Sinto o gosto de sangue na minha boca, era raro os momentos que a minha mãe me batia, mas quando isso acontecia era pior que as surras dos meus irmãos e do meu pai, não me levanto do chão, estava completamente sem reação.
Como era possível que um desconhecido me ajudasse duas vezes enquanto a minha família só sabia me bater, será mesmo que os povos do norte que são bárbaros e sangrentos? Eu não tinha mais essa certeza após apanhar por não despertar a minha loba desde os dezesseis anos.
Não, eu apanho por qualquer motivo, o não despertar foi apenas uma desculpa para eles, a minha mãe por diversos momentos fechou os olhos permitindo isso, tanto que tive que aprender com Luna a dopar todos na casa e me manter segura.
— Você tem noção do quanto fiquei preocupada? Eles estão atacando e caçando todas as moças não casadas — a minha mãe andava de um lado para o outro enquanto falava.
— Então relaxa, mãe, a Sno já é velha, o máximo que vai acontecer é ela ser usada para servir os lobos, mas será apenas uma vez também — o meu irmão fala se jogando no sofá e me empurrando com o pé como se estivesse conferindo se estou viva ainda.
— Snohaxa levanta desse chão agora! — a minha mãe me puxa pelo braço, mas acabo resmungando de dor pelos ferimentos mais cedo, como disse estava melhor, mas não completamente curada e ela retira a mão imediatamente — Sno…
— Não, mãe, ainda estou viva — minha voz baixa, mesmo que quisesse gritar, não poderia apanhar mais hoje, a minha vontade era de falar muito mais coisas, mas era começar e correr o risco dela me bater mais forte que o meu pai.
Logo a porta é arrancada por lobos do norte que rosnavam para nós, logo avistei o lobo branco com as manchas pretas e antes que o meu irmão o atacasse entro na frente dos lobos, deixando todos paralisados.
Sim, estava neste momento defendendo quem atacou e massacrou a maioria dos meus, mas desde o momento que tive contato com eles, bom não com todos e sim com um específico, uma calmaria e paz me inundou.
Ele olha para os outros e confirma com a cabeça, provavelmente estavam conversando mentalmente, posso não ter me transformado ou criado algum vínculo com a minha alcateia, mas ainda sim, sei de muitas coisas, a maioria aprendi com os livros que pegava sem ninguém saber, porém era apenas teoria e não se aprofundava os assuntos.
Os vejo sair da casa e quando olho para ele, vejo que não é o mesmo homem que encontrei no rio, ele sorria para mim, o seu cabelo era mais comprido do que estava acostumada a ver aqui e era um loiro escuro, os seus braços eram cobertos por tatuagens coloridas.
— Estão te esperando mocinha, desculpa não ter levado antes, mas precisava saber para onde a levariam — ele diz estendendo a mão, mas antes que eu possa tocar na mão dele, minha mãe me acerta outro tapa me jogando no chão novamente.
— Que merda é essa Snohaxa?
— Se a tocar novamente faço questão de te segurar para que ele arranque a sua cabeça — ele fala rente ao rosto da minha mãe, ou quase afinal quando ele se aproximou ela se encolhe correndo atrás do meu irmão que estava em alerta, mas sem atacar — Vem, eu te ajudo, sou Brat.
— Olá, Brat — ainda sinto o gosto de sangue na minha boca, ele me ajuda a levantar com calma e jeito, era como se ele soubesse da surra que levei horas antes.
— Se quiserem chegar inteiros ou pelo menos vivos, aconselho nos seguir — Brat me segurava pelos braços ainda, não como se estivesse me arrastando e sim me apoiando, a passos lentos fomos andando com os seus lobos nos escoltando, não eles estavam me escoltando com Brat, minha mãe e meu irmão estavam apenas perto.
Ao chegar no centro, onde hoje mesmo saí somente com a ajuda de Luna, foi inevitável não sentir o medo por reviver o que passei hoje e diversas outras vezes naquele local.
Ergo o olhar e vejo o meu pai ajoelhado em frente ao homem que encontrei no rio. Ele estava com as garras no pescoço do meu pai o impedindo de se mover. O seu olhar encontra com o de Brat e logo volta a sua atenção ao meu pai.
A sua postura era dominante e ali entendi que ele era o alfa, todos da minha alcateia estavam ajoelhados e completamente imobilizados pelos seus, não senti medo e sim alivio, pode parecer loucura, mas me senti bem ao ver que ele havia dado uma surra nos meus irmãos e no meu pai.
— Última oportunidade — a sua voz era fria e rude, muito diferente de como ele falou comigo, mas por que um Alfa estaria me sondando e me ajudando? O seu olhar para meu pai era mortal e intenso, ele não estava para brincadeiras, isso era fato.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Marcia Cristina Carneiro
concordo plenamente com VC colega tomará que ele pegar todos ELES 27/01/25/
2025-01-28
0
Joelma Oliveira
será que ele quer dizer q ela é sua companheira antes de matar os nojentos? seria bom 😈
2024-11-14
1
Eli Silva Aquino
soberania.....
2024-10-24
0