Capítulo 12

Melissa

A noite foi bastante longa, muitos pensamentos e conflitos em minha mente. Ninguém parecia querer me entender ou aceitar que eu não quero destruir o relacionamento alheio.

Esse ninguém é só Carol que é minha melhor amiga e o seu ficante que ela jura que é apenas um amigo, mas ambos não se desgrudam mais.

Assim que o dia amanheceu tratei logo de tomar o comprimido que o médico me receitou para enjoou, mas depois eu logo quis chorar com medo de me viciar nessas coisas e prejudicar o meu bebê.

– Isso não é uma droga, você não vai ficar viciada – Leo tentava dizer enquanto Carol ia terminar de tomar o café, eu já havia tomado o meu café ou o pouco que consegui e ela já se encheu de tentar me convencer que eu não vou virar uma viciada.

– Eu descobrir que estou grávida ontem e hoje já estou fazendo besteira – eu disse e ele limpou as minhas lágrimas e suspirou.

– Você será uma péssima mãe se perder o emprego – ele disse tocando na ferida e foi então que eu parei o choro, eu precisava de dinheiro para sustentar o meu filho a partir de agora.

– isso foi pesado – Carol disse, mas eu ouvi quando ela sussurrou um obrigada para ele.

Parei de me lamentar e fui terminar de me arrumar, assim que eu estava pronta saímos para o trabalho, o carro de Carol estava na manutenção, e como o seu “ficante” trabalha próximo de onde eu trabalho iria me dar também uma carona.

Eu não sei dirigir e tenho medo até de aprender, para algumas coisas eu sou desastrada e medrosa, tenho certeza que se eu tiver no volante quem estivesse a frente do carro não sobreviveria, por isso decidi não me habilitar mesmo.

– Bom dia – cumprimentei as meninas da recepção e elas me deram um aceno, no trabalho eu não tenho muitos amigos, porém os que eu tenho não são os que ficam na roda da fofoca, sorte a minha e azar também, pois assim sou a última a saber das coisas.

Enquanto eu caminho tenho a impressão de que todos me olham imaginando que eu sou uma mãe solo que engravidou de alguém comprometido, sei que é coisas da minha cabeça porque as duas únicas pessoas que sabem não estão aqui.

– Tá de brincadeira? – disse assim que eu vi o estado do meu armário atrás da minha mesa. Algumas gavetas estavam abertas e já era possível ver a confusão que elas estavam – Vontade de torcer o pescoço desse filho de uma senhora ..

– de uma senhora? – disse uma voz calma e eu juro que entre uma assombração e o meu chefe eu prefiro a primeira opção.

– por favor que o meu chefe não tenha ouvido e nem falado nada Atrás de mim – eu disse ainda de olhos fechados enquanto eu me virava em direção a sala do meu chefe e o encontrei com a cara fechada encostado no batente da porta, ah olheiras por seus olhos e ele estava com as mãos em seus bolsos. – me desculpe senhor Oliver mas o senhor também não tinha que fazer essa bagunça toda, agora terei trabalho para uns dois dias.

– Isso não importa agora Melissa – disse e eu o encarei confusa, o meu coração estava prestes a sair pela boca, mordi os meus lábios ou eu contaria sobre o meu segredo. Ele me chamou pelo nome e é a primeira vez que faz isso. O meu chefe se aproximou lentamente e seus dedos vieram para o meu rosto, fechei os olhos com o carinho inesperado e quando eu os abri encontrei os dele cansado e preocupado, mas deveria ser coisa da minha cabeça – Você está bem?

– Sim – sussurrei, ficamos nos encarando por alguns minutos, e nesse instante eu queria que ele se lembrasse de tudo para que eu pudesse contar sobre o nosso filho.

Sim, era nosso filho, e Carol tinha razão, eu não poderia esconder por muito tempo isso dele. Ele se afastou parecendo constrangido com o que aconteceu a segundos atrás.

– e o que você tinha? – indagou e eu arregalei os olhos e comecei a esfregar a minha mão na minha saia social

– o q.q.ue eu tinha? – refutei e ele me encarou esperando resposta, sorrir nervosa – o que eu tinha.

– sim – respondeu confuso me encarando mais intensamente. É agora Melissa, diga a verdade, aproveite a chance que estão sozinhos e conte para ele que a noite em que vocês fizeram loucuras gerou resultados e que agora vocês terão um lindo bebê.

Em um gesto desconhecido por mim, levantei a mão e ela ia de encontro ao meu ventre enquanto eu formulava como eu iria contar a ele.

Mas é claro que nada acontece como eu gostaria, ouvi um arranjar de garganta atrás de mim e me virei encontrando o segundo Oliver mais bonito que eu já havia visto

– Olá bom dia Senhor André – disse o agradecendo por aparecer, no fundo eu não me sentia pronta.

– e como está a secretária mais linda que esse país já viu? – ele disse passando os braços por meus ombros ouvimos o meu chefe rosnar porém ele não deu atenção, depois do abraço estranho ele se afastou

– Já falei para parar com isso André – senhor Alexandre disse nos assustando – se já está bem volte ao trabalho senhorita Lima.

Ele disse e foi para a sua sala batendo a porta com força, eu sem saber o que estava acontecendo encarei o irmão dele com os olhos arregalados.

– Ele não teve uma boa noite – André disse com um sorriso sugestivo nos lábios, fiz careta não entendendo nada, mas logo lembrei da mulher que ele chama de namorada.

– Voltaram as brigas que faz ele gritar com o prédio inteiro? – indaguei porque era assim dois meses atrás, mas para a minha surpresa ele negou.

– ele estava preocupado com a mulher que ama, só não sabe ainda – ele disse e piscou para mim se afastando indo na direção do elevador.

Será que está acontecendo alguma coisa com a vaca loira e eu não sei? Seja o que for quando eu falei com ela ontem ela parecia com o veneno em dia.

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