Capítulo 15

Hermes definitivamente conseguiu minha atenção, a ALA importados ter ganhado da minha empresa a oportunidade de representar o país em uma das maiores empreitadas do mercado de café ainda não me desceu nenhum um pouco,tem alguém mexendo os pauzinhos e parecem não conhecer o demônio com quem estão lidando, me levanto da cadeira abotoando meu paletó, caminho até uma das mesas em um canto reservado do restaurante esperando pelo homem mais repugnante e insuportável que tive o desprazer de conhecer em minha vida, não demora para que ele se aproxime.

— Boa noite Barão.

O sorriso amarelo se desfaz ao me ver ignorar seu cumprimento.

— Soube do prêmio que sua empresa ganhou essa semana, sem sombra de dúvidas e mesmo tão competente quanto dizem, o maior e melhor importador de café da Europa.

— Suponho que não tenha vindo até aqui para me tecer elogios? disse ao meu funcionário que queria falar comigo, qual o assunto?

— Na realidade eu queria apenas cumprimenta-lo, infelizmente a ALA ganhou a licitação para trabalhar junto ao governo mais quero convidá-lo a se juntar a nós nesse novo projeto, sem dúvidas ganharíamos ainda mais o respeito dos outros países envolvidos, quem nunca ouviu falar do Impiedoso Barão do café?

Sua voz é trêmula e me seguro para não rir de seu desespero, provavelmente já deve estar colhendo os frutos de seu deslize,sou um homem influente e cabeças já estão rolando por baixo dos panos por terem sacaneado minha empresa a Berdinazzes S.A.

— As jovens donas da ALA importados estão aqui, estamos tendo um jantar de negócios, não quer se juntar a nós?

Sorrio de um jeito sacana e ele sabe, está fodido na minha mão.

— Vamos deixar para uma outra hora, na realidade já tenho uma reunião de negócios agendada para amanhã com o Senador Vitório, é seu chefe não é? ele tem procurado meu escritório a alguns dias estive ocupado, mas provavelmente já sabia disso.

Posso ver seu rosto empalidecer.

— Senhor Berdinazze por favor.

Dou as costas a ele caminhando novamente até o bar, ignoro sua presença voltando para minha bebida.

— Já fiquei o tempo suficiente?

Rosno para Hermes que se encolhe.

— Barão.

Me levanto caminhando até a porta, entro no carro enquanto impaciente olho pela janela vendo sair do restaurante Mackenzie e um jovem loira, a mulher não me parece estranha mais ignoro sua existência, olho no relógio e são quase 23:00 quando enfim o carro da partida volto minha atenção novamente para porta onde eles estão, nesse momento eu sinto meu maldito coração pulsar em minha garganta.

— Leonor.

Digo quase em transe ao vê-la, é ela não tenho dúvidas, eu jamais, jamais esquecerei aquele rosto, está mais velha mais ainda mais linda, muito mais linda do que quando a conheci, tento sair do carro mais por mais que eu tente não consigo falar, a voz não sai, minhas tentativas de abrir a porta de um importado Blindado com elas trancadas é inútil.

— Pare esse carro.

Grito tão alto que o motorista freia bruscamente, corro em direção a porta do restaurante mais é tarde ela já entrou no veículo que a esperava ao lado de Mackenzie e a outra mulher que agora sei de onde conheço, Alicia.

— Barão, algum problema?

Hermes pronuncia as palavras completamente sem fôlego.

— Quero que investigue a empresa ALA importados, que descubra quem são os donos por trás dela está me ouvindo?

O seguro pelo colarinho e ele assente em pânico, entro novamente no carro dessa vez com olhos vidrados na estrada, era ela,meu sonho e meu pesadelo voltando do passado para finalmente me enlouquecer.

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