capítulo 5

Thiago sorriu de um jeito perverso, estendeu a mão a Leonor em cumprimento, beijou com delicadeza sua pele a fazendo arrepiar por inteiro.

— Aceita uma bebida? posso pedir a um dos garçons que lhe traga um drink.

Leonor o olhou em silêncio por longos segundos, pareciam ter parado no tempo era como se estivesse em transe o homem diante dela era assustadoramente imponente e parecia carregar consigo a escuridão de todo o universo.

— Eu não bebo.

— Claro, vem de um convento como sua amiga acertei?

Ela assentiu.

— Uma pena perder para Cristo uma mulher tão linda, já disseram a você o quanto é estonteantemente atraente Leonor?

Os enormes olhos azuis se arregalaram no rosto da moça, sentiu o frio em sua espinha se espalhar dolorosamente por seu estômago.

— Deus nós não deveríamos estar aqui, isso é errado.

Se levantou caminhando em direção a saída sendo seguida por Thiago, enquanto ela praticamente corria ele caminhou calmamente como se pesasse em seus ombros o inferno que trazia consigo.

— Está longe de casa.

Falou baixo enquanto assedia o cigarro, Pilar esfregava os braços impaciente.

— Alicia certamente está vindo, pode ligar para seu irmão? pedir a ele para trazê-la?

— E abrir mão de tão agradável companhia?

Um tom rubro enfeitou a face de Leonor.

— Que tal fazermos um acordo?

Ele riu.

— Que tipo de acordo?

Perguntou com inocência.

— Aceita tomar um café comigo amanhã, só nós dois e peço ao Guilhermo para trazer sua amiga.

— Não... não sei se devo.

— Porque? não gostou de mim é isso? que pena achei que pudéssemos ser bons amigos.

Um falso tom de desapontamento pesou em sua voz.

— Onde pretende me levar?

Ele sorriu.

— Pensei em algo reservado, talvez o restaurante do hotel em que estou hospedado?

Ela olhou para ele ainda receosa.

— Pego você as 15:00 pode ser?

Levou a mão ao bolso tirando dele o celular.

— Não pode ir a um convento, me colocaria em maus lençóis.

Pensou em silêncio.

— Amanhã é dia de irmos a missa, sempre vou com Alícia e a madre superiora a catedral de São Jorge, talvez eu consiga fazer isso enquanto ela se confessa, sempre demora horas no confessionário.

— Então temos um acordo?

— Sim.

Thiago pegou o telefone ligando imediatamente para Guilhermo, antes que o colocasse novamente em seu bolso o rapaz surgiu diante deles ao lado de Alícia.

— Olha o que ganhei.

Mostrou a Leonor um lindo urso de pelúcia, apesar de serem mulheres firmadas traziam consigo um olhar e jeito docemente infantil, o fato de terem vivido uma vida inteira afastadas da maldade e podridão do mundo que as cercava fez com que as duas belas moças não soubessem que estavam naquele momento na boca do lobo.

— Temos que ir.

Leonor disse a Alicia sem olhar diretamente para os dois homens.

— Tá bom.

Alicia se aproximou de Guilhermo selando seu rosto com os lábios, antes que se afastasse ele roubou dela um beijo quente.

— A gente se vê gatinha.

Piscou para ela.

— Foi um prazer Leonor.

Thiago disse ao ver as duas se afastarem, a mesma olhou para trás como se ainda estivesse hipnotizada por ele.

— Então, como foi?

Guilhermo perguntou desfazendo o falso sorriso em seu rosto, enfiou a mão no bolso tirando dele um cigarro.

— Exatamente como achei que seria, em breve Leonor Giordano se juntará aquelas prostitutas lá dentro, eu a quero tão humilhada quanto nossa mãe foi, arruinada e deixada na completa pobreza, um por um dos Giordanos será destruído por nós, faremos isso até que não reste nenhum deles e começaremos isso por aquela garota, a filha do desgraçado que enganou nossa família.

Thiago Berdinazze 30 anos

Guilhermo Berdinazze 26 anos

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