A chuva deu uma trégua e finalmente eles iriam poder andar à procura de uma loja de conveniência ou uma lanchonete que estivesse aberta naquele horário. Eles andavam lado a lado com as mãos dentro do casaco pisando no chão molhado.
Aidan - Então, você é fotógrafa?
Perguntou ele depois de olhar novamente para a câmera pendurada no pescoço dela.
Emily - Sim!
Ela para de frente a uma poça de água que formou entre a calçada e a pista e liga a câmera tirando uma foto. Aidan percebe que ela tinha um anel de compromisso no dedo, dando a entender que era de noivado.
Aidan - Está noiva?
Ela para de focar na câmera e o olha, percebendo então que ele tinha olhado o anel em seu dedo.
Emily - Não, uma pessoa muito especial para mim, iria me pedir em casamento, mas isso acabou não acontecendo.
Ela desliga a câmera e volta a caminhar em silêncio por quase um quarteirão. Aidan não queria ser invasivo demais com as perguntas mesmo estando muito curioso. A Emily se tornou uma incógnita para ele, está perto dela depois de admirá-la dias após dias, era mesmo um grande avanço, pois antes do acontecimento de hoje, ela era somente a garota do metrô, uma fantasia, algo irreal.
Após andarem bastante, avistam uma loja de conveniência com iluminação no letreiro, aquela visão parecia mais uma miragem, eles se olham e correm até lá. Haviam três homens em frente encostados numa caminhonete azul conversando e tomando cerveja. No momento que os dois entram na loja, os homens param de conversar e olham um para o outro. Já dentro da loja, Emily olha tudo em volta fitando a geladeira dos refrigerantes.
Emily - Nossa, depois de hoje vou dar mais valor a cada moedinha que sobrar do troco da padaria.
Eles se olham e pela primeira vez ele nota um sorriso no rosto dela, mesmo de lábios fechados. Aidan se aproxima do balcão onde estava a atendente.
- Boa noite\, fomos assaltados e precisamos usar o telefone.
Atendente - Assaltados?
Emily - Sim, na estação!
Nesse momento um dos homens que estava encostado na caminhonete entra fazendo barulho com o impacto da borracha da sola do sapato no chão. Isso chamou a atenção do Aidan, ao observar o indivíduo atrás da Emily, sorridente e com uma caixa de cerveja na mão para passar no caixa.
Emily - Por favor, precisamos de um telefone!
A atendente simplesmente ignorou o pedido de ajuda dos dois, fazendo de conta que não ouviu. O homem passou na frente da Emily e chegou até o caixa para pagar as bebidas.
Emily - Qual o problema de vocês nesse bairro, heim? Isso tá ficando surreal, não é normal isso!
Aidan segura a mão da Emily e a puxa para sair do local, mas o homem acaba se pronunciando fazendo os dois darem meia volta.
Homem - Estou percebendo que esse relógio no seu pulso vale uma boa grana, então, que tal fazermos uma troca justa?
Aidan - Claro, precisamos de um celular!
O homem pega as cervejas e sai na frente, dando um sinal para eles o seguir até lá fora. Emily já estava seguindo, mas Aidan a segurou no braço.
- Não\, você fica esperando aqui\, eu vou lá resolver com eles sozinho.
Emily - Não, podemos resolver isso juntos, eu não confio nele!
Aidan - Nem eu!
Homem - E aí, vocês vem ou não?
Aidan - Eu vou!
Ele segue na frente e Emily fica os observando pelas portas de vidro, Aidan se aproximando da caminhonete e conversando com os homens que estavam lá, tirando o relógio do pulso. Ela olha para atendente que estava com uma expressão acuada e receosa.
Emily - Pelo menos eu posso usar seu banheiro?
A atendente só confirmou com a cabeça que sim apontando para o local e Emily se encaminhou até lá, entra em uma cabine e em seguida sai em direção ao lavabo para lavar as mãos.
...
Aidan estava tendo uma conversa nada proveitosa com os homens.
- Você sabe quanto vale esse relógio? Eu só estou pedindo o celular e uma bagatela em dinheiro.
Os homens se olham entre si e em seguida confirmam com a cabeça, Aidan entrega o relógio, mas o homem somente sorriu e colocou dentro do bolso.
Aidan - Eu sabia!
Os dois homens se aproximam e o líder deles dá um soco no rosto do Aidan, consecutivamente os outros dão lhe mais uns golpes no estômago e entram na caminhonete.
Emily saia do banheiro na naquele momento e se desespera ao visualizar o Aidan caído de joelhos no chão.
- Não\, Aidan!
Ela grita o nome dele e sai da loja de conveniência correndo em sua direção.
Emily - Seu bandidos, desgraçados!
O líder do trio baixa o vidro da janela e solta beijos para ela.
Emily pega uma pedra que estava encostada numa árvore e ameaça jogar contra o carro.
Aidan - Não Emily, por favor!
Indagou ele ainda com muita dor tentando recuperar o fôlego dos socos no estômago.
Líder do trio - Vamos dar uma lição nessa garota?
Homem - Não cara, vamos!
O homem acaba desistindo e segue caminho saindo dali em alta velocidade. Emily joga a pedra para o lado e ajuda o Aidan a se levantar.
- Aqueles malditos! Você está bem?
Aidan - Sim!
Ela tira o cachecol do pescoço e limpa o sangue que escorria da boca dele.
Aidan - Não faça isso, tá frio você tem que...
Emily - Calma! Não me importo com isso!
Eles se encaram e Emily o ajuda a andar, ambos envolvendo os braços um no outro voltando a saga de caminhar pela madrugada, procurando por uma solução.
Aidan - Sinto muito!
Emily - Não foi sua culpa. As pessoas não são nada gentis e não se importam com as outras. Vamos achar um jeito, eu tenho certeza, e tudo ficará bem pela manhã.
Aidan apenas gesticula com a cabeça em confirmação. Logo começa a cair uns pingos de chuva, que se chocam em seus rostos frios. A noite era tão bela, e isso não passou despercebido por eles. O ar frio provocava arrepios no corpo e o aroma das folhas verdes invadindo as suas narinas ao passarem debaixo de uma árvore. Tudo seria perfeito, se não estivessem congelando, sem grana, num bairro perigoso e famintos.
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Atualizado até capítulo 134
Comments
Suzy Bolos
que lugar é esse que ninguém ajuda ninguém se não tiver una troca?,mas Aidan é rico porque ele não consome alguma coisa enquanto Emilly come ele não pede pra usar o telefone?é muito mais Inteligente do que chegar e dizer que firam assaltados aí quando a pessoa que ele chamar chegar paga o que consumiu e pronto....a Emilly meteu a câmera na cara do bandido no metro o Aidan podia ter tirado a arma dele e pegado as coisas....ô meu Deus esqueci eles não tem o jeito brasileiro né?
2024-05-10
0
Anita Alves
essas atendente não sabe o que perderam
2024-04-25
2
contentesempre
Que atendentes ruins são essas, empatia pelo próximo com elas é zero, desconhecem.
Se eu fosse o Aidan compraria essas duas espeluncas e e mostraria a elas o que é ser empático com os outros.
Mas como não sou,me axalto por aqui mesmo 🥴🙄.
2024-04-07
8