Capítulo 17

Ruan ainda estava discutindo com o irmão quando percebeu que Madalena já havia saído. Imaginou que ela poderia estar no quarto, então continuou a discussão com Luan.

— Como pode ser tão cretino? Estava assediando Madalena pra ficar com você!?

— E não é o que você faria? Porque pra ela, eu era você. Qual o problema? Olha Ruan, você não quer admitir, mas no fundo você sente algo pela mãe de sua filha. Madalena é maravilhosa, e não merece estar passando por essa situação, que nós dois a fizemos passar. E a culpa é nossa, sua por ter dado essa ideia macabra, e minha por ter aceitado.

— Não venha com suas lorotas. Em resposta à sua pergunta, não! Eu nunca me relacionei com Madalena, tirando o dia que eu estava bêbado e a agarrei.

— Será que você não a agarrou porque ela se parece com Diana em alguns aspectos?

— Não compare a Diana com essa mulher. Diana e eu fomos casados e vivemos um amor que...

— Um amor que se acabou, porra. Porque ela morreu, e as coisas acontecem dessa forma. Coloca na sua cabeça de uma vez. Vou embora Ruan, fica aí com seus amores frustrados, e tomara que Madalena te dê um belo pé no traseiro quando você aceitar que está apaixonado por ela.

Luan se afastou de Ruan e caminhou até o quarto, arrumou suas coisas na mala e depois desceu pra sala. Ruan já estava ali de pé olhando pro irmão.

— Olha Luan, não precisa ir, eu só tenho você como irmão, me desculpe por toda essa confusão que fiz.

— Não é pra mim que tem que pedir perdão cara, e se você quer saber!? Se Madalena tivesse me dado uma oportunidade de ficar com ela, eu teria ficado sim. Tinha feito ela minha, e não me arrependeria disso, pelo jeito ela sente algo por você, pois só uma pessoa que ama a outra, presta atenção em suas características físicas.

Ruan ficou parado encarando seu irmão pela ousadia, mas mesmo com raiva, decidiu não dizer, e nem fazer nada. Luan pegou a mala e saiu puxando, abriu a porta e olhou novamente para Ruan.

— Boa sorte, irmão.

Ruan apenas balançou a cabeça em concordância, enquanto via Luan passar pela porta e ir embora. Ruan subiu as escadas até o quarto, a porta estava fechada, e por imaginar que Madalena estivesse ainda na mansão, ele bateu na porta e abriu. Ruan percebeu que Madalena não estava no quarto, e provavelmente não estaria também na mansão.

Ruan passou as mãos pelos cabelos, e soltou a respiração pesada que prendia. A noite já havia chegado, Ruan decidiu jantar fora, convidou um contato aleatório, apenas para não se sentir sozinho, queria ter uma companhia para conversar enquanto comia.

Ele escolheu um terno social, ajustado em seu corpo perfeito, arrumou o cabelo penteando-os para trás, encarou-se no espelho e desceu escadas. Ele entrou no carro e passou na casa da sua companheira da noite, a pegou e seguiram para o restaurante luxuoso.

A mesa já estava reservada, Ruan quando ainda se arrumava em casa, ligou pra recepção para deixar já reservado. A companheira de Ruan, conhecida por Laura, passou seu braço pelo de Ruan e os dois caminharam para dentro, sentando-se ao redor da mesa decorada.

Ruan chamou um garçom, e pediu o que queria comer, e Laura também pediu o mesmo prato e claro, pra acompanhar, também pediu um bom vinho. Os dois conversavam animadamente enquanto trocavam olhares e tocavam as mãos, porém, o sorriso de Ruan morreu logo, quando viu Madalena entrar no restaurante, acompanhada por Luan.

— Traidor.

Ruan o fuzilou com o olhar, mas os dois ainda não haviam percebido que ele estava por ali também. Ruan não deixou de notar que Madalena estava maravilhosa, tão linda quanto antes, em um vestido vermelho que marcava perfeitamente sua barriga grande. O tempo passou rápido, e a cada segundo que passava, Ruan ficava mais incomodado.

Por sua vez, Ruan levantou-se de seu assento e caminhou até a mesa onde Luan e Madalena estavam sentados. Quando Madalena o viu, seu sorriso imediatamente desapareceu.

— Ruan, você também está por aqui?

— Não, traidor, é minha alma que está falando com você. E você, Madalena? O que faz aqui em vez de estar em casa descansando? Não era você que estava muito doente? Você é uma verdadeira atriz.

Madalena levantou-se do seu lugar e parou na frente de Ruan, e sem pensar, meteu um tapa em sua face.

— Presta bem atenção na minha cara, seu cretino. Nunca mais ouse falar do que eu passei como se fosse qualquer coisa. Só Deus e eu sabemos o que eu passei sozinha. E quer saber? Vai pro inferno.

Madalena empurrou Ruan para sair da frente e passou por ele, uma ponta de arrependimento surgiu nos olhos de Ruan, e percebeu que foi um canalha em ter abrido a boca pra falar no que tanto fez Madalena sofrer.

— Tá satisfeito, seu bosta?

— Não se meta, Luan. E a propósito? O que faz aqui com Madalena? Não era pra estar viajando?

— Eu quis passar na casa dela e me desculpar. E pra isso, eu a convidei pra sair, mas tarde eu viajo.

— Que romântico.

— Tá se mordendo de ciúmes e não quer admitir, é tão estúpido que eu estou cansado de te falar a mesma coisa. Estou tentando abrir seus olhos, mas está mais cego do que todos os cegos que nascem com a cegueira.

— Luan, vou te pedir um favor. Pega suas malas e vai embora pra merda, pro inferno, pra onde quiser ir. Mas vai embora da minha área.

— Não é só porque você é um CEO e herdeiro da máfia do papa que você pode me expulsar daqui, Ruan. Não tenho medo de você, ou você pensa que não sei que foi você quem mandou seus seguranças matarem aqueles bandidos? Eu posso acabar com sua vida facilmente.

— Não me ameace, Luan. Você sabe que não gosto de me sentir ameaçado.

— Não vou sair do seu território só porque me mandou, mas porque quero ir pra não quebrar sua cara.

Luan ajeitou o paletó e saiu dali. A mulher que estava acompanhando Ruan se colocou ao lado dele, tentando entender o que estava acontecendo.

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