Maiston estava acordando.
Queria continuar dormindo, mas seu telefone estava tocando. Esticou o braço para pegá-lo e atendeu a chamada.
— E aí, como estão as mini férias? — perguntou Jim.
— Estavam bem até você me ligar — disse, sentando-se na cama e passando a mão pelo rosto até chegar ao cabelo.
Soltou um suspiro porque não estava no país, na verdade, estava muito longe e fazia duas semanas que não sabia de ninguém. Havia viajado sozinho e não trocava a paz que havia obtido por nada. Não tinha olhado o telefone, visto televisão ou lido nenhum jornal.
Tinha sido ideia de Jim porque sabia que ele precisava descansar um pouco, então ele simplesmente aceitou, sabendo que era o melhor.
— Que bom, você viaja de volta hoje e chega amanhã à noite. Você não sente minha falta?
Ele deu um pequeno sorriso e se levantou para caminhar até a janela da cabana onde estava para olhar o mar que não ficava muito longe. Era um dia totalmente ensolarado e, embora fossem apenas nove da manhã onde ele estava, já estava começando a esquentar.
— Nem um pouco.
— Mesmo assim, você sabe que eu sou o melhor da sua vida. Enfim, e o Obelly? Ele te ligou muito?
— Sim, nós conversamos um pouco, mas como ele estuda de dia, à noite eu digo a ele para não me ligar muito para que ele possa descansar. Você o viu? Ele estava sozinho em casa e isso me preocupa.
— Está tudo bem, tudo em ordem. Fui vê-lo algumas vezes, como você pediu.
— Certo, vou arrumar as coisas para o voo. Conversamos depois.
Ele encerrou a chamada com um longo suspiro.
Ele nunca tirava férias e, as últimas que tinha tirado, foram com Prince. Ele as tinha tirado com a intenção de tirá-lo da cabeça, mas era impossível para ele não pensar que, enquanto ele estava em uma suposta férias que deveriam ser divertidas, Prince estava se divertindo com outra pessoa.
Ele engoliu em seco e foi para o chuveiro. Queria refrescar o corpo mais uma vez antes de ter que enfrentar as muitas coisas que o esperavam. E eram coisas que ele imaginava, mas também eram outras que ele não imaginava.
Por um instante, ele quis ficar lá para sempre porque não queria voltar para aquela casa. Ele sabia que Obelly estava lá, mas era como se não houvesse realmente ninguém lá dentro. Ele tinha tido seu cio enquanto estava naquela cabana e não se lembrava de ser tão complicado e difícil de suportar. Ele sentiu como algo miserável e um calor que apenas queimava seu coração, dando a ele a sensação de que aquilo que o acalmaria sem maiores problemas, não estava mais lá.
Ele fechou os olhos, soltando um suspiro, e olhou para um anel que deveria ter tirado há muito tempo, mas que sempre carregava no bolso da calça que usava.
Ele pensava que o mantinha apenas como um lembrete de um erro que ele nunca deveria cometer novamente. E ele tinha certeza de que ter se apaixonado por Prince daquela forma tinha sido o pior erro de todos, mas ele não pensava mais nisso com a mesma intensidade de antes.
Com a mala pronta, um táxi foi buscá-lo para levá-lo ao aeroporto para pegar o avião. A viagem foi longa e tortuosa. Ele tentou dormir para encurtar as horas um pouco, tentou muitas coisas e no final nada conseguia.
Antes que ele percebesse, ele estava descendo do avião, notando o anoitecer. Ele soltou um suspiro porque eram férias que ele tinha tirado do nada e bem no mesmo dia em que tudo tinha acontecido, então ele não estava ciente de tudo o que estava acontecendo na mídia.
Estava frio e a mudança de um clima totalmente ameno onde não caía uma gota de chuva para um onde era evidente que estava prestes a chover o deixou desorientado. Ele pegou outro táxi sem mais delongas que o deixou do lado de fora de sua casa. Ele viu as luzes acesas embaixo e acima, as luzes de seu quarto. E, embora tudo parecesse iluminado, entrar parecia entrar em uma caverna escura e fria sem o menor calor que no início ele ignorava com muita facilidade, mas, infelizmente, essa facilidade estava desaparecendo.
Ele abriu a porta e deixou suas duas malas na entrada para tirar o casaco porque o aquecimento estava ligado lá dentro e estava quente.
Ele olhou ao redor, vendo que parecia tão vazio como sempre. Obelly deveria estar em casa, mas parecia não haver ninguém. Ele soltou um suspiro e começou a subir as escadas lentamente. Quando terminou de subir, ouviu alguns ruídos. Ele parou, sem saber ao certo se era sua imaginação ou o eco de seus próprios passos. Depois de alguns segundos, ele os ouviu novamente. Um pequeno gemido chegou aos seus ouvidos e ele franziu a testa.
Ele não pôde deixar de se lembrar daquelas vezes que chegava em casa e ouvia muitos gemidos e sentia muitos feromônios. Então, ele subia as escadas e encontrava Prince experimentando novos brinquedos que ele tinha comprado por aí e eles ficavam horas na cama. Desfrutando um do outro sem se importar com mais nada.
Mas ele sabia que isso não existia mais.
— Obelly? — ele chamou.
Ele deu alguns passos rápidos e abriu a porta do quarto. A primeira coisa que viu foi o Ômega em pé e depois Jim, que estava movendo a cama. Era grande e pesado, então fez alguns ruídos ao aplicar força.
— Ah, você chegou.
Obelly se virou para olhá-lo e sorriu. Ele não hesitou em se aproximar dele para abraçá-lo com força.
— O que vocês estavam fazendo?
— O telefone do Obelly caiu atrás da cama, então ele me pediu para ajudá-lo e... aqui está — ele anunciou, pegando-o depois de mover um pouco o objeto.
Maiston não viu problema nisso e simplesmente acreditou em Jim porque não havia razão para duvidar de seu amigo. Ele assentiu e saiu com o Ômega, que estava lhe perguntando muitas coisas, mostrando muito e até mesmo excessivo interesse.
— Eu gostaria de ter ido com você — ele murmurou cabisbaixo —, mas os estudos não me deixariam.
— Você tirou boas notas?
— Sim! Eu sou sempre o melhor da classe. Além disso, preparei algo para você. Eu ia fazer com amêndoas, mas Jim disse que você não gosta.
— Só um pouco.
Ele o viu se aproximar da geladeira para pegar uma sobremesa que parecia deliciosa, sem dúvida. Ele ouviu enquanto ele explicava o preparo e agradeceu quando ele lhe deu um pouco para provar.
Eles se sentaram no sofá e Obelly apenas o observou comer.
— Dava para ver muitas estrelas também — ele comentou sorrindo.
— As estrelas? Você só viu as estrelas? — perguntou o Ômega, sorrindo enquanto colocava o cabelo preto atrás das orelhas. — Que chato. Não faz sentido olhar para pontinhos brilhantes no céu.
Ele examinou seu rosto, vendo total desinteresse, enquanto Prince sempre ouvia tudo com um sorriso. E foi outro golpe da vida que lhe mostrou que nada era mais o mesmo. E que ele não tinha mais aquela pessoa especial que ouvia tudo o que ele dizia com amor e admiração. Ele não disse nada, mas seu coração doía como se alguém estivesse enfiando facas quentes nele.
Ele desviou o olhar e então se levantou.
— Para onde você vai? Você não quer comer mais um pouco?
— Estou cansado, vou dormir.
— Tão cedo? Pensei que íamos comemorar — brincou Jim, vendo-o subir as escadas. — A propósito, a televisão está com defeito. Não tente ligá-la.
Ele sabia o que encontraria se a ligasse, então preferia mil vezes saber de tudo no dia seguinte. Maiston não disse nada, apenas subiu para o quarto e se jogou na cama. Ele estava cansado da viagem e amanhã teria que voltar para a empresa para continuar cuidando de tudo. Ele sabia que Jim sempre cuidava de tudo quando ele não estava lá e não se preocupava muito com as coisas porque confiava nele e na amizade que eles tinham há anos. No entanto, havia coisas das quais Jim não conseguia cuidar totalmente.
Ele fechou os olhos olhando para o teto do quarto. Ele queria dormir depois de trocar de roupa, mas novamente foi impossível. Era sua cama de sempre e, ao mesmo tempo, era como se fosse desconhecida e fria.
Ele se virou de um lado para o outro e foi quando sentiu um cheiro estranho. Ele podia sentir o cheiro de Jim e ficou pensativo até que se lembrou que ele estava movendo a cama e ajudando Obelly a movê-la para recuperar seu telefone, e ele ignorou tudo. Vendo que não conseguia dormir, ele se levantou para ir até a varanda dos fundos da casa.
Ele olhou para o jardim que estava lá. Era grande e enorme. Havia muitas árvores frutíferas ou floridas. Tudo crescia e florescia apenas em uma determinada época. Era inverno, então as rosas vermelhas que Prince havia plantado ainda não tinham crescido nem florescido.
Ele fechou os olhos e não sabia quanto tempo ficou olhando para a noite até finalmente ir para a cama. Não demorou muito para que Obelly também fosse para a cama.
Ele o sentiu ao seu lado e, embora não estivessem juntos, ele não queria nada. Ele só queria descansar. Ele se afastou, mas sentiu Obelly se aproximar um pouco e sentar na cama.
— Estou cansado, você deveria dormir para ir para a aula também.
— Mas ficamos separados por duas semanas. Você não sente minha falta? — ele perguntou tristemente, tentando se aproximar novamente, mas vendo que ele se afastou sem qualquer dúvida, quando antes ele nunca fazia isso.
Ele não sabia o que responder. Ele não sabia se era um sim, um não ou um tanto faz.
— Estou cansado e amanhã tenho que trabalhar.
Ele não pensou mais nisso e se levantou para ir para a sala de estar.
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Ana Lúcia
queria tanto que ele o tivesse traindo não com Jim mas com outro
2025-03-05
4
caroline souza
Quem coloca chifre sempre ganha um de brinde , pior ainda além de ser em sua casa , na sua cama ,com seu amigo 😂😂😂😂😂😂😂
2025-02-25
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adelice miranda de aguiar
acho que nesse angu tem caroço, vai pagar o que fez com Prince
2025-02-27
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