bárbara: Isso mesmo! Ela não é a sua mãe. Ouvi uma conversa dela com um homem, um homem misterioso. Ela tava dizendo que, não tinha perigo de desconfiarem que ela roubou você da sua mãe, porque você é a cara do papai, e tem até mesmo, a personalidade dele todinha!

Nesse momento, perco completamente todo o meu auto controle, e puxo o braço dela com força e faço com que ela me encare. Não consigo acreditar que, a mulher que chamei de mãe todos esses anos, que eu me esforcei para dar o melhor, na verdade, é uma farsa, uma ladra, que sabe se Deus como, me tomou dos braços da minha verdadeira mãe. Isso só pode ser uma piada. Só pode ser a Bárbara dizendo coisas aleatórias, para poder escapar de ter o que ela merece de verdade!

Barão: Isso é verdade, Janete?! Fala!

Janete: É verdade, Breno. Eu roubei você. Mas, eu fiz isso por amor.

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