Na segunda-feira, no início da semana, tudo parecia ter voltado às suas respectivas rotinas. Aidan trabalhou o dia inteiro; a última reunião começou por volta das 20h e se estendeu por mais algumas horas, já que eles foram tomar uns drinks.
Depois, ele voltou para o escritório, colocou seu caderno de desenho no casaco e pegou sua bolsa, que havia deixado em cima do sofá de couro preto. A maioria de seus funcionários já tinham ido embora. Ele chegou a considerar ficar mais um pouco para praticar seu hobby usando a paz e o silêncio da noite a seu favor, mas acabou desistindo devido ao horário tardio.
Aidan pegou o elevador e desceu um tanto impaciente, olhando de vez em quando para o relógio em seu pulso. Não queria se atrasar e perder o metrô, já que estava acostumado a pegá-lo sempre no mesmo horário, que para ele era o mais tranquilo.
Ao passar pelos seguranças, cumprimentou-os. Desta vez, ele tinha dispensado o motorista assim que retornou do restaurante. Ele se apressou, praticamente correndo pelas frias calçadas de Nova York, onde a chuva fina caía naquela noite.
Aidan finalmente chega à estação e desce as escadas com passos largos, passa o Metrocard e entra no vagão, sorrindo e soltando um suspiro de alívio e muito satisfeito por ter chegado a tempo.
Haviam algumas pessoas sentadas. Distraído, ele acaba não percebendo quando uma garota também entra pressurosa, se chocando ao se virarem.
- Ah\, desculpe!
Disse Emily sem sequer olhar para ele, o que foi uma surpresa para Aidan, pois ele lembrou que havia algum tempo que ela não pegava essa linha.
Aidan - Não, não tem problema!
Ele olha para a garota que já estava se dirigindo para a frente e senta-se em um assento bem distante. Aidan não sabia o por quê, mas toda vez que a via, seu corpo tremia por dentro, e hoje, ao revê-la, foi mais uma prova disso.
Aidan - Então você não é uma turista!
Ele pensou em silêncio e sorriu ao vê-la mais uma vez, mesmo que ela não o tenha olhado. Ela continuava completamente imóvel, escrevendo algo no mesmo caderno de sempre, ouvindo música nos fones de ouvido e apoiando finalmente a cabeça no vidro da janela.
Aidan - Qual é o seu segredo, hein? Garota do metrô! (risos)
Ele parecia um bobo a olhando disfarçadamente. O metrô para e as portas abrem, uma passageira idosa desce. Emily abre os olhos e olha para fora da janela, vendo algo suspeito, o que aguça sua curiosidade. Ela rapidamente coloca a bolsa no ombro e sai do vagão.
Aidan acha estranho, pois ela nunca desce nessa linha. Ele percebe que ela tinha esquecido seu caderno de anotações e se levanta para pegá-lo. Quatro jovens sorridentes e bagunceiros entram, falando alto e comentando sobre o jogo de baseball.
Aidan sai do vagão em busca da garota. A estação estava praticamente vazia e não parecia viável ficar lá aquela hora da noite.
- Droga! Onde está essa garota?
Ele olha para todos os lados e começa a caminhar lentamente em busca dela, sem sucesso inicialmente.
Aidan - Uma hora dessas, não é possível…
Ele observou mais à frente, nos trilhos, alguém caminhando. Estava meio escuro, então Aidan não tinha certeza de que poderia ser ela, mas decidiu averiguar, já que era perigoso uma garota andando sozinha nesse tipo de aventura esquisita.
Emily estava caminhando sobre os trilhos, seguindo um homem e uma mulher. Dava para perceber que a moça estava sendo levada contra sua vontade.
Emily pensou: "Acho melhor eu voltar e pedir ajuda. Isso não está me cheirando bem".
- Socorro!
Ela já estava voltando, mas o grito da mulher pedindo ajuda a fez parar e voltar. Andou por uns vinte minutos sem parar, a cada passo se aproximando mais do desconhecido.
Emily pegou seu celular para ligar para a polícia, mas não tinha sinal.
- Não!
Ela exclamou baixinho com decepção. Estava envolvida demais para deixar aquela mulher sozinha, sem saber o que aquele mal encarado iria fazer. De repente, chegaram a uma linha desativada.
Mulher - Me solta, por favor!
Bandido - Cala a boca!
Ele tirou a arma de fogo de dentro do casaco e apontou para a mulher, que estava chorando apavorada.
Bandido - Você vai fazer exatamente o que eu mandar.
Ele a jogou no chão com brutalidade e começou a desabotoar a calça e o zíper, mas acabou escutando um barulho e flashes iluminando em sua direção. Como Emily estava com sua máquina fotográfica, tentou tirar algumas fotos para levar à polícia.
Bandido - Quem está aí?
O homem olhava para toda extensão daquele lugar vazio, que só se ouvia o choro da mulher.
Bandido - Vou atirar, porra!
Ele apontou para todos os lados, estava visivelmente desequilibrado, como se estivesse sob efeito de drogas. Emily achou um pedaço de madeira, deu a volta pela parte escura e, sem ao menos esperar, o bandido foi golpeado nas costas e caiu no chão gemendo.
A mulher aproveita a deixa e corre de volta para os trilhos, conseguindo uma certa distância e fugindo. Emily joga a madeira para o lado e pula entre os destroços de concretos que estavam espalhados pelo chão, dificultando os movimentos. O bandido aponta a arma para ela, ainda com muita dor tentando se levantar.
Aidan chega na hora e se assusta com a cena.
Bandido - Você, parado aí!
Aidan - Calma cara, é dinheiro que você quer?
Disse ele com as mãos para cima.
Bandido - Entregue a maldita câmera, que eu deixo vocês irem! Não permiti que você tirasse fotos minhas, sua vaca.
Aidan - Entrega!
Ela o olhou meio confusa.
- Quem é você?
Aidan - Entrega a câmera moça!
Bandido - Quero as bolsas de vocês, celulares, tudo!
Emily - Não acredito em nenhuma palavra que sai da sua boca, tenho certeza que não nos deixará sair vivos daqui!
Ele olhava para os dois quase que espumando pela boca de tanta raiva que estava, seus olhos vermelhos indicavam que não estava com muita paciência para um trato. Realmente não tinha jeito, aquele bandido não tinha nada a perder e estava disposto a tudo, provavelmente os mataria, ela entregando a câmera ou não.
Emily - Ok, ok! É...
Aidan entrega tudo com muita cautela e Emily faz o mesmo com a bolsa. Mas na hora de tirar a câmera do pescoço para entregar para o homem, teve uma rápida ideia e bateu com ela com toda força na cara do bandido o desequilibrando e tirando a sua atenção momentaneamente.
Aidan - Vem comigo!
Ele segura na mão dela e os dois saem correndo sobre os trilhos, numa tentativa desesperada de fuga.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 134
Comments
Miriam Borges
Esse é o quarto livro seu que leio, sempre é uma surpresa ,parabéns, mil vezes, de novo lendo sem parar.
17/10/23.
2023-10-18
57
Dinanci Macorin Ferreira
É o primeiro que leio, estou amando!
2024-05-04
0
LmA Dicci
Uauuu que arriscado e perigoso essas atitudes dela e do Aidan!!!
2024-03-17
0