Enquanto bebiam algo para celebrar o sábado, um dia onde podiam descansar do trabalho, Maiston conversava com Jim enquanto jogavam cartas. Eles eram bons jogadores de poker e, mais de uma vez, fizeram apostas que ganharam sem problemas, lucrando um bom dinheiro. No entanto, preferiam jogar entre si do que com mais pessoas, pois os jogos de mesa costumavam se tornar viciantes.
Ele bebeu um gole de cerveja de uma garrafa para poder ver suas cartas e sorriu.
— Ei, e onde está seu novo Ômega? Pelo menos quando Prince estava aqui, ele me trazia um copo d'água.
— Bem, vá se servir sozinho. Ele não tem que ficar te trazendo coisas. Não é a empregada da casa.
Jim olhou para ele com estranheza, pois nunca o tinha ouvido dizer isso. Quis dizer que suas palavras não passavam de uma brincadeira, pois conhecia a casa como a palma da sua mão, mas se conteve e jogou uma carta.
Pensou em continuar provocando um pouco mais para verificar outras coisas.
— Além disso, quando Prince estava aqui, ele pelo menos cozinhava algo para nós. Lembro-me de que, quando você vinha com seus outros amigos, ele era sempre gentil.
Maiston não disse nada, apenas verificou suas cartas novamente, ignorando suas palavras, pois queria apenas se concentrar em vencê-lo. Eles sempre se encontravam nos finais de semana, mas agora ele tinha vontade de chutá-lo para fora.
Ele moveu algumas fichas e olhou para o amigo, que também verificava suas cartas, planejando seu próximo movimento e calculando suas chances de ganhar.
— Até no meu aniversário ele me deu um presente melhor que o seu. Ele não gostava muito de você, mas respeitava o fato de sermos melhores amigos e nunca me desrespeitou. Esse seu novo Ômega não foi muito gentil comigo.
Ele permaneceu em silêncio por alguns segundos para observar sua reação. O rosto moreno de Maiston não deixava transparecer se ele estava zangado ou não, mas Jim o imaginava vermelho de raiva. Ele o conhecia bem e sabia que, no fundo, Maiston não estava feliz ou tranquilo com as coisas que estavam acontecendo. Não acreditava que ele realmente não se importava com Prince e tudo relacionado a ele.
— Além disso, Prince era mais engraçado e...
— O que você está pretendendo, hein?! — ele explodiu quando jogou as cartas em Jim e se levantou. — Você está falando disso sem parar! Você gosta dele, por acaso?!
— Tudo bem — murmurou Jim, erguendo as mãos em sinal de rendição.
— Convido você para nos divertirmos e a única merda que você faz é falar dele. Parece que é você quem sente falta dele, e não eu. Você gostava dele e nunca me disse? — ele questionou, olhando nos olhos castanhos do amigo, esperando uma resposta rápida, pois sentia que estava a ponto de quebrar uma cadeira na cabeça dele por fazê-lo perder a cabeça.
— Era só uma brincadeira e...
— Então pare com essas suas brincadeiras de merda ou saia da minha casa!
— Ah, você está me expulsando? — perguntou ele, também se levantando.
Maiston sabia que era algo que ele nunca tinha feito em todos os anos que eram amigos, mas era algo que ele estava considerando seriamente porque Jim não estava ajudando em nada.
Ele engoliu em seco e disse:
— Se você continuar falando a mesma coisa o tempo todo, então vou te expulsar.
— Como você está irritante.
— Estou porque você não me deixa em paz, caralho!
Ele viu Jim entrar. Seus passos eram tão pesados que podiam ser ouvidos por toda a casa e, enquanto caminhava, ele pisou em uma peça de roupa que pegou com raiva.
— Por que deixam essas malditas roupas jogadas, hein?! Eu quero ordem nesta maldita casa porque isto não é um chiqueiro!
— Era isso que Prince dizia — Jim o lembrou por trás.
Ele viu seu amigo se virar com uma expressão de raiva, segurando a peça de roupa nas mãos, como se fosse estrangulá-lo com ela. Jim recuou silenciosamente, sem fazer o mínimo barulho, para sair pela porta deslizante.
— Tem que haver ordem! Não quero meias nem camisetas jogadas por aí, porque isso faz tudo parecer horrível! Quem deixou este maldito copo na pia?! É uma bagunça horrível!
Ele gritou e gritou sem parar enquanto Jim o ouvia de fora e não pôde deixar de sorrir, porque ele estava dizendo tudo o que Prince sempre lhe dizia quando ele não organizava suas coisas.
Ele não sabia o que estava fazendo, mas se moveu silenciosamente de volta para espiar dentro de casa, quando o ouviu reclamar em um tom mais baixo. Ele lavou o copo até que estivesse impecável e então começou a olhar ao redor da casa, vendo que havia roupas por todos os lados e, claro, não eram dele, mas sim do Ômega que estava hospedado com ele.
Jim o viu até começar a varrer e limpar as janelas como se fosse um maníaco por limpeza.
Ele simplesmente entrou e se sentou no sofá, ligando a televisão para ver o que estava passando de bom. Não havia nenhum filme, então ele mudava de canal quando viu seu amigo descer com um cesto de roupa sucia para colocar na máquina de lavar. E como ele começou a limpar o chão com um esfregão. Ele nunca o tinha visto fazer algo assim. Ele sabia que Maiston era bom na cozinha, mas nunca ajudava Prince na limpeza e sempre deixava tudo para ele fazer sozinho.
Ele estava mudando de canal quando chegou em um onde viu Prince. Ele percebeu que era uma entrevista que estava sendo reprisada.
— O que é isso? — perguntou Maiston.
— Nada.
Ele tentou mudar de canal quando Maiston se aproximou para tomar o controle remoto da televisão. Jim lutou para impedi-lo, mas ele acabou conseguindo pegar o controle e voltar para o canal anterior.
Ele sabia o que era e não conseguiu mudar de canal.
Ele não queria fazer isso, tinha resistido à vontade de ver aquela entrevista que estava passando em alguns canais e até mesmo sendo transmitida por algumas redes sociais no dia anterior. No entanto, depois de tanta resistência, lá estava ele, sentado assistindo e ficando cada vez mais irritado com cada palavra que Prince dizia. Ele não sabia por que a entrevista estava sendo reprisada, mas viu aquilo como um castigo.
Lembrou-se de como costumavam assistir às reprises das entrevistas de Prince juntos. Eles se sentavam para assistir e comentar, e embora muitas vezes se preparassem para assistir e criticar alguns pontos, na maioria das vezes acabavam fazendo outras coisas.
Ele desviou o olhar por alguns segundos ao se lembrar de certos momentos e quis se bater na cabeça com o controle remoto para apagar aqueles pensamentos cheios de perversão. Mas, por mais que tentasse, ele ainda se lembrava perfeitamente do aroma dos feromônios de Prince.
E era cheiro de rosas. Lindas rosas vermelhas que o deixavam louco.
— É melhor não assistir a isso — opinou Jim, estendendo a mão para pegar o controle remoto. Maiston lançou-lhe um olhar que dizia tudo o que poderia acontecer se ele tentasse algo assim de novo.
Ele focou seu olhar na televisão e prestou atenção em tudo o que estava acontecendo.
Ele sentia uma pontada de satisfação quando alguém fazia uma pergunta complicada a Prince, acreditando que o estava encurralando, mas então quase soltava fumaça pelos ouvidos ao vê-lo se livrar de todas elas com muita facilidade.
Ele quis jogar o controle remoto na televisão e então chutá-la repetidamente para extravasar a raiva irracional que estava sentindo. Ele não conseguia acreditar que Prince parecia tão feliz e calmo ao responder àquelas perguntas. Ele simplesmente sorria, arrumava o cabelo ou bebia um pouco de água antes de responder a tudo o que lhe perguntavam.
Os flashes das câmeras iluminavam tudo repetidamente e, embora ele estivesse apenas sentado, Prince estava lindo. Tão lindo que isso só o deixava com mais raiva.
— Meu nome é Constanza, minha pergunta é sobre o divórcio, você se arrepende de ter se divorciado? Você poderia tê-lo perdoado por tudo para proteger sua imagem?
Diante dessa pergunta, sem entender o porquê, Maiston se concentrou na resposta. Ele olhou para a televisão com uma expressão séria e engoliu em seco, quase gritando para Prince responder logo.
— Olá, Constanza, sua pergunta é interessante.
— É claro que é interessante, porra, apenas responda — disse o moreno, sabendo que não havia como Prince ouvi-lo.
Seu amigo olhou para ele brevemente, porque seu desespero era evidente até para a pessoa mais estúpida do planeta. Jim balançou a cabeça porque, o único que parecia não perceber o que estava fazendo, era Maiston.
— Mas é simples, porque ninguém jamais vai se arrepender de limpar a merda de seus sapatos que pisam por aí. E, quanto à minha imagem, você acha que minha imagem está prejudicada? Continuo no topo, como sempre, ou talvez até mais do que antes, então, Maiston, querido, obrigado pelo patrocínio, adoro que falem de mim.
— Maldito desgraçado!
— Ei, já chega — murmurou Jim enquanto lia uma revista de moda que havia pegado. No entanto, ele não pôde fazer mais nada quando Maiston arrancou a revista de suas mãos, amassou-a e a jogou no chão com ferocidade.
— Eu sou merda de cachorro, por acaso?! Como ele ousa dizer isso de mim?!
Jim suspirou, percebendo que Maiston estava prestes a começar a reclamar sem parar novamente.
E ele estava furioso. Olhou ao redor procurando por algo para descontar sua raiva porque ouvir tudo aquilo tinha sido demais. Ele sentiu que sua cabeça ia explodir de tanta raiva e amaldiçoou o nome de Prince repetidamente até que viu uma luminária que Prince nunca tinha procurado, mas que ele sabia que amava pelas cores.
Ele não perdeu tempo em se levantar, pegar a luminária e jogá-la contra a parede.
— Ei, Maiston, já chega, você vai acabar com tudo.
— Você quer que eu jogue você na parede também?! — perguntou ele, pronto para agarrar Jim e jogá-lo.
— Não.
— Então não se meta, porra! Vou queimar esta maldita casa para não sobrar nenhuma lembrança daquele ingrato!
— Você está exagerando. Que tal tomar um banho frio? É só uma entrevista. Você também já deu umas duas entrevistas onde falou sobre ele, então por que está tão chateado por ele ter dito alguma coisa?
— Não, você não entende nada. Você não sabe de nada.
— Acho que sou o único que sabe e entende. Abra os olhos de uma vez.
Maiston o ignorou e pegou um porta-retratos, quebrando-o porque sentia que, se não liberasse a raiva irracional que estava sentindo, sua cabeça explodiria. Nunca antes ele tinha se sentido tão cego pela fúria. Estava a ponto de ir até onde o Ômega estava e gritar um monte de coisas para colocá-lo em seu lugar de uma vez por todas porque estava cansado de tudo. Ele nunca pensou que chegaria a esse ponto, mas já era demais.
Jim o viu jogar as almofadas para todos os lados e até virar alguns móveis. Ele teve que se esquivar de mais de uma fotografia espalhada pela casa, nas quais Prince ainda aparecia e que ele havia esquecido de guardar.
— Já chega, Maiston. Eu também ficaria chateado se ele dissesse isso de mim, mas o que você quer? Ele não vai falar bem de você depois que você o traiu e toda a imprensa ficou sabendo. Ele foi atacado por uma semana inteira, sem descanso, e você não fez nada para acalmar a situação. Não pode esperar que ele fique calado quando o único que fez algo errado foi você.
— Cale a boca, estou falando sério.
— Eu também estou falando sério. Aceite, você nunca teve certeza sobre o divórcio e só concordou para provocá-lo.
— Nunca! Nunca vou me arrepender daquele divórcio! Se ele pensa que vou implorar para que ele volte para mim, está muito enganado! O único que vai implorar de joelhos e chorando para o outro voltar é ele! Nunca, jamais, jamais, sob nenhuma circunstância, vou me ajoelhar diante daquele Ômega! Juro pelo meu nome e por todo o poder que possuo!
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Ana Lúcia
nunca diga nunca porque é exatamente isso que você vai fazer kkkkk
2025-03-04
2
Ana Lúcia
kkkkkkkk ele não perde a oportunidade de provocar
2025-03-04
2
Clesiane Paulino
nunca diga nunca... pois o amanhã pertence a Deus 😬😬😬
2025-04-02
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