— Não tenho mais lobos ou lobas, as que tenho foram apresentadas, por favor nos poupe — a voz suplicante de meu pai me fez sentir nojo dele, tantas e tantas vezes supliquei para parar, mas em resposta apanhava ainda mais.
— Não confio em você, ou me entrega o que quero ou volto a matar os seus.
— Eu suplico, o que posso fazer para que nos deixe em paz? — meu pai suplicava sem pudor algum, nunca o havia visto dessa forma, mas ao olhar ao redor vejo meu irmão mais velho com a cabeça em cima da sua barriga.
Pelo choque perco as forças das pernas e se não fosse Brat me segurar eu estaria no chão, não que eu gostasse dele, na verdade, ele foi o que mais me batia seguido apenas pelo meu pai, mas ainda, sim, o vendo sem cabeça e morto ali me deixou sem chão.
O homem direciona o seu olhar para mim e logo meu pai acompanha o olhar me vendo também, mas o olhar de meu pai era de raiva, ao perceber isso Brat me abraça tampando a minha visão.
— Você está bem? — Brat sussurra ao meu ouvido, mas não consigo responder, apenas confirmo com a minha cabeça a encostando em seu peito, não era a mesma sensação que tive quando abracei aquele homem no rio, mas ainda sim me transmitia conforto e a sensação que descobri apenas hoje “proteção”.
— Você quer paz? Quer viver essa sua vida insignificante? Pois bem, tem até o amanhecer para me entrar ela, não tente fugir cercamos a cidade de vocês.
Ele sai jogando meu pai no chão próximo ao corpo do meu irmão morto, logo os outros também foram soltos e vindo em minha direção. Me pai tenta me puxar dos braços de Brat, mas ele me segura se aproximando mais de meu pai.
— Se aparecer um arranhão nela terei o prazer de informar — e com isso ele me solta sorrindo para mim, por conta daquela ameaça, sabia que nenhum deles iriam me tocar, não hoje pelo menos.
— Vamos para casa, AGORA — meu pai grita me fazendo encolher e logo minha mãe me puxa pelo braço para andar mais rápido.
Todos me olhavam surpresos, mas também tinham olhares de repulsa em minha direção. Não entendia nada disso, afinal nunca fui aceita nas rodinhas de treinamento, para conhecer sobre as outras alcateias e seus costumes, eu estava completamente perdida sobre tudo que estava acontecendo.
Meu pai me puxa para dentro do meu quarto me jogando com força em cima da cama, trancando as janelas e antes de sair ele cospe no meu rosto, mas quando penso que ele já tinha ido sinto o aperto no meu pescoço.
— Você sabia? — ele rosnava para mim, mesmo controlando sua força eu sentia dor com o aperto.
— Eu tentei correr para avisar, mas desmaiei — eu tentava me soltar, debatendo meu corpo, mas era em vão, pois ele me erguia no ar se deliciando com a cena do meu corpo implorando pelo ar.
— O que poderia esperar de uma inútil como você?
— Querido, a solte, você ouviu o que ele disse — minha mãe passava as mãos na tentativa de me soltar e conseguiu, pois, meu pai me jogou novamente com força na cama, eu tossia muito por conta do aperto e sabia que ficaria marcado, pela minha pele ser tão branca.
Novamente agradeci mentalmente ao Brat por ter colocado medo na minha mãe mais cedo, pois foi por conta deste medo que ela falou com meu pai. Eu não me engano mais achando que essas suas atitudes eram para cuidar de mim, eram apenas para manter meu pai e meus irmãos a salvo.
— Nossa sobrevivência está nas mãos dessa criatura — meu pai sai resmungando do quarto sem esquecer de trancar a porta como tentativa de me manter presa ali dentro.
Me encolho na cama e ao olhar para o canto do meu quarto vejo meu irmão parado me olhando com ódio, era óbvio que ele estava ali para garantir que não saia ou fuja. Mas fujo para onde? Por que raios eu iria querer fugir? Pensando melhor no que está acontecendo e agora que percebo que estou sendo moeda de troca.
Quando subo meu olhar desesperado para meu irmão que agora sorria maleficamente para mim, ele me empurra novamente contra a cama e dando três batidas na porta ela se abre para ele sair e logo é trancada novamente me deixando em completo desespero por não saber o que era pior ser constantemente espancada ou ser usada como moeda de troca e perder completamente o controle da minha vida e do meu corpo.
Para ele ter ficado feliz, essa troca não seria nada boa para mim, mas o que poderia ser pior do que ser entregue como serva? Os brutais e sangrentos não bateram, muito pelo contrário eles me ajudaram, me senti protegida com eles.
Mas e se me quisessem como serva também? Entrei em pânico com essa possibilidade e me encolho na cama chorando baixo para não chamar mais atenção para mim.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Joelma Oliveira
coitada. quero uma volta triunfal dela humilhando todos esses nojentos
2024-11-14
2
Nataly da Silva Ferreira Silva
coitada .
2024-12-29
0
Eli Silva Aquino
início 23/10/24
2024-10-24
0