Sempre durante o caminho Brat vai à frente para que eu possa ficar na retaguarda, porém hoje ele se recusou e nem me deixou questionar o motivo, simplesmente foi para o final.
Chamo Sno para me acompanhar, querendo ou não ela é minha responsabilidade, ninguém dirige a palavra a ela, ela apenas acompanha tudo com o olhar sem perguntar nada.
Não demora muito a vejo se afastar por estar cansada, não posso parar agora, então começo a observar de longe, não sei que momento aconteceu, pois, eles estão sempre conversando baixo, mas ainda, sim, não param de falar.
Vejo Sno correr para me alcançar, ela não estava com uma cara nada boa, enquanto consigo perceber os outros acompanhando os seus movimentos. Dou a ordem para parar um pouco, pois tinha um rio próximo.
— Dods — a sua voz era doce e sinceramente estava amando meu nome ser pronunciado por ela.
— Oi — por estar perto dos outros não consigo me desfazer do papel de alfa e acabo sendo mais frio.
— O que significa chave de maldição? — respiro fundo, tentando me controlar, sei que ela iria me perguntar cedo ou tarde, mas na frente de todos?
— Não lhe interessa.
— Passou a interessar assim que fiquei sabendo que a chave dessa merda sou eu.
— Olha como fala comigo — me levanto indo em sua direção, mas como da outra vez ela nem se mexe.
— Você não passa de um mentiroso, cretino, idiota com complexo de superioridade — a vejo se virar saindo em direção da floresta.
— Snohaxa, onde pensa que vai? — a chamo mais alto por estar se afastando mais rápido.
— PARA O INFERNO — ela grita de volta e vejo todos paralisados, então tem dedo deles no meio.
— O que aconteceu? — ninguém me responde, então forço minha voz de comando, os fazendo gemer de dor — Não vou perguntar novamente.
— Ela estava interessada na nossa conversa e para a fazer se afastar perguntamos se ela já sabe como vai se livrar da maldição.
Era cedo demais para ela saber sobre isso, na verdade, nem eu mesmo sei como isso vai funcionar, mas sei que preciso dela, começo a andar na direção em que ela foi, mas Brat entra na minha frente sem falar nada, tento desviar, mas ele sempre volta a ficar na minha frente.
— Fala logo de uma vez — Brat finalmente fala enquanto nega com a cabeça.
— Ela tem toda razão.
— Sai da minha frente — tento novamente passar, mas ele me segura, péssima escolha irmãozinho, o jogo para o lado, mas ele se defende me passando uma rasteira — Tem merda na cabeça?
— Deve ser de família então — vou andando até ele que se mantinha sério até agora, isso realmente era preocupante, afinal o sério sou eu, ele é o que se dá bem com todos.
— O que aconteceu?
— Ela os escutou resmungando que estão indo devagar por conta dela, mas que deveriam se manter calados, afinal ela deve ser bem tratada pelo menos até lhe libertar da maldição.
— Eu vou cortar a língua deles…
— A culpa foi sua, não sabe lidar com ela — Brat me interrompe ainda não me deixando sair do lugar.
— Me fale alguma coisa que não sei.
— Ela subiu pela floresta indo para o leste — Brat segura meu braço olhando em meus olhos — Tenha cuidado com suas ações e palavras ela não é qualquer uma.
— Eu sei, ela é minha companheira e qualquer ato meu vai ser interpretado de forma muito intensa.
Saio correndo na minha forma de lobo para o lado que Brat me indicou, não demora muito a encontro em uma clareira, ela não me parecia muito bem e quando chego mais perto vejo que ela está machucada.
Não falo nada quando me aproximo, mas ao ver que Sno se encolhe de medo me doeu como um golpe, à última coisa que quero é ela com medo de mim. Olho para seu corpo que tinha pequenos arranhões, mas o crítico estava em seu pé, que estava torcido.
Me afasto procurando alguma coisa para manter seu pé imóvel, quando me aproximo pela segunda vez ela não se mexeu e isso me deixou mais aliviado. Faço menção de me levantar, mas ela segura meu braço olhando em meus olhos.
— Você está bem? Não sei onde fica o inferno, mas acredito que falte muito para chegar — tento brincar com ela, mas ao invés dela sorrir ela me larga olhando para o outro lado, me sento novamente ao seu lado respirando fundo, eu preciso que isso dê certo — Sno, o que eles falaram ou deixam de falar não…
— Não me importo com o que os outros falam e sim o que você fala — sua voz estava embargada, merda a fiz chorar.
— Eu não sou bom nisso, na verdade, não sei o que fazer, muito menos como agir — resolvo ser sincero, quem sabe assim ela me ajuda.
— Nunca mais fale comigo daquela forma — ela ainda não me olhava, isso estava me incomodando muito, então a puxo para sentar em meu colo — O que pensa que está fazendo?
— Não chore, por favor — passo o dedo na lágrima que ainda escorria.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Nataly da Silva Ferreira Silva
ela se sente enganada mas ele tenta reverter isso é muito fofo.
2024-12-30
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Joelma Oliveira
ela se sente enganada pq acha q nao foi o lobo/destino mas a necessidade dela se livrar da maldição. meias verdades sempre darão problemas
2024-11-15
1
Joelma Oliveira
aiaiai um ogro carinhoso é tudo que precisamos
2024-11-15
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