Dia Difícil

Jinna

Finalmente chega o dia da entrevista de emprego e eu estava muito ansiosa. Levantei bem cedo, tomei banho, vestir um vestido social azul escuro e fiz uma maquiagem bem leve. Meu pai me levou ao ponto de ônibus e nos despedimos.

Entro no ônibus e em algumas horas de viagem chego ao meu destino. Mas para a minha infelicidade, o ônibus quebra no meio do caminho. Demorou cerca de uma hora e meia para mandarem outro no lugar e comecei a ficar preocupada de não conseguir chegar a tempo.

Assim que cheguei na rodoviária, chamei bem rápido um Uber para que me levasse ao destino. Não demorou a chegar, entrei rapidamente no carro e logo já havia chegado no local. Mas aquele realmente não era o meu dia. Desci do carro e após uns três passos, alguém segurou algo pontudo na minha cintura dizendo para eu não me mexer, eu fui assaltada. Levaram o meu celular e a minha bolsa onde estava todo o dinheiro que havia comigo.

Fiquei desesperada e quando me dei conta da situação, eles já haviam fugido numa moto e ninguém pode fazer mais nada.

Porém eu precisava me recompor pois teria que fazer a entrevista, depois resolveria como voltar para casa.

Entrei no edifício e disse a recepcionista que eu estava lá para a entrevista. Ela disse que eu estava atrasada há meia hora e que eu não poderia mais participar. Então eu tentei explicar a ela tudo o que havia acontecido: o ônibus quebrado, a distância de onde eu morava e também que havia acabado de ser assaltada.

 Ela simplesmente pareceu não se importar, deve ter pensado que eu havia inventado tudo como desculpa para o meu atraso. Então desistir de tentar explicar e sair procurando alguém que pudesse ajudar-me de alguma forma, já que claramente aquela recepcionista não fazia questão de me ajudar em nada.

As lágrimas começam a descer, eu não entendia como tudo estava dando errado para mim. No meio de toda aquela frustração, lembrei-me do Noah e chorei ainda mais, pois quando não se tem sorte no dinheiro, se tem sorte no amor, pelo menos é o que dizem, mas comigo estava tudo errado.

Continuei andando, quando em um corredor avistei uma garota sentada no chão com a cabeça entre os joelhos, ela parecia não estar nada bem. Parei de chorar e pergunteia ela se estava se sentido bem. Uma senhora que passava na hora ouviu a minha pergunta, olhou para a garota e disse para eu não me preocupar porque ela estava totalmente drogada e não passando mal.

Mas para mim ela não parecia estar drogada, então perguntei novamente me aproximando. Ela olhou-me com os olhos arregalados, estava chorando e a sua respiração estava muito ofegante, parecia que algo estava a sufocando. Então percebi que ela não estava mesmo drogada e sim tendo um ataque de pânico. Abaixei-me e pedi que ela olhasse nos meus olhos, tentasse respirar juntamente comigo e ficasse calma porque tudo iria ficar bem. Repetir essas palavras várias vezes até que a sua respiração foi voltando ao normal.

Ela estava bem vestida, dava para ver que as suas roupas eram caras, a sua bolsa era de marca e segurava uma chave de carro na mão. Nos apresentamos, o seu nome era Zoe, ela era loira e tinha olhos claros, muita linda.

Contei a minha situação e ela disse que me ajudaria. Levou-me até a rodoviária e descobrimos que o ônibus só sairia de lá depois das 21:00 horas e ainda eram 15:30. Então ela me convidou para ir a sua casa comer algo e descansar um pouco.

 A casa dela era incrível, uma verdadeira mansão, a Zoe apresentou-me para a sua mãe e contou que eu a ajudei com sua crise. A mãe dela a repreendeu porque havia saído sozinha sem os seguranças e depois me agradeceu.

O jeito como elas falaram deu a entender que ela parecia ter sempre essas crises. Eu não entendia como alguém como ela aparentemente rica, jovem e bonita poderia ter esse tipo de problema.

Zoe

A Zoe pediu sua empregada para trazer algo para comermos e ficamos conversando por um bom tempo.

Eu gostei muito dela, era gentil, educada, simples e ela parece ter gostado de mim também, era como se já nos conhecêssemos.

 Durante a nossa conversa perguntei o que ela fazia, se estudava ou trabalhava, ela disse trabalhar em uma das empresas dos pais delas, não que ela precisasse, é claro, mas ela disse que gostava.

Os pais dela eram donos de uma enorme multinacional, eram várias empresas de telecomunicações dentro e fora do país, o nome era "Communication Company". Com certeza ela era incrivelmente podre de rica.

Então chegou a hora de ir embora, ela me levou para a rodoviária e me deu dinheiro para a passagem do ônibus, eu disse que devolveria o dinheiro, mas ela insistiu dizendo que não precisava. Me passou seu número de telefone em um papel para continuarmos a conversar, ela disse querer muito que nós nos tornássemos amigas. Agradeci a ela por tudo, mas disse que quem deveria agradecer seria ela, pois haviam passado várias pessoas por aquele corredor e ninguém se prontificou a ajudá-la.

Chegando em casa, contei tudo aos meus pais que ficaram tristes por tudo que aconteceu comigo, mas felizes por eu estar bem. No dia seguinte, o meu pai me presenteou com um celular novo, imediatamente adicionei a Zoe nos meus contatos e começamos a conversar.

Estávamos ficando cada vez mais próximas, mesmo que só por mensagens. Nunca tive sorte para amizades então não tinha muitas amigas, apenas colegas. Eu me sentia muito bem conversando com ela, pois ela não me julgava e decidir contar sobre o Noah. Nunca havia contado a ninguém e contar para alguém foi libertador.

 Eu ainda estava sofrendo por ele e o que mais machucava, não era o fato de ele estar a milhas de distância, mas sim o fato de ele não sentir o mesmo que eu. Como eu ainda poderia ficar pensando nele? Achei que isso fosse algo passageiro, mas só ficava mais forte e a vontade de desbloquea-lo só aumentava, porém eu precisava continuar sendo firme.

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