—Vamos, Cassi, dorme, sim? Estou muito cansado e a mamãe também para pedir ajuda a ela. Colabora comigo, por favor — implorou enquanto a segurava em seus braços.
Eram três da madrugada e ela estava chorando há quase uma hora. Ele não sabia o que ela tinha e havia lhe dado mamadeira, trocado a fralda e colocado suas roupas confortáveis que ele havia feito. O tecido era macio e especial para que ela nunca coçasse nem um pouco.
Ele também se encarregou de tirar aquelas melecas e estava começando a se desesperar porque ela não parava de chorar em nenhum momento.
Ele não podia ligar para Taylor porque eles tinham um evento pela manhã e ele não podia mantê-lo acordado a noite toda. Ele soltou um suspiro e olhou para a cama, pensando que ela não gostava dos lençóis. Ele se levantou e caminhou até o armário onde guardava tudo por ser grande e espaçoso.
—Vou procurar uns lençóis que você goste, está bem? Talvez esses estejam muito frios, então vou colocar uns de lã para você não sentir frio.
Ela continuou chorando enquanto ele caminhava com ela e começou a procurar onde sua mãe havia guardado os lençóis. Ele se moveu para o lado e pegou algumas coisas com a outra mão enquanto continuava a mover Cassi. Quando ele percebeu que havia pegado algo, ele olhou por cima do ombro e viu que era a manga de uma roupa, mas não qualquer roupa dele, era uma das jaquetas que Maiston havia deixado para trás.
Ele tentou soltá-la, mas, como sempre, uma vez que um bebê abre a mão, era impossível. E, o que o deixou mais curioso, é que ela não estava mais chorando.
—Você gosta disso? — ele perguntou a ela.
Ele viu que ela estava chupando sua outra mão livre e ele não teve escolha a não ser tirar a jaqueta e voltar para a cama. Ele cuidadosamente deitou Cassi e colocou a jaqueta ao lado dela.
Ele não sabia o que pensar, nem o que dizer. Ele imaginou que era impossível que ela soubesse que aquela jaqueta era do pai dela, mas, ao vê-la tão confortável e fechando os olhos para dormir, ele sabia que era algo óbvio. Ele realmente não precisava mais deles, porém, durante a gravidez era algo que ele não conseguia largar. Ela precisava ter o cheiro dele por perto e, vendo o bebê assim, presumiu que era porque ela queria ter algo do pai.
Ele não pensou muito sobre isso e se acomodou na cama porque tinha que sair às sete da manhã e tinha muito pouco tempo para dormir. Ele a cobriu com os lençóis e o tempo passou rapidamente. Quando o despertador tocou, ele viu seu bebê ainda dormindo feliz e confortável enquanto segurava a manga.
Ele se moveu para sair e viu sua mãe chegando. Ele havia dito a ela que era melhor ela ir para casa para cuidar das coisas dela. A mãe não queria, mas ele também não queria tê-la lá como escrava, embora ela fizesse tudo porque queria. Ele a cumprimentou com um sorriso.
—Como está o bebê?
—Ela ainda está dormindo, você pode ficar de olho nela? Vou tomar um banho.
A mulher concordou e foi para o chuveiro para fazê-lo rapidamente. Ele ainda estava com sono, então não tomou banho muito quente para poder acordar de uma vez.
Quando ele saiu, ele foi para o quarto em um robe para terminar de se vestir.
—Essa é a jaqueta do Maiston? — a mãe perguntou curiosa ao ver Cassi com ela.
—Sim, ela ficou chorando por quase uma hora ontem à noite. Eu não sabia o que havia de errado com ela porque tudo estava bem, mas ela não se acalmava. Achei que fossem os lençóis e decidi procurar os de lã. Então, ela agarrou aquela jaqueta e não a largou mais.
Ela assentiu, acariciando sua bochecha.
—Ela parece muito calma. Eu nunca a vi dormir tão pacificamente.
—Eu também. Você acha que ela sentiu o cheiro dele?
—Bem, alguns dizem que as crianças, quando são dominantes na idade adulta, podem sentir feromônios desde tenra idade. Pode ser porque Cassi será uma Alfa dominante ou uma Ômega dominante. E ela reconheceu o cheiro do pai dela, o que a fez se sentir segura.
Prince soltou um suspiro pensando em coisas que o deixaram triste.
—Eu não quero isso. O que acontece se ela precisar mais dele quando crescer, mãe? Ou se ela me odeia porque nunca poderá conhecê-lo? Eu não quero que ela me odeie.
Ela se levantou para se aproximar dele.
—Cassi nunca poderia te odiar porque você tem sido a melhor mãe para ela. Você cuida dela, dá a ela amor e trabalha duro para dar a ela tudo o que ela precisa, meu príncipe.
—Eu sinto muita falta do papai e preciso dele, talvez seja assim que ela se sinta e eu não quero isso, mas também não quero que Maiston saiba e venha me reclamar como se tivesse direito a alguma coisa depois do que ele fez comigo. Não seria justo ele vir me colocar contra Cassi depois que a única pessoa que passou por momentos difíceis fui eu.
Ele sentiu seus olhos se encherem de lágrimas só de imaginar tal coisa. Ele não queria e não queria. O bebê já tinha sete meses e estava quase completando um ano e tudo ainda era segredo, mas o tempo estava passando e isso o aterrorizava.
—Desculpe, se isso acontecer, eu e Taylor estaremos lá para ajudá-lo em tudo. Taylor não vai querer tirar a chance de ser o padrinho de Cassi, então ele nunca vai querer que Maiston a leve embora.
Prince sorriu e terminou de se vestir porque tinha coisas para fazer. Em mais dois meses as portas do motel que ele estava reformando seriam abertas e tudo estava indo bem. Havia outra pessoa encarregada da reforma, mas ele gostava de estar sempre por dentro de tudo.
Ele saiu olhando pela janela enquanto o motorista dirigia com cuidado. Porém, como estava adiantado, resolveu descer mais cedo porque queria tomar um café e queria um tempo para pensar.
Ele tinha a cabeça uma bagunça e queria alguns minutos sozinho. O motorista apenas concordou e parou. Era um restaurante bastante caro, mas ele apenas entrou. Ele gostava daquele lugar porque tinha um terraço e subiu para se sentar olhando a cidade de cima. Eram três andares e o terraço era decorado com muitas plantas e guarda-sóis. Ele se sentou em uma mesa que ficava no canto e pediu um cappuccino de baunilha com alguns biscoitos de mel.
Ele soltou um suspiro olhando para a vista que dava para o mar e o notou muito calmo quando seu coração e mente estavam muito ruins.
Ele tomou um pouco de cappuccino e experimentou os biscoitos. Ele podia ver que havia mais de um casal no local sorrindo felizes e parecendo apaixonados. Ele queria ficar cego porque essas coisas eram o que ele mais evitava porque lhe causavam dor. Ele baixou os olhos, sabendo que as coisas fáceis não estavam por vir.
Cassi ia crescer e teria que ir para a escola primária. Fotos dela começariam a circular e não parariam de atacá-lo com perguntas ou de onde o bebê veio e de quem era.
Ele passou as mãos pelo rosto desesperado quando ouviu seu nome.
Ele olhou para cima e viu um cara loiro em um terno muito caro. Ele se aproximou lentamente e ele se lembrou de tê-lo visto antes no desfile de suas roupas, mas que ele havia demorado tanto na entrevista que se esqueceu dele e simplesmente foi embora.
—Olá — disse ele, levantando-se.
—Você se importa se eu me sentar? Acabei de chegar e vi que você está sozinho.
Prince assentiu.
—Por favor, você quer um café? E me desculpe da última vez. Eu estava muito ocupado e esqueci que íamos conversar.
O menino sorriu enquanto se sentava e Prince não hesitou em pedir um café ao garçom que passava.
—Não se preocupe, notei que você estava bastante ocupado naquela época, mas tudo estava muito bonito — ele conversou gentilmente.
—Qual era o seu nome? Eu sei que já te vi algumas vezes.
—Reich.
—Prazer em conhecê-lo, Reich, acho que você é um dos investidores que fechou negócios com a Maiston, certo?
—Sim, eu sou um deles. Você está muito ocupado agora? Eu gostaria de poder conversar.
—Eh... — Prince pegou o telefone para verificar a hora e viu que tinha trinta minutos de sobra. — Tenho trinta minutos disponíveis. Algo que você modelou lhe interessou? Se sim, posso te dar um desconto.
O garçom chegou com o café e serviu a Reich, que agradeceu educadamente.
—Se você quiser mais alguma coisa, eu posso pedir. É o mínimo que posso fazer pelo fora da última vez — ele murmurou olhando para o rosto dela.
Era um rosto sério, mas, ao sorrir, notava-se pura bondade e seu cabelo era loiro, fino e brilhante. Ele o viu pegar a xícara de café com uma de suas mãos grandes e recusou.
—Obrigado. O café está perfeito. E, quanto à sua roupa, é muito boa sem dúvida, porém, eu me dou melhor com o clássico — confessou ele com um sorriso.
Prince sorriu porque, olhando para suas roupas, era muito perceptível que ele se apegava a isso.
—Bem, tudo bem. Esse estilo fica ótimo em você.
—Eu vi você usar muitos estilos de roupas o tempo todo — ele comentou olhando em seus olhos verdes. O Ômega assentiu com orgulho. —, e tudo sempre lhe cai bem. Eu gostaria de ter essa versatilidade na moda.
—Ah, não se preocupe, é só encontrar um bom estilo e pronto, é muito simples.
Ele comeu mais alguns biscoitos que estavam em seu prato e fazia muito tempo que não conversava com ninguém. Era sempre sua mãe e Taylor e, conversar com alguém diferente, parecia muito bom.
Reich parecia ter a mesma idade de Maiston, mas era perceptível na maneira como falava que, se o moreno podia ser sofisticado ao falar, o loiro era muito mais. Notava-se em sua maneira de ser que ele era sempre organizado e cuidadoso e acenava com a cabeça mostrando que estava ouvindo o que ele estava dizendo. Ele não conseguia se lembrar quantas vezes eles se viram, mas ele nunca tinha falado mais do que uma saudação.
Ele sorriu quando ele disse algo engraçado e Reich ficou olhando para aquele sorriso. Ele sempre o via sorrir à distância e, vê-lo sorrir por causa de algo que ele havia dito, o fez se sentir muito bem.
Ele não queria parecer desesperado, mas ao ouvir Prince dizer que ele tinha que ir, ele não queria perder a oportunidade.
—Eu te acompanho até a saída. Eu também só vim para um café, mas tive uma agradável surpresa ao te encontrar.
—Bem, eu não sei por que seria tão bom — ele questionou com um sorriso. — Eu pago tudo, eu te convidei como um pedido de desculpas.
—Eu não poderia deixar você pagar.
—Sinto muito, também não vou deixar isso acontecer. Não tenho problema em pagar tudo, é só um pouco de dinheiro — disse ele porque nunca gostou que pagassem sua comida. Ele nem mesmo permitia que Maiston fizesse isso e era mais um motivo para eles discutirem.
Finalmente, os dois pagaram a comida e se levantaram.
—A propósito, eu queria te perguntar uma coisa — murmurou Reich, olhando para baixo por ser alto.
—Claro.
—Eu estava me perguntando se você gostaria de sair comigo. Eu sei que você pode não querer ver ninguém ou algo assim, mas eu gostaria de te conhecer melhor.
Prince olhou para ele por um momento e deu um sorriso nervoso, sem saber realmente o que dizer. Fazia muito tempo que ele não saía com ninguém. A última pessoa que o convidou para jantar foi Maiston e tudo se resumia a ele o tempo todo.
Ele queria dizer não, mas quase podia ouvir as palavras de sua mãe dizendo a ele para se permitir conhecer novas pessoas e tentar se divertir também.
—De qualquer forma, se parece muito ousado da minha parte, você pode recusar. Não há problema, é só que eu tenho dois ingressos para a ópera que comprei há um mês e pensei que você poderia estar interessado em ir — acrescentou Reich educadamente e não foi possível decifrar seu rosto porque era evidente que ele não sabia o que responder.
—Eu...
—Desculpe, você ainda não precisa dizer nada. Você pode me responder em outro momento, ok? — ele disse enquanto colocava a mão no bolso da jaqueta para tirar um de seus cartões com seu nome, número de telefone e endereço de e-mail. — Você pode confirmar por telefone ou mensagem. É para este fim de semana.
Prince pegou e ficou em silêncio, percebendo que era muito bonito.
—Foi um prazer te ver, tenha um bom dia.
—Obrigado, você também — ele sussurrou, mas ninguém o ouviu porque Reich já estava andando muito longe.
Ele o viu atravessar a rua olhando para ele alto e ele não podia negar, ele era atraente e sua dominância era perceptível à distância.
Ele soltou um suspiro, olhou para o cartão e foi trabalhar.
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Clesiane Paulino
Prince eu cho que vc deveria contar pro Maisto sobre a Cassi 😮💨😮💨😮💨😮💨
2025-04-03
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