Sno apoia a sua cabeça no meu pescoço enquanto eu a abraço de volta, quando penso que ela adormeceu e tento levantar ela acaba resmungando me abraçando mais forte.
— Precisamos ir — a minha voz está suave, ela era a única que conseguia me ouvir desta forma.
— Não antes de você me responder.
— Tem certeza? Você vai mudar comigo e não posso deixar você ir — ela me olha diretamente nos olhos.
— O que tanto olha?
— Os seus olhos — ela abaixa a cabeça, imediatamente ergo o seu rosto com os dedos controlando a força para não a machucar — Eles são lindos, me deixa hipnotizado, me sinto olhando para lua… não é mais que isso, é como se estivesse olhando para um lago cheio de almas.
— Uau…
— Disse algo errado?
— Não, mas não estou acostumada a receber elogios.
— O que sempre escuta — coloco os seus cabelos que são das mesma cor que os seus olhos para trás, vejo ela engolir em seco chamando a minha atenção para seu pescoço e colo, merda agora não…
— Aberração — a sua fala me faz me olhar novamente nos seus olhos, eles transmitiam dor — Não me olha assim, agora me conta que maldição é essa? Quem é você Dods? Sem segredos.
— Foi o combinado, mas peço que escute até o final sem julgamentos.
— Sem julgamentos — ela me responde se acomodando no meu colo e merda… ela precisa parar de se mexer…
— Tudo bem — precisei segurar a sua cintura, pois se ela se mexer mais um pouco não vou responder por mim, pelo seu olhar ela não se importou ou não entendeu os meus motivos, ainda não consegui decidir.
— O que já sabe sobre mim?
— Apenas que será meu marido até uma guerra aí acabar — não consigo aguentar e acabo rindo baixo pela sua sinceridade, às vezes esqueço que ela não conviveu com quase ninguém.
— Bom, o meu nome você já sabe, o meu apelido pelas alcateias é “Anjo da Morte”, sou do norte, sou o alfa que mais tem inimigos vivos, a maioria é por ambição — vejo ela pender o rosto para o lado em dúvida — Quando chegar lá você vai entender, apesar de ser o lugar mais frio é também o lugar mais rico.
— Está tentando me enrolar?
— Já percebi que não consigo — ela sorri e ao me ver suspirando encosta novamente o seu rosto contra o meu pescoço, de certa fora fiquei mais a vontade, pois agora consigo falar, mas, por outro lado, eu quero saber as suas reações — Sei que entendeu ser um assunto delicado, mas quero olhar nos seus olhos.
— Achei que assim ficaria mais à vontade — ela se levanta novamente me encarando.
— Quando eu ainda era uma criança uma das amantes do meu pai engravidou, por ele não abandonar a minha mãe e a mim, ela procurou umas das últimas bruxas que tinham na época e lançou uma maldição sobre mim, Demon não é somente o meu lobo, ele é também uma fera implacável por sangue — ela nem piscava e mantinha o seu rosto sem expressão, não consigo saber o que ela está pensando e isso não é nada bom — O que descobri depois é que essa mesma fera não ataca somente quando estou lutando ou irritado, ele ataca…
— Com quem você se deita — escuto ela completar, me deixando com medo agora.
— Você disse que não sabia de nada.
— Mas não é tão difícil de completar, os meus irmãos estavam sorridentes demais quando você pediu para me levar, me lembro deles falando que logo vou conhecer a sua maldição… — a sua voz vai sumindo no final como se estivesse pensando em mil coisas ao mesmo tempo — Por que Brat ficou receoso quando comentei que já tinha falado com Demon e ter visto em meia transformação?
— Porque as pessoas que viram estão mortas.
— Então…
— Não sei, mas quando te toquei no dia que nos conhecemos ele te reivindicou.
— Por isso o seu olhar ficou parado.
— Exatamente como o seu.
— Não vem com essa, estamos falando de você, não mude assunto — começo a rir baixo a puxando contra o meu corpo.
— Mas já contei sobre a maldição.
— Tem mais, sinto que tem mais…
— Ninguém chega perto de mim, é por isso que falaram o que falaram eles e nem ninguém acredita que posso ter alguém, se você está viva é porque não te toquei — ela apenas mexe com a mão me mandando continuar enquanto se acomoda no meu colo, ela era tão pequena que se encaixava certinho, os seus dedos começam a deslizar pelas minhas tatuagens a mostra suavemente, nunca tive um toque assim — São marcas da alcateia e outras para cobrir as cicatrizes.
— Maldição, para de enrolar e eu as acho lindas — ela fala baixo ainda passando os dedos pelas tatuagens.
— Não é mais sobre a maldição e sobre a guerra, para não matar uma das garotas que havia acabado de tr@nsar corri para a floresta e pretendia ficar lá até a fera se acalmar, mas minha prima correu atrás de mim achando que isso tudo não passava de uma lenda.
— Você a matou — Sno segura o meu rosto me fazendo olhar diretamente nos seus olhos.
— Sim, agora o meu tio e o antigo noivo querem vingança.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Joelma Oliveira
tem sempre uma amante inconformada sendo a bruxa.... vence ela sno!
2024-11-15
1
Mellika Duarte
Jesus Maria e José
2024-09-05
2
Marcia Cristina Carneiro
É agora
2024-07-10
3