Todos os dias, depois da escola, Marvin ajudava rotineiramente a sua mãe a vender salgadinhos, percorrendo a vizinhança. Ele nunca sentia vergonha, embora os seus colegas frequentemente o provocassem.
"És um miúdo tão pobre!"
"Criança miserável!"
Na escola, muitos rapazes ridicularizavam constantemente Marvin porque o tinham visto a vender salgadinhos; Marvin tentava manter-se paciente, optando pelo silêncio em vez do confronto.
Mesmo agora, os olhares dos seus colegas fixavam-se nele, como se o olhassem com escárnio.
"Ouvi dizer que o Marvin não tem pai, será que a mãe dele é uma prosti... haha..." gracejou um rapaz corpulento chamado Anton.
Marvin não conseguiu conter a sua raiva quando alguém ousou insultar a sua mãe. Levantou-se, com os olhos fixos em Anton, e aproximou-se dele rapidamente.
Thud...
Marvin deu um murro tão forte na cara de Anton que este, que estava sentado numa carteira, caiu no chão.
Não havia perdão para quem tivesse a audácia de desprezar a pessoa mais preciosa da sua vida.
Thud...
Thud...
Marvin continuou a bater em Anton, deixando o rapaz maltratado.
Os outros rapazes que tinham estado a gozar com Marvin ficaram subitamente em silêncio. Estavam petrificados, a assistir a Marvin a espancar Anton como se estivesse possuído por um demónio.
"Marvin! Pára com isso!"
O Sr. Andi, o professor, ficou espantado quando entrou na sala e viu Marvin a atacar Anton.
Marvin foi forçado a cessar as suas ações, ficando sem fôlego e a olhar furioso para aqueles que o tinham gozado. O seu olhar era diabólico, talvez devido à raiva que fervilhava na sua alma.
O Sr. Andi ajudou Anton a levantar-se; o rapaz gemia, segurando o rosto em ferida.
Estalo!
Inesperadamente, o Sr. Andi deu uma forte bofetada em Marvin.
"Sabes quem é o Anton? O pai dele é um benemérito desta escola. Como te atreves a agredi-lo?" ralhou o Sr. Andi com Marvin.
Marvin tocou no rosto, ficando em silêncio, incapaz de retaliar contra o seu professor.
...****************...
Mas a situação agravou-se, tornando-se num problema sério, e Marvin foi expulso da escola. Talvez devido à sua vida pobre, as pessoas menosprezavam-no e, sem lhe darem uma oportunidade, simplesmente o expulsaram.
A mãe de Marvin, a Sra. Rena, implorou ao pai de Anton, o Sr. Tomi, para não expulsar Marvin da escola.
"Imploro-lhe, por favor, não expulse o Marvin da escola. Asseguro-lhe que isto não voltará a acontecer, suplico-lhe", a Sra. Rena implorou misericórdia ao Sr. Tomi, o investidor da escola primária que Marvin frequentava.
"Desculpe, não posso. O seu filho foi longe demais. Por causa do seu filho insolente, o meu está cheio de nódoas negras e ferido." A decisão do Sr. Tomi de expulsar Marvin era firme.
A Sra. Rena recusou-se a desistir; o futuro de Marvin era demasiado importante, a ponto de se ajoelhar perante o Sr. Tomi. "Por favor, estou a implorar-lhe. Não expulse o meu filho."
Marvin não suportava ver a sua mãe ajoelhada daquela maneira; ajudou-a a levantar-se. "Nunca mais faças isto, mãe. Nunca te rebaixes por mim." Marvin falou com lágrimas nos olhos.
"Mas Marvin..."
Ele puxou a mão da Sra. Rena, levando-a dali.
"Há outras escolas primárias, mãe. Prometo que não volto a causar problemas. Não te desiludo mais."
O coração da Sra. Rena apertou-se de dor ao limpar suavemente o rosto ferido de Marvin. Porque é que uma criança da idade dele tinha de suportar tanto sofrimento quando os seus desejos eram tão simples, apenas viver uma vida confortável?
"Mãe",
"O que foi, querido?"
"Porque é que temos de viver assim, a sofrer?"
Os olhos da Sra. Rena encheram-se de lágrimas, "Não fizemos nada de mal, Marvin. É só que a sorte não tem estado do nosso lado."
"Então eu vou encontrar essa sorte, mãe. Quero ser bem-sucedido. E vou fazer-te sempre feliz."
A Sra. Rena ficou profundamente comovida com as palavras de Marvin. Sem se aperceber, as lágrimas começaram a cair-lhe dos olhos, que ela rapidamente limpou. Também ela desejava viver mais tempo com Marvin, vê-lo crescer e ter sucesso e, um dia, ver quem ele escolheria como parceiro.
...****************...
A vida era diferente para Nadine Leonardo. Na escola, era adorada pelos seus colegas, tratada como uma princesa, pois o seu pai, o Sr. Rama, era dono da prestigiada Hope School.
Nadine sentiu o olhar de alguém sobre si para lá dos portões da escola, o que a deixou desconfortável, levando-a a caminhar em direção aos portões.
Infelizmente, a pessoa afastou-se demasiado depressa, deixando Nadine perplexa enquanto observava as suas costas a afastarem-se. Parecia ser uma mulher adulta, talvez na casa dos trinta anos. Infelizmente, Nadine não conseguiu ver-lhe bem o rosto.
Quase todos os dias ela sentia-se observada, especialmente na escola.
Apesar de viver na opulência, com todos os seus caprichos satisfeitos e mimada pelo seu pai, Nadine não se sentia satisfeita. Era pressionada pela mãe a ser uma filha obediente, a parecer perfeita, submissa, e era pressionada a ser sempre a melhor da turma, para que o seu pai se orgulhasse de ter uma filha como a Nadine.
Nadine não conseguia esquecer um incidente ocorrido três meses antes, sentindo uma culpa imensa para com a primeira mulher do seu pai e Marvin, pois a sua presença tinha levado à sua expulsão pelo seu pai. No entanto, na sua tenra idade, Nadine sentia-se impotente para mudar seja o que for.
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Atualizado até capítulo 85
Comments
Sandra Maria Pontes da Sil
OLA AUTORA ESTOU COMEÇANDO A GISTAR DESSA HISTÓRIA ESTA BASTANTE INTERESSANTE ESTAREI AQUI TE APOIANDO E LHE DESEJANDO MUITO SUCESSO PARABÉNS BEIJOS E BEIJINHOS
2025-03-29
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