Madu levanta as 6:00 da manhã. Ela começa a se arrumar e Ana Clara acorda com ela fazendo barulho no guarda-roupa.
AnaClara: Bom dia amiga. -fala se espreguiçando
Madu: Ah Clara, desculpa ter te acordado. Essa porcaria faz um barulho insuportável-chuta o guarda roupas
AnaClara: Não tem problema, amiga. Que horas são?
Madu: Umas 6:20. Pq?
AnaClara: Tá cedo. Pq já está de pé?
Madu: Eu trabalho na Zona Sul, gatinha. Não é longe, mas o trânsito aqui daqui pra lá é infernal. Ainda mais com as obras.
AnaClara: Ah sim. Entendi.
Madu: Olha, eu saio às 16:00, devo chegar umas 17:30/18:00. Pode se virar com as coisas aí tá? Quiser dormir o dia todo, pode dormir. Quiser fazer comida, pode fazer. A casa é sua!
AnaClara: Tudo bem. Qualquer coisa eu vou lá no seu Joaquim e compro um miojo pra almoçar e a noite fazemos o jantar.
Madu: Aquele velho tá cada dia mais insuportável e fofoqueiro. Só você vendo. Mas você que sabe.
Ah, e daqui a pouco o Cadu chega aí. O turno dele acaba às 07:00, mas não conte com ele pra muita coisa não, pq ele dorme o dia todo.
Ana Clara rir..
AnaClara: Tudo bem.. Depois eu me viro com ele. Mas sabe de uma coisa, acho que vou descer com você e aproveitar pra caminhar um pouco. Só assim eu vejo como anda o famoso morro do alemão.
Madu: Famoso só se for pelos bandidos, né?
AnaClara: Que horror Madu.
Madu rir e termina de pentear os cabelos. Ana Clara levanta e vai pro banheiro fazer sua higiene. Ela veste uma roupa de academia preta e seu tênis tmb preto.
Depois de prontas as duas saem de casa as 07:00 em ponto. Quando estão descendo o morro, Cadu vem subindo na sua moto BMW.
Cadu: Pra onde as feiosas vão?
AnaClara: Mas até ontem eu era gatinha? O que aconteceu?
Cadu: eu tô brincando -fala rindo
Madu: Do contrário de você, eu sou uma mulher que trabalha honestamente. Então estou indo pro trabalho agora.
Cadu: Vai começar logo cedo?
AnaClara: Relaxem. Tá muito cedo pra brigarem.
Eu tô indo fazer uma caminhada para ver como anda o morro. Aproveito e me exercito tmb.
Cadu: Já é. Eu vou pra casa dormir um pouco, mas se precisar de algo, pode me chamar.
AnaClara: Relaxa, eu sei me virar. Mas se a casa tiver pegando fogo, eu te chamo pra tu não morrer queimado.
Cadu: Nem brinca com isso…
Eles três riem e Cadu se despede. Ele liga sua moto novamente e sobe o morro fazendo seu “randandandan”
Manu revira os olhos e Ana Clara tapa os ouvidos.
Madu: Já falei que eu rezo pra ele cair toda vez que faz isso!
AnaClara: Que horror amiga. Ele é o seu irmão:
Madu: Por isso mesmo. Já sei que só aprende se estiver fudido.
Agora vamos logo que já esta quase na hora do meu busão passar.
Elas continuam descendo, mas antes de chegar na entrada/saída do morro, Ana Clara se despede e começa a sua caminhada sozinha.
Ela vai andando por vários lugares. Até que chega em uma praça arborizada. Ela então se lembra que seu pai sempre a levava ali aos domingos de folga para ela andar de bicicleta. E as vezes ela ia com Madu e Cadu para brincar.
Ao se lembrar da sua infância, ela sente saudade de seus pais. Mais à frente ela ver um grupo de jovens senhoras fazendo exercício na academia instalada pela prefeitura. Ela ver umas duas senhoras que aparentemente tem a idade que sua mãe teria se estivesse viva.
Ela respira fundo ao imaginar sua mãe ali com as outras senhoras. Ela sorrir ao lembrar que Eliane odiava exercícios.
Ana Clara então decide se alongar um pouco e depois começa a correr em volta da praça. Ao todo foram 10 voltas.
Ela senta um pouco para descansar e sua barriga ronca. Só então ela se lembra que nem ela e nem Madu comeram nada antes de sair de casa.
AnaClara: Que doída.. vai ficar horas no trânsito e não comeu nada antes de sair de casa.. vou ter que mudar isso.
Ela então decide passar na mercearia do seu Joaquim, que além de ser mercearia tmb é uma padaria. A única na comunidade.
Ana Clara decide cortar caminho para chegar no seu Joaquim. Então ela vai andando por uma rua e Qnd se dá conta, ela está parada em frente a sua antiga casa.
Tem alguns homens armados sentados no portão, eles estão fumando um base@do e comendo pão com mortadela e refrigerante.
AnaClara não acredita nos que seus olhos veem. Sua casa está destruída, acabada. Ela nunca imaginou que fosse ficar assim um dia. Sua mãe tinha tanto zelo pela casa e pelo seu mini jardim, que chega doer de ver como está agora.
Ela sai do transe quando um dos homens chama a sua atenção:
Soldado: Qual foi novinha? Tá querendo o que aqui?
Soldado2: Deve tá querendo uma brincadeirinha especial com noix, não é não?
Ana Clara sente seu corpo arrepiar por completo.
Ana Clara: Não não não.. Eu errei de rua. Foi mal aí.
Soldado1: Então rala, vai. Se adianta. Se adianta.
Ana Clara sai apressada dali. Ela ainda olha para trás para ver sua casa. Mas aperta os passos ao ver um dos homens ficar de pé:
Os soldados se assustam com a voz rouca e grossa do homem atrás deles.
Sombra: Estão trabalhando ou estão de namorico na porta do QG?
Soldado1: Oi chefe, só estamos comendo. Bateu uma larica braba agora.
Sombra: Será que não é por conta dá maconha que vocês estão devorando aí? Mas enfim… Quem é a mulher?
Soldado2: Nao conhecemos chefe. Mas parece ser amiga do Cadu. Vi eles conversando hoje cedo.
Sombra: Ok. Me passa um pão aí, -o soldado da um pra ele-
Agora voltem aos seus postos, PORR@!! -esbraveja
Os homens rapidamente se põem de pé e voltam a seus serviços que é de segurança do QG.
Sombra pega o pão e sai andando pelo morro. Ele passa na praça e ver as senhoras se exercitando, ele rir escondido ao ver que umas erram os passos por ele está perto. Será medo ou assanhamento? Ele nunca saberá
Ana Clara segue seu caminho com o coração triste por ver o estado da sua casa. Ela caminha até o seu Joaquim e fica aliviada por ver que já está chegando, pois está cansada de subir o morro.
Quando está se aproximando da mercearia, Ana clara ver seu Joaquim arrastar um menino pelos braços para o meio da rua enquanto xinga o menino.
Joaquim: Moleque infeliz… Eu falei que se você fizesse de novo, eu te levaria pro Sombra. Agora você vai ver -fala gritando no meio da rua
Menino: Não, seu Joaquim. Não faz isso… eles vão me matar. Por favor seu Joaquim -o menino chora desesperado
Ana clara então corre até eles para saber o que houve.
Ana Clara: O que tá acontecendo aqui?
Joaquim: Esse moleque infeliz me roubou de novo. Eu avisei que se fizesse outra vez, eu levaria pra boca. E é isso que eu vou fazer.
Menino: Por favor tia, não deixa. Eles vão me matar. Por favor, me salva.
O pedido do menino fez Ana ficar arrasada.
AnaClara: Solte ele! -fala mansa
Joaquim: Não mesmo. Ele tem que pagar pelos atos dele.
AnaClara: Eu falei pra soltar ele -grita nevosa
Joaquim Eu…
Sombra: Não ouviu a moça, Joaquim?
Ana clara se assusta com a voz do homem atrás dela. Seu Joaquim se assusta e solta o menino que rapidamente corre até Ana Clara e abraça suas pernas.
Sombra: O que tá acontecendo no meu morro a essa hora da manhã?
Joaquim: Esse moleque miserável me roubou de novo. Eu já tava levando ele lá na boca pra você da uma lição nele.
Ana Clara aperta o menino na intenção de protegê-lo. Ela se abaixa da altura dele e conversa com ele
AnaClara: Qual é o seu nome?
Menino: Gabriel.
AnaClara: Peazer Gabriel, me chamo Ana Clara. Você tem quantos anos?
Gabriel: 8 anos.
AnaClaras: E o que o seu Joaquim tá falando é verdade? Você realmente o roubou.
Gabriel: Sim -fala de cabeça baixa - Eu tô com fome, tia. - chora
Ana Clara sente um aperto imenso no peito. Ela nunca viu ninguém passar fome e ter que roubar para comer.
Gabriel: A minha mãe tá doente e não pode mais trabalhar no sinal. E eu e meus irmãos não temos o que comer em casa. Por isso eu peguei, mas eu vou pagar quando minha mãe voltar a trabalhar. Eu juro!
Ana Clara deixa uma lágrima escorrer pelo rosto, mas rapidamente ela limpa e fica de pé. Sombra observa tudo em silêncio.
AnaClara: O que foi que ele pegou? -pergunta ao Joaquim
Joaquim: Um pacote de biscoito recheado.
AnaClara: E o senhor não tem vergonha de negar um biscoito para esse pobre menino que só quer poder tomar um café da manhã digno com seus irmãos?
Joaquim: se ele tivesse pedido ao invés de roubar, eu teria dado.
AnaClara: Não é pq ele errou que o senhor tem que errar tmb. Ameaçar a levar pra boca e fazer um escândalo desse a essa hora da manhã, é um absurdo.
Gabriel, vá lá dentro e pegue tudo que precisar para comer e beber.
Gabriel: É sério, tia?
AnaClara: É sim pequeno príncipe. Mas me ouça bem…
Tá vendo aquela casa ali -aponta pra casa de Madu e Cadu
Eu moro ali agora, e sempre que você estiver com fome e sem comida, pode bater lá que a gente vai comprar, tá bom?
Gabriel: Tá bom. Mas ali é a casa do tio cadu?
AnaClara: Você o conhece?
Gabriel: Sim. Ele sempre me da bala quando me ver.
AnaClara: Ele é legal mesmo. Mas agora preciso que me prometa uma coisa… Você nunca mais vai roubar, nem aqui e nem em lugar nenhum! Além de ser muito feio, isso é crime. E você pode acabar se encrencando feio e eu posso não aparecer para te salvar outra vez.
Gabriel: Eu prometo,tia. E muito obrigado.. meus irmãos vão ficar muito felizes por poder comer hoje.
Você é um anjo, tia! -abraça ela
Ana Clara aperta seu corpinho magro e pede que ele vá fazer suas compras, ela pede para ele ir pegando tudo que precisa enquanto ela não entra.
AnaClara: Eu irei pagar pelas compras do menino. Mas o senhor deveria ser envergonhar da sua atitude mesquinha. Quando morrer, você não vai levar nada para o caixão e isso vai ficar aí apodrecendo. Então repense suas atitudes antes que seja tarde.
Ela sai de perto dele e do Sombra e entra na mercearia. Ela ajuda o menino a fazer as compras e leva tudo que é necessário para comer e mais algumas besteirinhas que criança adora ( chocolates, balas, biscoito recheado, suco, gelatina)
Do lado de fora, Sombra encara o velho que ainda está em choque com o que ouviu de Ana Clara.
Sombra: espero que isso não se repita outra vez, Joaquim. Hoje ela vai pagar pelas compras da criança, mas eu quero que todo mês você mande uma cesta básica para a casa dele. Eu vou arcar. Mas ouça bem, se isso sair daqui, te pego.
Joaquim engole seco e só concorda com a cabeça. Eles entram para ver Ana Clara e Gabriel.
Ao ver o carrinho cheio ele já imagina o prejuízo. Mas se ela disse que vai pagar, não vai ser prejuízo nenhum.
Ana Clara leva o carrinho de compras até o caixa e começa a passar tudo. Frutas, verduras, arroz, feijão,óleo, carne.. tudo que uma criança precisa.
Após passar tudo, deu um total de 200,00. Ela pediu para acrescentar pão e mortadela para ela. Ela fechou a conta e passou seu cartão.
Após passar e empacotar, Gabriel se deu conta de uma coisa..
Gabriel: E agr, como vou levar isso? -bate na testa
AnaClara: calma eu vou te ajudar a levar. Nem que a gente faça 10 viagens, mas vamos levar.
Gabriel: Ta bom tia.
Eles colocam as bolsas no chão e vai para a porta da mercearia. Logo para um carro bonito na frente deles.
Sombra viu que o carrinho estava cheio e pediu para um de seus homem buscar um carro para levar o menino em casa com a comida.
Homem: Fala Aê, Biel.. quer ajuda?
Gabriel: Fala Aê, Bola. Tem como me levar em casa com umas coisas que ganhei?
Bola: Claro amigão. Vamos lá colocar as coisas no carrão.
AnaClara: Você conhece ele, Gabriel?
Gabriel: Sim, tia. Ele é meu primo. Mas trabalha pro Sombra.
Ana Clara: Então tá bom. Eu vou pra casa, tá? mas não esquece o que combinamos viu?!
Gabriel: Pode deixar, Tia. Agora eu não preciso roubar mais. Obrigado de novo!
AnaClara: Não precisa agradecer. Agora Vai lá e come tudo pra ficar forte viu?!
Gabriel: Pode deixar!! Tchau
Ele entra no carro e segue seu caminho. Ana Clara olha ele indo embora no carro e fica aliviada por tudo ter dado certo.
Ela segue seu caminho e Sombra que estava atrás de uma árvore fumando a observa de longe.
Sombra: Que mulher interessante!! -solta a fumaça pelo nariz
Gael ( Sombra) 27 anos, Dono do Alemão.
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Atualizado até capítulo 125
Comments
Anonymous
Feio o cadu e mais bonito kkkkk vo imagina q e o cadu kkkk
2025-02-16
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Patricia Sousa
Nossa que sombra é esse jesuis 😁😎
2025-02-16
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Albinha
não gostei, vou imaginar outro kkk
2025-02-09
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