Capítulo 18

A segunda-feira, dia da feira de ciências, finalmente havia chegado. Eu estava tão empolgada com o evento de hoje que mal podia conter a minha ansiedade. Precisei chegar mais cedo à escola para finalizar tudo o que precisava antes dos alunos chegarem. A Maya ficou responsável por buscar a Luísa, já que minha mãe não pôde devido a uma reunião que não podia ser adiada. Maya ficaria para assistir à apresentação da Luísa, afinal, ela já considerava a Lulu como sua sobrinha também.

Tínhamos nove recipientes para as apresentações, e cada recipiente seria compartilhado por três alunos, o que significava que teríamos nove apresentações diferentes. Tudo estava organizado nos lugares onde cada um deveria ficar.

A única coisa que eu mantinha escondida comigo eram as pastilhas efervescentes, já que com aquela turminha, não poderia dar bobeira. Esperava que tudo o que havíamos planejado desse certo. Dividimos os grupos de forma estratégica, levando em consideração as diferenças e dificuldades de cada um dos meus queridos alunos.

Lentamente, meus pequenos "cientistas" foram chegando e se posicionando nos lugares designados. Em uma turma de 27 alunos, às vezes era desafiador manter todos sob controle, mas naquele momento, estava muito orgulhosa de todos eles. Gradualmente, os pais e alguns convidados também foram chegando. De vez em quando, eu incentivava os alunos a falarem um pouco mais alto para que todos pudessem ouvir, mas o destaque da apresentação era, sem dúvida, fazer o tornado funcionar.

A Rejane e eu já havíamos preparado a quantidade certa de água, óleo e corante nos recipientes. Os alunos apenas precisariam adicionar a pastilha e a "mágica" aconteceria para eles. Era uma verdadeira festa, e os alunos pareciam se divertir mais do que nossos visitantes, o que nos arrancava algumas risadas.

Quando estávamos prestes a dar início à última apresentação, vi a Sarah, mãe do Pietro, entrar. Justo no momento da apresentação dele. Os olhos do Pietro brilharam de empolgação quando ele notou outra pessoa, além de sua mãe, entrar na sala. No entanto, ao perceber de quem se tratava, eu congelei no lugar.

Nossos olhares se cruzaram, e eu percebi surpresa em seu olhar também. Permaneci no mesmo canto, aguardando que a Rejane conduzisse os recém-chegados para mais perto de onde estávamos.

Fiz sinal para que o grupo do Pietro, a nossa última apresentação, começasse. As crianças demonstraram uma incrível desenvoltura para a idade delas. Quando o Pietro colocou a primeira pastilha e tudo começou a acontecer, todos já estavam felizes e aplaudindo. Tudo o que eles haviam aprendido em sala de aula estava sendo colocado em prática. Eu estava extremamente orgulhosa deles. Juntei todos em um canto da sala para agradecer.

– Bem, crianças, quero dizer a todos vocês que estou muito orgulhosa! Cada um brilhou em sua apresentação, o que encheu a tia aqui de alegria. Vocês mostraram ser crianças inteligentes, que aprenderam o conteúdo e, acima de tudo, que são muito especiais. Nunca permitam que ninguém lhes diga o contrário. Saibam que a tia Chloe e a tia Rejane ali os amam muito, mesmo quando vocês quase nos fazem arrancar os cabelos.

Dito isso, todos caíram na risada, e até os convidados presentes não conseguiram conter o riso. Todos aplaudiram enquanto as crianças corriam para me abraçar. Um por um, eu os abraçava, entregando a lembrancinha que havia preparado para cada um, e os liberava para que pudessem falar com suas famílias.

Como professora, também fui agradecer e conversar com alguns pais presentes. No entanto, minha intenção era evitar a Sarah, que estava acompanhada por ninguém menos que o Miguel. Na minha cabeça, a única pergunta que surgia era: "Será que ele é o pai do Pietro?" Minha mente estava funcionando a mil por hora. Sempre que estávamos juntos, ele nunca falava muito sobre si, será que era por isso? Eram perguntas para as quais eu ainda não tinha coragem de obter respostas.

Enquanto eu me preparava para responder, o Miguel se aproximou de nós duas com o Pietro nos braços.

– Tia Chloe, esse é meu tio Miguel – disse Pietro, com muita alegria.

– E eu pensando que não era possível, que a tia Chloe da escola, a melhor tia de todas, segundo o Pietro, fosse a mesma que eu conhecia. Eu deveria ter deduzido, afinal, não é um nome tão comum. – Miguel disse, sorrindo para mim.

– Espera aí, vocês dois se conhecem? – Perguntou Sarah, agora surpresa.

– Sim, Sarah, já nos conhecemos! – Respondi um pouco envergonhada.

– Lembra da garota da academia com quem conversamos outro dia, aquela que superou o ataque que sofreu, a que você disse ser admirável? Ela é a garota.

– Não posso acreditar! Já te admirava antes mesmo de te conhecer! – Sarah falou, me deixando ainda mais envergonhada.

– Então quer dizer que é aqui que você passa as melhores horas do seu dia? – Miguel perguntou.

– Sim, é aqui, nessa sala, onde me realizo, através desses pequenos que amo muito.

– Eu disse ao meu tio, tia Chloe é a Mulher-Maravilha. – Falou Pietro, me deixando mais uma vez sem graça.

– Mulher, quero ter a mesma energia que você quando crescer. Só tomo conta de um, e no final do dia parece que tive todas as minhas energias drenadas, enquanto você enfrenta uma academia. – Disse Sarah.

– Mamãe, a senhora já é crescida! – Pietro disse rindo da mãe, sem entender ao certo o que ela quis dizer.

Percebi um brilho diferente no olhar do Miguel, uma expressão de admiração. As pessoas costumam dizer que a vida é uma linha reta, mas eu sempre acreditei que seja mais como um círculo. Independentemente da volta, o caminho sempre começa e termina no mesmo lugar, tudo volta ao início. Quem poderia imaginar que meu aluno mais especial seria sobrinho do cara que despertou meu interesse, que eu conheci de forma atípica na academia?

Nesse momento, fomos interrompidos pela ajudante da sala de Luísa. Ela veio me informar que seria a última apresentação e a vez da minha princesa se apresentar. Pedi licença a eles, falei com a Rejane para ficar de olho, enquanto eu iria ver minha estrela brilhar. Chegando na sala dela, Lulu abriu um largo sorriso. Não tinha como me aproximar muito porque a sala já estava bem cheia.

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