Mais Uma Fatalidade.

Yarin pegou no sono enquanto segurava a mão de sua mãe e sonhou com seu pai. Ele não estava com a aparência de quando faleceu, estava uns dez anos mais jovem.

Ela se emociona e corre no meio do campo de girassóis até seu pai e pula em seus braços dando um abraço.

— Meu pequeno girassol, papai não gosta de vê-la chorar! Sorria para que eu possa ver sua luz linda.

— Estou com saudades, mamãe não está bem desde que o senhor se foi. Eu não posso ficar sem ela, ainda não superei perder o senhor... Papai, dói tanto.

Yarin chora, a dor dela é tanta que pensa estar chorando apenas no sonho, mas ela também está chorando fora dele.

— Girassol, não fique assim. Sabemos que viemos a esse mundo a passeio e em algum momento teremos que partir. Tenha em mente que do outro lado do paraíso é calmo, tranquilo... Aqui não existe dor, angústia ou tristeza. Aqui é o melhor lugar de nossa existência.

— Sei que está falando isso para me tranquilizar, mas a dor de perde-los é insuportável. Imensurável, papai... Eu só quero ficar aqui, com você. Me abraça forte, por favor.

— Querida, papai ama você, mas não pode ficar aqui! Olhe para mim, estou de pé... Desejava isso mais até que o ar que eu respirava e olhe para mim agora? Não sinto dores, frio ou fome... Mas eu preciso da sua mãe ao meu lado.

— O quê? Não! Por favor, deixe ela ao meu lado mais um pouco! Eu te imploro, papai não a tire de mim!

— Meu amorzinho, a minha alma e de sua mãe são almas gêmeas, não vivemos um sem o outro... Ela está cada vez mais triste e eu aqui também sem ela. Você vai ficar bem, você tem a Yelena e a Ingrid... E também o pai de sua filha.

— O senhor sabe quem é o pai da Yelena?

— Sim, mas não posso interferir nos planos divino.

— Papai, eu preciso saber... Eu não sei o que fazer.

— Yarin... Yarin... Yarin... Yarin...

— Papai?

— Yarin, acorde! Acorde! Está tudo bem, apenas acorde.

Yarin acorda e Ingrid está ali a balançando fortemente, com preocupação nos olhos e a pequena Yelena olhando para a mãe com o rostinho franzido e lágrimas escorrendo pelo seu rostinho.

— Amiga, por que está me acordando assim? — Yarin fala assustada indo na direção da filha e dando um abraço na mesma.

— Yarin, você estava chorando descontroladamente e falando coisas sem nexo nenhum. Yelena começou a chorar e a tia também... Com o quê estava sonhando?

Yarin olha para a mãe somente agora e vê o quanto a assustou, mas lembra das palavras do seu pai e entrega Yelena para Ingrid, indo em direção a sua mãe e deitando ao lado dela enquanto a abraça e chora dizendo;

— Mamãe, eu te amo muito, mas sei que precisa ser feliz. Está tudo bem, mamãe... Eu prometo que vai ficar tudo bem. — Yarin chora enquanto se encolhe ao lado da mãe.

Apenas quatro noites depois a mãe de Yarin faleceu dormindo segurando a mão dela. O mundo ficou cinza, tudo a sua volta ficou em câmera lenta.

Yelena ficou doente por saudades da avó, Yarin sentiu seu pequeno mundo ruir por suas mãos e escorregar por seus dedos. As suas duas bases principais não estavam mais ali para dizer que iria ficar tudo bem enquanto ela estava no meio do caos.

— YARIN!! YARIN, SUA DESGRAÇADA ABRA ESSA MALDITA PORTA!! — Yan bate na porta da frente violentamente enquanto grita.

Ingrid vai até a porta sem abri-la e fala;

— Vá embora, Yan! Você não é bem vindo aqui!

— Vocês duas, suas vadias! Minha mãe faleceu e vocês esconderam de mim! Isso não foi justo comigo, ela também era minha mãe!

— Sua mãe? Que mãe? Você não a visitava, não fazia questão de ajudar em nada... A única filha aqui sempre foi a Yarin! Vai embora, estou ligando para a polícia!

— Eu só vou falar mais uma vez, diga para Yarin que não vai ficar por isso mesmo! Eu vou matar essa desgraçada!

Yan sai, ele derruba todos os vasos de plantas que eram de sua mãe que estavam na entrada da casa. Yarin observa a atitude de vandalismo do irmão, ela não quer continuar nessa casa e decide que elas precisam se mudar dali.

— Yarin, precisamos conversar sobre algo que não estava nos nossos planos. A vizinha que nos ajuda a cuidar de Yelena teve que ir para o interior... Não temos outra pessoa confiável para cuidar da nossa pequena.

— E a vizinha que às vezes leva para a escola? — Yarin pergunta para Ingrid enquanto ainda olha para fora, apática, as plantas de sua mãe estão no chão despedaçadas por seu irmão.

— Amiga, o marido dessa vizinha é usuário de drogas e alcoólatra, não dá para confiar em alguém assim.

— É você tem razão, não dá...

Yarin fica ali com seus pensamentos confusos e angustiados, mergulhados no luto.

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Comments

Gilcy Pontes

Gilcy Pontes

começando a ler no dia 24 de março.Esse capítulo me fez lembrar da minha vovozinha que hoje faz 5 meses que ela se foi pra morada eterna

2025-03-25

0

Joelma Portela

Joelma Portela

😩😩😩😩😩😩😩😩😩😩😩😩isso me fez lembrar da morte dos meus avós

2024-07-29

2

Rosaria TagoYokota

Rosaria TagoYokota

essa fase e tao dificil tudo vem abaixo

2024-05-29

0

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