capítulo 13

#REBECA#

Os dias foram se passando, o Guilherme e eu aproximamos-nos muito.

Conversamos sobre tudo, até as preocupações dele com o morro.

Ele me contou que parece que há um traidor na comunidade, e que em qualquer momento poderia haver uma invasão.

Sentia confiança em me abrir com ele, só não conseguia falar sobre o meu passado.

O meu maior medo é que ele me encontre, e faça algum mal ao Guilherme.

Eu tentei lutar, tentei resistir, mais foi em vão, eu me apaixonei pelo dono do morro, é a primeira vez em anos que sinto algo tão forte por alguém.

Mais não sei se sou forte o suficiente para viver esse sentimento.

Os meus medos e os meus demônios são muito grandes e insistem em me perseguirem.

São coisas que me atormentam, e sempre voltam quando eu fecho os olhos.

REBECA - AAAAAA.- Gritei ao despertar.

GUILHERME - Calma.- Disse me envolvendo em seus braços.- Foi só um pesadelo.

Ele me abraçou e ficamos em silêncio. Fazia mais de três semanas que estávamos ficando direto.

Não tínhamos firmado um compromisso, mais todos na comunidade estão me chamando de primeira dama.

Estava me achando, todos me respeitam ou tem medo do Guilherme, ninguém bate de frente comigo.

GUILHERME - Está mais calma?

REBECA - Estou, obrigado.

GUILHERME - Algum dia vai me contar, com o que você sonha?

REBECA - Talvez.- Disse me levantando, e recolhendo minhas roupas.

GUILHERME - Já deveria ter trazido as suas roupas para cá.

REBECA - Não estamos só ficando?

GUILHERME - Depois de duas semanas dormindo juntos, as pessoas deixam de ser ficante, estamos namorando a uma semana, parabéns.- Disse pegando um caixa na gaveta.

REBECA - O que é isso?

GUILHERME - Abre.- Disse se levantando e me entregando, mais não foi isso que me chamou a atenção e sim aquele homem lindo, completamente nu, indo até o closet.

Me sentei na cama, abri a embalagem e ouvi o Guilherme dizer.

GUILHERME - Considere um pedido de namoro.- Disse só de toalha.

Peguei o colar, o admirei e disse.

REBECA - Gui, eu tenho sentimentos por você, isso é um fato, mas eu sou uma mulher quebrada, não sei se sou a mulher indicada para você.

Ele se aproximou e se ajoelhou a minha frente e disse.

GUILHERME - E dai? Eu me apaixonei por você, desse jeito, eu quero você e a Juliana na minha vida, e quanto ao fato de você ter problemas, você esqueceu que eu sou malução, dono do morro?-.Perguntou rindo.

REBECA - Ok, não custa tentar.

Ele sorriu, visivelmente feliz, e me deu um beijo. Depois fomos tomar banho, juntos, o que demorou um pouco.

Depois descemos para o café, a Paula já havia ido trabalhar, a Juliana já estava pronta para a escola, então comemos rápido e saímos.

O Guilherme e eu deixamos a Ju na escola, e fomos em direção a associação.

GUILHERME - Passa mais tarde no QG, vou organizar um baile para você, e quero que dê a sua opinião.

REBECA - Tá bom.

Ele me deu um beijo demorado, depois eu entrei e fui dar as minhas aula.

Na hora do almoço, subi até o QG, chegando lá a Andreia estava fazendo escândalo.

ANDREIA - Você não é ninguém para me impedir, eu quero falar com o Soberano.

FERRUGEM - Ele não liberou a sua entrada, então, marca uma hora, e com sorte ele te recebe.- Disse com um sorriso irônico.

ANDREIA - Você não sabe com quem está lidando.- Rosnou furiosa.

Só então que eu fui percebida no local.

FERRUGEM - Boa tarde patroa, suave?

REBECA - E ai Ferrugem, o Guilherme está.

FERRUGEM - Está sim patroa.

REBECA - Posso subir?

FERRUGEM - Claro, a senhora que manda aqui.

Ele me deu passagem e eu fui em direção a escada, sem deixar de reparar no olhar mortal da Andreia.

Bati na porta da sala do Guilherme, e assim que ele disse "entra", entrei e perguntei.

REBECA - Atrapalho?

GUILHERME - Nunca, fica a vontade.

Disse me puxando para um beijo feroz, em seguida me levou até um sofá no canto da sala.

Mais só ficamos nos beijos, não sou mulher de tr#par, em qualquer canto.

Ficamos conversando sobre o baile que ele queria fazer para me apresentar como namorada dele, mais eu achava meio exagero.

Depois de um tempo, quando eu estava quase indo embora, o rádio do Guilherme tocou.

Ele pegou ele e mudou totalmente a feição, depois de um tempo, só disse.

GUILHERME - Se adianta, fecha a escola e manda todo mundo se intocar em casa, ninguém sai até segunda ordem.

Depois se levantou, pegou uma chave em cima da mesa, abriu um armário e pegou um fuziu, depois me deu um beijo e disse.

GUILHERME - Fica aqui.

REBECA - O que está acontecendo?

GUILHERME - Um dos vapor da entrada, avisou que avistou um grupo, vindo na maldade para cá.

REBECA - Meu Deus.

GUILHERME - Fica tranquila, eu já volto.

Ele me deu um último beijo e foi, eu fiquei rezando para o pior não acontecer.

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