Dando a notícia

Théo

Não consigo descrever o que senti quando soube da gravidez, mas posso dizer que nunca senti nada parecido.

Saber que teremos um fruto do nosso amor e que logo o carregarei em meus braços é mais do que já almejei para a minha vida.

Nem sei como eu consegui dar as minhas aulas até o fim do dia. Mas assim que encerrei, passamos na casa dos meus pais para contar a novidade, eu queria avisar por telefone, mas a Alice disse que era  melhor falar pessoalmente. E como moram mais perto do nosso trabalho, foram os primeiros avós a ficarem sabendo, e posso dizer que em toda a minha vida, nunca os vi tão felizes e emocionados.

Meu pai faltou pouco me pôr no colo e a minha mãe não largava a Alice, disse que ela era uma benção nas nossas vidas, e ela está certa, é isso que a Alice é, é assim que eu me sinto por tê-la em minha vida, abençoado.

Saindo de lá, foi a vez dos meus sogros, que já ficaram muito felizes só de receber a nossa visita, e quando a Alice disse que tinha uma novidade, meu sogro parecia pressentir, já foi sentando no sofá e pediu que a minha sogra sentasse ao seu lado, e quando a Alice contou da gravidez, meu sogro apoiou os cotovelos nas pernas e cobriu o rosto com as mãos, chorando feito uma criança, não conseguiu dizer nada, só sabia chorar. Minha sogra, também emocionada, porém, mais contida, o abraçou como se estivesse abraçando uma criança para acalmá-la.

Eu também estava emocionado com sua reação, mas me segurei o quanto pude e abracei a minha esposa que já estava se desmanchando em lágrimas com a reação do pai.

Assim que se acalmou, ele abraçou a esposa e repetia: — Um neto, Sara! Teremos um neto!

Quando se levantou, abriu os braços para a filha, e permaneceram abraçados por longos minutos. Recebi um abraço da minha sogra me parabenizando e assim que sai de seu abraço, meu sogro me chamou para juntar-se a Alice em seu abraço.

— Antes de dar parabéns a vocês, eu quero agradecer por esse presente, porque é assim que eu recebo essa notícia, como um presente.

Parabéns meus filhos! Tenho certeza que serão ótimos pais, e saibam que estaremos aqui para qualquer coisa que precisarem, inclusive se precisarem que o meu neto more comigo.

— Vitor! — Minha sogra o repreende.

Mas faço das palavras do meu marido, as minhas, parabéns, minha filha. Ser mãe é uma benção, você vai descobrir isso.

— A Nina já sabe? — Meu sogro pergunta empolgado e eu respondo antes da Alice.

— Soube primeiro que o pai. — Finjo estar chateado e recebo um abraço da minha esposa.

— Ela estava comigo quando fiz o teste hoje cedo. Eu estava meio perdida e vocês sabem do poder que ela tem de me pôr no eixo.

E o meu irmão, cadê? — Alice,perguntando pelo Noah.

— Está na faculdade. Mas ficará muito feliz com a notícia!— Minha sogra.

— Pela hora, já deve ter saído. Deve ter ido deixar a noiva em casa.

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Enquanto isso, na casa da Laura...

Noah e Laura se despedem no portão após um dia cheio e cansativo de trabalho e estudos.

— Tem certeza que não quer entrar? — Laura pergunta antes de descer do carro.

— Hoje não.

Laura, eu não quero te pressionar, sei que combinamos de esperar um pouco mais, mas não acha que já está na hora de marcarmos o casamento?

Poderíamos estar chegando na nossa casa agora para tomar um banho, ver um pouco de TV e depois... Dormir abracadinhos.

— Que bom que tocou no assunto, eu já queria falar sobre isso, só estava esperando o momento certo.

Já podemos marcar, não temos mais o que esperar.

Eu também sonho com tudo isso que você falou e não é de hoje. — Fazendo Noah abrir um largo sorriso com suas palavras.

— Está falando sério? Eu achei que teria que lhe convencer.

— Você já me convence todos os dias, e sem precisar de esforço, apenas sendo quem você é.

— Laura, eu só quero deixar que claro que não estou com pressa de casar por causa do... Para... — Corando.

— Eu já entendi amor, não precisa ficar vermelho, embora você fique uma gracinha assim! Mas eu sei que não é por esse motivo.— Dando um beijo rápido no namorado.

— Que bom que sabe, porque eu sonho em me casar com você desde que começamos a namorar e eu nem pensava nessas coisas ainda.

— Mas agora pensa, não é? — Laura, rindo da situação.

— Um pouco mais do que deveria. Abaixando a cabeça no volante, para esconder o rosto envergonhado.

— Não precisa ter vergonha disso, isso é uma consequência da nossa relação e logo será resolvida, e do jeito que você sonhou, na nossa lua de mel.

— Meu pai me avisou que seria difícil, eu só não sabia que seria tão difícil assim prosseguir com isso. Na minha cabeça, casar virgem era uma forma de demonstrar respeito e dizer que te amo com a minha alma, e não só com o meu corpo.

O problema é que nesse tempo, o eu meu corpo começou a amar o seu, me pegando de surpresa.

— Eu não canso de dizer o quanto você fofo, até para falar sobre isso, você encontrou uma forma mais suave e romântica.

— É automático, quando eu vejo, já saiu.

Ainda bem que o Gui não está me ouvindo, não me deixaria em paz.

— Esquece o Gui, eu amo você do jeitinho que você é, fofo, romântico, tímido...

— Eu amo tudo em você Laura!

— Então... rumo ao casamento!

— Rumo ao nosso, felizes para sempre!

Continua...

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