Estamos a semanas longe de casa a procura de inimigos ou aliados. Por onde passamos deixamos nossa marca, afinal não seria tão temido sendo uma pessoa doce e amável. O rastro de sangue gerado pelas mortes brutais nos deixavam orgulhosos e isso compensava qualquer cansaço.
Antes de chegar a uma pequena cidade sinto um forte cheiro de sangue, esta cidade apesar de ser pequena tem grandes lobos que podem me ajudar na guerra contra o Sul, então ter mais alguém aqui os atacando não me agradava em nada.
Brat me olha como sempre vendo mais além da situação, ele desde criança andava atrás de mim absorvendo tudo ao seu redor, já tivemos diversas situações que ele provou ser leal a mim que hoje confio de olhos fechados em suas observações e apontamentos.
Sem falar nada por estar embriagado pelo cheiro daquele sangue, saio em direção a floresta, me aproximo silenciosamente e de longe olho aquele ser minúsculo cair e choramingar de dor, ela tinha sangue por todo o seu corpo, aqueles ferimentos eu conhecia muito bem, afinal meus treinamentos foram todos supervisionados pelo meu pai.
Ser fraco nunca foi uma opção ofertada para mim, a perfeição sim e quando a maldição se fez presente eu a acolhi como um presente, claro que isso me causou alguns contratempos.
Como, por exemplo, ter matado o meu pai, o que me fez assumir a liderança da alcateia, no Norte não nos tratamos como nos outros continentes. Somos “família”, um por todos e todos por um, entre nós claro que existe, alguns conflitos, mas a lei soberana é, mexeu com um, mexeu com todos, isso reforcei na minha liderança e foi muito bem aceito pelos demais.
Escutar o choro daquele ser mexeu comigo, eu queria a pegar no colo e levar embora, como alguém poderia fazer isso? Ela era tão branca…
— Foi uma luta feia — resolvo sair de trás das árvores e a percebo paralisar de medo — Espero que o outro tenha ficado pior — brinco para amenizar um pouco a situação.
— Não foi uma luta — ela me responde calma — Foi uma execução, ou quase, já que ainda estou viva.
— Você realmente tem vários fãs — a vejo revirar os olhos enquanto tenta se lavar para retirar o sangue seco do corpo — Vou te ajudar — me aproximo já entrando na água e indo a sua direção.
— Por quê? — também me fiz essa pergunta enquanto me aproximo, mas a ver engatinhando com dor tentando se afastar me fez rir baixo.
— Seus ferimentos… — paro de falar assim que toco a sua pele, meu lobo logo me grita me pedindo par assumir o controle.
— Minha.
— Não vai tocar nela, não temos tempo para você a matar após se saciar.
— Não idiota, ela é minha, é a nossa companheira.
— Acredita mesmo nisso?
— Sim, escuta Dods, escuta a loba dela, merda, garoto, você precisa acreditar em mim, precisamos dela.
— Quem fez isso com você? — ela me olhava atenta, sempre que fico conversando com Demon, o nome do meu lobo, meus olhos ficam opacos e parados como se estivesse olhando para o nada.
— Me solta, por favor — sem querer a aperto com mais força, pois minha mente já planejava como iria matar o infeliz que a tocou, mas quando vejo sua lágrima escorrer meu corpo se move sozinho a abraçando forte e uma sensação de alívio, conforto e acolhimento me envolve, ela também sentiu, pois se acomodou em meus braços.
— Como é seu nome? — pergunto a mantendo nos meus braços enquanto jogo água em suas costas e braços, ver o sangue escorrer só fazia o meu ferver e consigo sentir um cheiro que não é dela, agora, sim, tenho alguém para caçar.
— Snohaxa — sua voz é apenas um ruído de tão baixa, ela se controlava para não chorar de dor, isso era nítido em suas expressões e movimentos.
— Snohaxa… — então esse é nome da minha companheira, tinha um gosto doce quando eu pronunciava, mas ainda não consigo entender como a ter ao meu lado irá me ajudar a vencer a guerra.
— Você não é daqui, por que está me ajudando? — bem observadora, mas ainda, sim, imprudente garota.
— Acertou, sou do Norte — novamente ela paralisa, sei que nossa fama nos precede e pelo jeito ela já ouviu falar sobre nós — Não tenha medo, se a quisesse morta já estaria, estou lhe ajudando, pois sei como isso dói.
— Está um pouco longe de casa, o que te traz aqui? — sua pergunta era mais uma súplica, nós dois sabíamos que ela não estava perguntando aquilo e quando nosso olhar se encontrou eu sabia que ela já tinha confirmado em sua mente que eu estava ali para atacar sua cidade.
— Não saia deste rio — a puxo pelas pernas a sentando em meu colo, seu corpo é tão pequeno, frágil e se molda contra o meu de forma surpreendente, mesmo ela se debatendo não conseguiria sair dali, não tinha forças — Não quero te matar, então não volte.
— Preciso voltar, preciso avisar — lhe dou um beijo na testa, nunca demonstrei carinho por ninguém, mas novamente meu corpo se moveu sozinho.
— Não me deixou escolha, então — aperto em seus pontos vitais para que ela durma por um bom tempo, isso irá ajudar a se recuperar enquanto procuro a criatura que irá me divertir, ninguém mandou tocar na minha companheira.
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Lena Lima Lima
Gente não entendi esse nome? alguém entendeu? kkk desculpe me.
2025-01-26
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Lena Lima Lima
Autora querida coloca foto dos personagens por favor.
2025-01-26
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Valdenise Nunes
eu também não muito complicado 😔😔😔
2025-03-24
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