Capítulo 5.

Laura

1 mês depois

- Laura você está 40 minutos atrasada para a sua maquiagem - Já acordo com a voz insuportávelmente irritante da minha madrasta.

- Cala a boca sua insuportável, hoje é o casamento dela - Diz Gianna estressada.

- Já estou aqui - Eu digo do pé da escada, decidi me pronunciar antes que Gianna se irritasse mas.

- Pensei que teria que chamar seu pai - Minha madrasta diz com a voz ameaçadora.

- Feliz aniversário - Liliana e Gianna dizem em unison, vindo me abraçar.

- Obrigada, olha que presente lindo eu ganhei um casamento ehhhh - Eu digo sarcástica, mas não é tão ruim, vou estar perto das minhas irmãs em pouco tempo.

- Pelo menos você irá morar perto da gente - Diz Liliana feliz.

- Sim, isso me deixa mais calma - Digo, e era verdade mesmo, fico mais tranquila pois vou estar perto delas mesmo que não adiante de nada, meus pensamentos voam enquanto ando em direção ao quarto para fazer nossas maquiagens, não sei o que Luca espera de mim, não sei nem o que espero dele, sei que parece besteira, mas... Eu quero estar segura, mesmo que não tenha amor, preciso que tenha segurança em nosso casamento.

1 hora e 30 depois estou pronta, não ainda me vi no espelho, não consegui, me sinto travada, nervosa, perdida.

- Você está perfeita - Liliana diz, me sinto mas nervosa ainda, a vida toda praticamente estive parecendo perfeita.

- Você parece com nossa mãe - Gianna diz com os olhos cheios de lágrimas não derramadas, Gianna foi uma das que mais conviveu com a nossa mãe, apenas sorrio, não consigo falar agora, tenho medo de falar e chorar, nossa mãe morreu eu ainda tinha 5 anos me lembro bem pouco dela mas lembro dela me falando o quanto eu parecia com ele, não sei quem é ele, por muito tempo achei que ela fala- se do papai mas, o tempo passou e eu percebi que ela falava de outra pessoa, ninguém sabe disso só eu, era nosso segredinho.

- Se olhe no espelho - A maquiadora diz.

Quando me olho fico chocada, não pareço comigo, pareço comigo só que mais adulta e ainda sim delicada e forte, meus olhos estão de um fundo preto esfumaçado com pequenos nuances de dourado bem fraco, meus lábios estão com um gloss transparente realçando meus lábios grossos.

- Queria que meus irmãos estivessem aqui - Digo para ninguém em especial.

- Eu também, pelo menos Fabiano - Liliana diz.

- Ou então Viktor -

- Não diga esses nomes aqui - Diz pai sério

- Fabiano é um traidor e Viktor não é nada nosso, se você já acabou vamos - Ele diz, como já avia colocado meu vestido só assenti para ele, meus pensamentos se resumem em uma coisa: medo, medo do novo, medo das incertezas, não conheço Luca direto, minha convivência com ele é pouco, quase nunhuma, não nos viamos muito, apenas em ocasiões especiais, quando eu podia ir, ou quando não estava machucada demais, meus pensamentos perdem força quando vejo ele, o mesmo está lindo, tenho que admitir, parece um príncipe, de preto dos pés a cabeça, sério como sempre.

- Dammio un bacio - Ele diz quando eu chego perto dele. Surpreendo ele quando digo em italiano.

- Dopo -

A cerimônia ocorre bem; Ele como sempre fica com um braço entorno da minha cintura, me mantenho fora de qualquer conversa que ele tenha com algum aliado, apenas sorrio e aceno, como fui ensinada a fazer.

- Você está linda - Luca diz depois de um tempo, seu alito quente causa arrepios em minha pele.

- Eu sei - Eu digo rindo um pouco, nunca fui convencida, não sou como a maioria das italianas americanas, puxei minha mãe, a pele mas branca que o comum, cabelos pretos e longos, nunca me achei extremamente linda, só bonita está bom.

- E bêbada será?! - Luca diz sério demais, só bebi um pouco, só para aliviar a tensão, as vezes é demais aguentar tudo, é difícil não surtar quando tudo vem para a borda, e além de tudo, eu só bebi 3 copos de vinho e 1 de uísque, porém e eu não comi nada, então eu posso estar um pouquinho bêbada mesmo.

- Talvez sim, talvez não, você só vai saber se chegar perto e descobrir - Eu digo, odeio coragem líquida, odeio mas ainda estar desejando que ele chegue perto e descubra.

- Não se preocupe logo descubro - Luca diz me olhando profundamente, reparo em seu rosto, seus olhos são tão profundos, que parecem fazer você se perder dentro deles se olhar muito.

- Ok - A única palavra que daí de dentro da minha boca - O que aconteceu com seu braço? - Luca olha para o braço e acaba por dá de ombros.

- Tomei um tiro, ainda não curou - Assinto, Matteo chega junto com Gianna antes que eu possa falar mas.

- Luca - Matteo chega atrapalhando nossa conversa com Gianna mas bêbada que eu.

- Luca vou ir embora, minha doce esposa passou da conta um pouco não é pimenta? - Matteo pergunta encarando a esposa que por sua vez sorri.

- Sim, Luca avisse para seu irmão que estou bem, cuide da minha irmã - Ela diz apontando o dedo para ele bem séria, Luca apenas revira os olhos, admiro a forma como todos eles se tratam.

- Leve seu gambá daqui Matteo - Luca diz com um pouco de humor, eles vão depois de se despedirem, Pouco tempo depois se aproxima Liliana e Romero de nós.

- Estou tão feliz, meu amor - Lili diz me abraçando. - Ame ele - Ela diz baixinho, isso não está nos nossos planos, nem no meu, nem no dele, e tudo bem, não me faz falta a muito tempo.

- Romero eu quero que ela fique comigo mais um pouco - Eu digo bufando, ele ri, Romero entende meu medo de ficar sem minhas irmãs de novo, ele sabe, eu contei quando não aguentava mas esconder.

- Sim amor - Ela diz sorrindo apaixonadamente para ele, Lili não consegue e nem tenta esconder o que sente pelo marido.

- Mia vita, amanhã vamos acorda cedo, e não quero você cansada, serão algumas horas até nossa casa -

- Só vou por que você me convenceu - Ela me abraça de novo. Enquanto Romero abraça Luca e fala alguma coisa para ele baixinho.

Fico olhando eles irem embora, eles sofreram tanto para ficarem juntos, eles se amam tanto, não escondem o quanto se amam, demonstram. Acho que houve um tempo em que eu queria isso mas que tudo, mas não funciona assim, poucos amam e são amados dentro do nosso mundo, fico tempo demais observando, percebo isso quando Luca aperta a minha cintura, eu me viro para ele, e coloco a mão sobre o peito dele, ele franze a testa, ele não gosta de toque, eu não preciso de toque, vamos nós dar bem.

- O que você quer? - Uma pergunta simples, queria que tivesse uma resposta simples também.

- Quero sair daqui -

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