Engoliu em seco acreditando que ele entraria com seguranças para tirar tudo dele. Não soube o que dizer e quis fechar a porta quando Maiston colocou o braço para impedi-lo. Não havia nenhuma emoção específica em seu rosto, ele estava apenas sério, e Prince nunca o tinha visto assim. E ele não estava simplesmente sério, mas parecia quase magoado.
Nenhum dos dois disse nada, apenas se encararam por segundos que se tornaram minutos.
Eles não ficavam tão perto há muito tempo. Eles não se olhavam nos olhos dessa forma há muito tempo. Prince o viu muito mais alto, e Maiston o viu menor e mais fraco. Sentiu medo, mas não quis demonstrar, então lutou para parecer forte como sempre fazia quando algum jornalista lhe fazia perguntas apenas para machucá-lo e derrubá-lo. Engoliu em seco e ignorou o medo que estava crescendo dentro dele.
Ele endireitou as costas e forçou os pés contra o chão para se tornar uma parede impenetrável. Ele sabia que isso iria acontecer, mas naquele momento não tinha tido um único segundo de preparação.
Ele teve que agir rápido, e Maiston o viu passar de assustado para totalmente distante. Ele teve que falar, mas não o fez imediatamente porque queria aproveitar alguns segundos para observar seu rosto e olhar em seus olhos. Eles estavam vermelhos, mostrando que ele tinha chorado. Ele quis perguntar por quê, mas sabia que não tinha muito direito de perguntar nada.
Prince abriu os lábios, determinado a indicar claramente a saída do prédio.
—Está tudo bem? — alguém perguntou antes que ele pudesse falar.
Reich abriu a porta completamente e revelou seu corpo. Maiston o encarou de cima a baixo enquanto ele se aproximava como se tivesse algum direito. Ele tinha uma postura que fazia parecer que era o dono do apartamento.
E Maiston estava calmo, não tinha intenção de fazer ou discutir nada, apenas queria ver o bebê para confirmar se tudo era verdade, mas o simples fato de ver Reich e se lembrar do que ele havia dito provocou uma raiva que ele sabia que não deveria ter.
—Maiston, e aí? Ouvi dizer que você estava de férias, foram boas? — ele perguntou curiosamente.
Prince o sentiu se aproximando por trás, e isso lhe deu um pouco mais de tranquilidade para continuar parecendo firme, então ele pigarreou para dizer:
—É melhor você ir embora, você não é bem-vindo aqui.
O moreno olhou para baixo ao ouvi-lo dizer isso. Ele o examinou tão atentamente que Prince teve dificuldade em sustentar seu olhar.
—Eu preciso entrar e…
—Não, você não vai entrar. Eu disse para você ir embora — ele disse em um tom mais forte.
Os dois se entreolharam, mas Prince não desviou o olhar, não parecia assustado nem muito menos querendo correr para seus braços como tantas vezes antes. Maiston o viu totalmente distante.
Ele engoliu em seco e olhou para baixo por alguns segundos.
—Maiston, é melhor você ir embora. Não é hora de falar agora — sugeriu Reich.
Ouvir sua voz só o irritou mais, e ele deu um sorriso sarcástico.
—Quem diabos te pediu sua opinião, hein? — ele disse, olhando para ele. Eles tinham a mesma altura, então Prince estava entre os dois, chegando apenas à altura do peito deles.
—Ele pode opinar o quanto quiser — Prince respondeu rispidamente.
—Ele não tem o direito de opinar sobre merda nenhuma porque isso é entre mim e você! O que você está fazendo aí dentro como se fosse sua maldita casa?!
—Você não vai gritar aqui! — gritou o castanho.
—Deixe-me entrar, eu quero vê-la.
—Não, você não vai ver ninguém.
Suas palavras eram firmes e, se em algum momento ele teve medo, agora ele se sentia capaz de enfrentar o pior monstro de todos e sair completamente ileso. Ele não se importava com mais nada e não tinha a menor intenção de vacilar em suas palavras ou em sua posição.
—Eu tenho direitos e…
—Você perdeu todos os seus direitos quando foi para a cama com outra pessoa. Não venha me falar sobre direitos quando você esqueceu facilmente que deveria me respeitar. Saia daqui ou eu juro que chamo a polícia para tirá-lo do prédio.
—Prince, o que está acontecendo…?
A mãe parou de falar quando percebeu quem estava na porta.
Maiston olhou por cima do ombro de todos para ver a mulher segurando o bebê em seus braços. Ele a viu segurando um pequeno ursinho de pelúcia e a viu pequena e linda. Ele notou que seu cabelo era da mesma cor do de Prince e ficou quase hipnotizado porque nunca tinha visto nada tão puro, bonito e doce antes. Ele prendeu a respiração porque era verdade. As revistas e a mídia televisiva não estavam mentindo. Pela primeira vez, todos estavam dizendo a verdade.
Ele soltou um suspiro trêmulo e quis tê-la perto porque ela parecia adorável. E seu coração se apertou.
Ele nunca tinha sentido esse tipo de sentimento antes. Ele sempre soube que faria qualquer coisa para proteger Prince, mas quando viu a bebê, sentiu que poderia dar sua vida por ela sem hesitar por um segundo.
Ele a ouviu balbuciar para a mãe e quis implorar que ela ficasse mais alguns segundos para que ele pudesse continuar admirando-a. Ele podia ouvi-la fazendo aqueles barulhinhos que ele achou absolutamente adoráveis, e o que estava se formando em seu peito era tão intenso que ele não sabia se ia começar a chorar ou o quê.
—Vá embora — Prince ordenou.
Ele abaixou o olhar, sem saber como estava agindo de forma tão fria, mas Prince também estava lutando. Ele estava cerrando os punhos com tanta força que sentiu que suas unhas estavam prestes a cravar em suas palmas.
—Deixe-me vê-la um pouco mais.
—Você já a viu, Maiston, é melhor você ir embora — disse Reich.
—Por que você está se metendo, porra?!
—Porque ele mora aqui e pode dizer o que quiser — Prince respondeu rispidamente.
—O q-quê…?
—Ele mora aqui, e nós vamos nos casar. Então não insista mais, você também tem alguém, e essa pessoa deve ser mais valiosa e importante para você do que eu, então por que você está aqui? Vá ficar com esse cara. Tenha um filho com ele porque minha filha já tem um pai. Afinal, pai não é quem gera, mas quem cria.
Ele não disse nada.
Diante disso, ele ficou totalmente chocado. Ele nunca tinha se sentido assim antes. Muitas vezes ele tinha estado doente, com o desconforto de febre, gripe ou até mesmo um osso quebrado, mas nada disso se comparava à dor que estava se formando em seu peito.
Prince sentiu seu olhar o tempo todo e, pela primeira vez, o viu indefeso e fraco. Ele não disse uma palavra, e Prince também não disse mais nada.
Ele sabia que, se dissesse mais alguma coisa, começaria a chorar por causa de toda a raiva que sentia do moreno. Ele queria bater nele, queria dizer muito mais, mas sabia que era o suficiente. Ele precisava respirar fundo porque estava prestes a sufocar. Ele se afastou, e foi Reich quem fechou a porta lentamente para, no último segundo, dizer:
—Boa sorte, Maiston.
E isso se repetiu em sua cabeça mil vezes.
Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston. Boa sorte, Maiston.
Ele não sabia quanto tempo ficou olhando para a porta, mas quando saiu do prédio, começou a chover, e ele não sabia para onde ir.
Jim estava ocupado com sua família para uma celebração, e ele não queria incomodá-lo como fazia todos os dias. E, pela primeira vez em muitos anos, ele se sentiu sozinho no mundo. Seus pais estavam mortos, ele tinha um irmão com quem nunca falava e nem mesmo avós. Ele nunca tinha sentido esse vazio familiar com tanta intensidade antes, e seu peito doía.
Quando chegou em casa, não conseguiu ir para a cama sabendo que havia alguém lá. Ele passou a noite toda sentado no sofá, vendo as horas passarem até o sol começar a nascer.
—Maiston? O que você está fazendo aí? — Obelly perguntou, aproximando-se dele porque tinha acabado de se levantar para beber água.
Ele se sentou ao lado dele.
—Por que você não foi para a cama? Eu esperei por você, mas acabei dormindo.
Ele fez menção de beijá-lo, mas o moreno simplesmente se afastou sem dizer uma palavra.
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Clesiane Paulino
tá fazendo errado Prince e isso pode complicar pra vc... tadinho do Maiston 😮💨😮💨😮💨😮💨
2025-04-06
0
Ana Lúcia
sempre fazendo merda pode perder a filha assim
2025-03-05
2
Ana Lúcia
vai atrás dos seus direitos maiston
2025-03-05
0