Ao abrir os meus olhos sinto o meu corpo recuperado, ou quase por estar um pouco dolorido. Não sei o que ele fez comigo, mas me ajudou muito, ele sabia exatamente onde apertar para me apagar, mas o que me chamou a atenção foi o cuidado de me trazer até aqui, porém não consegui saber o que aconteceu e isso me deixava assustada.
Luna não falou comigo enquanto estava desmaiada como sempre faz, mas se estivesse em perigo sei que ela me protegeria, essa foi sua promessa desde o início. Os meus pensamentos estavam se organizando enquanto estou sentada na cama que havia improvisado na minha caverna.
— Caverna? Como vim parar aqui? Não, como ele achou?
— Eu disse o caminho — ao escutar Luna acabei me assustando.
— Você falou com ele? Luna você me disse que precisava ficar escondida.
— Não dele, mas te explico depois.
— Tudo bem, preciso correr avisar sobre o ataque.
Percebi que Luna não me respondeu, agora entendi o motivo de não me encontrar com ela, mas se ela achou necessário então não vou me meter, quando chega a hora ela acaba me contando, foi assim até agora.
Saio às pressas da caverna e percebo que já está escurecendo, então preciso correr para conseguir pelo menos chegar até a minha família. Por estar escuro acabo tropeçando diversas vezes e sempre resmungo que se Luna me deixasse usar pelo menos um pouco das suas habilidades iria me ajudar a chegar mais rápido.
O que tenho em respostas dessas reclamações é apenas o silêncio, mesmo treinando diversas vezes ela me permite utilizar somente quando estamos sozinhas, seja, na floresta ou na caverna.
No caminho percebo que vários já foram mortos e que a fama deles realmente é real, pois faltam partes nos corpos que estou encontrando no caminho. Não consigo segurar as lágrimas e acabo chorando mais alto.
Mesmo tampando a minha boca chamo a atenção de um lobo do norte, a sua pelagem era branca manchada por pelos pretos, ele se aproxima enquanto vou dando passos para trás, agora, sim, será o meu fim.
Vejo eles se aproximar lentamente, não consigo me mexer de puro medo. O seu olhar é atento aos meus movimentos e também ao nosso redor, não consigo desviar o olhar dos seus olhos.
O meu espanto maior foi quando ele apenas me cheira e ao perceber que os outros lobos estão vindo, ele me empurra para a sombra para me esconder. Mesmo assim ele não sai de perto, fica de prontidão como se procurasse alguém.
A minha mente gritava em dúvida, afinal seria ele o mesmo lobo que me ajudou? Não perguntei nem o seu nome enquanto estávamos juntos, como posso procurar? Mas que loucura é essa? Como assim procurar um lobo do norte e também se encontrar faço o que com ele?
Não tenho autorização para sair da cidade nem sozinha ou acompanhada, as únicas vezes que fui até os limites da cidade foram suficientes para mim, apanhei tanto do meu pai que nunca mais repeti a aventura.
Mesmo sem saber quem é ou o seu nome, sei que ele me salvou duas vezes apenas hoje e serei imensamente grata por isso. Os outros lobos se aproximam de onde estou e vejo o lobo dividido se ficava comigo ou se os levava para longe.
Ele estava apreensivo, isso era um fato, a impressão que tinha é que eles estavam procurando alguém e sinceramente fiquei com dó desta pessoa agora. Dou alguns passos para trás entrando mais nas sombras e com um olhar por cima do ombro vejo o lobo se afastar.
— Shiiii — alguém aperta a minha boca para não gritar — Onde é que você estava? Vou te levar até a mamãe, ela está quase entrando nessa batalha por sua causa — o meu irmão mais novo me puxa pelas sombras ainda tampando a minha boca com força, o problema está na outra mão, aperta a minha cintura contra o seu corpo.
Nunca gostei desse contato, ainda mais sabendo como a mente deles funcionava, tento me soltar diversas vezes, mas ele apenas me apertava mais contra o seu corpo.
E assim fomos até a nossa casa, pulando vários corpos mortos jogados pelo chão. Todo o medo que não senti na frente do desconhecido no rio ou ali em forma de lobo voltou a percorrer o meu corpo.
Por alguns momentos entendi o motivo dele me pedir para não retornar, mas iria ficar lá até quando? Não posso viver naquela caverna pelo resto da minha vida, por mais que esta seja a minha vontade, na verdade, qualquer lugar é melhor que o inferno que estou vivendo aqui.
Ao pôr os pés em casa, a minha mãe me recebe com um abraço apertado seguido por um tapa tão forte que acabei indo parar no chão, isso me fez lembrar da minha realidade.
Pior ainda foi o desejo que percorreu o meu corpo, agora gostaria muito que aqueles lobos entrassem aqui e exterminassem tudo, mesmo que com isso eu seja morta no processo, seria apenas um efeito colateral.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Ameles
ela é mais esperta que vc, não vê pq ajudar a sua família sendo que são quem mais te machuca
2024-12-12
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Joelma Oliveira
que praga!!! pra ser companheira daquele monstro tinha que ser uma monstro também
2024-11-14
1
Elaine Gomes Borges
que brutalidade
2024-11-04
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